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Gauchão 1962 – Grêmio 4×2 Inter – O “Supercampeonato”

February 7, 2023
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Foto: Revista do Globo

Há exatos 60 anos, o Grêmio conquistava o Campeonato Gaúcho de 1962 ao vencer o Internacional por 4×2 no Olímpico.

Vimos aqui como o Grêmio foi tirando uma diferença ao longo dos segundo turno, chegando na última rodada precisando de uma vitória nos Eucaliptos para forçar um jogo extra de desempate.

Pois bem, essa foi a partida de desempate, jogada somente em fevereiro de 1963 em função das férias (imposta pela CBD) dos jogadores. E como houve esse jogo extra, o título ganhou a alcunha de “supercampeonato”.

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Foto: Diário de Notícias

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Foto: Revista do Grêmio

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GRÊMIO – CAMPEÃO LEGÍTIMO E AUTÊNTICO
Jogando com o coração, fibra e camiseta, o clube tricolor alcança título verdadeiramente glorioso para as suas côres — Dobrado o Internacional por 4×2 — Indisciplina dos craques rubros prejudicou sensivelmente a equipe — Expulsos Pilôto e Ary — O desenrolar do sensacional clássico da noite de ontem — Desempenho brilhante de Eunápio Queiroz

Grêmio alcançou, ontem, à noite, sem dúvida, feito glorioso. Realmente, de outra maneira não se poderá classificar sua façanha. Encontrando-se, como se encontrava, já ao apagar das luzes do Campeonato, em condições de acentuada desvantagem relativamente ao seu velho e sempre respeitável adversário — o Internacional — então com tudo para chegar ao bicampeonato, veio ainda a emparelhar com o ponteiro, que havia sido derrotado pelo Aimoré, e, agora. conquistar o cetro máximo do futebol gaúcho, de que há um ano se achava separado.

Para o grande e notável feito, que credencia o velho e simpático tricolor como uma das grandes equipes do País, cooperou de maneira eficiente, sem dúvida, o atual técnico, Sérgio Moacir Nunes, que, é natural, parece agora trabalhar com entusiasmo renovado, integrado, que se acha, no clube que é — todos o sabem — o do seu coração. Igualmente à direção tricolor, destacando-se seu incansável e correto presidente, dr. Pedro da Silva Pereira, cabe uma parcela ponderável, preciosa, nessa conquista. E — a sua sempre presente e entusiástica torcida, elemento preponderante para as grandes conquistas.

Nossos parabéns, nossos cumprimentos ao glorioso tricolor. O título está com quem o mereceu.

O JOGO

A conquista da Grêmio Pôrto Alegrasse foi fruto do sangue e da garra de seus atletas. Os coloradas venciam por 1×0, mas depois do empate os tricolores passaram a jogar com mais apetite, dominando as ações e o terreno. Do empate em diante, o esquadrão treinado por Sérgio caminhou mais, correu mais e jogou mais. Apareceu a velha garra gremista e, com ela, veio a conquista notável para suas cores, mais notável: Seu esquadrão, que não havia feito um bem primeiro tempo, voltou ao campo para o tempo final com garra e grande disposição. Renato, sua maior figura, juntamente com Airton e Ortunho, principalmente, desdobraram-se. Defendiam e levavam o ataque para a frente, no afã de marcar tentos.

Os esforços dos tricolores não foram perdidos. Surgiu o 2×1 e, a seguir, o 3×1. Nessa altura, com a vitória nas mãos, as rapazes do Olímpico redobraram ainda mais seus esforços, e, como uma máquina, foram se tornando brilhantes. Corriam para todos os lados. Defendiam e atacavam. A meia cancha — Elton e Milton —perdida no início da fase inicial, voltou à serenidade e começou a desfazer as cargas rubras, com categoria. O ataque deslocava-se mais e melhor e seus homens procuravam o arco de Gainete sempre bem, pois a meia cancha dos colorados — Bandeira (depois Piloto), e Osvaldinho, nada fazia de positivo. Andou sempre fora das jogadas, atrapalhado. Mas os 3×2 trouxeram, ainda, apesar do adiantado da hora (43 minutos), um alento aos rubros, que já estavam atuando com 10 homens, pois Piloto havia sido expulso do gramado, após ter atingido, violentamente, a Vieira, sem bola. O Grêmio, porém, não parou, e, nos minutos derradeiros da contenda assinalou o tento n.º 4, obra de Vieira. Antes, sr. Eunápio de Queiroz, acertadamente, expulsara do campo o zagueiro Ari, que deu um violento pontapé em Marino também sem bola. Aliás, a verdade é que os atletas do Internacional perderam a cabeça. Perturbando-se totalmente. E ai — claro — a partida ficou mais à feição para os campeões de 62, que, então, passaram a jogar com calma e maior dose de confiança. Pode-se dizer que depois do tento de Joãozinho, o Grêmio comandou ao ações, tal era a perturbação dos rubros. Ninguém mais se entendia e suas avançadas já não mais preocupavam a defensiva tricolor, que agia com tranquilidade. Deve-se dizer ,a esta altura, que a defesa do Grêmio só no segundo tempo é que se firmou mesmo de verdade. Antes, andou perdida, faltando chance aos dianteiros colorados para concretizar. Por duas vezes Sapiranga perdeu-se com a pelota, não assinalando tentos certos. O ponto alto mesmo do Internacional foi a dianteira. Flávio foi sua grande figura. Procurou fazer jogadas certas e as realizou. Gilberto e Sapiranga, estiveram bem, parando nos minutos finais, principalmente depois que o Grêmio assumiu as rédeas da partida. Na defensiva Zangão e Soligo forma os de menor expressão no quadro. Gainete foi o culpado de dois tentos. O terceiro de Ivo Dlogo e o de Joãozinho. Ambos eram perfeitamente defensáveis. Os demais elementos do Internacional andaram com altos e baixos. As expulsões de Piloto e Ari foram as mais acertadas. Eunápio de Queiroz agiu bem.

A representação do Grêmio mereceu o triunfo e o campeonato. Ontem, por exemplo, o Grêmio enalteceu sua conquista pelo que apresentou, na fase final. Sua garra surgiu e seus atletas levaram de roldão adversários, procurando uma vitoria que foi significativa por todos os motivos. Os atletas gremistas portaram-se bem e a disciplina mais uma vez veio à tona. Enquanto a indisciplina começou a campear entre os colorados, os rapazes do Grêmio mostraram-se tranquilos, aguentando tudo com serenidade e respeito. Receberam ponta-pés e não revidaram. Assim, a vitória do Grêmio frente ao internacional, ontem, foi justa e acima de tudo brilhante. Os tricolores conquistaram um campeonato que já estava perdido, liquidado.

QUADROS, TENTOS, ARBITRO
E RENDA

Os dois quadros assim formados:
GRÊMIO — Henrique; Renato, Airton, Altemir e Ortunho. Elton e Milton; Marino. Joãozinnho, Ivo Diogo e Vieira.

INTERNACIONAL — Gainete, Zangão, Ari, Cláudio e Soligo; Bandeira (Pilotto) e Osvaldinho; Sapiranga, Mauro, Flávio e Gilberto.

— Os tentos foram assinalados por Ivo Dlogo (2) (um de pênalti), e por Joãozinho e Vieira para o Grêmio. Os pontos do Internacional foram anotados por Soligo (pênalti) e Flávio.
— Dirigiu a contenda, com acerto e correção, o sr. Eunápio Queiroz. Não fosse o seu trabalho ponderado, talvez o embate não tivesse chegado ao seu final. Eunapio e seus auxiliares andaram multo bem.

— Renda do joga: aproximadamente de 6 milhões de cruzeiros.”(Correio do Povo, sexta-feira, 8 de fevereiro de 1962)

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Foto: Revista do Grêmio

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“VITÓRIA MEMORÁVEL DOS TRICOLORES
4×2: Placar justo e inapelável
Ao internacional sobrou espírito de luta, vibração, mas faltou harmonia
[…]

Marcha do Placar

A mudez do placar do Estádio Olímpico foi quebrada aos 21 minutos de jogo e a façanha pertenceu a Flávio, do Internacional. Numa das muitas e perigosas investidos da vanguarda do quadro escarlate. Cláudio serviu Mauro no centro do gramado e este, rápido estendeu para Flávio, O jovem dianteiro rubro aplicou uma espetacular finta em Airton (antes já havia aplicado varias outras) e apontou rasteiro de pé direito. A bola bateu no poste direito da cidadela guarnecida por Henrique e foi para, as redes, Um golaço do melhor jogador em campo.

