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Brasileirão 1974 – Grêmio 2×0 Sampaio Correa

June 17, 2022
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Foto: Correio do Povo

 

O único confronto da história entre Grêmio e Sampaio Corrêa aconteceu no Brasileirão de 1974. Vitória gremista por 2×0 no Olímpico.

Um detalhe interessante é que Tarciso se machucou na jogada do segundo gol, mas não foi substituído e acabou ficando de fora de cinco jogos seguintes.

 

GRÊMIO CHEGOU AOS 2X0 COM AUTORIDADE

O Grêmio derrotou ontem ao Sampaio Correa, de São Luis do Maranhão, por 2 a 0, em jogo realizado à tarde no Estádio Olímpico. Foi uma vitória justa da representação  gaúcha, que só não atingiu marcador mais elevado devido a uma série de oportunidades perdidas peles seus atacantes. A equipe maranhense, muito modesta, mostrou pouco futebol.  Sua preocupação foi evitar que o Grêmio pudesse desenvolver todo o seu jogo. Com exceção dos atacantes Dionísio e Ailton, os demais tiveram fraca atuação.

Os golos do Grêmio foram marcados por Mazinho, aos 44 minutos do primeiro tempo, e por Torino, aos 25 do tempo complementar. Após uma falta de Morais em Tarciso, nas proximidades da meia-lua, na conquista do primeiro golo, Torino passou por cima da bola, deixando para Mazinho que chutou com violência, sem possibilidade de defesa para o goleiro Orlando, ex-defensor da Portuguesa de Desportos. A segunda conquista gremista, foi iniciada com um ataque de Tarciso pela direita, que cruzou na área para Torino marcar.

IMPRESSÃO DE GOLEADA

Embora a primeira situação de golo fosse criada pelo Sampaio Coma, aos minutos 4 com Dionísio fazendo falta em Picasso, não marcada pelo juiz, o Grêmio até os 15 minutos iniciais deu a impressão de que poderia golear facilmente a equipe visitante. Aos 7 minutos, Everaldo atacou e fez uma boa finalização, o goleiro pôs para escanteio. Aos 10 minutos, lura realizou uma grande jogada, culminando com um cruzamento da linha de fundo. Aos 13, Torino perde um golo, ao tentar colocar uma bola que poderia ter chutado direto.

Embora sem apresentar uma movimentação coordenada em todas as suas linhas, mas tendo pela frente uma equipe limitada, com os jogadores se amontoando na defesa para evitar, de todas as formas, o golo, o Grêmio até os 15 minutos dava a impressão de que poderia chegar à goleada. Surpreendentemente, dali para frente, o jogo foi perdendo o seu ritmo. O juiz errando com frequência, não dando a lei da vantagens. E a partida foi até se tornando sonolenta. Foi só ao final do período, com o golo de Marinho, de bola parada, que a torcida do Olímpico parece ter despertado.

No segundo tempo, o Grêmio começou pressionando mais. Entretanto, foi Dionísio, mais uma vez, que andou perto de marcar, aos 11 minutos. O Sampaio começou também a revelar um bom ponteiro esquerdo, Ailton. O Grêmio, porém, com uma equipe mais experiente, manteve o predomínio da partida, tendo inclusive perdido golo certo, aos 21 minutos, com Bolívar e Tarciso, tendo este último errado porque quis colocar a bola, dando a impressão de certa displicência no lance. Após o segundo golo, aos 25 minutos, o Grêmio introduziu duas alterações na equipe: Loivo em lugar Bolívar e Humberto Ramos no lugar de Iura.” (Correio do Povo, domingo, 28 de abril de 1974)

 

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GRÊMIO VENCE SAMPAIO CORREA POR 2 A 0 MAS NÃO JOGA BEM
Porto Alegre (Sucursal)  — Mesmo sem jogar bem, o Grêmio ganhou com facilidade do Sampaio Correia, por 2 a 0, ontem no Estádio Olímpico, com gols de Mazinho e Torino, um em cada tempo.

O time gaúcho foi bastante superior e desta vez teve contra si uma arma que geralmente utiliza quando atua fora de seu campo: a retranca. Mas apesar de tudo, marcou dois gols e poderia ter feito mais, não fosse a excelente atuação do goleiro Orlando.

BEM ESQUEMATIZADO
Os times formaram assim: Grêmio com Picasso. Everaldo. Beto Fuscão, Beto e Tabajara; Orcina. Torino e Mazinho: Iúra (Humberto Ramos). Tarciso e Bolivar (Loivo); Sampaio Correia com Orlando. Maurinho (Ari), Morais, Raimundo e Santos; Nandes, Lourival e Djalma (Jorge): Buião, Dionisio e Ailton. Jose Assis de Aragão foi um mau juiz e a renda somou CrS 52 mil 121.

Desde os primeiros instantes já se notara a disposição do Sampaio em atuar na defesa, só saindo raramente em contra-ataques realizados por Dionísio.

Mas o Grêmio, usando as pontas, bem armado, ainda assim conseguiu penetrar na defesa adversária, criando chances de gol. E Orlando fazia ótimas defesas.

Aos 44 minutos surgiu o primeiro gol, marcado por Mazinho, de falta.

