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Gauchão 1975 – Ypiranga 0x0 Grêmio

March 25, 2022
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Foto: Correio do Povo

No Gauchão de 1975, Ypiranga e Grêmio empataram sem gols no Colosso da Lagoa, em partida do 1º turno da fase final. Naquele ano Grêmio e Inter não disputaram a primeira fase da competição.

Acho difícil existir uma defesa do Grêmio com nomes mais estilosos do que Picasso, Vilson Cavalo, Beto Fuscão, Beto Bacamarte e Jorge Tabajara.

 

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“IPIRANGA NÃO DEIXOU O GRÊMIO JOGAR. ESQUEMA DE EDGAR DEU RESULTADO

Jogando sua pior partida neste campeonato, o Grêmio não passou de um empate m zero em Erechim, diante do Ipiranga. E desta feita os tricolores não criaram uma só situação de golo ao longo dos noventa minutos. O técnico Edgar Ferreira, do Ipiranga, armou um bom esquema defensivo, que também teve seus momentos ofensivos, criando duas situações de perigo para a meta de Picasso, sem falar no gol anulado, aos cinco minutos de jogo

PRIMEIRO TEMPO

Encontrando um Grêmio numa tarde de pouca inspiração, o Ipiranga foi melhor em campo nos primeiros 20 minutos de jogo. Foi um time bem posicionado, que procurou com harmonia e criação de jogadas de ataque e também chutes a golo. Aos 5 minutos o meia-cancha Evonir armou um jogada pela direita, lançando Ênio Fontana pelo meio. O goleador do Ipiranga recebeu na entrada da grande área, chutou sem muita força, a bola passou sobre o corpo de Picasso, indo para as redes. A torcida vibrou, mas o juiz da partida, acertadamente, anulou a jogada, porque quando Ênio Fontana recebeu a bola em impedimento e o auxiliar de arbitragem já havia assinalado a posição ilegal. Foi apenas um susto para a torcida gremista, que começou a sentir que a equipe não estava bem. Neste primeiro tempo Tarciso arrematou uma bola contra a meta de Valdir e Nenê, na cobrança de uma falta de fora da área, chutou no canto sem muito perigo, mas que, a rigor, foi a única oportunidade em que o Grêmio esteve mais perto de marcar. Depois dos 20 minutos, o lpiranga recuou em campo, conseguindo, entretanto, até o final dos primeiros 45 minutos, criar mais duas ou três jogadas, desfeitas na entrada da área gremista.

SEGUNDO TEMPO

Sem ritmo e sem explosão, como aconteceu no primeiro tempo da partida contra o São José, o Grêmio só conseguiu chutar uma bola contra a meta de Valdir, no segundo tempo, aos 22 minutos. Cacau recebeu uma bola fora da grande área e arrematou fraco, para uma defesa difícil de Valdir. Apenas Nenê, no ataque, corria com disposição e tentava a armação das jogadas pela esquerda, mas sempre com dificuldades, em virtude da marcação de dois adversários e por não haver ninguém para receber suas cruzadas na área.

Beto Fuscão na defesa, Cacau e lura na meia-cancha e Nenê no ataque foram os jogadores gremistas que mereceram algum destaque na partida. Os demais mostraram-se apáticos e nada fizeram para que o Grêmio conseguisse um resultado melhor do que o zero a zero.

O Ipiranga, que levou apenas 10 golos ao longo do campeonato, sendo que 6 aconteceram na primeira rodada, quando foi goleado pelo Internacional no Gigante da Beira-Rio, confirmou ter uma defensiva excelente, em condições de levar a equipe até as finais. Com o empate de domingo, o Ipiranga chegou a uma invencibilidade de nove partidas.” (Correio do Povo, terça-feira, 10 de junho de 1975)

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Ypiranga 0x0 Grêmio

YPIRANGA: Valdir; Joubert, Mujica, Cuca e Cláudio; Paulo Ferro, Evonir e Clóvis; Luisinho, Ênio Fontana e Tonho
Técnico: Edgar Ferreira

GRÊMIO Picasso; Vilson, Beto Bacamarte, Beto Fuscão e Jorge Tabajara; Cacau, Iúra (Luis Carlos) e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê
Técnico: Ênio Andrade

Gauchão 1975 – Fase Final – 1º Turno -12ª Rodada
Data: 08 de junho de 1975, domingo
Local: Estádio Colosso da Lagoa, em Erechim, RS
Renda: Cr$ 154.000,00
Árbitro: Rui Canedo
Auxiliares: Pedro Ivo Reis e Luis Carlos Tiburski

Brasileirão 1975 – Corinthians 3×2 Grêmio

November 21, 2020

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

No Brasileirão de 1975, o Grêmio enfrentou o Corinthians pela antepenúltima rodada da segunda fase. As duas equipes conseguiram classificação para a fase seguinte, na qual foram eliminadas.

A reclamação de Ênio Andrade sobre o pênalti marcado para o Corinthians, na matéria da Zero Hora transcrita abaixo, não se sustenta. No vídeo fica claro que Picasso não tinha segurado a bola. Porém fica a dúvida, o carrinho que o atacante corintiano deu no goleiro gremista foi legal?

Foto: Domicio Pinheiro

 

NOS TRÊS GOLS, TODA A FORÇA DE VAGUINHO.

Grêmio jogou ontem à tarde no estádio do Morumbi contra o Corintians e manteve a tradição de nunca ter vencido ao “Timão” de São Paulo. Apesar de os dois gols de Tarciso e da pressão final em busca do empate, o time de Ênio Andrade não jogou bem e o Coríntians mereceu a vitória. Agora, ainda com 11 pontas ganhos, em terceiro lugar no seu grupo, o Grêmio precisa vencer o América do Rio, quarta-feira, no Olímpico para garantir a classificação à fase final.

A partida iniciou com o Grêmio se defendendo e o Coríntians explorando a velocidade de Vaguinho em busca da jogada de fundo. Com o tempo, Neca demonstrou ser um dos melhores jogadores do Grêmio na partida, mesmo deixando Russo jogar desmarcado. lúra não jogava bem e falhava na marcação a Adãozinho A única opção de ataque do Grêmio eram os lançamentos longos para Tarciso, isolado na frente.

Apesar de todos os erros do Grêmio, o Corintians só conseguiu fazer seu primeiro gol no final do primeiro tempo. Bolívar chutou Vaguinho sem bola, depois de estar batido na jogada, e levou cartão amarelo aos 44 minutos. Na jogada seguinte, o lateral cedeu escanteio displicentemente e assistiu Zé Maria fazer o passe para Vaguinho. O ponteiro centrou, Adilson dominou a bola no risco da pequena área e chutou forte, de meia-virada, junto ao travessão, sem chance de defesa para Picasso. 1 a 0. Eram 45 minutos.

Já no início do segundo tempo o Corintiansf ez outro gol, numa falha de Beto Fuscão. Adilson fez um lançamento nas costas de Bolívar aos três minutos, Beto Fuscão foi na cobertura mas atrasou fraco para Picasso. Vaguinho disputou a bola com o goleiro do Grêmio, ambos cairam e o atacante sofreu pênalti de Picasso ao tentar levantar-se. Cláudio fez a cobrança com perfeição aos quatro minutos, 2 a 0.

O Grêmio, entretanto, não se entregava. Aos 12 minutos Neca deu um balãozinho em Sérgio mas não conseguiu fazer o gol Tarciso, aos 14 minutos, é que aproveitou uma confusão na área do Coríntians, depois que Bolívar fez o centro e Sérgio soqueou a bola, e no sétimo toque do ataque do Grêmio conseguiu mandar a bola, de leve, para o canto esquerdo do gol adversário, fazendo 2 a 1.

O Coríntians continuava jogando melhor que a equipe de Ênio Andrade e aos 19 minutos Pita ganhou de Celso e Tadeu, fez o centro e conseguiu lançar Vaguinho, pelo outro lado. O ponteiro-direito cruzou forte, Vladimir, que estava na marca do pênalti, se abaixou e cabeceou tranqüilamente, 3 a 1 para o Coríntians.

O Grêmio ainda conseguiu seu segundo gol aos 30 minutos, através de Tarciso. Loivo cobrou uma falta de Vladimir em Cacau, pelo lado direito, Sérgio soltou a bola, Neca e Tarciso entraram e o centroavante tocou para as redes do Coríntians, 3 a 2.” (Danilo Miralles, Zero Hora, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Domicio Pinheiro (Tardes de Pacaembu)

O CORÍNTIANS, QUASE NAS FINAIS

O Corintians voltou a perder gols incríveis, teve momentos brilhantes e medíocres, foi corajoso e medroso, mas mesmo com um futebol irregular e sem ritmo, mereceu ganhar do Grêmio por 3 a 2 ontem no Morumbi, praticamente garantindo, com 10 pontos, a sua classificação para o primeiro turno da fase final do Campeonato Brasileiro.