GRÊMIO EMPATA DE PENALTI
Os tricolores conseguiram o empate aos 35 minutos. Joãozinho adiantou para Marino deslocado pelo centro a altura da intermediaria. O avante gremista perseguido por Cláudio, adentrou a grande área e, quando se aprontava para alvejar a meta de Gainete, foi aterrado por traz pelo quarto-zagueiro colorado, O juiz Eunápio de Queiroz foi preciso na marcação da penalidade máxima, Ivo Diogo cobrou o tiro de rigor e atingiu as malhas de Gainete.

GREMIO CAMINHA PARA O TRIUNFO: 2×1
Somente aos 33 minutos da etapa derradeira foi que o Grêmio conseguiu assinalar o seu segundo gol e com ele marchar para a conquista do triunfo consagrador. Ivo Diogo serviu Joãozinho e este mandou a redonda para Vieira na direita, que devolveu ao «pequeno polegar>> gremista. Gainete adiantou-se no terreno e Joãozinho o cobriu magistralmente. A bola passou por cima da cabeça do arqueiro rubro. Delirio da «torcida» tricolor.

IVO DIOGO: 3×1
O Gremio comanda as ações em campo e nota-se que o adversário começa a perder a tranquilidade. Decorrem 40 minutos e o quadro local consegue o seu terceiro gol. Ary comete feia falta sobre Vieira. O próprio ponteiro cobra e, infração, suspendendo para a esquerda, onde Ivo Diogo, junto de Gainete, mete a testa na bola e a envia para o fundo das redes.

INTER DESCONTA DE PENALTI
É notório o descontrôle da equipe colorada. Piloto foi expulso de campo, mas mesmo assim. aos 42 minutos; consegue o Internacional diminuir a diferença, através de um gol de penalidade máxima. Sapiranga fugiu pela esquerda, perseguido por Airton. Na hora de executar o tiro final foi aterrado pelo Pavilhão, O árbitro marcou a penalidade com precisão. Soligo executou o chute de onze metros e venceu a vigilância de Henrique.

GRÊMIO: 4×2 E FIM DE FESTA
Desarvora-se totalmente equipe rubra, já agora com apenas nove jogadores, uma vez que Ary também foi expulso de campo. Decorrem 50 minutos, portanto já no período de descontos. Joãozinho para Elton e este para Vieira, na direita, o ponteiro ageitou o balão como quis e chutou cruzado e rasteiro para as redes de Gainete. Triunfo merecido do Grêmio de 4×2 e conquista do título de 1962” (Diário de Notícias, sexta-feira, 8 de fevereiro de 1962)

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Grêmio

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Globo

Taça da Legalidade 1962 – Grêmio 4×1 Operário Ferroviário

August 9, 2022
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Foto: Folha da Tarde Esportiva

O único confronto entre Grêmio e Operário Ferroviário em Porto Alegre aconteceu em 1962, pela Taça da Legalidade. Vitória tricolor por 4×1.

Acho muito interessante perceber como são minuciosas as crônicas dos jogos publicadas na Folha da Tarde Esportiva daquela época.

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Foto: Folha da Tarde Esportiva

GRÊMIO PASSOU BRINCANDO PELO OPERÁRIO: 4 X 1

O Grêmio Pôrto Alegrense com tranquilidade — 1.º tempo fêz 4 x O no Operário Ferroviário de Ponta Grossa, Paraná, polo Torneio da Legalidade. No tempo final aconteceu um toque de justiça: o ponto de honra dos visitantes, fixando a contagem em 4×1. Os vice-campeões doRio Grande provaram diferença fundamental de football no 1º tempo sôbre os vice da terra araucariana. Aproveitando o mau trabalho dos homens de área do Operário, sempre desatentos, aos deslocamentos dos avançados, os gremistas foram tranquilamente impondo seu melhor football.

Enquanto a peleja não tinha o sua definição espelhada e, consequentemente, obrigava a um  trabalho mais árduo, a gente de Ênio Rodrigues deixou claro sua inconteste vantagem  sobre os” ponta-grossenses. Isto foi irrefutável. Não pode haver um paralelo de comparação, enquanto o jogo não estava decidido.

Os avançados tricolores, na 1ª parte do espetáculo, aproveitaram-se das constantes indecisões da linha de zagueiros Paranaense. Com os costados mal guarnecidos e com Ribamar e Laércio incapazes tecnicamente, e sem velocidade para contar Marino, Juarez e com Hélio Silvestre. vendo Elton, por um “binóculo” quando o médio ingressava na área, paulatinamente o cotejo ganhava um colorido unilateral, Era o Grêmio que dava a toada do match. Impunha sua melhor ordenação geral ante um team, bravo é verdade, porém carecendo de melhor estrutura defensiva: Somando-se ao bom trabalho ofensivo, empurrado por Elton e Milton, os gaúchos contavam ainda cem o total desacerto das linhas mais recuadas dos visitantes.

Os leves pecados iniciais de Sérgio (uma vez), Brandão e Mourão (que se recuperaram rápidos) não serviram para gerar ocasiões para boas descidas da rapaziada do Paraná, isto nos 45 minutos iniciais. Elton e Milton punham em constante movimentação seus companheiros de frente e o chefe dos médios foi figura que cumpriu saliente papel nas arremetidas contra o retângulo do ótimo guardião Arlindo.

Com muita folga e os donos do Olímpico fizeram 4×0 no Operário. É verdade que nos últimos 15 minutos da 1ª fase, já se notava uma visível poupança dos gremistas.

Para o período derradeiro, o vice-campeão Paranaense despontou com mais vontade e acerto. Alguns fatores influíram para que tanto acontecesse. O Grêmio – e o marcador em parte justificava isso — parou muito e aquele ritmo rápido, nervoso e acertado do 1º tempo desapareceu. Elton e Milton excelentes no tempo primário — ”sentaram um pouco na retranca”. O ataque lutou com mais dificuldades e alguns de seus homens (Vieira por duas vezes), Marino (igual número), Adroaldo e Juarez (uma cada um), foram bisonhos e revelaram uma falta de habilidade espantosa ao perderem “goals feitos”. Deste desperdício, o vice local pagou pesado pecado; não marcou tentos no período conclusivo.

Por seu turno, os de Ponta Grossa, solidificavam sua linha de zaga com o ingresso de Pacheco como homem de área e a retirada de um homem que claudicava: Daniel, conto lateral direito. Laércio foi para a asa média e ficaram na área Pacheco e Ribamar.

Mesmo dando-se o desconto que o Grêmio parou, foi excelente estio alteração. Hélio Silvestre moveu-se um pouco melhor e Fiuza funcionou com mais rapidez e inteligência. O ataque foi pôsto em funcionamento. A defensiva, consequentemente, dos gaúchos foi chamada a arcar com a responsabilidade maior do que no 1.º tempo. Os do Operário insistiram em descidas contra a meta de Irno. Notou-se, então, certas hesitações do bloco mais recuado tricolor, O trabalho de Sérgio em Otavinho já não era aquele muito bom do começo; Airton lutava contra Sílvio, um jogador valente; Leocádio ganhava alguma progressão contra Brandão e Mourão desdobrava-se para não permitir liberdades maiores a Jairo.

Mesmo com o Grêmio deixando de marcar (criou muito mais situações aflitivas), isto por falta de habilidade de seus avantes, foi justíssimo o ponto de honra conquistado em cima da hora, por Leocádio. Não padeceu dúvidas, o liquido triunfo do Grêmio, mesmo permitindo ao adversário presença no tempo final. Foi o triunfo daquele que deixou patente ter mais condições coletivas e individuais como esquadra de football. O Grêmio valeu quando o match ainda era uma incógnita. Daí, o alto mérito de seu triunfo. Depois, com um marcador já de 4×0, relaxou bastante os movimentos e deu chance ao team de Agustin Martinez despontar com alguma inspiração. Mesmo parecendo um paradoxo, perdendo por 4×1, o Operário-Ferroviário (em que pese a diferença fundamental) deixou impressão em pouco melhor no que diz respeito á ofensiva, do que aquilo que rendeu contra o Internacional, num match que findou zero a zero. O cotejo teve em sua primeira etapa a parte mais interessante e correta. No período derradeiro não chegou a entusiasmar inteiramente, não obstante o esforço e o relativo bom comportamento dos rapazes do Paraná, .

