Um caso interessante é o do Campeonato Brasileiro, onde as distâncias percorridas pelos visitantes parecem exercer forte influência sobre a vantagem do time da casa. É interessante notar que, nas edições do Brasileirão disputadas entre 2003 e 2007, o Grêmio conquistou 67,87% dos seus pontos em casa, o que é um percentual elevado na comparação com os demais clubes.
Mas o estudo que mais me chamou a atenção recentemente foi um que avalia o efeito que uma mudança de estádio pode ter no fator local. Num trabalho entitulado “Evidence of a reduced home advantage when a team moves to a new stadium“, publicado em 2002 (e atualizado em 2006), o professor Richard Pollard, da California Polytechnic State University, confrontou o desempenho por temporada de 40 equipes da NBA, NHL e MLB que trocaram de estádio. A sua conclusão é a seguinte:
“Uma queda significativa na vantagem em casa é verificada na primeira temporada no novo estádio. Entretanto, a vantagem em casa na segunda temporada no novo estádio é significativamente maior do que na primeira temporada. Ainda, a vantagem na segunda temporada não é diferente da última temporada no velho estádio.”
Segundo Pollard, essa constatação é uma prova de que a familiaridade com o estádio/campo de jogo é um fator fundamental para explicar porque os times mandantes tem desempenho superior aos visitantes. Abaixo, os números que demonstram esse decréscimo na temporada inaugural dos novos estádios:
É justamente essa dúvida o que mais me incomoda em toda essa história envolvendo o anúncio de que o Grêmio voltará a jogar no Estádio Olímpico em 2013. Isso me preocupa mais do que qualquer outra discussão de caráter técnico, político ou financeiro.
January 17, 2013 at 2:09 am |
O time que interessa treinou na Arena. O jogo contra a LDU deve ser na Arena.
A situação do Grêmio é toda sui generis…