No segundo tempo, com Loivo em lugar de Bolívar, o Grêmio melhorou mais. E por causa disso viria a conseguir seu segundo gol. Tarciso cruzou da direita e Torino, de sem pulo, emendou com violência fazendo 2 a 0. Depois disso o time do Grêmio passou a tocar a bola enquanto o Sampaio, sem forças para reagir, se limitou a assistir o adversário.” (Jornal do Brasil, domingo, 28 de abril de 1974)

 

“GRÊMIO 2X0 SAMPAIO CORREIA
PORTO ALEGRE (Do correspondente José Carlos Lameira) — O Grêmio, atuando bem diante de sua torcida, derrotou o Sampaio Correia por 2 a 0, no Estádio Olímpico. Os gols foram marcados por Mazinho, aos 43 minutos do primeiro tempo, e Torino, aos 25 minutos do segundo tempo. Renda de Cr$ 52.121,00. Arbitragem de José Assis Aragão, auxiliado por Airton Bernardoni e José Carlos Von Megden.

A principal característica da partida foi que a equipe do Sampaio procurou não deixar o Grêmio jogar, usando a chamada retranca búlgara Assim mesmo, os gaúchos conseguiram abrir o espaço e chegar até a meta adversária. Apesar de jogar com a defesa cerrada, a equipe maranhense foi muito disciplinada, não apelando nunca para jogadas violentas, o que facilitou bastante o trabalho de José Assis Aragão. “ (Jornal dos Sports, domingo, 28 de abril de 1974)

 

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GRÊMIO: Picasso; Everaldo, Beto Fuscão, Beto e Tabajara; Orcina, Torino e Mazinho; lura (Humberto Ramos), Tarciso e Bolívar (Loivo)
Técnico: Sérgio Moraes Torres

SAMPAIO CORREA: Orlando; Marinho (Ari), Morais, Raimundinho e Santos; Lourival e Nandes; Buião, Djalma (Jorge Luís), Dionísio e Ailton
Técnico: Gualter Aguirre

Data: 27 de abril de 1974, sábado
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Renda: Cr$ 52.121.00,00
Juiz: José de Assis Aragão
Auxiliares: Airton Bernardoni e José Carlos Von Mendgen

Brasileirão 1974 – Grêmio 2×0 Atlético Paranaense

February 20, 2021

Foto: Correio do Povo

 

É bem curiosa essa escalação do Grêmio contra o Atlético Paranaense no Brasileirão de 1974.  Bolívar (com a camisa 11 na foto acima) atuou como ponta-esquerda, enquanto Everaldo jogou de lateral-direito (posição na qual ele fez sua estreia na Seleção Brasileira, na Copa Rio Branco de 1967)

 

GRÊMIO 2 X 0, AO NATURAL

Com golos de Bolívar e Carlos Alberto, um em cada etapa, e um futebol eficiente no 1.º tempo mas que depois perdeu qualidade, o Grêmio bateu o Atlético do Paraná por 2 x 0, placar que justificou plenamente e até com certa facilidade, já que os paranaenses não tiveram chances ante a tranqüila superioridade do adversário. Com arbitragem de Carlos Costa, renda de Cr$ 74.504 no Olímpico, o Grêmio venceu utilizando Picasso; Everaldo, Ancheta, Beto Fuscão e Tabajara: C. Alberto. H. Ramos e Torino: Carlinhos, Tarciso e Bolívar (Loivo). O Atlético teve Altevir; Cláudio, Almeida, Alfredo e Ladinho: Toquinho, Caio e Sicupira (Taquito), Milton Batata, Liminha (Nilson) e Didi Pedalada.

O JOGO

A equipe gremista iniciou a partida em ritmo forte e eficiente não dando chance alguma para o elenco paranaense, que só foi arrematar contra o reduto defendido por Picasso com 26 minutos de ações (um chute de Caio). Antes disso, mais precisamente até os 30 minutos, quem jogou foi praticamente o Grêmio, que na base de trocas de passes rápidos, envolveu o adversário e passou a procurar a marcação de golos.

Era tão claro o domínio tricolor e a pressão que sofria a defensiva do Atlético, que a inauguração do marcador aos 9 minutos foi acontecimento completamente natural. Tabajara serviu a Tarciso, que penetrou velozmente, houve a tabelada com Bolívar e o chute indefensável do ponteiro-esquerdo, que aparecia com destaque num todo sem pecados, como era o time gremista. Já com apenas 2 min. Bolívar não marcou por centímetros. Explica-se: ele não subiu o suficiente numa cruzada de Carlinhos e perdeu o golo. Mas isso foi apenas um acidente, pois Bolívar depois, marcou em belo estilo e continuou saliente na posição, até que lesionou-se e foi obrigado a sair de campo, entrando Loivo, o titular que ele substituía. Transcorriam 25 minutos de jogo. Ainda com Bolívar em campo. Tarciso acertou o poste de Altevir (12 min) e o próprio Bolívar, quase em seguida, levantou o público com lance sensacional, que merecia outro tento.

Uma pausa na presença ofensiva gremista ocorreu com 15 minutos, quando Sicupira, numa indecisão de Ancheta, chegou a invadir a área com pretensões, mas houve a recuperação do zagueiro e a bola terminou nas mãos de Picasso. Aos 17min, foi a vez de Torino desperdiçar uma boa chance para o arremate fatal e aos 30 o mesmo aconteceu com Loivo, após uma confusão na área paranaense. Humberto Ramos de cabeça, aos 44min, perdeu a última oportunidade de marcar 2×0 no 1.º tempo, o que, certamente, situaria melhor o predomínio gremista.