Durante 45 minutos do primeiro tempo, o Corinthians jogou como quis, dominou o meio de campo. Sérgio não fez uma única defesa e os atacantes perderam três excelentes oportunidades de gol, Mesmo assim, no último minuto conseguiu abrir a contagem com um gol de Adilson, ganhou ânimo para o segundo tempo, quando os dois times tiveram maior número de falhas individuais e táticas, mas fizeram quatro gols, numa repetição constante de, jogadas ofensivas e erros das retaguardas, construindo um resultado justo e inesperado.

Pelo ritmo imposto pelo Grêmio nos primeiros 10 minutos de jogo (acompanhado das vaias da torcida, normal seria se esperar por mais um jogo sem gols ou então a vitória do Corintians, que mais procurava o gol de Picasso, por um a zero. Logo aos 8 minutos, o Corintians perdeu a grande chance de sair na frente: Vaguinho cruzou, Picasso rebateu e Russo, livre na pequena área, chutou prensado, formando uma confusão sem que a bola chegasse a entrar. Aos 21 minutos, num toque sutil de Adãozinho, a bola cobriu Picasso e o gol, saiu rente à trave. Aos 41′, outro gol perdido: Zé Maria ganhou de Bolívar, chegou livre à frente do goleiro e chutou, vendo a bola mansamente tomar o caminho da linha de fundo, com. César chegando atrasado.

Nesses três lances, o Corintians resumiu o domínio total a um adversário indeciso e sem a mínima coragem para partir em busca da vitória, Apenas Neca, inteligente e habilidoso, tentava as jogadas individuais, porem deixando Tarciso isolado entre Cláudio e Darei, enquanto os ponteiros Zequinha e Nenê eram dominados por Zé Maria e Vladimir.

Para perder essas três chances, o Corintians contou com a falta de imaginação de seus atacantes, com boa vontade mas sem nenhum sentido prático, principalmente pela péssima atuação de Vaguinho nessa fase e pelos seguidos passes errados de Adilson, sem que Russo ou Adãosinho tivessem o domínio de meio campo prejudicado, pois como o Grêmio apenas se defendia, Pita também podia atacar, porém sem noção.

Pelo quadro indefinido do primeiro tempo, mesmo com o gol de Adilson (aproveitou com um chute forte, da pequena área, o bom cruzamento de Vaguinho, após receber de Zé Maria), seria difícil sequer imaginar a correria e quatro gols no segundo tempo, quando muitos outros gols ainda poderiam ter sido marcados.

Logo aos 3 minutos, o Corintians chegou aos dois a zero e, pela movimentação dos atacantes, até a goleada passou a fazer parte das previsões. O gol foi de pênalti (bem cobrado por Cláudio), mas precedido de uma jogada inteligente: Adilson fez o lançamento longo para a corrida de Vaguinho. Ele venceu Bolivar, perdeu o pique e a bola para Beto que atrasou curto, permitindo a entrada de Vaguinho que chutou e não pode aproveitar o rebote ao ser seguro por Picasso pelas pernas.

Sérgio fez uma defesa excelente em cabeçada de Neca, mas foi indeciso no lance que originou o primeiro gol do Grêmio, aos 14 minutos. Rebateu uma bola alta que poderia segurar e Cláudio confundiu-se com Darci, deixando a sobra para o atacante Tarciso diminuir. Entretanto, como continuava ganhando o meio de campo e seus Jogadores se movimentavam em alta velocidade’ foi fácil chegar a três a um’ depois de boa jogada de Pita, cruzamento de Vaguinho e gol de cabeça de Vladimir, aos 19 minutos. Três a um suficientes para o Corintians parar.

O Grêmio criou coragem, diminuiu para 3 a 2 dez minutos depois (Volmir cobrou uma falta, Sérgio falhou e rebateu, Tarciso só tocou para o gol ) e, como o Corintians, perdeu outras chances de gol. A melhor de todas, com Zequinha, aos 34′ e, pelo Corintians, de Adilson’ aos 41′.

Até os 25 minutos, quando vencia por 3 a 1, o Corintians ainda foi superior e calmo, mas foi caindo, mesmo mantendo a vantagem. Russo parou em campo e deixou Adãosinho perdido entre Neca, lura e Cacau, que ainda contavam com o apoio de Volmir. Pita sentiu cansaço, César deixou de correr e, Milton Buzetto, manteve ao seu lado, no banco, o Volante Helinho, quando o Grêmio ganhava no centro do campo e partia para contra-ataques perigosos e envolventes, que só teve coragem de iniciar quando o jogo estava praticamente perdido” (Flavio Adauto, Folha de São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Terceiro Tempo – Tardes de Pacaembu

 

ÊNIO ANDRADE ARRANJOU UMA DESCULPA: O JUIZ.

Reclamações, em futebol, principalmente depois de resultados negativos, já é algo comum por parte dos perdedores. Sempre, entre os derrotados, há alguém para culpar o juiz como o responsável pela vitória do time adversário. Ao finalizar a partida de ontem á tarde, frente ao Coríntians em São Paulo, dirigentes, treinador e jogadores do Grémio não esqueciam de justificar suas falhas apontando Luis Carlos Félíx como mal intencionado contra o Grêmio.

No inicio de suas explicações sobre a vitoria do Corintians, Ênio Andrade fez questão de dizer que não tem o hábito de acusar as arbitragens, mas quanto a de ontem ele não podia ficar quieto. Segundo o treinador do Grêmio, sua equipe foi bastante prejudicada pelo juiz, que estava influenciado pela torcida paulista e por isso prejudicou o Grêmio, principalmente em lances decisivos.

Para ele, antes de fazer falta em Vaguinho o lance que ocasionou o pênalti – Picasso tinha a bola segurada.

Para ele, Vaguinho empurrou Picasso e assim ele soltou a bola. Somente nesse momento o juiz assinalou falta e contra o Grêmio. Ênio garante que aquele lance não poderia ser pênalti, porque a primeira falta era a favor do Grêmio.

Depois de encontrar um culpado para a derrota , Ênio Andrade disse que o Grêmio, no período inicial, procurou observar o esquema tático do Coríntians e jogar da maneira mais tranqüila, para ir à frente, como fez no segundo tempo, Mas ele não esperava que o Coríntians, também procurasse jogar ofensivamente.” (Danilo Miralles, Zero Hora, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

“CORÍNTIANS 3 X GRÊMIO 2

São Paulo — O Coríntians, jogando com aplicação tática e inteiramente na ofensiva, conseguiu com justiça uma boa vitória ontem, por 3 a 2, sobre o Grêmio, tendo no atacante Vaguinho sua principal figura em campo.
Os gols do Coríntians foram marcados por Adilson, Cláudio de pênalti e Vladimir, assinalando Tarciso 2 para o Grêmio. A renda foi de Cr$ 442 mil 884, com 28 mil 126 pagantes, e o juiz foi Luis Carlos Félix, com excelente atuação.

REAÇÃO DESESPERADA O Coríntians atuou com Sérgio, Zé Maria, Darci, Cláudio e Vladimir; Russo, Adãozinho e Pita; Vaguinho, Adilson e César (Geraldo). O Grêmio, com Picasso, Celso, Tadeu, Beto e Bolívar; Cacau (Oscar), Iura e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê (Loivo).

Desde os primeiros minutos de jogo, o Coríntians se lançou inteiramente ao ataque. As oportunidades de gol foram surgindo a todo instante, mas Vaguinho, Adãozinho, Adilson e Pita as desperdiçavam infantilmente. Somente aos 45 minutos da primeira etapa foi que o quadro paulista traduziu em gol sua superioridade em campo: Zé Maria cobrou um córner curto para Vaguinho e este centrou certeiramente para Adilson completar para as redes.

No segundo tempo, o panorama do jogo não se modificou. Aos 4 minutos, Picasso cometeu um pênalti em Vaguinho. Cláudio cobrou e ampliou o placar para 2 a 0. Embora de maneira desordenada, principalmente pelo desentrosamento do meio de campo, o Grêmio reagiu na base do espirito de luta e aos 16 minutos marcou seu primeiro gol, através de Tarciso.

Entusiasmado com esse gol, o time gaúcho abandonou quase que completamente a defensiva, do que se aproveitou o Coríntians. Aos 21 minutos, Vaguinho centrou para a área e o zagueiro Vladimir cabeceou para as redes.