DETALHES TÉCNICOS
Local: Olímpico.
Renda: Cr$ 567.790.00
Equipes:
GREMIO PA (4) — Irno, muito bom; Sérgio, ótimo no princípio para cair um pouco no tempo final; Airton, com momentos de alto gabarito para se descuidar no fim: Brandão, regular: Mourão, firme na maioria dos movimentos; Elton, grande peleja no início para parar no final; Milton, igual ao “Alemão”; Adroaldo, dono de jogadas rápidas e corretas; Marino muito bom no 1º tempo. Caiu de produção e foi substituído por Abílio sem vantagem alguma: Juarez, quando “aligeirou” o jogo esteve bens, depois “amarrou” muito; Vieira, perdeu dois gols impossíveis, lances que comprometeram seu excelente 1º tempo.

OPERARIO-FERROVIÁRIO (1) — Arlindo, voltou a luzir: Daniel, muito mal, depois Laércio que jogou multo mais na lateral do que dentro da área; Ribamar, vulnerável no 1º tempo. Depois cresceu um pouco; Candinho, perdeu a batalha no 1.º tempo para jogar mais desafogado no fim. Hélio Silvestre, não reeditou seu bom trabalho do jogo contra o Internacional. Foi notado quando Elton parou bastante; Fiuza pareceu no 2º tempo; Jairo, Sílvio, Leocádio e Otavinho, com nota melhor para a bravura de Sílvio. Jogou melhor o ataque do que contra o campeão gaúcho.” (ANTONIO CARLOS PORTO, Folha da Tarde Esportiva, Sábado, 24 de fevereiro de 1962)

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OPERÁRIO NÃO RESISTIU AO PODERIO DO GRÊMIO E FOI GOLEADO NO OLÍMPICO: 4X1

[…]
Aos 14 minutos de ações, magnificamente lançado por Milton, Elton invadiu a área adversária e frente a frente com Arlindo, enviou a pelota para as redes. Seis minutos após. Marino realizou com êxito um impressionante «rush» e arrematou de pé esquerdo, anotando o tento número dois Aos 31 minutos. Marino cruzou forte e Ribamar, tentando a defesa, desfiou a pelota para dentro de suas próprias redes e o quarto tento dos tricolores foi também, fruto de uma jogada infeliz de Candinho que. Muito afoito, enviou a pelota para dentro de seu próprio arco, após uma defesa parcial de Arlindo, aos 45 minutos de jogo. […]” (Jornal do Dia, Sábado, 24 de fevereiro de 1962)

 

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Foto: Folha da Tarde Esportiva

 

“GRÊMIO CONTINUA NA CAMINHADA: VENCEU O OPERÁRIO, ONTEM
4 x 1 foi o resultado do embate — Marcaram os tentos: Elton, Marino (2) e Adroaldo; Leocádio marcou para o Operário — Regular a atuação do árbitro paranaense — Renda da partida : Cr$ 567.790,00

Grêmio e Operário Ferroviário jogaram ontem, no Olímpico mais uma partida, em prosseguimento ao Torneio Sul Brasileiro Inter-Clubes. Os tricolores, pelo que realizaram na fase inicial, venceram por 4×1. Os primeiros 45 minutos pertenceram aos locais, que bens coordenados, dominaram completamente as jogadas. Já no segundo tempo, o assunto mudou. O Operário estive bem melhor, porém seu ataque não produziu o esperado, o que de resto aconteceu na fase inicial e por ocasião do primeiro jogo entre nós.

Mas o quadro visitante trabalhou a contento, em que pese alguns defeitos de seus defensor. O trabalho da defensiva do Operário foi bom e quase certo. Arlindo voltou a brilhar, tendo ainda sorte em algumas jogadas, salvando tentos certos. Por outro lado, os atacantes do Grêmio perderam grandes oportunidades, estando nessas condições Marino e Vieira. Este, em duas vezes seguidas, deixou de marcar com o arco aberto. Mas na fase final, o ataque do Grêmio não caminhou como aliás se esperava, dado o resultado do primeiro tempo. Caíram os atacantes locais na armadilha dos defensores do Operário, que com habilidade abandonavam a grande área, e em consequência, os dianteiros gremistas ficavam impedidos. Isso aconteceu várias vêzes, principalmente com Juarez. O quadro do Operário trabalhou bem na fase derradeira, tendo inclusive envolvido os tricolores, por momentos. Mas a defensiva local esteve sempre firme, claudicando apenas no tento de honra dos visitantes, ao apagar das luzes. E o tento de Leocádio, foi o coroamento do esforço do quadro, que na verdade andou bem melhor que na fase final. Há um outro detalhe interessante. O quadro do Grêmio, com o resultado do primeiro tempo (4×0) voltou desinteressado no placar, procurando apenas defender-se e esporadicamente atacar. Os tentos não surgiram mais e todos estavam certos que o jogo terminaria com o resultado da primeira fase. Mas não aconteceu. Os visitantes no final do prélio marcaram o tento de honra. A vitória do Grêmio, foi, na verdade, a conquista do melhor quadro. Apareceu a hierarquia e os tricolores continuam liderando o torneio, invictos.

QUADROS, TENTOS, ÁRBITRO E RENDA

Os dois quadros jogaram assim firmados:

GRÊMIO — Irno; Sérgio, Airton, Brandão e Mourão; Elton e Milton; Adroaldo, Marino (Abílio) e Vieira.

OPERÁRIO — Arlindo; Daniel (Laércio); Ribamar, Laércio (Pacheco) e Candinho; Hélio Silvestre e Flua; Jairo. Silvio, Leocádio e Otavinho.

— Os tentos foram assinalados por Elton, Marino (2), sendo que o último, a pelota raspou em Ribamar e Adroaldo. Antes da pelota entrar no arco, bateu em Candinho. O tento de honra do Operário foi obra de Leocádio.

— Dirigiu a partida, regularmente, o sr. José Barbosa de Lima Neto, da FPF.

— A renda do embate foi boa: Cr$ 567.790,00.” (Correio do Povo, Sábado, 24 de fevereiro de 1962)

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Foto: Correio do Povo

 

“GRÊMIO CONTINUA SUA MARCHA EM BUSCA DO TÍTULO DA LEGALIDADE: OPERÁRIO 4X1” (Diário de Notícias, Sábado, 24 de fevereiro de 1962)

 

“OPERÁRIO GOLEADO PELO GRÊMIO NO OLÍMPICO: 4X1
— O Operário Ferroviário de Ponta grossa foi goleado hoje à noite, no Estádio
Olímpico, por 4×1, pelo Grêmio Portoalegrense, no cotejo de despedida dos alvinegros. A peleja apresentou duas fases distintas, e na primeira, o placar de 4 x 0. diz tudo o que foi aquela etapa, quando o “fantasma” esteve multo longe e corresponder a expectativa do público presente ao estádio do Grêmio” (Diário do Paraná, Sábado, 24 de fevereiro de 1962)

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Foto: Revista do Grêmio n.º 37

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GRÊMIO: Irno; Sérgio Airton, Brandão e Mourão; Elton e Milton; Adroaldo, Marino (Abílio) e Vieira
Técnico: Ênio Rodrigues

OPERÁRIO: Arlindo; Daniel (Laércio); Ribamar, Laércio (Pacheco) e Candinho; Hélio Silvestre e Flua; Jairo. Silvio, Leocádio e Otavinho
Técnico: Agustin Martinez

Taça da Legalidade 1962 – Operário Ferroviário 0x1 Grêmio

April 27, 2022

O Grêmio só jogou com o Operário Ferroviário em Ponta Grossa em uma única ocasião, na Taça da Legalidade (Campeonato Sul-Brasileiro de 1962). Vitória gremista por 1×0.