Mas veio o segundo tempo e logo no minuto inicial o Grêmio fez 2 x 0. Foi uma saída fulminante, que levou Carlinhos a exigir defesa parcial de Altevir, no rebote Tarciso, mesmo caído, carimbou o poste, para finalmente surgir Carlos Alberto e acertar as redes. O mesmo Carlos Alberto, quase em seguida, fez Altevir brilhar.

Entretanto, apesar de tudo — a marcação do 2.º golo no 1.º minuto e o terceiro que pintou nos pés do próprio Carlos Alberto — o Grêmio já não era o mesmo time, caindo muito de ritmo. Só com isso é que o Atlético conseguiu aparecer um pouco mais, sem que isso representasse qualquer predomínio. E aos 20min, Liminha, numa sobra de bola que bateu em Ancheta, teve tudo para marcar e não o fez. O jogo,  o Grêmio perdendo novas mais parelho,  ainda apresentou chances, mesmo caindo de produção, como reconheceu o próprio Sérgio Moacir, no final.” (Correio do Povo, 14 de março de 1974)

 

 

 

 

“GRÊMIO 2×0 ATLÉTICO (PR)

Porto Alegre (Sucursal) O Grêmio repetiu a sua boa atuação da estréia e ganhou facilmente do Atlético Paranaense por 2 a 0, ontem á noite no Estádio Olímpico, numa partida em que teve total domínio, inclusive com duas bolas chutadas por Tarciso na trave. Os gols foram marca- dos por Bolívar, aos nove mimitos do primeiro tempo, e Carlos Alberto, no primeiro minuto do segundo tempo” (Jornal do Brasil, quinta-feira, 14 de março de 1974)

 

Grêmio 2×0 Atlético Paranaense

GRÊMIO: Picasso; Everaldo, Ancheta, Beto Fuscão e Jorge Tabajara: Carlos Alberto, Humberto Ramos e Torino: Carlinhos, Tarciso e Bolívar (Loivo)
Técnico: Sérgio Moacir Torres

ATLÉTICO-PR: Altevir; Cláudio, Almeida, Alfredo e Ladinho: Toquinho, Caio e Sicupira (Taquito), Milton Batata, Liminha (Nilson) e Didi Pedalada
Técnico: Valdemar Carabina

Brasileirão 1974 – 1ª Fase – 2ª Rodada
Data: 13 de março de 1974, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre, RS
Público: 9.890
Renda: Cr$ 74.724,00
Árbitro: Carlos Costa
Auxiliares: Airton Bernardoni e Carlos Martins
Gol: Bolívar, aos 9 minutos do primeiro tempo e Carlos Alberto, aos 20 segundos do segundo tempo

Brasileirão 1973 – Fortaleza 0x1 Grêmio

January 8, 2021

Carlinhos é quem ameaça o goleiro Lulinha, em lance que até parece o golo marcado pelo ponteiro gremista” (Correio do Povo, 17 de janeiro de 1974)

 

O primeiro confronto da história entre Fortaleza e Grêmio aconteceu no estádio Castelão, numa situação muito semelhante com a de agora. Um jogo disputado em janeiro, válido pelo campeonato brasileiro do ano anterior.

Lendo a matéria do Correio do Povo transcrita abaixo eu fico me perguntando por que nunca ficou definido que GOLO é a única grafia correta.

 


 

“REABILITAÇÃO GREMISTA COM GOLO DE CARLINHOS

FORTALEZA (João Carlos Belmonte, enviado especial) — O Grêmio, fazendo excelente apresentação, se recuperou totalmente da sua estréia na semifinal do Campeonato Nacional, ganhando do Fortaleza, ontem à noite no Castelão, por 1 a 0 — gol de Carlinhos no segundo tempo.

Depois de enfrentar muitos problemas para a formação do seu time, o Grêmio, na noite de ontem, conseguiu a escalação de uma das suas melhores formações (com Tarciso principalmente) sobrando chance inclusive para que Mazinho, ainda sem sua melhor forma, fosse poupado pois Humberto Ramos, que domingo só entrou no segundo tempo, tinha melhores condições. E desde o início o Grêmio mostrou que poderia repetir as suas boas partidas da fase de classificação, usando muito bem as deficiências do time adversário e desde cedo criando oportunidades para marcar. Aos 16 minutos, Tarciso, com um trabalho muito bom, já conseguia um bom chute, que bateria na trave para salvar o Fortaleza do primeiro gol, depois de boa jogada de combinação do ataque do Grêmio com lançamento para o seu ponta-de-lança. O primeiro tempo terminou com zero a zero mas o Grêmio, por tudo que conseguiu fazer, merecia melhor sorte desde a etapa inicial de partida. O pequeno goleiro Lulinha, durante os primeiros 45 minutos, foi bastante exigido.

Para chegar a esta boa atuação, o Grêmio contou com um trabalho muito bom de seu meio-campo, principalmente de Paulo Sérgio. A defesa estava segura, e os laterais, principalmente Claudio, tinham muita liberdade para subir ao apoio. A partir do meio-campo, depois de um trabalho certo de marcação de Zé Carlos e Zé Roberto, Paulo Sérgio tinha muita categoria para fazer lançamentos, aproveitando-se muito bem, do espaço que a defesa do Fortaleza deixava, alegadamente porque Wilson, que não jogava há muito tempo, não fazia o trabalho normal de Queirós, segundo o seu técnico e alguns de seus jogadores, muito mais acostumado a jogar ao lado de Pedro Basílio. Este espaço no lado esquerdo da defesa do Fortaleza sempre foi muito bem aproveitado pelo Grêmio, principalmente por Paulo Sérgio.