Depois dos 3 a 1, no entanto, Inexplicavelmente o time do Coríntians recuou. Aos 29 minutos, Tarciso, se aproveitando de uma rebatida do goleiro Sérgio, marcou o segundo gol do Grêmio. O quadro gaúcho voltou a se motivar e partiu decisivamente para o ataque que só não conseguindo o empate pelos erros dos seus próprios atacantes, principalmente Zequinha, na complementação das jogadas.” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

 

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

CORINTHIANS: Sérgio; Zé Maria, Darcy, Cláudio Marques, Wladimir, Russo, Adãozinho, Vaguinho, Adílson, César (Geraldão) e Pita
Técnico: Mílton Buzetto

GRÊMIO: Picasso; Celso, Tadeu, Beto Fuscão e Bolívar; Cacau (Osmar), Iúra e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê (Loivo)
Técnico: Ênio Andrade

Campeonato Brasileiro 1975 – 2ª Fase – 8ª Rodada
Data: 02 de novembro de 1975, domingo, 16h00min
Local: Morumbi, em São Paulo, SP
Público: 28.126
Renda: Cr$ 442.884,00
Árbitro: Luís Carlos Félix
Auxiliares: Manoel Espezin Neto e Juan de La Passion
Gols: Adílson aos 45 do 1º Tempo; Cláudio Marques (de pênalti) aos 4, Tarciso aos 15, Wladimir aos 20 e Tarciso aos 30 do 2º Tempo.

 

Brasileirão 1975 – Flamengo 1×0 Grêmio

August 19, 2020

Foto: Zero Hora

 

No Brasileirão de 1975, Flamengo e Grêmio se enfrentaram no Maracanã pela 3ª rodada do Grupo B da fase final. Vitória dos mandantes por 1×0.

Interessante notar que a Zero Hora e o Jornal do Brasil afirmam que o gol de Luisinho foi marcado em flagrante impedimento, enquanto o Jornal dos Sports nada fala sobre a posição do atacante rubro-negro.

Vale também apontar para o fato de que Ênio Andrade era o treinador do Grêmio enquanto Carlos Froner estava na casamata do Flamengo. Os dois são apontados por Tite como as principais vertentes do estilo gaúcho de futebol (eu acho estranho que ele mencione Froner antes de Foguinho).

Também acho estranho que em muitos desses confrontos dos anos 70 o Flamengo usou a camisa reserva contra o Grêmio.

Por último me chamou a atenção o lateral-esquerdo Bolívar usando a camisa 4 (foto abaixo). Tradicionalmente no Brasil os jogadores dessa posição utilizam a camisa 3 ou 6. Contudo, no Grêmio, além do Bolívar, já encontrei registro do Ortunho usando a camisa 4 na lateral-esquerda, bem como Casemiro e Hélcio.

Foto: Zero Hora

 

É A SÉTIMA PARTIDA SEM VITÓRIA DO TIME DE ÊNIO

[…]

Desde os primeiros minutos era possível notar uma maneira diferente do Grêmio jogar. Mais preocupado com a meia cancha do adversário, Ênio Andrade colocou Neca em marcação especial a Tadeu e Osmar cuidando de Zico. Luis Carlos também ajudava a proteger os zagueiros e, com isso, se confundia com Osmar. Apesar de atrapalhado e desorganizado, o vice-campeão gaúcho não escondia seus cuidados defensivos com relação ao mio de ataque do Flamengo.

Entretanto, um erro do juiz Emídio Marques de Mesquita originou o gol do Flamengo. Zico recebeu um lançamento pela meia-direita, dentro da área, dividiu a bola com Ancheta, levou vantagem e tocou para Luisinho. Como o zagueiro uruguaio no lance anterior, Picaso falhou ao deixar a bola passar sob seu corpo. Luisinho, completamente impedido (atrás até de Picasso) apenas tocou a bola de leve para as redes, fazendo 1 a 0, aos 9 minutos. […]” (Zero Hora, quinta-feira, 20 de novembro de 1975)

Foto: Jornal dos Sports

Foto: Jornal dos Sports

 

FLA FAZ GOL ILEGAL, SOFRE NO 2.º TEMPO, MAS VENCE

A torcida do Flamengo teve uma noite de apreensão, aborrecimento, revolta, mas no fim de tudo saiu satisfeita do Maracanã: sua equipe derrotou o Grêmio por 1 a 0, gol marcado por Luizinho em impedimento, aos nove minutos do primeiro tempo, e isolou-se na liderança do grupo B, com seis pontos ganhos.

Apreensão porque o Grêmio foi superior durante o segundo tempo, aborrecimento porque Zico saiu contundido (mais tarde, o exame radiográfico na perna direita nada revelou de anormal), e revolta porque Luisinho, além de realizar má partida, quase atrapalhou o lance de gol. Paulinho chutou, a bola ia entrando e Luisinho, em posição ilegal, tocou a bola para as redes. A sorte foi que o juiz Emídio Marques validou a jogada. Júnior, Iúra e Osmar receberam cartão amarelo.

O Flamengo esteve um pouco melhor no primeiro tempo, embora, logo depois do gol de Luisinho, o time gaúcho tenha perdido boas chances, entre elas chutes de Bolívar e Vilson na trave. Na fase final, o Grêmio melhorou — Zequinha chutou outra bola na trave — e teve amplo domínio, favorecido ainda pela saída de Luís Paulo e Zico, este contundido.

A renda somou Cr$ 270 mil 238 (20 mil 090 pagantes) as equipes atuaram assim: Flamengo — Cantarelli, Júnior, Jaime, Luis Carlos e Rodrigues Neto; Tadeu, Geraldo e Luis Paulo (Edson); Paulinho, Luisinho e Zico (Dequinha). Grêmio — Picasso, Vilson, Ancheta, Beto Fuscão e Bolívar; Osmar, Luis Carlos (Nenê) e Neca (Iúra); Zequinha, Claudinho e Loivo. O árbitro foi o paulista Emidio Marques de Mesquita, que falhou apenas ao confirmar o gol do Flamengo.

O jogo teve andamento técnico apenas razoável e mostrou o Flamengo superior durante o período inicial, enquanto o Grêmio foi superior no segundo tempo, quando perdeu algumas oportunidades de empatar, principalmente a partir do instante em que o adversário foi obrigado a recuar, devido à salda de Luis Paulo e Zico.

O Grêmio iniciou melhor a partida e pressionou seguidamente, mas coube ao Flamengo marcar o primeiro gol, logo aos nove minutos: bem lançado por Zico. Paulinho passou por Bolívar e bateu Picasso com um chute forte. A bola ia entrar, quando apareceu Luisinho – Impedido – e a tocou em definitivo para as redes. Dada a saída, o Grêmio quase chegava ao empate em dois lances seguidos. No primeiro, Bolívar mandou a bola na trave e, no outro, Cantarelli espalmou para córner um centro alto de Vilson.”  (Jornal do Brasil, quinta-feira, 20 de novembro de 1975)

Foto: Jornal dos Sports

“MENGO DESPACHA O GRÊMIO E DISPARA: 1 a 0

O Flamengo manteve a sua invejável posição de líder do Grupo B da Fase final do Campeonato Brasileiro, agora isolado e com seis pontos ganhos, ao vencer o Grêmio por 1 a 0, ontem à noite, no Mário Filho, gol de Luisinho, aos nove minutos do primeiro tempo. Vitória justa, porque o time carioca sempre soube como suportar a pressão desesperada do vice-campeão gaúcho.

Desde o início o primeiro tempo mostrou que seria bom, do agrado do torcedor. Os dois times partiram para os ataques estudados, com o Flamengo mais operoso, por força de sua melhor esquematização, porque o meio-campo sempre recebia o auxílio de um atacante, ora Zico ora Luís Paulo, e até mesmo Paulinho, que sempre procura cercar em seu setor.

A melhor disposição tática do time carioca valeu o primeiro gol, aos nove minutos, marcado por Luisinho, depois de excelente passe de Zico. O Grêmio não se entregou, e um minuto depois, num bom ataque, o lateral-esquerdo Bolívar atirou na trave, com grande perigo. Logo depois, o vice-campeão gaúcho teve outra grande chance, quando Claudinho atirou forte.

Na tentativa de conseguir logo a igualdade, o Grêmio colocou Iura no lugar de Nenê, e o Jogo melhorou, porque o Flamengo sentiu o perigo e nunca deixou de atacar, para eliminar no nascedouro as investidas do adversário. Depois, com a vantagem, a equipe carioca procurou tocar a bola, para garantir a mela vantagem, o bom passo para outro bom resultado.

Um susto para a torcida do Flamengo, logo no início do segundo tempo: depois de bela Jogada, Zequinha atirou na trave, com Cantarele batido. Na recarga, Lusinho fez o mais difícil, ao passar bem pelo becão Atílio Ancheta e atirar à direita de Picasso. Os dois lances serviram não só para mexer com os torcedores, mas também para despertar os times.