Achei interessante que na revista do Grêmio sobre a conquista do título é transcrito a crônica da partida feita pelo Correio do Povo e publicado uma imagem do jogo em Porto Alegre, que foi disputado à noite como sendo dessa partida em Ponta Grossa. Ocorre que esse confronto teve seu ponta-pé inicial marcado para as 16h00min. Nas imagens dos jornais de Curitiba inclusive é possível ver que o Grêmio utilizou uma meia escura, listrada, nessa partida.

 

“GRÊMIO VENCEU OPERÁRIO: GOAL MARCADO AO APAGAR DAS LUZES
Mais uma derrotas do Operário Ferroviário que desta vez jogou melhor que outras oportunidades – Renda não chegou a quatrocentos mil cruzeiros” (Diário da Tarde, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1962)

 

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“GRÊMIO SOFREU CONTRA O OPERÁRIO MAS MANTEVE A LIDERANÇA: 1 x 0

PONTA GROSSA, 4 (Esportiva) — O Grêmio manteve a liderança invicta do Torneio Sul-Brasileiro, ao vencer, esta tarde, no Estádio de Vilas Oficinas, o Operário Ferroviário pela contagem de um a zero. O team tricolor não realizou uma boa partida. Esteve longe de ser aquêle mesmo quadro que venceu ao Metropol por 3×0. A defesa voltou a marcar de homem para homem. Com Isso, muitas vêzes Airton e Ortunho foram envolvidos pelos pontas-de-lança contrários. Por muitas vezes, a meta de Irno andou perigando. Além disso, a meia-cancha também não trabalhou muito bem. Gilnei não deu conta do recado. Um pouco lento e descuidado na marcação o “gigante” não trabalhou como devia. E no ataque, eram os pontas-de-lança que falhavam. Joãozinho e Juarez não foram ne sombra daquêles que jogaram contra o campeão catarinense. Mas, mesmo assim, criaram algumas situações de goal. Isso foi o que aconteceu na primeira fase com o quadro gremista.

Para o segundo tempo o Grêmio não mudou o sistema de jogar. Continuou tudo no mesmo. A defesa andou se complicando, enquanto o ataque não dava combate necessário à defensiva contrária. Todavia, os tricolores criaram algumas situações de goal. E foi Juarez, que não trabalhou bem, quem salvou o Grêmio de uma derrota, dando excelente passe para Vi marcar.

O Operário Ferroviário, por seu turno, merecia melhor sorte nessa partida. Com Otavinho e Hélio Silvestre trabalhando otimamente na meia-cancha, o vice-campeão paranaense deu muito trabalho à defesa do Grêmio. E somente  não marcou porque a sorte não ajudou. Silvio, inclusive, acertou um “tiraço” no travessão do arco de Irno.

O conjunto local fêz por merecer um empate. Lutou do início ao fim de igual par igual com o Grêmio. Ao se ataque, faltou mais tranquilidade nos arremates finais. E também a sorte não ajudou muito ao Operário Ferroviario.

Em resumo, a partida foi boa. As duas equipes lutaram muito. Pela movimentação, pela técnica, o cotejo agradou ao bom público presente à praça de esportes local.

O GOAL — Aos 36 minuto desceu o ataque do Grêmio. Juarez, como sempre, entrou área a dentro. Passou por um adversário e entregou para Vi. Este, da altura do penalty, fuzilou à meia-altura no canto direito, vencendo a Arlindo.

OUTROS DETALHES — Aparicio Viana e Silva foi o juiz e a renda somou Cr$ 316.520,0 Os dois quadros formaram da seguinte maneira: GREMIO: Irno; Sérgio. Airton, Ortunho e Mourão; Gilnei e Milton; Adroaldo, Joãozinho, Juarez e Vi. OPERARIO FERROVIARIO: Arlindo; Pacheco, Ribamar, Laércio e Candinho; Hélio Silvestre e Otavinho; Jairo, Silvio, Leocádio (Roberto) e Fiuza.” (Folha Esportiva, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1962)

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TRICOLORES VENCERAM SEM CONVENCER EM PONTA GROSSA

PONTA GROSSA. 5 (CP) — Em jogo determinado pelo carnet do “Torneio da Legalidade”, jogaram ontem, nesta cidade. os conjuntos representativos do Operário-Ferroviário e do Grêmio Pôrto Alegrense, respectivamente vice-campeões do Paraná e do Rio Grande do Sul. Havia expectativa par ao encontro, pois o conjunto visitante realizaria seu primeiro jogo na “Princesa dos Campos”, como ainda defendia a liderança absoluta do torneio em apreço. De fato, bom público anuiu ao gramado da Vila Oficinas mas a equipe visitante, embora vencendo por 1×0, não chegou a convencer, bem como não chegou a justificar a fama de que vinha precedida. Não obstante seu triunfo foi liquido, mas fruto mais da oportunidade aproveitada do que uma ampla superioridade nas ações.

Coube ao ponteiro Vieira decretar o único tento da partida e aquêle que daria a vitória ao seu quadro. O “goal” surgiu aos 36 minutos da etapa complementar, quando Juarez passou por um contrário e estendeu a Vieira. O ponteiro esquerdo, na altura do penalty, atirou forte, à meia-altura, vencendo a Arlindo. Os dois quadros estavam assim organizados:

GREMIO — Irno; Sérgio, Airton, Ortunho e Mourão; Gilnei e Milton; Adroaldo, Joãozinho, Juarez e Vieira

OPERARIO-FERROVIÁRIO — Arlindo; Pacheco, Ribamar. Laércio e Candinho; Hélio Silvestre e Otavinho Jairo, Silvio, Leocádio (Roberto e Fiuza.

Na arbitragem esteve Aparício Viana e Silva, que acompanha a missão visitante. Sua atuação foi apenas regular. A renda foi boa: Cr$ 316.520,00.” (Correio do Povo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1962)

 

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Gauchão 1962 – Inter 0x2 Grêmio

March 18, 2022
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PRIMEIRO TENTO DO GRÊMIO – Êste foi o primeiro tento do Grêmio, de autoria de Marino. Vieira entrou pela esquerda e centrou. Cláudio e Juarez pularam, não conseguindo alcançar a pelota, que sobrou para Marino. O atacante tricolor invadiu a área, pasou fácil por Ezequiel, ficando frente a frente com Gainete. O arqueio veio ao encontro do “forward” gremista, mas nada conseguiu. Na foto acima temos Marino de braços abertos, vendo a pelota bater nas rêdes, Ezequiel e o guardião Gainete.” (Correio do Povo, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

No Gauchão de 1962, o Grêmio venceu o Inter nos Eucaliptos por 2×0, os dois gols marcados por Marino no segundo tempo.

É interessante explicar o contexto da partida. O campeonato estadual daquele ano foi disputado por 12 equipes, em pontos corridos, com turno e returno.

Ao final da 17ª rodada, o Inter estava na liderança com 28 pontos. O Grêmio precisava buscar uma diferença de 6 pontos nas últimas 5 rodadas (lembrando que na época a vitória valia 2 pontos). A derrota do Inter para o Aimoré na penúltima rodada deixou o campeonato em aberto para o clássico da última rodada. O Inter só precisava de um empate para garantir o título e o Grêmio necessitava da vitória para forçar um jogo desempate.

Tem dois detalhes interessantes nas imagens que ilustram o post. O primeiro é possível notar nas duas primeiras fotos, onde se vê que as cadeiras colocadas nas arquibancadas posicionadas atrás de um gol dos Eucaliptos. O outro pode ser percebido em todas as fotos, que é o fato das duas equipes terem jogado com meias escuras (diferente do que aconteceu nos clássicos anteriores daquela temporada). Eu suponho que o Grêmio tenha usado meias cinzas enquanto o Inter utilizou meias vermelhas.