No segundo tempo, sem fazer nenhuma alteração no começo, o Grêmio continuou apertando o ritmo, criando situações e aos 19 minutos, numa excepcional jogada de Paulo Sérgio, Carlinhos marcou o golo da vitória. Paulo Sérgio, avançando ao sentir o espaço deixado pelo quarto zagueiro, tocou certo para Carlinhos. Ele partiu muito bem e, na saída do goleiro, tocou por cima, com categoria. A bola entrou mansamente no 1 a 0 do Grêmio.

Exatamente no memento do golo, Froner já tratava de colocar Mazinho no lugar de Humberto Ramos, já cansado. E. o Grêmio, depois do golo, ainda teve outras oportunidades muito boas — Tarciso, em jogada de Paulo Sérgio, obrigou Lulinha a uma defesa muito difícil. E Carlinhos, que fez o golo da vitória, ainda teve duas oportunidades excelentes, talvez melhores do que aquela que terminou no golo, semente perdendo porque já estava cansado para apanhar lançamentos tão bons como fazia Paulo Sérgio.

A segunda modificação do time do Grêmio visou apenas segurar um pouco mais a principal jogada do Fortaleza, no apoio de Louro. Bolívar entrou no lugar de Loivo e com isso o Grêmio protegeu melhor o lado esquerdo de sua defesa, muito atacado pelas subidas de Louro em combinação com Amilton Rocha.

O Fortaleza, entretanto, reagiu um pouco no final, mas a última boa chance do jogo foi do Grêmio. Outra vez Paulo Sérgio fez grande lançamento, Carlinhos partiu livre mas cansado, perdendo a bola quase na linha de fundo.” (João Carlos Belmonte, Correio do Povo, quinta-feira, 17 de janeiro de 1974)

“GRÊMIO             1
FORTALEZA        0

FORTALEZA (Do correspondente Egídio Serpa) — O Grêmio conseguiu arrancar uma Importante vitória, pelo diminuto placar de 1 a 0, ao Fortaleza, na noite de ontem, no Estádio Plácido Castelo, numa partida multo disputada e com bastante equilíbrio na primeira fase. O gol único foi assinalado por Carlinhos, para os gaúchos, aos 19 minutos do segundo tempo. O juiz foi Romualdo Arpi Filho, auxiliado por Sílvio Silveira e Bartolomeu Lordelo.” (Egídio Serpa , Jornal dos Sports, quinta-feira, 17 de janeiro de 1974)


 

FORTALEZA: Lulinha; Louro, Pedro Basílio, Wilkson e Bauer; Zé Carlos e Zé Roberto; Hamilton Rocha, Hamilton Melo (Lucinho), Marciano e Reginaldo (Beijoca)
Técnico: Mozart Gomes

GRÊMIO: Picasso; Cláudio, Ancheta, Renato Cogo e Jorge Tabajara; Carlos Alberto, Humberto Ramos (Mazinho) e Paulo Sérgio; Carlinhos, Tarciso e Loivo (Bolívar)
Técnico: Carlos Froner

Campeonato Brasileiro 1973 – Terceira Fase – 2ª Rodada
Data: 16 de janeiro de 1974, quarta-feira
Local: Estádio Castelão, em Fortaleza, CE
Público: 14.194
Renda: Cr$ 101.578,00
Árbitro: Romualdo Arpi Filho
Auxiliares: Sílvio Silveira e Bartolomeu Lordelo
Gol: Carlinhos aos 20 minutos do segundo tempo.

Brasileirão 1973 – São Paulo 1×0 Grêmio

October 17, 2020

Foto: Correio do Povo

O isolamento imposto pela pandemia me forçado a fazer um exercício de tentar postar material inédito sem retornar aos museus.

Esse jogo do post foi a primeira derrota do Grêmio para o São Paulo em uma competição oficial. Era partida válida pela segunda fase do Brasileirão de 1973 (que foi disputado até fevereiro de 1974).

É interessante notar que a Folha de São Paulo considerou o desempenho do juiz Arnaldo Cezar Coelho como “fraco”, enquanto no Jornal do Brasil considerou sua atuação como “excelente”.

Ancheta é um dos jogadores gremista que eu mais lamento não poder ter visto jogar. Aqui ele foi novamente muito elogiado, mesmo tendo feito um gol contra (vale lembrar que ele recebeu a “Bola de Ouro” da Placar como melhor jogador daquela edição do Brasileirão).

O GRÊMIO PERDEU NO PRIMEIRO TEMPO

O Grêmio precisava pelo menos empatar com o São Pauto, no Morumbi, pala garantir, assim, uma campanha razoável no Campeonato Nacional de Clubes, fase semifinal. Mas o São Paulo começou melhor, mais organizado, um time disposto, que foi escalado minutos antes do jogo sem o seu principal jogador — Pedro Rocha —, vetado pelo departamento médico, e ganhou de 1 o 0.