A partir dos 15 minutos, o Flamengo se retraiu, do que se aproveitou o Grêmio para fazer alguns ataques perigosos, pois adiantou os zagueiros laterais, especialmente Bolívar, o que serviu para mostrar o bom futebol de Tadeu, com presença marcante em todas as partes do campo, ao passo que Geraldo, talentoso, procurava organizar as jogadas.

Os últimos 15 minutos foram multo nervosos, porque os dois times procuraram as soluções para seus problemas: o Fia- mengo, segurar o um a zero; o Grêmio, na busca desesperada do empate O torcedor ganhou com isso, pois viu excelentes jogadas de ataque, embora o Grêmio sempre apelasse um pouco para a violência, o que não serviu para evitar a derrota.”  (Jornal dos Sports, quinta-feira, 20 de novembro de 1975)

Foto: Zero Hora

Flamengo 1×0 Grêmio

FLAMENGO: Cantarele; Junior, Jaime, Luis Carlos e Rodrigues Neto; Tadeu, Geraldo, Paulinho, Luisinho, Zico (Dequinha) e Luis Paulo (Edson)
Técnico: Carlos Froner

GRÊMIO: Picasso, Vilson, Ancheta, Beto Fuscão e Bolívar; Osmar, Luís Carlos (Nene) e Neca (Iura), Zequinha, Claudinho e Loivo
Técnico: Ênio Andrade

Brasileirão 1975 – Fase Final – 3ª Rodada
Data: 19 de novembro de 1975, quarta-feira, 21h15min
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro-RJ
Público: 20.090 pagantes
Renda: Cr$ 270.238,00
Juiz: Emidio Marques Mesquita;
Auxilares: Edson Massa e Angelo Antonio Ferrari
Cartões amarelos: Junior, Iura e Osmar
Gol: Luisinho, aos 9 minutos do 1º tempo

Brasileirão 1975 – Vasco 2×1 Grêmio

October 30, 2019

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No Brasileirão de 1975, Vasco e Grêmio se enfrentaram em São Januário. Vitória dos mandantes por 2×1.

Nesse jogo o Grêmio voltou a usar a camisa tricolor, depois de ter utilizado a camisa celeste nas finais do Gauchão e na estreia daquele campeonato brasileiro contra o CSA em Maceió.

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VASCO MOSTRA ESPÍRITO DE COMPETIÇÃO NA VITÓRIA

Mostrando ser uma equipe competitiva, de muito espirito de luta, além de uma aplicação tática invejável, o Vasco derrotou o Grêmio por 2 a 1, ontem em São Januário, em sua estréia no Campeonato Nacional.

A equipe carioca deixou a forte impressão de que será muito difícil algum adversário derrotá-la em São Januário, onde os jogadores sentem de perto o calor da torcida, que lotou o estádio. Tanto assim que, durante todo o primeiro tempo, número grande de torcedores ainda entrava pelos velhos portões do campo do Vasco.

Quem chegou tarde teve de se contentar em assistir a partida de pé, colado ao alambrado, atrás do gol das piscinas, onde não há arquibancadas. Nas sociais, as dificuldades eram as mesmas, pois lugares não havia mais. Atrás do outro gol, a pequena e barulhenta torcida do Grêmio marcava sua presença com uma buzina que acabou servindo para que os torcedores do Vasco incentivassem o time a cada buzinada.

Até os 15 minutos de partida, a torcida do Vasco esteve com o grito de gol na garganta, porque a equipe já tinha perdido inúmeras oportunidades. Mas foi o Grêmio quem marcou aos f9 minutos, através de Zequinha, que emendou da entrada da área, aproveitando um passe de Nenê depois de um cruzamento do lateral-direito Wilson.

Após a saída, o Vasco perdeu um gol incrível, com Dé finalizando em cima de Picasso dentro da pequena área. Com a vantagem, o Grêmio recuou todo, dando ao adversário o domínio completo do jogo. Depois de várias chances perdidas, o Vasco conseguiu empatar aos 40 minutos, numa cabeçada de Roberto, após cruzamento de Luis Carlos. Picasso falho no lance, saindo mal do gol

OPORTUNISMO DE DÉ

O Vasco iniciou o segundo tempo com a mesma disposição, e até marcar o segundo gol, aos 20 minutos, seus atacantes já tinham desperdiçado várias chances. Dé fez o gol aproveitando uma jogada de Roberto. Depois do gol, o Vasco continuou melhor e se houvesse mais calma nas finalizações a vantagem poderia ter sido aumentada.

O Grêmio só mostrou poder ofensivo nos 10 minutos finais, quando, embora desorganizado, foi todo à frente, perdendo algumas oportunidades para empatar. A essa altura o nervosismo era geral e o time do Vasco procurava gastar o tempo de toda maneira.

Até o preparador físico Hélio Vigio fez cera. Ele, que assistiu a todo o segundo tempo atrás do gol do Vasco, depois de um ataque do Grêmio jogou para longe a bola chutada para fora por um atacante gaúcho. Mas, de qualquer maneira, a vitória do Vasco foi justa, principalmente porque a equipe mostrou uma indiscutível determinação de vitória.

O juiz foi José de Assis Aragão, que deixou de marcar dois pênaltis. Um de René em Cacau e outro de Ancheta em Roberto. Os bandeirinhas foram Wilson Dias Durão e José Valeriano Correia e a renda somou Cr$ 289 mil 220, com 18 mil 237 pagantes.

As equipes formaram assim: Vasco: Mazarópi, Paulo César, Joel, Renê e Alfinete (Celso Alonso); Alcir e Zanata; Jair Pereira, Roberto, Dé e Luís Carlos. Grêmio: Picasso, Wilson, Ancheta, Beto e Sérgio Vieira; Bolívar (Loivo), Cacau (Osmar) e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê.” (Carlos Alberto Rodrigues, Jornal do Brasil, segunda-feira, 25 de agosto de 1975)

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VASCO ENCHE SEU CAMPO E FESTEJA O BOM RESULTADO
Casa cheia, o Vasco provou que foi acertada sua decisão em marcar para São Januário alguns jogos do Campeonato Nacional.
Sem as exorbitantes taxas do Maracanã, o clube teve um bom lucro na renda de mais de Cr$ 280 mil.
E, para alegrar ainda mais, a equipe derrotou o Grêmio por 2 a 1.” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 25 de agosto de 1975)

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NO CAMPO, TODAS AS FACILIDADES
Os jogos em São Januário podem não ser bons para o adversário, mas para o Vasco é da maior importância. Primeiro, porque alguns dirigentes se aproveitam das facilidades e ficam atrás do gol torcendo entusiasticamente para seus atacantes. Depois, porque o comando técnico pode instruir tranqüilamente seus jogadores em campo, sem se preocupar com o juiz. Ontem, o preparador físico Hélio Vigio, que está suspenso 20 dias pelo TJD da Federação Carioca, ficou junto ao gramado, ajudando ao técnico Mário Travaglini a orientar a equipe. Os jogos em estádios menores mostram muito mais a participação da torcida e dos dirigentes do que quando são realizados no Maracanã, onde a segurança é quase perfeita. O Vasco jogou bem e não teve problemas para derrotar o Grêmio. No entanto, a situação pode ficar ruim no dia em que o Vasco perder o jogo, porque é fácil para torcida invadir o campo .” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 25 de agosto de 1975)

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CAMPO NEUTRO – José Inácio Werneck

ESCREVI outro dia que o Campeonato Carioca com jogos de turno e returno nos campos dos clubes, como sugeriu o presidente Francisco Horta, só seria possível com a volta dos bondes. Pensaram tratar-se de piada, mas minha intenção não era apenas a de compor ambiente. Realmente, com as ruas estreitas ao redor de nossos estádios e a massa de automóveis em que hoje se locomovem os torcedores, há uma quase impossibilidade física de realizar-se um jogo importante num campo como o do Vasco.

Acredito que além, lá por Bangu e Campo Grande, ainda haja espaço para se parar. Mas em São Januário, positivamente, não é o caso. Baseado em informações otimistas, dirigi-me confiante ao pretenso estacionamento para a imprensa que, se existe, não vi. O portão estava trancado, não apenas à chave como por uma imensa massa de automóveis largados de qualquer maneira à sua porta. A massa originava-se aliás pouco depois da Quinta da Boa Vista e praticamente não se movia. Carregado em sua lenta fluência, tive que contornar duas vezes o estádio antes de abandonar o carro, também de qualquer jeito, perto da Avenida Brasil. (Com o que, aproveito para agradecer à Dona Orozimba, por ter-me permitido atravancar sua garagem).

