Fotos: Lucas Uebel (Grêmio Oficial), André Avila (Correio do Povo) e Ricardo Rimoli (Lance)



(5×4 Grêmio nos pênaltis)
Fotos: Lucas Uebel (Grêmio Oficial), André Avila (Correio do Povo) e Ricardo Rimoli (Lance)
Fotos: Lucas Uebel (Grêmio.net)
Grêmio 1×2 Canoas
Fotos: Diego Vara (ClicRBS) e Terra
LDU 1×0
Grêmio
LDU: Domínguez, Canuto, Araujo e Morante;Reasco, Vera, Hidalgo, Feraud e Rojas (Urrutia, 9’/1ºT) (Arboleda, 25’/2ºT); Garcés e Vitti (Saritama, 10’/2ºT).
Técnico: Edgardo Bauza.
Libertadores 2013- Primeira Fase – Jogo de ida
Data: 23/1/2012, quarta-feira, 22h00min
Local: Estádio Casa Blanca, em Quito-EQU
Árbitro: Wilmar Roldan (COL)
Auxiliares: Eduardo Diaz (COL) e Alexander Guzman (COL)
Cartões amarelos: Vera e Morante (EQU); Marco Antônio (GRE)
Gols: Feraud, aos 30 minutos do segundo tempo
“Não tenha dúvidas de que o Grêmio vai entrar para ganhar, mas o mais importante é frequentar essa zona. O Corinthians campeão da Libertadores de 2012 nada mais é do que o fracassado do ano anterior. Não desistiu e ganhou o Brasileiro e a Libertadores praticamente com o mesmo elenco. O Fluminense campeão de 2012 tinha a mesma base do time que havia vencido em 2010. O Grêmio está forte, mas brigará com equipes que já estão prontas. Agora, se o trabalho é feito como o nosso, com planejamento, seriedade e sustentação, não tenho dúvidas de que poderá resultar na conquista de títulos.” (Zero Hora – 12/01/2013)
“Se eu disputar seis Libertadores seguidas pelo Grêmio, com certeza vou ganhar uma. É uma competição diferente. Estou familiarizado com o Campeonato Brasileiro. A Libertadores também é diferente para a equipe. Se não vencer um ano, tem que ver o que foi feito errado, manter a base e reforçar. São Paulo e Cruzeiro ganharam assim. Você amadurece a cada competição. Fui jogar em Bogotá (contra o Millonarios, pela Sul-Americana) e tinha na equipe uma porção de jogadores que nunca haviam enfrentado altitude, não sabiam como a banda tocava. Já será diferente dessa vez, eles já enfrentaram a dificuldade na derrota, obtiveram um amadurecimento de competição.” (Zero Hora – 12/01/2013)
Fotos: Lucas Uebel (Grêmio.net) e André Avila (Correio do Povo)
Esportivo 0x2 Grêmio
Um caso interessante é o do Campeonato Brasileiro, onde as distâncias percorridas pelos visitantes parecem exercer forte influência sobre a vantagem do time da casa. É interessante notar que, nas edições do Brasileirão disputadas entre 2003 e 2007, o Grêmio conquistou 67,87% dos seus pontos em casa, o que é um percentual elevado na comparação com os demais clubes.
Mas o estudo que mais me chamou a atenção recentemente foi um que avalia o efeito que uma mudança de estádio pode ter no fator local. Num trabalho entitulado “Evidence of a reduced home advantage when a team moves to a new stadium“, publicado em 2002 (e atualizado em 2006), o professor Richard Pollard, da California Polytechnic State University, confrontou o desempenho por temporada de 40 equipes da NBA, NHL e MLB que trocaram de estádio. A sua conclusão é a seguinte:
“Uma queda significativa na vantagem em casa é verificada na primeira temporada no novo estádio. Entretanto, a vantagem em casa na segunda temporada no novo estádio é significativamente maior do que na primeira temporada. Ainda, a vantagem na segunda temporada não é diferente da última temporada no velho estádio.”
Segundo Pollard, essa constatação é uma prova de que a familiaridade com o estádio/campo de jogo é um fator fundamental para explicar porque os times mandantes tem desempenho superior aos visitantes. Abaixo, os números que demonstram esse decréscimo na temporada inaugural dos novos estádios:
É justamente essa dúvida o que mais me incomoda em toda essa história envolvendo o anúncio de que o Grêmio voltará a jogar no Estádio Olímpico em 2013. Isso me preocupa mais do que qualquer outra discussão de caráter técnico, político ou financeiro.