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Foto: Folha da Tarde

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Foto: Revista do Grêmio, ano VII, n.º 39, 1963

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Foto: Revista do Grêmio, ano VII, n.º 39, 1963

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Foto: Revista do Grêmio, ano VII, n.º 39, 1963

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Foto: Correio do Povo

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Fonte: http://ftt-futeboldetodosostempos.blogspot.com/2010/05/esquadrao-inesquecivel-gremio-1962.html

“GRÊMIO REAGIU BEM NA FASE DERRADEIRA E VENCEU O GRENAL 163 – FLAMENGO E FARROUPILHA TRIUNFARAM
2×0 foi o resultado do grande prélio, tentos de Marino – Gilberto expulso do gramado – Fraca a arrecadação para a importância do jogo – Renda total da rodada: CR$ 1.952.410,00

Terminado o embate de domingo, nos Eucaliptos — vencido justamente pelo Grêmio por 2×0 — a pergunta no “Estádio Ildo Meneghetti” era uma só: “onde está o ataque do Internacional”. Na verdade, o Internacional realizou um bom primeiro tempo e uma partida normal. Mas acontece, que durante o jogo todo (90 minutos), poucas foram as vezes que a linha atacante dos colorados fez perigar o último reduto do Grêmio. Nunca atacou positivamente e com chance de marcar. Foram cargas atabalhoadas, sem contrôle nenhum, nem perigo para o adversário. Na dianteira dos “escarlates”, apenas Flavio luziu, fazendo talvez a sua melhor exibição em Pôrto Alegre. Foi raça e foi inteligência. Os demais nada fizeram. Foram elementos inexistentes, que nada produziram e nada coordenaram. Henrique não teve grande trabalho.

Talvez tivesse sido o jogo mais fácil de sua carreira em grenais. Por outro lado, a defensiva andou perdida, aparecendo Soligo como o mais positivo. Ari esteve irregular e Claudio nem se fala. Quis ‘fazer “classe” e acabou sendo o grande culpado do 2º tento do Grêmio. A meia cancha colorada andou com altos e baixos. Zangão iniciou bem para no segundo tempo cair verticalmente. Osvaldinho fez uma exibição falha, permitindo que Milton e Elton assumissem as rédeas do embate, dominando inclusive a cancha. Na verdade, o quadro do Internacional, de belas apresentações ainda há pouco, foi quase um amontoado de atletas, sem noção do jôgo e ainda mais, sem coordenação alguma nos seus setores. Gainete foi figura saliente. Não foi culpado dos dois tentos. Soligo bom e Zangão trabalhador no primeiro tempo, quando o Internacional esteve mais perigoso, porém menos positivo. No ataque Flavio foi a figura do Internacional. Seus deslocamentos foram perfeitos. Acontece, que Flavio não teve companheiros para tabelar. Sapiranga, Alfeu, Mauro (muito gordo) e Gilberto nada fizeram. Este, inclusive, quando mais o clube precisava de seu esforço, de sua dedicação e de seu trabalho, resolveu “bronquear” com o árbitro, que nada tinha que ver com os 2×0. Gilberto foi procurar “sarna para se cossar” e imediatamente foi para os chuveiros. Para nós é irresponsabilidade. A nenhum atleta compete reclamar do apitador qualquer falta. Nem o capitão. Alguns atletas o fazem quando na verdade desejam ser expulsos ou por absoluta falta de responsabilidade. O árbitro é soberano.

—o0o—

O quadro do Grêmio foi mais positivo no gramado. Apesar de envolvido pelo Internacional na fase inicial, que apareceu bem, não parou nunca. Demonstrou garra e sangue, antes de tudo. Isso não aconteceu com os colorados, que precisavam apenas um empate para a conquista do bi. Mas o quadro do Grêmio Pôrto Alegrense lutou sem esmorecimentos. Sua defensiva esteve firme, sendo Airton, Ortunho e Altemir, suas grandes figuras. A meia-cancha formada por Elton e Milton, de mau trabalho nos primeiros quarenta e cinco minutos, tornou-se extraordinária na fase final, procurando levar seus dianteiros para a frente, sem parar um instante. Milton andou por tôda a parte, sendo um elemento de real valor. O ataque — Marino, Joãozinho, Ivo Diogo (Juarez) e Vieira — andou bem na fase final. No primeiro tempo pouco produziu. No 2.º tempo todos trabalharam certos e com garra. Durante os noventa minutos, de um modo geral, os rapazes do Grêmio, com o verdadeiro senso da responsabilidade, produziram o esperado. Lutaram bastante e conquistaram uma vitória Justa. Depois dos 2×0, mais tranquilos e vendo que os seus adversários nada mais

poderiam realizar — pois estavam batidos mesmo — os tricolores coordenaram mais as jogadas, apresentando bons momentos de futebol. Na verdade, a vitória do Grêmio foi das melhores e acima de tudo justa.

—o0o—

Com a conquista do Grêmio, domingo, está empatado o certame da Categoria Especial de 62. Com o resultado de anteontem, terá a dupla Gre-Nal que disputar a decisiva. Deve-se ressaltar o feito dos pupilos de Sérgio Moacir Torres Nunes. Depois de estarem inferiorizados na tabela de pontos, com relação aos seus leais adversários, os gremistas numa verdadeira reação, conseguiram igualar-se àqueles de quem já estavam afastados a seis pontos. A ação dos tricolores vem merecendo os mais fartos elogios. Na verdade, êles fizeram tudo para chegar ao lugar que atualmente ocupam.” (Correio do Povo, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

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“O primeiro gol do Grêmio foi uma pintura. Vieira centrou para Juarez, à entrada da área o “tanque”, tendo Cláudio em seus costados, vislumbrando Marino, que penetrava pelo centro, iludiu seu marcador com o corpo, fazendo com que a bola passasse por ambos e se oferecesse aos ponteiro. Marino, então, completamente só, pois havia deixado Ezequiel para trás, teve tempo para dominar a bola e escolher o canto, fulminando Gainete, rasteiro.” (Diário de Notícias, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

GRENAL 163 CONSAGROU O MELHOR: GRÊMIO 2 X 0
Tricolor venceu técnica, tática e territorialmente
Internacional só foi adversário na 1ª etapa” (Diário de Notícias, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

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“LEÃO DO OLÍMPICO VOLTOU A RUGIR NOS EUCALIPTS MAS FOI MARINO QUE SELOU A SORTE DO INTERNACIONAL: 2 X 0
Tentos do Grêmio nasceram no 1º e no 17,5 minutos da segunda etapa – Gilberto foi expulso do gramada na segunda fase – atuação aceitável de Andrés Washington Mateos – Renda: Cr$ 1.690.300,00” (Jornal do Dia, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

Inter 0x2 Grêmio

GRÊMIO: Henrique; Renato, Airton, Altemir e Ortunho, Elton e Milton; Marino, Joaozinho, Ivo Diogo (Juarez) e Vieira
Técnico: Sérgio Moacir Torres

INTER: Gainete; Soligo, Ari, Claudio e Ezequiel; Zangão e Osvaldinho; Sapiranga (Mauro), Alfeu, Flavio e Gilberto.
Técnico: Pedro Figueiró

Gauchão 1962 – 22ª Rodada
Data: 16 de dezembro de 1962, domingo, 17h00min
Local: Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, RS
Renda: Cr$ 1.690.300,00
Juiz: Andres Washington Mateo
Auxiliares: Guilherme Sroka e Alfredo Bernardo Torres
Expulsão: Gilberto aos 23 minutos do segundo tempo
Gol: Marino, no primeiro minuto e aos 18 minutos do segundo tempo

Gauchão 1962 – Floriano 0x0 Grêmio

March 5, 2022
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Foto: Folha Esportiva

 

No Gauchão de 1962, Floriano e Grêmio não saíram do 0x0 no estádio Santa Rosa, em jogo válido pelo 1º turno da competição.

A chuva que caiu na região metropolitana naquele dia deve realmente ter sido muito forte, uma vez que a partida entre Inter e Guarany de Bagé, marcada para o mesmo horário nos Eucaliptos, acabou sendo adiada.

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Foto: Folha Esportiva

FLORIANO X GRÊMIO FOI BEM À MODA PRÉ-ELEITORAL: JOGO SÓ FICOU NAS PROMESSAS

NOVO HAMBURGO – (De Ataíde Ferreira, nosso enviado especial) — Partidas como a que o que Grêmio e Floriano disputaram ontem, no Santa Rosa, fazem com que o cronista seja obrigado a voltar seus pensamentos o início da semana, até o momento da efetivação do embate. Apontado, com inteiro razão, como uma das pelejas mais interessantes da temporada, o choque entre anilados e tricolores prendia, com muita antecedência, as atenções do mundo esportivo gaúcho. Havia, de parte dos florianistas, a esperança de manter a a posição invejável na tabela de classificações, para os tricolores, a oportunidade para confirmar o triunfo categórico do domingo anterior, frente ao Flamengo.

