Eu estou entre aqueles que não gostaram da nova camisa tricolor do Grêmio. E infelizmente são muitas as questões que me desagradam nesse novo modelo.
Os dois aspectos mais flagrantes (e, ao meu ver, inexplicáveis) são os detalhes em um outro tom de azul na parte de baixo da gola na frente da camisa e na parte superior das costas. Custo a crer que alguém considerou que essa era a melhor solução para essas partes.
Vi algumas pessoas reclamando do tom de azul da camisa. A mim isso não incomoda. Gosto da variação de ano pra ano e acho que o da dessa temporada não é demasiadamente escuro (diferente do azul royal usado entre 1991 e 1993, que ao meu ver fugia sim da tradição do clube).
E, a princípio, não vejo problemas da camisa tricolor ter algum tipo de marca d´água ou estampa. Mas acho que essa foi muito mal aplicada. O contraste é muito alto, deveria ser bem mais sutil (tal qual na camisa reserva do Santos), isso somado ao fato da repetição do desenho ser “grande” e ficar limitado a listra azul tornam essa aplicação muito bruta/grosseira (aqui fica difícil não fazer uma comparação com a nova camisa do Fluminense, cuja marca d´água ficou bem mais harmoniosa e fluída).
Mais uma vez eu fico com a sensação de primeiro esboço do desenho da camisa acabou virando o produto final, sem nenhum ajuste, revisão ou melhoria. Uma pena.
Também não gostei nenhum pouco da entrevista que executivo de marketing do Grêmio, Beto Carvalho deu à Rádio Grenal. Quando é preciso dizer que a camisa vai “crescer” com a volta dos jogos é porque ela não foi muito bem desenhada. Confesso ter imensa curiosidade em saber quem são as “várias pessoas” que participaram da “aprovação interna” (que eu saiba tradicionalmente a aprovação dos uniformes é feita pelo Conselho de Administração).
E um diretor do clube não pode simplesmente se eximir de qualquer responsabilidade sobre o valor das camisas afirmando que “A questão preço é a Umbro que impõe“. Não vivemos um momento muito propício para promover um aumento no preço das camisas (de R$ 290 para R$ 320 na versão de jogador). E sigo achando uma bobagem essa política de ter uma camisa de torcedor e uma de jogador (nesse aspecto vale lembrar que clubes como o São Paulo e Internacional só tem um modelo de camisa e ele custa R$ 250 – ou seja a camisa de “atleta” do co-irmão é setenta reais mais barata do que a camisa de atleta do Grêmio).
Essa gola ficou muito mal resolvida. Todas as outras opções adotadas pela Umbro para os clubes brasileiros em 2020 são bem mais interessantes.
Mas talvez essa gola escolhida para o Grêmio pudesse ser aplicada de uma maneira mais inteligente. Abaixo uma comparação com o modelo original e duas possibilidades de “correção”. Na do centro a listra azul seguiria até em cima, suprimindo esse detalhe da gola. Na da direita esse V ficaria em branco.
No modelo do ano passado já havia uma diferença entre a gola da camisa de jogo para a gola da camisa feminina. Dessa vez o modelo de jogo feminina tem a mesma gola do modelo de jogo masculino, porém a versão de “torcedora” e o kit infantil tem uma gola distinta das demais camisas (uma gola mais tradicional e harmoniosa, diga-se de passagem)
Outra questão que não tem explicação é esse “recorte” em outro tom de azul na parte de cima das costas da camiseta. Abaixo fiz um comparativo com duas possibilidades de “correção”. Na do centro a listra azul seguiria até em cima. Na da direita, esse recorte ficaria em preto.
Outra coisa que vem se repetindo a cada temporada é o fato do Banrisul da parte da frente ser em transfer/silkado enquanto o das costas é sublimado (o patrocínio sublimado é mais resistente/durável e confortável)
E assim como já aconteceu no ano passado a camisa versão de torcedor não tem patrocínio nas costas (faria mais sentido uma versão sem nenhum patrocínio).
E sigo achando que o patrocínio do Banrisul está demasiadamente largo (começa antes do logo da Umbra e termina depois do distintivo)
Como pode se ver no comparativo acima a Umbro vem alternando a cor da listra centralizada, nos anos pares é azul, enquanto nos anos ímpares é preta (de 2000 pra cá só tivemos a listra branca centralizada nos uniformes de 2006 e 2013)
Sigo achando que a listra branca da camisa está demasiadamente estreita. Nas camisas clássicas, na média, a listras preta e azul costumam ser quatro vezes maior que a listra branca. Contudo,a após 2015 a Umbro passou usar outras proporções (conforme gráfico abaixo) nas suas criações:
– Na camisa de 2015 a listra preta e a listra azul eram 4 vezes maiores que a listra branca.
– Na camisa de 2016 a listra preta e a listra azul eram 6 vezes maiores que a listra branca.
– Na camisa de 2017 a listra preta e a listra azul eram 8 vezes maiores que a listra branca.
– Na camisa de 2018 a listra preta e a listra azul eram 3,6 vezes maiores que a listra branca.
– Na camisa de 2019 a listra preta é 9,5 vezes maior que a listra branca, enquanto a listra azul é 10,7 vezes maior que a listra branca.
– Na camisa de 2020 a listra preta é 8,5 vezes maior que a listra branca, enquanto a listra azul é 7,5 vezes maior que a listra branca
July 17, 2021 at 6:10 pm |
[…] Ano passado, ao fazer essa comparação entre os clubes tricolores da Umbro no Brasil, eu fiquei com a clara sensação de que a camisa do Fluminense estava muito mais bem resolvida do que a do Grêmio. […]
December 31, 2021 at 12:32 pm |
[…] uma camisa retrô do modelo usado na Copa do Brasil de 2001. As camisas titulares de jogo de 2019 e 2020 tinham menos listras/listras mais largas. Na minha cabeça isso seria motivo para fazer a camisa de […]