Pude assim, já com a partida em andamento, verificar que a fila de torcedores nas apertadas bilheterias era enorme, até que afinal muitos começaram a desistir, pelo fim do primeiro tempo. Quanto o clube perdeu na renda, não sei. Mas com a sangria das arrecadações no Maracanã é possível que, umas coisas pelas outras, tudo tenha dado no mesmo.

NÃO vi, portanto, o tão falado pênalti de René em Cacau, mas o resto da arbitragem do senhor José de Assis Aragão me pareceu bom, com uma exceção. Trago-a não com o sentido de crítica, mas de colaboração com a Comissão Nacional de Arbitragem, cujo diretor anda interessado em padronizar a interpretação das regras.

Seria interessante que essa padronização fosse feita não só em termos nacionais como também internacionais. Diz a regra que o goleiro não pode ser tocado dentro da pequena área, mas nossos juízes (e não só o senhor Aragão) tendem a dilatar este limite. Houve um lance em que Mazzaropi atirou-se ali pela altura da marca do pênalti para defender uma bola aos pés de um atacante gaúcho. Machucou-se, em conseqüência de um choque natural, e ficou no chão. Não vou falar em gol anulado, porque antes de Osmar pegar o rebote na entrada da área, e chutar a bola às redes, o senhor Aragão já marcara falta. Se não houvesse o apito é possível que os jogadores do Vasco bloqueassem a conclusão da jogada, sei lá. Não reclamo em termos de marcador, falo apenas em tese: numa partida internacional, com juiz estrangeiro, o lance teria prosseguido.

TECNICAMENTE, o segundo tempo que eu vi dividiu-se com nitidez em domínio franco do Vasco, quando a defesa do Grêmio andou cometendo tolices seguidas, e reação gaúcha a partir do gol de Dé. Até então o Grêmio andava claramente interessado em garantir seu pontinho do empate e até Zequinha cometia o gesto, para os observadores cariocas inédito, de descer para lutar na defesa.

Dé cavava faltas, falsas e verdadeiras, mas não precisou delas. A zaga gaúcha estava insegura e o goleiro Picasso soltava bolas a toda hora, apesar de suas luvas (ou, quem sabe?, por causa delas). Depois, especialmente nos últimos 10 minutos, veio a reação desesperada do Grêmio. Duas ou três vezes o Vasco salvou-se com sorte e noutra Mazzaropi fez uma excelente defesa com o pé. Mas o Grêmio não merecia o empate, pois cometeu o pecado de tentar defender muito cedo o marcador.” (José Inácio Werneck, Jornal do Brasil, segunda-feira, 25 de agosto de 1975)

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VASCO MOSTRA RAÇA E VIRA O JOGO DE NOVO: 2 A 1

Com uma atuação firme e decidida, o Vasco venceu o Grêmio por 2 a 1, ontem à tarde, em São Januário, confirmando que é forte candidato ao bi-campeonato. Os gols foram marcados por Zequinha e Roberto, no primeiro tempo, e Dé, no segundo. O time carioca podia ter marcado o terceiro gol, mas não contou com a ajuda da sorte, num lance de Jair Pereira, que tentou surpreender Picasso, chutando de longe, mas a bola cobriu o travessão.

Os primeiros cinco minutos foram de estudos. Depois a iniciativa do jogo foi do Vasco, que foi logo à frente numa jogada de contra-ataque, onde Dé e Roberto envolveram a defesa do Grêmio. Depois dos dez minutos o Grêmio passou a marcar sob pressão, para não dar campo para o Vasco armar as jogadas. E foi assim que conseguiu abrir o escore.

O Vasco não se entregou e partiu para o empate. Dos 15 aos 30min, as jogadas de perigo foram todas do time de São Januário. Nos minutos finais do primeiro tempo, o Vasco forçou o jogo e acabou empatando.

O Vasco voltou para o segundo tempo com Celso Alonso em lugar de Alfinete que sentiu dores musculares na coxa esquerda. A alteração não quebrou o ritmo e entrosamento da equipe que passou a dominar o Grêmio até marcar o gol da vitória. O time gaúcho reagiu, mas o Vasco estava bem armado, suportou bem a pressão adversária e continuou jogando como se estivesse decidindo um título. Foi uma vitória justa. O Grêmio teve o mérito de lutar durante os 90min. Os três minutos finais foram todos do time porto-alegrense, mas a defesa do Vasco suportou e garantiu o escore.

OS GOLS

GRÊMIO 1 a O — O Jogo estava muito corrido, com os dois ataques procurando abrir o escore. O Vasco vai à frente, numa boa jogada de Zanata para Roberto, Ancheta cortou e entregou a Bolivar que com um toque rápido, passou para o lateral-dlreito Wilson, já na frente como um ponta-direita. Wilson centrou à meia altura para Zequinha, que emendou de primeira, marcando o primeiro gol, aos 19 minutos.

VASCO 1 a 1 — O Vasco passou cinco minutos praticamente dentro da área do Grêmio, forçando o Jogo pelas pontas. A defesa do Grêmio se defendia bem. Mas aos 42 minutos, Luis Carlos passou por Wilson e centrou, Roberto de lado para o gol, cabeceou com violência, vencendo Picasso, que ainda tentou a defesa.

VASCO 2 a 1 — Domínio total do Vasco, com o Grêmio se defendendo da melhor maneira possível. O meio-decampo do Vasco Jogando dentro do campo adversário. Aos 20 minutos, confusão na área do Grêmio a bola sobrou para Dé, que chutou para desempatar.” (Jornal dos Sports, segunda-feira, 25 de agosto de 1975)

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GRÊMIO SENTIU A BARRA PESADA NO 1º TEMPO

O Vasco foi bem melhor no primeiro tempo, apesar de o Grêmio fazer vários contra-ataques perigosas. O time gaúcho cuidou mais do seu sistema defensivo, por isso os primeiros minutos foram lentos. Depois o jogo ganhou maior movimentação. Aos 5 minutos, numa tabela, entre Dé e Roberto, quase o Vasco abriu o escore, Picasso agarrou firme a bola chutada por Dé. Mas o Grêmio marcou primeiro, quando o Vasco era melhor.

7 minutos — Dé foi lançado, passou por Wilson, ficou com boa situação para marcar, foi empurrado por Ancheta, mas o juiz mandou seguir o lance. O Vasco continuou dominando e, aos 10 minutos, Luís Carlos centrou para Roberto, que matou a bola no peito, chutou mas Picasso defendeu.

15 minutos — Tarciso foi lançado por Bolivar, passou por Alcir, mas Renê salvou, chutando para a frente.

18 minutos — Boa jogada do ataque do Vasco mas a defesa do Grêmio
defendeu bem, salvando a situação. No minuto seguinte, o Grêmio abriu o escore, num bom chute de Zequinha Aos 23, novo ataque rápido do time gaúcho que Joel salvou chutando a bola para a arquibancada.

33 minutos — Cacau avançou, Renê foi na jogada, se apoiou no adversário e a jogada prosseguiu, com a defesa aliviando.

37 minutos — Falta de Beto em Zanata. O apoiador cobrou por cima, dando a impressão de gol.

40 minutos — Luis Carlos cobrou córner, Picasso falhou na jogada. Tocou mal na bola mas ninguém aproveitou o lance.

44 minutos — Nova falta de Beto. Zanata cobrou e Picasso agarrou firme.

O Vasco conseguiu manter a bola mais tempo em seu poder, criando assim mais jogadas. Seus ataques eram mais rápidos, mas a defesa do time de Porto Alegre tinha sempre em Ancheta um jogador eficiente. Picasso orientou muito sua linha de zagueiros, principalmente quando a bola caía nos pés do atacante Dé. Ele gritava e gesticulava. Roberto também foi sempre uma preocupação para o goleiro, que só deixou passar dois gols, numa tarde em que o Vasco esteve bem

FIRMEZA DE MAZAROPI TRANQÜILIZOU A EQUIPE

Os primeiros minutos mostraram o time do Vasco com mais disposição. Com cinco minutos de jogo, fez dois ataques perigosos. O Grêmio recuou seu meio-campo, para garantir o empate. Só atacou em jogadas isoladas. Mas nos dez minutos finais, o Grêmio tentou o empate no desespero, mas a defesa do Vasco, com Renê em primeiro plano, garantiu a vitória.

Ao primeiro minuto desta fase o Vasco foi à frente. Zanata lançou Dé, que entrou pela área e foi agarrado por Ancheta, chegando a cair, o juiz não marcou o pênalte, com a torcida vaiando. Aos 7 minutos nova tabela entre Dé e Roberto, mas Beto rebateu firme, evitando o perigo.

No minuto seguinte, Jogada sensacional de Jair Pereira, de fora da área, tentando encobrir o goleiro. A bola bateu na rede, junto ao travessão dando a impressão de gol.

