
Foto: Edison Vara (Zero Hora)

Foto: Arivaldo Chaves (Zero Hora)
Em maio de 1988, Grêmio e River Plate se enfrentaram no Olímpico pela partida de ida das quartas de final da primeira edição da Supercopa dos Campeões da Libertadores. O tricolor venceu com um gol de Valdo (gol que seria o seu último com a camisa do Grêmio)
Nesse jogo, o técnico Otacílio Gonçalves escalou o meio-campo com Cristovão, Bonamigo, Cuca e Valdo, formação que ganhou o apelido de “Grêmio Show“
“GRÊMIO DERROTA O RIVER E PODE ATÉ PERDER A PRÓXIMA
Com a vitória de ontem, 1 a 0 sobre o River Plate, no estádio Olímpico, o Grêmio vai a Buenos Aires, na próxima quarta-feira, dia 11, para não perder pela diferença de dois gois. Se o River ganhar por 1 a 0, o jogo irá à prorrogação. Qualquer outro resultado, com diferença de um gol a favor dos argentinos, classificará o Grêmio para a semifinal da Supercopa Libertadores, contra o Racing. A partida de ontem deixou um alerta para o time gaúcho: os jogadores do River, como manda a tradição argentina, catimbaram muito, pressionaram o juiz e usaram da violência para conter os avanços gremistas. Valdo sofreu diversas faltas e Jorge Veras saiu na metade do segundo tempo, com um corte profundo na barriga da perna. Os 21.200 pagantes proporcionaram uma arrecadação de 7,2 milhões de cruzados.O jogo começou truncado, com o River Plate tirando todos os espaços do Grêmio através de uma eficiente marcação. O time gaúcho não encontrava soluções e até os 10 minutos só exigira urna intervenção de Pumpido, quando Mazaropi já tinha feito quatro defesas. Aos 13 minutos aconteceu o gol, que mudou a história do primeiro tempo. Jorge Veras dominou um cruzamento dentro da pequena área, tirou um zagueiro da jogada e passou para Valdo, que estava fora da área. O ponteiro chutou forte, no canto, sem chance de defesa para Pumpido. E vibrou com seu gol como poucas vezes o fizera no Estádio Olímpico.
A partir deste gol o Grêmio encontrou mais espaços para criar suas jogadas e teve novas chances. Aos 15 minutos, Cuca não alcançou um cruzamento de Jorge Veras. Aos 17, Amaral lançou Lima, livre, na pequena área. O centroavante chutou por cima do travessão. Aos 23, Jorge Veras cobrou uma falta. Pumpido defendeu e, imediatamente, lançou para Caniggia, que avançou livre até a área de Mazaropi. O goleiro do Grêmio conseguiu tirar o ângulo do atacante argentino e defender a bola.
No segundo tempo, o River voltou disposto a conseguir um gol e teve menos preocupações defensivas. Isto tornou o jogo emocionante, com chances de gol para os dois times. Cuca chutou duas vezes a bola no poste e Palma perdeu um gol quando estava livre no ataque. Em Buenos Aires, a seleção brasileira juvenil venceu a Bolívia por 3 a 0, com dois gols de Assis, na primeira fase do Campeonato Sulamericano de Juniores.”(Elder Ogliari – Diário do Sul – 4 de maio de 1988)