O técnico Poy foi obrigado a recuar Zé Carlos e deu chance para o ex-juvenil Silva ser o terceiro homem de meio-campo. O Grêmio começou a partida mostrando claramente que pretendia empatar o jogo, na verdade um bom resultado. Notava-se nos primeiros movimentos que seria difícil conter o São Paulo, um time com ímpeto e decisão em todas as jogadas, principalmente pela ponta esquerda, onde seu garoto de 19 anos — Zé Roberto — crescia a cada lance, a ponto de terminar como o melhor atacante sampaulino, superando até Mirandinha, cotado para a seleção. Zé Roberto, embora bom jogador, mostrou-se extremamente violento, chegando a tirar de campo o lateral direito Cláudio, com suspeita de fratura.

O GOLO
A saída de Cláudio obrigou Froner a tirar Beto do banco de reservas (ele acabaria sendo no final o melhor da defesa) para coloca-lo no lugar de Renato, deslocando este para a lateral direita. Nos primeiros movimentos Renato teve dificuldade de adaptação e enquanto ele procurava se entrosar melhor na posição surgiu o golo da vitória. Zé Carlos serviu a Gilberto, lateral esquerdo, que se soltou para o ataque e na altura da meia-esquerda, com Carlos Alberto e Renato a marca-lo, saiu o passe para Zé Roberto, livre na ponta esquerda. O jogador recolheu e chutou forte e cruzado na direção do golo. O goleiro Picasso saiu certo mas Ancheta, tentando defender de cabeça, desviou a trajetória do chute, tendo a bola parado no fundo da rede. Daí em diante o Grêmio começou a crescer e terminou o primeiro tempo melhor que o São Paulo.

SEGUNDO TEMPO
Na etapa complementar o Grêmio poderia ter empatado, e até fez várias jogadas para que seus avantes assinalassem, se o São Paulo conlassem, e o São Paulo continuava se defendendo. Com a tentativa de tornar o time mais ofensivo, Froner lançou Mazinho retirando Paulo Sérgio. A melhor oportunidade surgiu num chute com barreira que Loivo atirou no poste direito com Valdir Perez já batido. Minutos antes Mazinho entrou livre pelo meio e quase marcou num cruzamento de Carlinhos, não fosse a excelente colocação e defesa parcial do goleiro paulista. Faltavam dois minutos quando o Grêmio construiu a última jogada para empatar a partida, através de Tarciso. O ponta de lança recebeu na entrada da área e atirou com o pé esquerdo, rente ao poste. O Grêmio perdeu jogando bem no segundo tempo.” (Correio do Povo, terça-feira, 22 de janeiro de 1974)

S.PAULO DERROTA GRÊMIO MESMO SEM MERECER

São Paulo (Sucursal) — O empate seria o resultado mais justo ontem à tarde, no Morumbi, mas o São Paulo conseguiu vencer o Grêmio por 1 a 0, gol do zagueiro Ancheta, contra, depois de forte chute do ex-juvenil Zé Roberto. O juiz foi Arnaldo César Coelho, com excelente atuação, e a renda somou Cr$ 125 mil 167.

O São Paulo foi melhor no início e quando o Grêmio reagiu, a partir dos 20 minutos, acabou sofrendo o gol contra. A partida foi monótona no primeiro tempo mas na etapa final surgiram as melhores jogadas, que acabaram agradando o público regular que foi ao Morumbi.

O gol contra

A torcida do São Paulo já estava preocupada com a reação do Grêmio, que iniciou a partida sem muita organização. Após uma investida sem objetividade, o time paulista marcou o gol, com um chute de Zé Roberto, desviado por Beto. Picasso não teve condições de defesa.

No segundo tempo o São Paulo procurou manter o resultado e o Grêmio deixou de jogar na retranca, organizando melhor seu ataque, embora sem sorte nas finalizações. A equipe gaúcha passou a comandar as ações mas o goleiro Valdir não se descuidou. Carlos Froner reforçou o time, substituindo Paulo Sérgio por Mazinho. Tarciso, um bom jogador, ganhou um companheiro mais eficiente, e a defesa adversaria foi pressionada até o final. Aos 41 minutos Loivo perdeu a melhor oportunidade de empate, chutando na trave.” (Jornal do Brasil, Segunda, feira, 21 de janeiro de 1974)

São Paulo 1×0 Grêmio

SÃO PAULO: Valdir Perez; Pablo Forlan, Paranhos, Arlindo e Gilberto; Chicão, Zé Carlos e Silva (Jesum): Piau, Mirandinha e Zé Roberto
Técnico: Poy

GRÊMIO: Picasso; Cláudio (Beto Bacamarte), Ancheta, Renato Cogo e J.Tabajara: Carlos Alberto, Paulo Sérgio (Mazinho) e Humberto Ramos; Carlinhos, Tarciso e Loivo
Técnico: Carlos Froner

Brasileirão 1973 – Segunda Fase – 3ª Rodada
Data: 20 de janeiro de 1974, domingo
Local: Morumbi, em São Paulo-SP
Público: 14.025 pagantes
Renda: Cr$ 125.167,00
Árbitro: Arnaldo Cezar Coelho
Auxiliares: Moacir Miguel dos Santos e Wanderley Moreira Ferreira
Gol: Ancheta (contra), aos 20 minutos do primeiro tempo

Brasileirão 1974 – Avaí 0x1 Grêmio

May 1, 2019
1974 avai gremio humberto ramos carlos alberto cp v

Foto: Correio do Povo

O primeiro confronto entre Avaí e Grêmio pelo Campeonato Brasileiro aconteceu em 1974, numa vitória tricolor por 1×0 no Orlando Scarpelli.