Aos 11 minutos, penetração de Cacau, mas Mazaropi numa grande defesa salvou. Nesse lance o goleiro do Vasco deu tranquilidade à sua defesa.

21 minutos — Neca, impedido invalidou uma boa jogada do ataque do Grêmio.

25 minutos — Jair Pereira lançou Dé. Beto salvou colocando a córner.

27 minutos — Vasco perde grande chance de aumentar o escore. Luís Carlos, em boa situação, se atrapalhou na hora de chutar e permitiu que a defesa do Grêmio salvasse.

Mazaropi teve muito trabalho nos minutos finais. O time do Grêmio foi todo à frente, em busca do gol de empate. Tarciso, Loivo, Nenê e Valdir deram chutes perigosos e num deles do lateral-direito, o goleiro do Vasco salvou de pé. Foi um lance de muito perigo. O jogo terminou com a bola no meio-de-campo, com Jair Pereira caído, sofrendo falta de Beto.” (Jornal dos Sports, segunda-feira, 25 de agosto de 1975)

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Fotos: Ronaldo Theobald (Jornal do Brasil) Juscelino Sorrentino e Jair Motta (Jornal dos Sports)

Vasco 2×1 Grêmio

VASCO: Mazarópi; Paulo César, Joel Santana, Renê e Alfinete (Celso Alonso); Alcir, Zanata e Luís Carlos; Jair Pereira, Roberto Dinamite e Dé.
Técnico: Mário Travaglini

GRÊMIO: Picasso, Vilson Cavalo, Ancheta, Beto Bacamarte e Sérgio Vieira; Bolívar (Loivo), Cacau (Osmar) e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê
Técnico: Ênio Andrade

Brasileirão 1975 – Primeira Fase – 2ª Rodada
Data: 25 de agosto de 1975, domingo, 16h00min
Local: São Januário, no Rio de Janeiro – RJ
Público: 18.373 pagantes
Renda: Cr$ 289.220,00
Árbitro: José de Assis Aragão
Auxiliares: Wilson Dias Durão e José Valeriano Correia
Gols: Zequinha, aos 19 minutos e Roberto Dinamite aos 42 minutos do primeiro tempo; Dé, aos 20 minutos do segundo tempo

Brasileirão 1975 – Cruzeiro 3×1 Grêmio

September 7, 2019
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Foto: Zero Hora

Em 8 de fevereiro de 1975, Cruzeiro e Grêmio se enfrentaram pela última rodada da segunda fase do Brasileirão. Apesar da derrota, o tricolor conseguiu a classificação para o etapa seguinte.

Interessante notar na foto acima que Zequinha está usando um calção da Adidas, enquanto a camisa da equipe do Grêmio não tinha fornecedor aparente naquela temporada.

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Foto: Zero Hora

TIME DE ÊNIO DOMINOU O JOGO. O DE ZEZÉ FEZ GOLS.
O Grêmio encerrou sua participação na fase semifinal da Copa Brasil de forma melancólica. Perdeu para o Cruzeiro ontem de 3 a 1, sendo completamente dominado pelo adversário, que jogou sem quatro titulares. A equipe gaúcha atuou muito lenta e chega hoje a Porto Alegre, dependendo do resultado de outros times para se classificar.

DOIS GOLS

O resultado do jogo entre Fluminense e Remo (2 a 0 para o time carioca), à tarde no Maracanã, trouxe maior tranquilidade aos jogadores do Grêmio para enfrentar o Cruzeiro. Pois a necessidade de vitória já não era tão grande assim. Um empate já era suficiente para o time de Enio Andrade chegar em Porto Alegre classificado.

Assim os jogadores gaúchos começaram tocando a bola, esperando o adversário em sua defesa O Cruzeiro sem quatro titulares, perdendo muito sua força, entrou logo no jogo do Grêmio. A partida ficou -concentrada entre as duas intermediárias com as defesas levando vantagem sobre os ataques. E o meio campo do time mineiro conseguia dominar o do sul, pois Zé Carlos e Eduardo se desmarcavam com facilidade de Neca e lura.

Mas o Grêmio que teve a primeira boa situação de gol do jogo. Aos 17 minutos, Neca cabeceou livre com Raul e o goleiro espalmou a bola para escanteio. E as jogadas pelo alto se tornaram a melhor solução ofensiva para o time gaúcho, principalmente porque a zaga do Cruzeiro não conseguiu pular com o ataque do Grêmio. O gol da equipe de Ênio Andrade acabou acontecendo com uma bela cruzada para a área mineira

Aos 22 minutos, Tarciso disputou uma jogada na ponta direita e sofreu falta. Zequinha bateu alto, Loivo pulou com Darei e a bola sobrou entre Vanderlei e Tarciso. O jogador mineiro errou na cabeçada e o centro-avante deu um bico forte na bola, sem chance para a goleiro adversário. Três minutos depois o Grêmio quase amplia o marcador. Zequinha, cruzou de novo para a área do Cruzeiro e Neca Cabeceou rente a trave de Raul. Essa foi a última boa jogada do time gaúcho. Depois disso, quem passou a dominar foi a equipe mineira.

E o Cruzeiro cercou o Grêmio em sua defesa até conseguir o gol de empate. Feito no primeiro chute que seu ataque concluiu a gol. Aos 37 minutos, Eduardo tentou passar a bola a Palhinha. Dentro de sua área, Wilson dominou a jogada e passou a bola para Eli, ponteiro adversário. Que mesmo surpreso com o verdadeiro presente, ainda teve calma para ajeitar a bola e chutar rasteiro, na saída desesperada de Picasso. O primeiro tempo terminou com o time mineiro tentando fazer seu segundo gol e com os jogadores gaúchos perturbados. Tanto que Iúra levou cartão amarelo, per reclamação.

PALHINHA

O segundo tempo começou com surpresas: o Grêmio jogando com mais velocidade, o Cruzeiro chegando com muita facilidade à área gaúcha. Até os cinco minutos, o ataque concluiu duas vezes com Perigo para o gol de Picasso. Aos sete minutos, fez seu segundo gol. Palhinha tabelou com Evaldo e no meio da confusa defesa do time gaúcho deu a boca para Eli. Que livre e de frente para Picasso, chutou de perna esquerda desempatando o jogo.

Em desvantagem no marcador, os jogadores gaúchos passaram a correr mais do que antes. Conduziam a bola com certa facilidade até a área adversária, mas não conseguiam vencer a defesa mineira. E o Cruzeiro aproveitava os avanços do Grêmio para contra-atacar com perigo. Ênio Andrade resolveu então mexer em seu time. Tirou lura e colocou Luis Carlos. Pouco depois foi a vez de Loivo sair para Nenê entrar.

A equipe gaúcha melhorou um pouco, mas não suficiente para empatar a partida E o Cruzeiro ainda trocou Evaldo e Eduardo por Valdo e Isidoro, reforçando seu sistema defensivo. Que aguentou bem a pressão do Grêmio até o fim. E fazendo seu terceiro gol aos 44 minutos, através de Palhinha, que aproveitou um erro de toda a defesa gaúcha para vencer Picasso.” (Zero Hora, domingo, 9 de novembro de 1975)

“Palhinha preferiu explicar a vitória dos mineiros de uma maneira mais técnica, analisando a maneira do time misto jogar:

— O Cruzeiro venceu porque soube aproveitar praticamente todas as chances de gol que teve durante o jogo. Jogamos certo, pelas pontas e penetrando, fomos felizes e ganhamos. A defesa do Grêmio esteve bem mas, na minha opinião o mérito dos atacantes do Cruzeiro é que deve ser reconhecido.” (Zero Hora, domingo, 9 de novembro de 1975)

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Foto: Zero Hora

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CRUZEIRO: Raul; Dick, Darci Menezes, Morais e Vanderlei; Eduardo Amorim (Isidoro), Eli Mendes e Palhinha; Zé Carlos, Evaldo (Valdo) e Jésum .
Técnico: Zezé Moreira

GRÊMIO: Picasso; Vilson, Ancheta, Beto Fuscão e Bolívar; Osmar, Iura (Luis Carlos) e Neca; Zequinha, Tarciso e Loivo (Nenê)
Técnico: Ênio Andrade

Brasileirão 1975 – 2ª Fase – 10ª Rodada
Data: 8 de novembro de 1975
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte – MG
Público: 10.595
Renda: Cr$ 107.080,00
Árbitro: Arnaldo César Coelho
Auxiliares: Rubens Paulis e Edir Pires Teixeira
Cartões Amarelos: Zé Carlos e Eli
Gols: Tarciso, aos 22 minutos e Eli, aos 38 minutos do primeiro tempo. Eli, aos 7 e Palhinha aos 43 minutos do segundo tempo

Brasileirão 1975 – São Paulo 1×2 Grêmio

August 30, 2019
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Foto: Zero Hora

No Brasileirão de 1975, o Grêmio chegou sem chances de classificação para as semifinais na penúltima rodada da terceira fase. O São Paulo ainda tinha remotas chances matemáticas de prosseguir na competição. E os tricolores se enfrentaram no Morumbi, num jogo que serviu como preliminar de Portuguesa x Sport.

