
Foto: Correio do Povo
No Gauchão de 1980, o Grêmio venceu o Caxias por 3×1 no Centenário, em jogo do segundo turno. Baltazar, que terminaria a competição como artilheiro isolado, marcou dois gols naquela noite.

Foto: Pioneiro
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“DEPOIS DO SUSTO, VITÓRIA TRANQÜILA DOS GREMISTAS
Depois de um primeiro tempo muito movimentado e que finalizou empatado em 1 gol, o Grêmio foi superior nos últimos 45 minutos, fazendo 3 a 1, ontem à noite, no Estádio Centenário, em Caxias, A partida foi desenvolvida em ritmo quente e o tricolor manteve a liderança folgada com muita garra. O Caxias foi um adversário difícil e sua torcida não gostou do juiz.
PRIMEIRO TEMPO — O jogo começou muito quente. O Caxias aceitou a proposta de fazer uma partida em afta velocidade. O Grémio por sua vez entrou em ritmo acelerado. Assim logo nos primeiros movimentos pode-se observar o entusiasmo dos times.
Aos cinco minutos num descuido da defensiva tricolor Zezinho saiu da ponta-esquerda invadiu e deu um passe preciso para Juti. O comandante de :ataque não perdeu tempo arrematando sem defesa para Leão: Caxias 1 a 0.
Sem perder a velocidade o Grêmio foi em busca do empate. Este aconteceu aos treze minutos quando Dirceu cruzou bola para área. Tarciso desviou para o poste e Baltazar acertou as redes de Ortiz.
O 1 a 1 foi justo. Grêmio e Caxias tiveram uma movimentação muito equilibrada, E a partida nesta etapa agradou.
SEGUNDO TEMPO — O Caxias não resistiu. O Grêmio, depois de mostrar um excelente primeiro tempo, confirmou plenamente. Com velocidade e boa movimentação na meia-cancha, o tricolor não deu espaço para os caxienses manobrarem.
Aos 29 minutos, os 2 a 1 para o Grêmio. Odair foi derrubado na área e o juiz deu penalidade máxima. Baltazar cobrou e marcou. Aos 39, numa jogada pessoal, Tarciso encerrou o marcador em Caxias: 3 o 1 Grêmio. O jogo, nesta fase, também valeu pelo empenho. “ (Correio do Povo, 2 de outubro de 1980)
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“Os jogadores do Caxias reclamaram muito do árbitro Orion Satter de Mello. Especialmente pela não marcação de penalidade máxima, no segundo tempo, ocorrida na área gremista. Aqui, a reclamação no momento da marcação da penalidade sobre Odair contra o Caxias. Mais tarde, foi constatado que o pênalti existiu, pois o jogador gremista foi empurrado.” (Pioneiro, 4 de outubro de 1980)
“CAXIAS COM MAIS DIFICULDADES PARA CHEGAR À CLASSIFICAÇÃO
A derrota diante do Grêmio por três a um, na quarta-feira à noite, não pode ser considerada como surpresa. O Caxias não vinha apresentando futebol para vencer o adversário, mais categorizado e com grande poder de conjunto. Mas o Caxias via no encontro a chance de fazer esquecer todas as falhas cometidas ao longo do certame. Além disso, a partida marcou a volta do técnico Marco Eugênio. E este tem já uma imagem formada na opinião pública esportiva de ser inimigo do Grêmio. Inimigo em termos esportivos. No fundo, Marco Eugênio não tem a intenção de ser reconhecido como tal. O destino esportivo foi quem criou essa situação. E o detalhe serviu muito para dar mais atrativo ao jogo.
O Caxias iniciou com muita vontade, muita disposição. Até nem parecia atravessar uma fase de confusão. Marcou um gol logo aos cinco minutos, através de Juti. Mas a velocidade empregada no jogo pelo Caxias não foi sustentada. O Grêmio aceitou a proposta de jogo. E passou a se movimentar muito. Ainda mais com um gol sofrido logo no início. E talvez ai tenha residido todo o problema da equipe de Marco Eugênio. Propôs um sistema que não pôde suportar ao longo dos 90 minutos. O Grêmio empatou aos 13 minutos, justamente através de uma lance de velocidade do ponteiro Tarciso. A bola ia para a linha de fundo. Ninguém do Caxias acreditou que ela pudesse ainda ser alcançada. Mas Tarciso valeu-se da facilidade de correr, cruzou para a área, a bola bateu no poste e foi para Baltazar. Livre, marcou fácil. A partir daí, o jogo teria outra história. Aos 29, Baltazar fez o segundo gol, cobrando penalidade máxima e Tarciso, aos 39, marcou o terceiro. Houve muita reclamação quanto à arbitragem. Esta, efetivamente, não foi boa. Por tudo o que aconteceu. Aceitou reclamações, deixou de marcar duas penalidades, uma a favor do Grêmio e outra a favor do Caxias. Jogadores chegaram a agredir o árbitro Orion Satter de Mello, sem que tomasse providências. A renda é que foi excelente: Cr$ 1.049.200,00
Com esta derrota, somada às demais, o Caxias encontra cada vez, maiores dificuldades para chegar ao hexagonal.” (Pioneiro, 4 de outubro de 1980)
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Foto: Pioneiro
GRÊMIO: Leão; Casemiro, Newmar, Vicente e Dirceu: Bonamigo (Plein), Paulo Isidoro e Renato Sá: Tarciso, Baltazar e Odair.
Técnico: Paulinho de Almeida
CAXIAS: Ortiz; Lauri, Ademir, Jerônimo e Segato; Vilson, Toninho e Liminha; Gonçalves, Juti e Zezinho.
Técnico: Marcos Eugênio
Local: Estádio Centenário, em Caxias do Sul-RS
Renda: CrS 1.049.200,00
Árbitro: Orion Sater de Melo
Auxiiares: Laor Ferreira e Carlos Torres. RE