Quando, porém, foram confirmadas as ausências de Giovani e Odon, no quadro de Novo Hamburgo, surgiu um “calafrio” no calor da torcida da Courocap. De outra parte, a família gremista passou a encarar o compromisso como “apenas um a mais”. Sem Giovani e Sem Odon o Flori no, que alicerçara suas atuações anteriores (no que tange a ataque) justamente nêsses dois elementos, dificilmente ameaçaria o quadro do Olímpico.

Mesmo assim o entusiasmo se foi acentuando a ponto de, com urna tarde chuvosa como a de ontem, levar ao Santa Rosa uma assistência extraordinária. Assistência que chegou, em sua maioria, nada menos do que de 3 horas antes do prélio.

Nunca, em época alguma, mesmo com o tempo como cenário de mau gosto, houve tanta preparação em tôrno de um cotejo reunindo tricolores e anilados. O palco estava armado, faltando apenas os artistas. E foi ai que o espetáculo, pelo muito que oferecia, que prometia, teve a sua parte negativa.

Floriano e Grêmio não andaram como se esperava. Tiveram, no balanço das ações, apenas um mérito: o espírito de luta, a vontade de jogar. No mais, foi um legitimo jogo em que a bola, “judiada”, castigada, andou de pé em pé sem um objetivo definido, sem o desejo, a vontade de goal.

Com um início meio a jato acabou, por fim, caindo. Não tanto em sua movimentação e sim no desacêrto. A etapa inicial foi mais do Grêmio, pela serenidade, já que Milton e Elton estiveram mais ou menos com uma produção equivalente a do domingo anterior. A defesa foi absoluta no confronto com o ataque anilado, que teve em Miguel um homem isolado, esporadicamente acompanhado por Carlinhos e Xameguinha.

E aí surgiu a outra realidade do gramado: a superioridade da defensiva dona da casa sôbre o ataque gremista. Foi tentada a mesma manobra do domingo anterior, com Vieira ficando e Milton avançando (outras vezes o próprio Elton). E que fêz o Floriano? A coisa mais simples. Luiz Engelke ordenou a Rui a tarefa de policiar Milton (ou Gessi, nos deslocamentos) cabendo a Odir a tarefa de policiar Vieira, que foi mais meia cancha, nesta fase, do que homem de frente. Paralelamente, surgiu aquela modalidade já batida, surrada e raramente de resultados positivos:. bola cruzada, de um lado ou outro, para a área. Altino foi o dono absoluto, na primeira etapa, das antecipações. Ganhou tôdas, no miolo da área. E convenhamos, cruzar a pelota pelo alto, com cancha molhada e bola mais molhada ainda, só mesmo contra uma defesa de “anões”.

O Floriano, é verdade, não incorreu nesse erro mas, de qualquer forma, não teve um ataque capaz de vencer a segurança dos laterais, por onde foram tentados as Valério e Mourão não permitiram muita liberdade aos homens que tiveram pela frente. Aos arqueiros, logicamente, sobrou pouco no primeiro tempo. E ai está a motor prova do domínio absoluto das retaguardas sôbre os ataques.

A fase final, tal como a primeira, teve um começo que pareceu pender para os visitantes. Marino, com boa velocidade, passou a ser explorado mais pelo miolo, trocando com Ivo Diogo. A tentativa de Ênio Rodrigues teve sua razão principal no fato de Marino parecer melhor. adaptado ao terreno molhado. Mas o efeito não foi, para os tricolores, o desejado, já que a linha de zagueiros manteve o mesmo ritmo, aliviando com autoridade. Vieira, que poderia ser outra solução indo à frente, também não deu ponto. Rui, seu marcador, acabou dominando inteiramente ao catarinense. Com isso, cresceu o Nadir e Ica, mais preocupados, na primeira fase em marcar, passaram a jogar, a acionar o ataque, invertendo os papéis, Por outro lado, a entrada de Odon na direita veio dar mais mobilidade e também mais personalidade à vanguarda. Como excelente ponteiro que é, o ex-Taquarense começou a usar, com autoridade, suas principais virtudes (principalmente para cancha pesada): velocidade e reflexão espantosa nas corridas com a bola. Pela facilidade de conduzir o couro, de soltá-lo ou prendê-lo conforme a necessidade do momento. Odon aplicou nada menos de cinco cortes espetaculares cm Mourão, obrigando o excelente lateral do primeiro tempo a “sarrafá-lo”. Depois, com habilidade, pois viu que o juiz já, se preparava sempre que Mourão ia no lance, atirava-se ao solo, provocando pelo menos duas faltas que não existiram. Certo ou não, para o Floriano os resultados foram benéficos, A preocupação passou a ser dupla.

Xameguinha, apenas lutador no primeiro tempo, passou a jogar mais livre, quase sempre correndo ao lado de Odon, a espera do passe ou da cruzada. Para completar, Miguel usando a cabeça (para jogar), com campo livre, foi um companheiro ideal paro Ica, e Nadir, pois quando via a possibilidade de perigo para suas caminhadas, recuava, facilitando, com isso, as investidos de um seus companheiros de meia cancha. Uma espécie de réplica da manobra do Grêmio, no primeiro período.

Por vêzes, houve expectativa de goal. Mas ficou apenas nisso. Os homens de área do Grêmio tiveram autoridade suficiente para evitar, que os ataques sequer se aproximassem da área para as conclusões. E quando o Floriano, ante a impossibilidade de vencer Airton e Ortunho no corpo a corpo, tentou pela esquerda, encontrou, um Valério com grande personalidade, voltando a confirmar que valeu os milhares de cruzeiros gastos com a sua aquisição.

Como observaram os leitores, sobrou pouco, muito pouco mesmo, de uma partida que se antecipava como um dos grandes espetáculos do atual campeonato. E o público, principalmente o gremista, deixou o Santa Rosa intrigado, mais uma vez, com as reais possibilidades de seu onze. Os anilados mais alegres do que tristes, pois esperavam a derrota com a ausência de Giovani, puderam saborear um empate que chegou a parecer impossível antes do cotejo. Para a época de eleições, a partida esteve à altura: prometeu muito mas cumpriu muito pouco.” (Ataíde Ferreira, Folha Esportiva, segunda-feira, 16 de julho de 1962)
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“GRÊMIO E FLORIANO BAIXARAM PARA O TERCEIRO POSTO: MARCADOR EM BRANCO NO ´SANTA ROSA`!

[…]  Muito embora as chuvas que se fizeram sentir desde às primeiras horas da tarde, transformando o gramado do “Santa Rosa”, num lodaçal e quase impraticável para o futebol, pois o relvado tornou-se escorregadio, não permitindo que o espetáculo futebolístico fosse dos mais brilhantes […]“(Jornal do Dia, terça-feira, 17 de julho de 1962)

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Foto: Folha Esportiva

 

FLORIANO FOI MAIS EQUIPE E GRÊMIO PERDEU NÔVO PONTO!

[…] A verdade, no entanto, é que o gramado encontrava-se algo impraticável tanto para os gremistas como para Florianistas – Acreditamos que em condições normais outro talvez fosse o resultado do jôgo e sem dúvida outra fosse a conduta dos dois bandos. […](Diário de Notícias, terça-feira, 17 de julho de 1962)

 

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Foto: Folha Esportiva

1962 – Amistoso – B1909 2×5 Grêmio

April 20, 2012

Há 50 anos, o Grêmio enfrentava o B1909, na cidade Odense, na Dinamarca. Era a sétima partida do Grêmio na excursão européia realizada naquele ano.
No campo o tricolor não teve maiores dificuldades, estabelecendo a goleada já no primeiro tempo, mas na alimentação o time passou por uma experiência curiosa. Enquanto Airton, de dieta, se alimentava a base de chás e torradas, Ortunho, inadvertidamente, saboreou um filé de cavalo (Carne encontrada no país escandinavo).