O Grêmio, treinado por Ênio Andrade, ganhou por 2×1 com gols de Zequinha e Neca.

Vale apontar para o fato da matéria da Zero Hora considerar Tarciso como grande batedor de pênaltis (dois anos depois ele erraria uma cobrança na final do Gauchão).

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Foto: Zero Hora

DEPOIS DE PERDER PÊNALTI, NECA GARANTIU A VITÓRIA

Jogando uma partida em que mais uma vez que parecia que ia empatar, o Grêmio conseguiu ontem, depois de nove partidas sem vitórias, ganhar do São Paulo por 2 x 1. Os gols foram de Zequinha, aos 9 minutos, Serginho para o São Paulo aos 44 min e Neca, desempatando aos 40 min da segunda etapa para o Grêmio.

DOIS GOLS

A disposição do Grêmio em fazer uma boa partida começou cedo no jogo de ontem à tarde no Morumbi. A um minuto uma troca de passes entre Neca, Nenê e Claudinho quase termina em gol. E logo o Grêmio iria marcar. Aos 9 minutos, Nenê livrou-se de dois jogadores do São Paulo, deu para Neca, Neca lançou Zequinha a curta distância o chute saiu forte, rasteiro, no canto esquerdo de Valdir Peres. 1×0 para o Grêmio.

O gol talvez tenha vindo mais depressa de, que os paulistas calculassem, pegando o São Paulo de surpresa. Até que o time reagisse, o Grêmio mandou à vontade no jogo. Neca e Nenê tiveram espaços a vontade e foi dali que partiram as melhores jogadas no Grêmio na primeira etapa.

Mas o São Paulo não se acomodou. Pedro Rocha começou a jogar, destruindo as jogadas de meio de campo, anulando a função de Neca, que vinha sendo o melhor jogador do Grêmio até a altura dos 20 minutos. Já aos 13 minutos, Murici, que vinha jogando mal, perdeu um gol certo ao chutar muito mal. Depois desse lance o São Pauto aumenta a pressão que só vai terminar aos 44 minutos com o gol de Serginho. Antes do gol entretanto, o São Paulo andou bem perto do empate. Aos 25 minutos aconteceu uma jogada em que a bola tocou no braço de Beto Fuscão dentro da área. Os jogadores do São Paulo não se manifestaram e o jogo continuou. Aos 43 minutos Wilson foi o protagonista de uma jogada tão engraçada quanto sensacional. Pedro Rocha mandou uma bola para o Serginho entre Beto Fuscão e Ancheta. Ancheta na cobertura se confundiu com Vilson que também vinha na jogada. O lateral, então, na tentativa de aliviar acabou acertando um chute violento na forquilha esquerda do gol de Picasso.

Logoo depois, aos 44 minutos , o gol de empate do São Paulo. Outra jogada de Pedro Rocha, Zequinha estava recuado tentou defender mas cabeceou mal, e a bola caiu atrás com Serginho, que chutou em cima de Picasso. São Paulo 1×1. Foi a terceira oportunidade de Serginho. A segunda, ele tinha perdido numa bola no travessão de Picasso.

O PENALTI

A boa impressão do time do Grêmio no primeiro tempo aos poucos vai desaparecendo com a má finalização dos jogadores de ataque, principalmente Osmar e Claudinho. Beto Fuscão jogando recuado e Wilson dispersivo no ataque não acrescentaram quase nada a equipe. Aos 3 minutos uma bola que estava mais para Neca acabou longo do gol num chute errado de Wilson.

Aos 9 minutos Poy substitui Zé Carlos por Sergio Américo e aos 22 entra Ademir no lugar do lateral direito Osmar. A entrada de Ademir dá mais movimentação ao São Paulo, sempre alimentado por boas jogadas de Pedro Rocha, muito melhor no segundo tempo. Aos 20 minutos Pedro Rocha entrou correndo, largou para Murici, a bola bateu em Picasso e se não fosse Beta Fuscão, aliviando na frente do gol vazio, o São Paulo já teria desempatado. O Grêmio não melhora, Nenê se confunde em jogadas complicadas e aos 28 minutos acontece uma substituição esquisita do Grêmio. Ênio Andrade tira Claudinho, colocando Iúra em seu lugar.

Aos 34 minutos aconteceu o lance do pênalti. Tecão perdeu a bola para Nenê dentro da área e derrubou o ponta esquerda do Grêmio. O juiz marcou pênalti. Neca, ao cobrar, resbalou e a bola foi para fora. Parecia que o Grêmio iria terminar outra partida sem vitória. Mas Neca com um gol que o redimiu completamente depois do gol perdido no pênalti, deu a vitória ao Grêmio, aos 40 minutos depois de nove partidas sem vitória nesta Copa Brasil.

No Grêmio ninguém teve uma grande atuação individual. Neca foi o melhor em campo, mas teve um defeito que poderia comprometê-lo mais ainda: o fato de errar um pênalti. No São Paulo, também nada a destacar: Valdir Perez, Tecão, Pedro Rocha e Serginho os melhores.”  (Zero Hora, domingo, 30 de novembro de 1975)

SÓ TARCISO SABE BATER PÊNALTIS

Um pênalti de Tecão sobre Nenê aos 34 minutos do segundo tempo, bem marcado pelo iuiz Saul Mendes, mostrou mais uma vez que o Grêmio não tem quem chute corretamente este tipo de falta quando o centroavante Tarciso está ausente. Os paulistas que assistiam ao iogo de sábado à tarde no estádio do Morumbi ficaram surpresos pois, apesar da má campanha do Grêmio neste Campeonato Brasileiro, eles lembram que Ênio Andrade, como jogador do Palmeiras, foi um excelente cobrador de pênaltis. Por analogia, deveria ensinar melhor seus jogadores.

Contra o Coritiba, no Olímpico, ainda pela fase semifinal, Tarciso havia sido expulso de campo e o Grêmio, perdendo por 2 a 1, teve um pênalti a seu favor. Zequinha, escolhido para bater, chutou fraco, permitindo que Jairo agarrasse firme. No jogo de sábado contra o São Paulo, Neca foi o escalado e, apesar de Valdir Perez saltar para o lado esquerdo, o meia-cancha do Grêmio chutou fraco e completamente torto, longe da trave direita do São Paulo.

Quem observa atentamente os treinos diários no Olímpico pode ver claramente que só Tarciso chuta bem. Batendo no meio da bola e com muita força, o centroavante evita que a bola vá por cima do gol, ao mesmo tempo que — com a força — tira a possibilidade do goleiro adversário defender instintivamente, no reflexo.

NECA

Na próxima quarta-feira o Grêmio enfrenta o Sport de Recite no estádio Olímpico e encerra sua participação no Campeonato Brasileiro de 1975. Exatamente há nove partidas sem vitória, ninguém mais acreditava que o time dirigido por Ênio Andrade conseguisse ganhar do São Paulo depois que Neca chutou completamente desviado o pênalti de Tecão em Nenê no segundo tempo.

Entretanto, o próprio Neca fez o gol da vitória nos últimos minutos de jogo. Aproveitando outra boa jogada de Nenê pela esquerda, Neca recebeu a bola na entrada da área e chutou forte, de pé esquerdo, no ângulo direito de Valdir Perez. Foi o seu 12° gol neste campeonato, que o coloca entre os principais goleadores do pais, apesar de jogar na meia-cancha de um time que só venceu seis das 27 partidas disputadas. E muito embora esse jogo nada decidisse para o clube, mais uma vez Neca definiu uma partida em favor do Grêmio e deu a seus companheiros uma gratificação que eles não recebiam há quase 50 dias.” (Zero Hora, domingo, 30 de novembro de 1975)

A renda de Cr$ 107.011,00 não diz, nem por acaso, o que era o público presente ao Morumbi ao início do togo entre Grêmio e são Paulo, a preliminar da rodada dupla. Quem chegasse às 16 horas no estádio do São Pauto pensaria que o início do jogo havia sido retardado. Chegava a ser simplesmente ridículo o número de torcedores que estavam se arriscando a “tomar um banho” de chuva para ver uma partida de futebol que não tinha interesse para nenhum dos dois time. E depois do jogo, um torcedor do São Paulo exclamava desanimado, enquanto aguardava o início de Portuguesa e Sport: “Pelo menos a música do alto-falante ajuda a pagar o ingresso” (Zero Hora, domingo, 30 de novembro de 1975)

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Foto: Zero Hora

GRÊMIO VENCE PELA 1.ª VEZ

São Paulo — O São Paulo, que na fase preliminar do Campeonato Nacional foi uma das equipes mais positivas, deu ontem mais uma demonstração de sua má fase, perdendo para o Grêmio em seu estádio, no Morumbi, por 2 a 1 em partida preliminar de Portuguesa e Esporte.