Foto: Paulo Dias (Zero Hora)
“GRÊMIO VENCE E AGORA SÓ PRECISA DE EMPATE
Mas o River mostrou que será um adversário muito difícil em Buenos AiresO Grêmio largou na frente, na segunda fase da Supercopa. Na noite fria de ontem, venceu ao River Plate no Olímpico por 1 a 0 —gol de Valdo — e agora decide a vaga para as semifinais na próxima quarta-feira, em Buenos Aires, podendo até empatar. O resultado só não foi o ideal, porque o técnico Otacílo Gonçalves queria ganhar por um escore maior e assim não correr o risco tão grande no Monumental de Nunes.
Primeiro tempo
O River Plate, apesar de jogar fora de casa, não começou a partida retrancado, como era previsível. Lançou-se à frente tão logo o árbitro apitou o início do jogo, e a um minuto já chegava duas vezes até a área de Mazaropi, em cruzada perigosa de Troglio e num chute de Da Silva da intermediária. O Grêmio errava passes, dava sinais de nervosismo, e apenas Valdo e Lima mostravam o seu futebol costumeiro. E foi exatamente Valdo quem mudou todo o panorama do Jogo, com um belo gol aos 13 minutos, após passe de Jorge Veras. Melhorou o Grêmio, enquanto os argentinos passaram a usar de violência (principalmente com Corti e Ruggeri). O problema era o contra-ataque do River, com Caniggia, o que quase resultou no empate, aos 28 minutos: Mazzaropi salvou, jogando-se nos pés do ponteiro. O primeiro tempo terminou com a pressão argentina, sem, entretanto, criação de jogadas perigosas de gol.
Segundo tempo
O Grêmio, buscando a tranquilidade no placar, foi para cima no início do segundo tempo, e logo conseguiu uma boa chance com Cuca. Acontece que os jogadores de defesa erravam muito na saída de bola, proporcionavam com freqüência jogadas de perigo para a equipe argentina e aos 17 minutos Da Silva chutou de dentro da área para boa defesa de Mazaropi. A resposta veio com Cuca, que dois minutos depois acertou o poste de Pumpido e aos 27 — incrível — Cuca acertou outra vez o poste, quando Helinho já estava em campo no lugar de Jorge Veras, que saiu lesionado. O jogo era veloz, ofensivo de ambos os lados, e com Centurion e Enrique nos lugares de Da Silva e Caniggia, o River chegou ao fim correndo mais que o Grêmio. Mas este fator não foi suficiente para impedir uma vitória justa do time gaúcho.
O Placar
VALDO para o Grêmio, 1 a 0 aos 13 minutos do primeiro tempo – Lima deu início à jogada e lançou a bola na área. A zaga se atrapalhou, Veras dominou e atrasou para Valdo, que bateu forte, de pé direito, no ângulo direito do goleiro Pumpido.” (Zero Hora – 4 de maio de 1988)

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)
“DOIS GOLS PERDIDOS ENTRISTECEM CUCA
Ao terminar a partida, apesar da vitória, Cuca estava triste e explicou o motivo de seu desânimo: gols perdidos. O meia gremista, de boa atuação, em duas oportunidades concluiu a gol e a bola bateu no poste:
— Claro que tenho que estar desanimado. Tive duas belas conclusões e por azar foi no poste. Com mais dois gols, estaríamos multo bem situados. Agora é tentar segurar o jogo lá.O presidente Paulo Odone também lamentou os gols perdidos e disse que agora a alternativa é montar um bom esquema para o Jogo em Buenos Aires e tentar manter a vantagem:
— Vencemos um bom adversário e poderíamos ter marcado mais gols. Mas a vitória foi boa e vamos mostrar que sabemos nos defender. Claro que será difícil, embora tenhamos condições de apresentar mais futebol e quem sabe aproveitar as oportunidades criadas.” (Zero Hora – 4 de maio de 1988)“CANIGGIA ELOGIA O BOM ADVERSÁRIO
Muito calmo, o ponteiro Caniggia explicou, ao final do jogo entre Grêmio e River, que o seu time não atuou como costuma e que o adversário acabou por surpreender, pois é bem superior ao Olímpia do Paraguai. O atacante não gostou de ter sido substituído na segunda etapa e disse que o técnico não percebeu todo o seu esforço para construir lances rápidos no setor do frente. Caniggia salientou a segurança da zaga do Grêmio e lembrou que em Buenos Aires será necessário bastante esforço para garantir a classificação:
– Não conseguimos vencer porque encontramos um inimigo muito disposto e qualificado. Entretanto, temos boas chances de ficar com a vaga, pois a decisãoo será na Argentina. Aprendemos aqui e que o Grêmio é muito melhor do que o Olímpia. Nós tínhamos plena consciência desse fato. Redobraremos nossas forçar para chegar na frente.” (Zero Hora – 4 de maio de 1988)

Foto: Zero Hora
Grêmio 1×0 River Plate
GRÊMIO: Mazaropi; Amaral, Astengo, Luis Eduardo e João Antônio; Cristovão Borges, Bonamigo, Cuca e Valdo; Jorge Veras (Helinho) e Lima
Técnico: Otacílio Gonçalves
RIVER PLATE: Nery Pumpido; Jorge Borelli, Nelson Gutiérrez, Oscar Ruggeri e Pablo Erbín; Ernesto Corti, Pedro Troglio e Omar Palma; Jorge Da Silva (Ramón Centurión), Antonio Alzamendi e Claudio Caniggia (Hector Enrique)
Técnico: Carlos Timoteo Griguol
Supercopa 1988 – quartas de final – jogo de ida
Data: 03 de maio de 1988, terça-feira
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre/RS
Público: 21.259 pagantes
Renda: Cz$ 7.255.100,00
Árbitro: Carlos Maciel
Auxiliares: Juan Escobar e Astemio Martinez
Cartões Amarelos: Alzamendi e Corti
Gol: Valdo aos 13 minutos do 1º tempo
October 30, 2018 at 1:23 pm |
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October 30, 2018 at 5:31 pm |
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