É interessante apontar que em 20 de março daquele ano o Grêmio já estava jogando pela 4ª rodada do Brasileirão de 1974, sendo que o Brasileirão de 1973 só encerrou em 20 de fevereiro de 1974 (o último compromisso do Grêmio havia sido em 09 de fevereiro)

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Foto: Zero Hora

“O GRÊMIO FICOU NO 1X0

FLORIANÓPOLIS — Desta feita, o Grêmio se deu mal com a chuva, pois esteve bem longe da média de suas atuações — especialmente a do Curitiba, onde nem mau tempo foi empecilho para um comportamento elogiável da equipe —, passando enorme trabalho para manter sua invencibilidade e liderança no grupo A, através de um minguado 1×0 sobre o Avaí, marcador estabelecido através de golo contra, em lance infeliz do zagueiro Ari Prudente. Um tento isolado e que disse, na verdade, o labor pouco convincente do elenco tricolor diante do representante catarinense, que jamais chegou a ser envolvido na partida, duelando de igual com o adversário e, inclusive, desfrutando de excelentes oportunidades para fugir da derrota.

O Grêmio teve um início fraco na noite do jogo com chuva no “Orlando Scarpelli”, sua meia cancha mostrava problemas e o Avaí tomou a iniciativa dos ataques. Aos 4 minutos, após jogada do ponteiro João Carlos, Balduíno levou perigo até Picasso. Aos 13, era a, vez de Toninho tumultuar a retaguarda tricolor, depois de Beto Fuscão ser envolvido. O Grêmio só conseguiu atacar com pretensões pela primeira vez aos 15min. Tarciso invadiu, chutou para Rubens defender parcialmente e Loivo desperdiçar o rebote, alvejando por cima. Aos 28 min, uma outra oportunidade ofensiva do Grêmio. Novamente Tarciso infiltrou-se, ficou com apenas o goleiro pela frente mas perdeu a calma e chance, atirando desviado.

O Avaí respondeu dois minutos depois, com bom lance patrocinado por João Carlos, que arrematou nas costas de Ancheta, ficando tudo em escanteio. A resposta tricolor veio com Humberto Ramos, que adiantou demais a bola ao penetrar na área. A última chance gremista ocorreu nos 33 min. E foi a melhor do período inicial, já que Everaldo arrematou certo com Rubens fora da meta, a bola tinha endereço fatal, quando surgiu Souza e salvou, de cabeça, de cima da risca fatal.

Foi logo no reinicio de par- tida que o Grêmio ficou em vantagem no marcador. Carlinhos fugiu pela direita e fez cruzamento. Acossado por Tarciso, Ari Prudente, na tentativa de aliviar, colocou a bola fora do alcance de Rubens. Mesmo com 1×0, o Grêmio não chegou a se encontrar em campo e teve enormes dificuldades para conter ímpeto do Avaí, que passou decisivamente à ofensiva em busca da igualdade no marcador’. E não foram poucos os momentos de aperto que rondaram a defensiva tricolor e o arqueiro Picasso.” (Correio do Povo, quinta-feira, 21 de março de 1974)

Fonte: Acervo Histórico do Grêmio

 

chamada guaiba

Avaí 0x1 Grêmio

AVAÍ: Rubens; Souza, Vilela, Orivaldo e Ari Prudente; Veneza, Zenon e Balduíno; Martoni (Lourival), Toninho e João Carlos
Técnico: Jorge Ferreira

GRÊMIO: Picasso; Everaldo, Ancheta, Beto Fuscão e Jorge Tabajara; Carlos Alberto, Humberto Ramos (Mazinho) e Torino; Carlinhos, Tarciso e Loivo.
Técnico: Sérgio Moacir Torres

Data: 20 de março de 1974, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis-SC
Renda: Cr$ 75.624,00
Árbitro: Eraldo Palmerini
Assistentes: José C. Bezerra e Alvir Renzi
Gol: Ari Prudente (contra)

Brasileirão 1973 – Grêmio 1×0 Santos – O último jogo de Pelé no Olímpico

April 25, 2019
Brasileirao 1973 Gremio 1x0 Santos edu renato cogo ancheta cp b

Foto: Correio do Povo

Em jogo válido pelo Brasileirão de 1973, mas disputado em janeiro de 1974, Pelé fez seu último jogo no Estádio Olímpico.

E o Grêmio ganhou por 1×0, com um gol de Carlinhos, já nos acréscimos do segundo tempo.

Brasileirao 1973 Gremio 1x0 Santos vespera cp

SENSACIONAL VITÓRIA DO GRÊMIO

O Grêmio precisava da vitória para aspirar a uma classificação ou continuar lutando por ela. O importante golo de Carlinhos, no fim do jogo, confirmou a melhor exibição gremista, principalmente no segundo tempo. O Santos veio a Porto Alegre com Pelé (que não jogou bem) e uma das melhores campanhas na fase semifinal do campeonato nacional.