Imagino que todas as pessoas que gostam de futebol sejam minimamente familiarizadas com a mudanças ocorridas no futebol da Inglaterra nos inícios do anos 90. Na década anterior, durante o governo conservador de Margaret Thatcher, os clubes ingleses, ainda quem bem sucedidos dentro do campo, viviam uma séria crise com de hooliganismo e violência nos estádios. Um desastre no exterior (Heysel), o banimento dos times ingleses das competições internacionais e um desastre interno (Hillsborough) eram sinais claros que as medidas adotadas pelos órgãos competentes não resolviam os problemas. A Copa de 1990 se avizinhava e aparecia como uma encruzilhada para o futuro do futebol no país. A Inglaterra precisava mostrar ao mundo que tinha alguma intenção de tomar medidas mais civilizadas no acompanhamento de competições esportivas. O entusiasmo natural dos ingleses com o futebol apresentado na Copa contrastou com o tratamento hostil recebido por eles por parte dos anfitriões. Era preciso mudar a imagem, porque nos olhos de um estrangeiro todo o inglês era visto como um hooligan. Assim, o mundial da Itália acabou servindo como um catalizador para a implementação das medidas sugeridas no “Taylor Report” e para a criação da Premier League, que transformou os clubes ingleses em paradigmas de modernidade.
“They made it sound like the centre of Stockholm got stripped bare.”
“Why didn´t anyone go and check? What´s a journalist supposed to do, if not to check these things?
“And banning the match was nothing less than people in charge of law and order (i.e. the government) panicking and admitting defeat – all in the cause of´ being seen to do something”“As your support for the return depends upon the behaviour of fans, what criteria will that behaviour be judged by? Because there are people in football who believe that it´s headlines”
“I would like to say that coverage in the British media has been rather exaggerated”“It seems that the reports of the size of the problem and the damage caused were greatly exaggerated.”“The Rotterdam fixture was cancelled two days after the game in Stokholm”“But then, in September, football was nothing to the English government but a problem and – let´s face it – bad headlines.“
No dia seguinte a esta publicação, houve nova matéria, estranhamente assinada pelo setorista do Internacional, requentando as informações do dia anterior e questionando a Brigada Militar, que por sua vez prometeu uma solução rápida. Nesse clima, comentários odiosos no Facebook viraram desculpa para matéria. Na virada do ano, o colunista Diogo Olivier propoes uma reflexão, com medo que aconteçam “mortes nos estádios, algo já nem tão raro assim em São Paulo e Rio“. Então as mortes NOS ESTÁDIOS não são raridades no sudeste do país? e quando foi a última vez que isso aconteceu? Não seria mais acertado falar em mortes relacionadas ao futebol? Essa hipérbole é aceitável? Não seria o uso desse expediente uma das principais armas da mídia sensacionalista?
Futebol é apaixonante, entre diversos motivos, porque atrai multidões. Pessoas das mais variadas crenças, formações e origens. É preciso saber conviver com as diferenças, mas ainda assim eu fiquei um pouco chocado com a falta de visão de mundo que um dos supostos líderes da geral demonstrou ao dar uma entrevista sobre o caso. Triste.
Por último e mais preocupante é a postura do governo, aqui representado pela Brigada Militar. O Coronel coronel Alfeu Freitas já havia ameaçado e ontem finalmente anunciou que os instrumentos musicais, faixas e bandeiras serão proibidos nos jogos da Arena. Uma medida que assemelha ao jogar o sofá fora da famigerada anedota. Uma medida que se repete e que não consegue solucionar problema. E nem pode solucionar, porque não guarda nenhuma relação com a causa. Pergunta-se: Quem a Brigada Militar quer punir? O que a Brigada quer punir? A Brigada tem competência legal para punir? Qual a relação das faixas com a briga? Como que a proibição de instrumentos musicais ajuda a prevenir novas ocorrências? Essa medida não serve muito mais para fornecer uma resposta rápida aos questionamentos da mídia?
É triste, mas o esgotamento desse cenário é parecido com o retratado na Inglaterra do final dos anos 1980. Se não ocorre na mesma intensidade, ao menos se verifica o mesmo infeliz tripé: Torcedores fechados no seu já restrido mundo, uma imprensa com forte viés sensacionalista e um governo que parece não saber como agir em relação ao esporte.
* Foi feito um documentário chamado “One Night in Turin” baseado no livro. Em função disso as novas edições do livro passaram também a serem entituladas assim. Considero que o All Played Out retrata melhor o espírito da obra. De qualquer forma recomendo o filme e, especialmente, o livro.