“Nova vitória do Grêmio na Dinamarca 
Odense, Dinamarca, 21 (A.P.) – A equipe de futebol do Grêmio Porto Alegrense, voltou a atuar em gramados da Dinamarca ontem à tarde, ao enfrentar amistosamente nesta cidade o esquadrão do B-1909. O quadro visitante foi o vitorioso pela contagem de cinco a dois. 

Já ao finalizar o primeiro tempo o quadro brasileiro estava com ampla vantagem no marcador, por 4×1. A crônica local apreciou bastante a produção da equipe sul-americana, cujos jogadores deram uma demonstração de habilidade no manejo da bola. Cêrca de 5 mil afeiçoados aplaudiram as belíssimas jogadas do quadro gremista. 

 O avante Abílio, logo aos 2 minutos de ações, colocou o Grêmio em vantagem no placar. Aos 17, Vieira aumentou para dois. Per Jacobsen, aos 18, diminuiu a vantagem dos visitantes. Mais tarde, Marino e Abílio elevaram o marcador para 4×1. 

No segundo período, os brasileiros passaram a demonstrar sua habilidade no campo de jôgo, maravilhando aos afeiçoados dinamarqueses. Faziam combinações de um extremo a outro sem contudo procurar marcar mais tentos. Em um contra-golpe, Palle Hansen marcou o segundo tento para os locais. Quando apenas faltava um minuto para o término da contenda, Marino marcou o quinto goal gremista” (Correio do Povo – 1962) 

Per Jacobsen recebeu passe de Kähler e marcou o primeiro gol para os dinamarqueses, superando Airton e o goleiro Henrique.
Abilio em lance com o zagueiro Nielsen e o arqueiro Rask.
” Em plena manhã de Sexta-feira Santa, no dia 20 de abril, em Odense, perante numerosa assistência, o Grêmio defrontou-se com a representação local do 1909, um dos vice-líderes do certame da primeira divisão da Dinamarca. Os rapazes do Estádio Olímpico, pelo que realizaram durante os primeirs 45 minutos, mereceram a sensacional vitória obtida no gramado de Odense, por 5×2. Iniciram a contenda os pupilos de Enio Rodrigues com uma disposição extraordinária e já no primeiro minuto, numa investida fulminante, Abílio, num tiro rasteiro, movimentou o placarcara A ação dos tricolores foi das notavéis nesta primeira fase. A seguir o placar novamente foi movimentado através de Vieira. Até os 34 minutos, seu domínio foi patente. O conjunto do 1909, vice-líder do certame local, não desenvolveu seu costumeiro jôgo, isto porque foi colhido de surprêsa pelos tricolores que largaram na frente, trazendo assim um certo mal-estar a defensiva contrária. Na fase final, o quadro local voltou com grande disposição, mas encontrou a defesa tricolor muito sólida, com o lateral Sérgio aparecendo como principal figura. Também foi digna de registro a performance cumprida pelo atacante Abílio, que se revelou um dos pontos altos da equipe gremista.

[…]

O juiz Fred Hansen, do quadro da Fifa, teve ba atuação, tendo apenas deixado de passar uma penalidade máxima de cado lado.
Auxiliares – Anton e Gerner, com perfeito trabalho na marcação dos impedimentos.

[…]

O público que sempre aplaudia as jogadas bonitas executadas pelos atletas dos dois bandos, no final do cotêjo, com palmas prolongadas homenageou o quadro visitante. A representação local, contou com 2 atletas no selecionado da Dinamarca.
As substituições da equipe gremista foram feitas na fase final. No início do 2º tempo, apareceu Adroaldo, entrando na ponta direita, e Marino, para o miolo, em lugar de Juarez. A entrada de Fernando deu-se na metade do 2º tempo, quando Enio tratou de poupar Joãozinho, já que o resultado estava garantido.”  (Revista Super Grêmio – Nº 5)

B1909 2×5 Grêmio

B1909: Rask; Lnde, Nielsen e Tehansen; Madsen e Per Jacobsen; Kahler, Hansen, Enóstrem, Danielsen e Palle Hansen.
Técnico: Walther Pfeiffer
GRÊMIO: Henrique; Sérgio, Airton, Elton e Ortunho; Joãozinho (Fernando) e Milton; Marino (Adroaldo), Juarez (Marino), Abílio e Vieira
Técnico: Ênio Rodrigues

De pé: Milton, Sérgio, Ortunho, Henrique, Airton e Elton 
Agachados: Marino, Joãozinho, Juarez, Abilio e Vieira.

Sugestão – Uniforme de 1962

April 6, 2012

Em outubro do ano passado, eu sugeri ao marketing do Grêmio que os uniformes de 2012 poderiam homenagear a equipe de 1962, aproveitando os 50 anos da conquista da Taça Legalidade, da excursão européia e do título do chamado “Supercampeonato” Gaúcho.

A idéia foi bem recebida e a partir daí a Martina Schreiner e eu elaboramos uma análise dos uniformes daquela temporada e enviamos o material para o clube. O trabalho em questão pode ser visualizado abaixo:

Como vimos nessa semana, o uniforme de 1962 foi lembrado na atual camisa reserva. Como já disse, em termos gerais eu gostei dessa camisa branca de 2012, muito embora eu preferisse que as listras tivessem continuidade nas costas da camisa, tal como era usada há 50 anos atrás (como se vê na foto abaixo, aonde Gessi e Marino enfrentam o São José no Olímpico)

Penso da mesma forma em relação ao uniforme retrô lançado. Se é uma réplica, as listras também deveriam aparecer nas costas da camisa.

E me parece que faltou um pouco de atenção da Topper em relação aos detalhes desse modelo retrô. A ordem das listras da gola foi invertida, ficando diferente do que era usado na época (conforme se pode observar nas fotos abaixo).

Milton, Valério e Vieira

Elton e Airton

Taça da Legalidade 1962 – Inter 1 x 2 Grêmio

March 9, 2012
Link

No dia 11 de março de 1962 o Grêmio, já campeão da Taça da Legalidade ia até o Estádio dos Eucaliptos enfrentar o Internacional pela último rodada do campeonato sul-brasileiro. Era a chance de coroar aquela campanha com uma vitória em clássico, uma vez que o Grenal do primeiro turno terminou empatado.
O Grêmio terminou os primeiros 45 minutis atrás do marcador, mas se recompos no segundo tempo e conseguiu a virada com gols de Vieira e Joãozinho, sagrando-se assim campeao invictro do torneio.

“Na foto acima, vemos um flagrante do match clássico de anteontem, no momento em que a meta tricolor passou por apuros: Gilberto,da extrema esquerda, chutou forte: a bola passou entre todos os jogadors, para finalmente sair pela linha de fundo da meta guardada por Irno. É interessante salientar ainda, como pode ser observado, o número de “penetras” que se encontrar localizado atrás da cidadela então guarnecida por Irno (no 1ºtempo). Felizmente, para acabar com tais abusos, a Polícia, de acordo com a alta direção da FRGF, determinará de agora em diante que somente entrarão no local da disputa pessoas credenciadas e portadoras de emblemas especiais, medida que de fato há muito tempo merecia ser olhada pelas direções dos nossos clubes.” (Correio do Povo – 13 de março de 1962)


Inter 1 x 2 Grêmio

GRÊMIO: Irno, Sérgio, Airton, Ortunho e Mourão; Elton, e Milton; Adroaldo, Gessi, (Juarez) Joãozinho e Vieira
Técnico: Ênio Rodrigues

INTERNACIONAL: Gainete, Zangão, Ari, Cláudio e Nilo; Sérgio Lopes e Osvaldinho; Sapiranga, Flávio (Tite), Larri (Vevé) e Gilberto.
Técnico: Carlos Froner


Taça da Legalidade (Campeonato Sul-brasileiro) – 10ª Rodada
Data: 11 de março de 1962, domingo
Local: Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre
Renda: Cr$ 1.497.100,00
Juiz: Romulado Arpi Filho
Gols: Sapiranga, Joãozinho e Vieira

Taça da Legalidade 1962 – Grêmio 1 x 1 Inter

February 10, 2012

Há 50 anos, Grêmio e Inter se enfrentavam pela 5ª rodada da Taça da Legalidade. A competição, também chamada de “torneio sul-brasileiro“, reunia os campeões e vice dos estaduais do sul do país em 1961.