Exatamente por isso o técnico Carlos Froner cuidou, inicialmente, de brecar o início das jogadas na meia-cancha do Santos, que tinha o recuo de Pelé. Assim Froner deixou Carlinhos na reserva e colocou Humberto Ramos como falso ponteiro-direito. Fixo na ponta, o jogador mais habilidoso do ataque gremista, ficou, praticamente sem função, pois nunca teve um companheiro para dar continuidade às jogadas. O Santos começou dando um susto no Grêmio quando Mazinho, batendo Jorge Tabajara e cruzando forte, fez Beto, na tentativa de rebater, atirar no poste direito de Picasso. Depois Humberto Ramos foi liberado da função de jogar na ponta e passou a acionar pelo meio e o Grêmio cresceu de produção.

A melhor oportunidade do primeiro tempo foi um escanteio que Loivo cobrou certo para, Mazinho cabecear no travessão, com o goleiro Cejas saltando tarde, e por isso batida totalmente no lance. Pelé adiantado começou a voltar para buscar o jogo que não chegava até ele, e Edu foi marcado por Renato Cogo. Assim o primeiro tempo terminou zero a zero.

SEGUNDO TEMPO
No segundo tempo, o Grêmio cresceu muito de produção e dominou o Santos que passou a contar com o recuo de Pelé e a penetração de Brecha, meia-cancha, como ponta-de-lança. Sentindo a pressão gremista o Santos passou a tocar a bola e a demorar na cobrança de faltas ou laterais, com a clara intenção de fazer o tempo passar, uma vez que o empate seria bom. O treinador Pepe só não contava com a entrada de Carlinhos no lugar de Humberto Ramos. Aí Mazinho fez a função de Humberto e o Grêmio teve a formação mais racional, a que realmente mostrou um time melhor que o Santos e com vontade de ganhar. A primeira grande oportunidade do segundo tempo foi um chute de Tarciso que bateu nos dois postes do goleiro Cejas. Cada vez mais aumentava a pressão gremista e o Santos só teve um grande lance, que Nenê desperdiçou depois de receber ótimo passe de Pelé. Antes Brecha fora lançado pelo mesmo jogador e, livre, arremessou para fora.

E quando parecia que o jogo terminaria mesmo empatado, Carlinhos foi recompensado por sua grande atuação e por ter mudado a feição do jogo. Ele recebeu de C. Alberto, que estava na linha de escanteio, caiu pela meia direita e arrematou em curva com o pé esquerdo, 30 segundos além do tempo regulamentar. A bola ainda raspou em Nenê e encobriu o goleiro Cejas, para estabelecer a mais importante vitória gremista na fase semifinal.” (Correio do Povo, terça-feira, 29 de janeiro de 1974)

 

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Ruy Carlos Ostermann – Correio do Povo, terça-feira, 29 de janeiro de 1974

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Brasileirao 1973 Gremio 1x0 Santos folha

SANTOS CONFIAVA NO EMPATE, O GRÊMIO MARCOU E GANHOU

O Santos não conseguiu dominar e vencer o Grêmio. Como o jogo estava terminando, preferiu optar pelo empate. Mas acabou sendo surpreendido por um gol de Carlinhos nos segundos finais e teve que se conformar com uma derrota inesperada, principalmente pela maneira como vinha jogando ultimamente O favoritismo não adiantou nada.

Os problemas internos que existem no Grêmio são os mesmos que existiam quando, nas eliminatórias, sofreu a goleada de 4 a 0 para o Santos no Pacaembu. Foi o último jogo entre os dois. Acontece que naquele tempo nada transparecia, muito pelo contrário, a imagem do time gaúcho era a mais tranquila possível e todos o apontavam como um exemplo de disciplina dentro e fora do campo.

Hoje a situação é outra, Oberti vendido para o Old Boys da Argentina, depois de acusado pelo técnico Carlos Fronner de jogar dopado, revelou que a situação interna do Grêmio não é o que se dizia mas muito pelo contrário: o ambiente é dos piores, com todo tipo de brigas e interferências no trabalho dos jogadores, técnico, e demais áreas administrativas.

Talvez seja por isto que o jogo de ontem foi tão ruim O Grêmio, para não sofrer nova goleada, e desta ver com repercussão pior ainda, por se tratar do jogo em Porto Alegre, começou na retranca. O Santos, por sua vez, não estava em grande dia. Pelé, que ultimamente tem se cansado de mostrar que continua o melhor jogador do mundo, acompanhou o baixo rendimento do time. Em outras palavras, não fez nada a não ser trocar passes e fazer uns poucos lançamentos visando principalmente a esquerda, na esperança de que Edu fizesse alguma coisa.

O jogo foi se desenrolando assim monótono para a decepção da torcida. No segundo tempo a situação continuava a mesma, com apenas uma diferença: Carlinhos e Tarciso, antes isolados no ataque, ganharam mais um companheiro: o ponta-esquerda Loivo que recebeu ordens para avançar também. Mas só nos momentos de contra-golpes.

O jogo ficou um pouco mais movimentado, Carlinhos, o mais perigoso, passou a jogar mais livre de marcação, pois agora a defesa santista tinha que dividir a atenção pelas duas extremas. Contra-atacando assim, o gol surgiu. Foi muito mais por unta questão de sorte, do que por bom futebol. Aos 45 minutos, quando as esperanças tinham sido abandonadas, Carlinhos, recebeu a bola de Marinho pelo meio e venceu Cejas saiu bem, mas foi enganado com um toque pelo alto e o Grêmio ganhou o jogo. Foi uma vitória apagada onde as boas atuações foram totalmente individuais. Como a de Carlinhos que voltou muito bem, e esforçou-se o tempo todo contra uma das mais respeitadas defesas do país.