Em 13 de fevereiro de 1962, o Grenal disputado no olímpico terminou em 1×1. O jogo marcou a estréia de Gainete com a camisa 1 do Inter, que deixou o campo lesionado nos minutos finais, tendo sido considerado um dos destaques da partida.

A renda foi considerada vultuosa, com a arrecadação passando os 3 milhões de cruzeiros. O ingresso mais caro custava 350 cruzeiros, o mais barato saía por 50. Lembrando que no câmbio do dia, 1 dólar correspondia a 310 cruzeiros.

Os debates posteriores ao jogo se voltaram a justiça do placar e a violência que se viu em campo.

O centroavante Juarez, disse que aquele tinha sido o Grenal “mais desleal” que havia disputado.

O presidente do Grêmio, Pedro Pereira, gostou do resultado, afirmando que o 1×1 “nos satisfez, pois continuamos líderes do Torneio Sul-Brasileiro e ainda invictos.”.

Carlos Stechman, diretor de futebol colorado, deu a seguinte declaração “Jogo muito corrido e disputado. Acho que o resultado, pelas circunstâncias do jogo, teve um escore justo“.

Seu treinador, Carlos Froner, pensava de forma diferente: “Injusto o resultado pelo que produziu o Internacional. Era pra ter ganho facilmente

Ênio Rodrigues, técnico tricolor, se queixou de forma lacônica: “Só lamento que o Internacional não tenha vindo a campo para jogar. Honesta e sinceramente, é só que posso dizer“.

As imagens são da Revista do Grêmio e dos jornais “Folha Esportiva” e “Correio do Povo”

Num Gre-Nal que não chegou a ser um espetáculo sob o aspecto técnico, aconteceu um empate em um ponto. Os colorados, numa prova de melhor acerto inicial, saltaram na frente. Os gremistas, melhores no tempo conclusivo, conseguiram igualar.

O clássico – um dos mais violentos dos últimos tempos – teve seu brilho empanado por uma série de jogadas agressivas e ditadas pela má intenção de alguns jogadores. Isto de ambos os lados. Entretando neste particular, cabe uma contundente acusação aos homens de defesa do Internacional, mormente Zangão, Cláudio e Sergio Lopes. que foram os que usaram do expediente de jogar pesado como a intenção visível de atingir os rivais. Por parte do Grêmio, igualmente aconteceram lances plenos de violência. Destacaram-se neste particular Ortunho, Sérgio (que no final se corrigiu) e Mourão.

Por paradoxal que isto pareça, ou seja o excesso de “botinadas”, a atuação do árbitro paulista foi – em linhas gerais – de aceitável para boa. Mesmo em jogadas onde a má fé imperava, com tato e habilidade procurou resolver as dificuldades sem perder a personalidade.

[…]

0 1×1, pelo que o Internacional rendeu nos primeiros 45 minutos e pela produção do Grêmio no período derradeiro, deu-nos a impressão de ter sido justo. Se aconteceram alguns momentos de bom Football, a verdade manda que se diga que na maioria das vezes o embate esteve excessivamente truncado pela deslealdade de muitos jogadores. Uma pena que isto tenha acontecido. Se de outra forma tivesse agido os elementos que mais se destacaram no jogo do “mais homem”, certeza temos que o Gre-Nal 158 seria tecnicamente um bom espetáculo e acompanharia de perto a fabulosa importância arrecadada. (ANTONIO CARLOS PORTO – Folha Esportiva – 14 de fevereiro de 1962)

O Gre-nal de ontem, no Olímpico, terminou empatado em um goal. Resultado, até certo ponto, justo.

A equipe colorada foi quem trabalhou melhor em muitas partes de encontro. Pelo menos seu ataque teve agressividade. Procurou mais o gola, deixando de lago o jogo “tico-tico”. Com uma formação de emergência, que Froner colocou em campo, o Internacional fez mais do que se esperava.

Os rubros, no primeiro tempo, trabalharam mais à vontade, procurando o tento de qualquer maneira. Mas, com um sentido prático de jogo. O ataque era bem lançado. Já para a segunda fase, vendo que o quadro não aguentaria o train de jogo, Froner colocou Vevé. Isto para fortalecer o jogo de armação. Foi, então, que caiu de produção o Internacional. Inclusive, o próprio Sapiranga jogou atrasado! Mas, mesmo assim, os escarlates em algumas oportunidades acertaram o goal de Irno. A defesa é que jogou pesada demais. Zangão, Ari, Cláudio e Sérgio Lopes (em algumas oportunidades) distribuiram “ripa” a valer. (Correio do Povo, 14 de fevereiro de 1962)

MARCHA DA CONTAGEM

SÉRGIO LOPES, 11´- Gilberto Ganhou um lance rápido na extrema, servindo Flávio que, incontinente, cedeu a Alfeu. Disparou e defesa na perna de Airton. No rebote, em estilo sensacional, Sério Lopes, num “sem pulo” atirou mortalmente. Grande goal.

ELTON, 69´- Aconteceu uma falta de Ari em Juarez. Elton, que instantes antes já fizera Gainete brilhar em lance idêntico, foi encarregado da cobrança,próximo à área. Atirando rasteiro, forte e com a colaboração de uma “raspada” na perna de Vevé, bateu Gainete, estabelecendo a contagem final: 1×1. (Folha Esportiva – 14 de fevereiro de 1962)

OS GOALS –

No primeiro tempo, vencia o Internacional por 1×0. Gilberto criou confusão na área. Airton quis tirar bonitinho. Flávio chutou e a pelota bateu no zagueiro. Sérgio Lopes, numa meia-virada sensacional, de pé esquerdo, atingiu o canto esquerdo do arco de Irno, sem defesa. Um golaço, que valeu o ingresso! Isto aconteceu aos 11 minutos.

Na fase final, aos 28 minutos, Ari cometeu falta em Juarez. O juiz marcou bem. Elton bateu forte no canto direito, sem defesa para Gainete, que gritava que queria mais atleta na barreira. Mas não foi atendido. (Correio do Povo, 14 de fevereiro de 1962)

O JUIZ – Anacleto Pietrobom andou bem na arbitragem, no aspecto técnico. No aspecto disciplinar deixou muito a desejar. Não exagerando, nada menos do que 5 atletas mereciam expulsão: Ortunho, Sérgio, Zangão, Cláudio e Ari! (Correio do Povo, 14 de fevereiro de 1962)

“PÚBLICO ENORME VIU UM GRENAL SEM VENCEDOR – Lotado o Olímpico, com renda beirando os 3 milhões, uma assistência enorme viu Grêmio e Internacional empatar em 1 ponto. O resultado do clássico foi justo. Os gremistas cederam terreno e deram ocasião dos colorados atuarem muito melhor no 1º tempo. Para o período final aconteceu inversão: o Grêmio atacando e Internacional na defensiv. Na incidência acima Gainete (notável estréia) salta e cata o balão, protegido por Nilo (outra boa estréia), enquanto Marino e Juarez vêm com o propósito de hostilizar” (Folha Esportiva – 14 de fevereiro de 1962)


Grêmio 1 x 1 Inter

GRÊMIO: Irno; Sérgio, Aírton, Ortunho e Mourão; Elton e Milton; Marino, João Severiano, Juarez e Vieira.
Técnico: Ênio Rodrigues

INTER: Gainete (Beno); Zangão, Ari, Cláudio e Nilo; Sérgio Lopes e Osvaldinho; Sapiranga, Alfeu, Flávio (Vevé) e Gilberto.

Técnico: Carlos Froner

5ª Rodada – Taça da Legalidade 1962
Data: 13 de Fevereiro de 1962, terça-feira, 21h15min
Público: 35 mil
Renda: Cr$ 3.023.120,00
Juiz: Anacleto Pietrobom – SP
Auxiliares: Hélio Mesquita e Guilherme Sroka
Gols: Sérgio Lopes (Inter) aos 11 minutos do primeiro tempo; Elton (Grêmio) aos 28 do segundo tempo.