No Santos pode ser destacada a atuação do Mazinho e de Clodoaldo, um lutador incansável. Cejas não pode ser culpado pelo gol pois nada podia fazer. Durante o jogo não teve, como Picasso, momentos de grande perigo. Carlos Alberto também esteve bem, apesar de vir de três jogos parado devido à suspensão pelas ofensas ao juiz Carlos Costa numa briga com Cejas.” (Folha de São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 1974)

tabela

GRÊMIO VENCE SANTOS NO FINAL

Porto Alegre (Sucursal) — A torcida do Grêmio já estava saindo do Estádio Olímpico, consolada com um empate frente no Santos, quando 30 segundos além do tempo regulamentar Carlinhos chutou forte, a bola bateu em Zé Carlos e foi para as redes sem chance para Cejas, garantindo a vitória do time gaúcho por 1 a 0.

Um grande público assistiu à partida entusiasmado com a possibilidade de ver Pelé, mas o jogador não repetiu suas boas atuações, devido à dura marcação que recebeu da defesa do Grêmio e principalmente de Carlos Alberto que lhe perseguiu por todo o campo. A renda, surpreendente, pois o estádio praticamente lotou, foi de Cr$ 272 mil 768. O juiz Luis Carlos Félix teve uma boa atuação.

Erro do Grêmio

O Grêmio atuou com Picasso, Renato, Ancheta, Beto e Jorge Tabajara, Carlos Alberto, Paulo Sérgio e Mazinho, Humberto Ramos (Carlinhos), Tarciso e Loivo.

O Santos teve Cejas, Carlos Alberto, Marinho, Vicente e Zé Carlos, Clodoaldo, Brecha (Léo) e Nené, Marinho, Pelé e Edu. O Santos começou a partida muito bem, aproveitando as deficiências táticas do Grêmio, já que o técnico Carlos Froner deixou Carlinhos na reserva, preferindo escalar na sua posição o meia Humberto Ramos, que acabou perdido entre a ponta e o meio-campo. Aos 6 minutos, o time paulista perdeu unia boa chance quando Mazinho cruzou forte e Ancheta, na ânsia de defender, acabou mandando a bola na trave, para defesa posterior de Picasso.

Aos 10 minutos, num contra-ataque, o Grêmio por pouco não surpreendeu o Santos, mas Humberto Ramos chutou muito alto, apesar de só ter Cejas pela frente. Mais tarde, vendo o erro tático, Carlos Froner mandou que Mazinho se deslocasse para a ponta e Humberto Ramos voltasse para o meio-campo. A partida ficou mais equilibrada, apesar dos defeitos no ataque. O time gaúcho manteve-se firme na defesa, vigiando incessantemente todos os passos de Pelé. E contendo os pontos de qualquer maneira.

Mazinho, aos 32 minutos, quase colocou o Grêmio em vantagem. Ele escorou um escanteio bem cobrado por Loivo e cabeceou forte, mas a bola acabou batendo na trave e foi para fora.

Santos melhor

Prendendo a bola no meio-campo e esfriando os ataques do Grêmio, o Santos começou melhor o segundo tempo. Aos 10 minutos, a melhor jogada de Pelé: ele recebeu a bola de Clodoaldo e lançou Brecha, que correu sozinho para a área do Grémio e acabou chutando para fora.

Em seguida, o técnico do Grêmio fez a substituição de Humberto Ramos por Carlinhos, que acabou mudando todo o esquema tático da equipe, passando a explorar as jogadas pela ponta-direita. O Santos, sentindo a pressão e o apoio cia torcida ao time gaúcho, passou a catimbar o jogo. Aos 24 minutos, Tarciso realizou duas boas jogadas: na primeira, tentou encobrir Cejas e o goleiro defendeu; na segunda, chutou de fora da área, sendo que a bola bateu na. trave direita, correu na risca do gol e bateu na esquerda, terminando nas mãos do goleiro.

O ritmo de jogo do Grêmio no final foi impressionante, mas a torcida já eslava deixando o Estádio Olímpico quando aconteceu o gol. O lance começou com uma cobrança de escanteio por Loivo. Houve confusão na área e Carlinhos, de pé esquerdo, chutou forte, sendo que a bola foi para as redes depois de bater em Zé Carlos, enganando Cejas. Passavam 30 segundos do tempo regulamentar e o Grémio então, com a vitória, começava a sair da crise interna e a ter novamente esperanças na classificação.” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 28 de janeiro de 1974)

colocaçoes

Brasileirao 1973 Gremio 1x0 Santos ingressos

GRÊMIO: Picasso: Renato Cogo, Ancheta, Beto Bacamarte e Jorge Tabajara; Carlos Alberto, Paulo Sérgio e Humberto Ramos (Carlinhos); Tarciso, Mazinho e Loivo
Técnico: Carlos Froner

SANTOS: Cejas; Carlos Alberto Torres, Marinho Perez, Vicente e Zé Carlos; Clodoaldo e Brecha (Léo); Mazinho, Nenê, Pelé e Edu
Técnico: Pepe

Data: 27 de janeiro de 1974, domingo, 18h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Renda: Cr$ 262.763,00
Juiz: Luís Carlos Félix
Auxiliares: Eraldo Palmerini e Rubens Carvalho