O Grêmio abriu a contagem no primeiro tempo através de Zequinha, mas cedeu o empate ao São Paulo, este com tini gol marcado por Serginho. No segundo tempo, o Grêmio desperdiçou um pênalti cobrado para fora por Neca, que viria a assinalar o gol da vitória quase ao final do jogo.

A partida, tecnicamente fraca, sofreu seguidas vaias da torcida e teve ainda um pênalti não assinalado pelo Juiz Saul Mendes, a favor do Grêmio e um lance curioso, de Serginho, que defendeu para o adversário uma jogada de Pedro Rocha (gol certo) na linha do travessão.” (Jornal do Brasil, domingo, 30 de novembro de 1975)

 

VITÓRIA DO GRÊMIO, UM JUSTO CASTIGO PARA O SÃO PAULO

O São Paulo perdeu ontem, ao ser derrotado pelo Grêmio, por 2 a 1, no Morumbi, suas últimas esperanças de tornar-se um dos finalistas da Copa Brasil. O resultado bastante justo, pois o Grêmio foi a melhor equipe durante todo o jogo, enquanto o São Paulo não passou de um time lento e desordenado, em todos os setores.

No primeiro tempo, depois de uma ou outra boa jogada no ataque, onde Murici tramava bem com Terto, o São Paulo foi surpreendido por um rápido contra-ataque. Neca lançou Nenê, pela esquerda, este passou bem por Osmar e virou o Jogo completamente para a direita, quando esperava-se que seguiria para a linha de fundo. A bola foi encontrar Zéquinha às costas de Gilberto. O chute enganou Valdir Peres. Era o primeiro gol, aos 8 minutos.

Depois do gol, o Grêmio empolgou-se e o São Paulo recuou. Pedro Rocha, que vinha tendo uma atuação medíocre, resolveu levar o time à frente. Passou a jogar mais adiantado e tramar bem pela direita procurando Terto, trocando de posição com Murici e Serginho pelo meio. Zé Carlos recuou e o São Paulo passou então a ler bons momentos ofensivos. Mas foi por pouco tempo, pois o meio campo do Grêmio passou a mandar no jogo, obrigando o São Paulo a recuar novamente. Aos 44, num contra ataque, Serginho, quase sem ângulo, finalizou bem para empatar.

No segundo tempo, os dois times mostravam-se cansados e o jogo foi se tornando cada vez mais monótono. O Grêmio, mesmo atuando mal, era quem mais atacava, aproveitando-se principalmente das falhas de Osmar e depois de Ademir, para explorar o lado direito. Aos 35 minutos, Nenê foi derrubado por Tecão dentro da área Néca desperdiçou o pênalti, chutando fora. Cinco minutos mais tarde, Neca venceu Paranhos e marcou o gol da vitória.” (Folha de São Paulo, domingo, 30 de novembro de 1975)

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São Paulo 1×2 Grêmio

SÃO PAULO: Waldir Perez; Osmar (Ademir), Paranhos, Tecão e Gilberto; Chicão, Pedro Rocha e Muricy Ramalho; Terto, Serginho Chulapa e Zé Carlos (Sérgio Américo)
Técnico: José Poy

GRÊMIO: Picasso; Vilson (Beto Bacamarte), Beto Fuscão, Ancheta e Bolivar; Luís Carlos, Osmar, Nenê, Zequinha, Neca e Claudinho (Iura).
Técnico: Enio Andrade

Brasileirão 1975 – Fase Final – Grupo B – 6ª Rodada
Data: 29 de novembro de 1975, sábado, 16h00min
Local: Estádio Morumbi, em São Paulo-SP
Público: 7.084 pagantes
Renda: Cr$ 107.011,00
Árbitro: Saul Mendes
Auxiliares: Edu Monteiro e Bartolomeu Vaz Londello
Cartões amarelos: Bolivar
Gols: Zequinha, aos 09 minutos do 1º tempo. Serginho Chulapa, aos 44 minutos do 1º tempo; Neca, aos 40 minutos do 2º tempo

Brasileirão 1975 – CSA 1×0 Grêmio

July 29, 2019
1975 csa gremio cp

Foto: Correio do Povo

O único jogo da história entre CSA e Grêmio aconteceu em Maceió, na primeira rodada do Brasileirão de 1975. Vitória dos mandantes com um gol de Ênio Oliveira.

O detalhe é que o Grêmio usou a camisa celeste na partida, assim como fora feito em várias outros jogos da temporada (como nos clássicos pelas finais do Gauchão, disputados alguns dias antes),

 

GRÊMIO ERROU DEMAIS E PERDEU EM MACEIÓ

MACEIÓ (CP) — O Grêmio estreou mal na Copa. Brasil, sendo derrotado pelo Clube Sport Alagoano por 1 a 0, ontem à noite, no Estádio Rei Pelé, sem conseguir mostrar o seu jogo e sem corresponder ao favoritismo que lhe era atribuído. A rigor, o Grêmio só mostrou um bom futebol nos primeiros 15 minutos; depois, devido a algumas atuações realmente fracas, como as do estreante Osmar, de Nenê e Neca, a equipe gaúcha cedeu terreno e permitiu que o CSA marcasse seu golo e resistisse até o final. O Grêmio, no segundo tempo, pressionou bastante, mas nunca de maneira correta, em que pese ter perdido algumas oportunidades para marcar, o que também ocorreu com o time local, que atuou mais na base do contra-ataque.

BOM COMEÇO

O Grêmio entrou em campo cercado de certo favoritismo e chegou a mostrar um bom futebol nos minutos iniciais, de grande movimentação e tomando sempre a iniciativa dos ataques. Aos poucos, porém, a equipe local, bem fechada em sua meia-cancha com quatro elementos e firme na defesa, foi bloqueando as iniciativas gremistas. Embora o predomínio gaúcho, o CSA buscava os contra-ataques e foi num desses que aos 23 minutos que o Grêmio foi surpreendido por uma jogada de alta velocidade que começou com um passe de Roberto Menezes para Torino e um lançamento deste para Ênio (ex-jogador do Aimoré) que driblou Sérgio Vieira e chutou forte a golo, com Picasso debaixo de sua meta.

O golo perturbou um pouco o time gremista. Dali para a frente, começaram a se fazer sentir de forma mais acentuada as deficiências de sua meia-cancha, onde Osmar atuava praticamente parado, apático, sem domínio de bola e errando passes. Com isso, Neca também teve seu rendimento prejudicado, no setor, apenas Cacau, muito esforçado, e tendo que fazer o trabalho praticamente sozinho.

PRESSÃO INÚTIL

O Grêmio deu a impressão, no início do segundo tempo, que poderia mudar o placar: voltou com mais disposição e tentando o golo de qualquer forma. Muito rápido, porém, a boa colocação tática e a excelente cobertura defensiva do adversário foram tornando inúteis todas as pressões gremistas. A equipe de Ênio Andrade viu-se, de certa forma, reduzida apenas à boa atuação de Zequinha, aos esforços de Tarciso e Cacau e a uma defensiva, onde apenas Ancheta e Beto mostravam-se seguros. Aos 23 minutos, Nenê, muito bem marcado por Rogerio, saiu para entrar Loivo, que também nada realizou. E, aos 30, Cláudio substituiu ao apático Osmar.

Embora um certo predomínio e mais tentativas de ataque, o Grêmio não conseguiu desmanchar o bom esquema montado pelo treinador Laerte Dória do CSA. Ênio Andrade, no final, explicou a derrota com fato do adversário jogar fechado e com quatro na meia cancha. Disse que o CSA atuo no contra-ataque e teve sorte em fazer um golo. O rendimento de Osmar — segundo o técnico — não surpreendeu, pois que sabia que não tinha condições de agüentar os 90 minutos. E gostou da estréia de Sérgio Vieira.” (Correio do Povo, 21 de agosto de 1975)

cp 1975 chamada guaibaCSA 1×0 Grêmio

CSA: Rafael, Natal, Geraldo, Zé Preta e Rogério; Nei Conceição, Roberto Menezes e Soareste; Enio (Jorge Siri), Ferreti (Helio) e Torino.
Técnico: Laerte Dória

GRÊMIO: Picasso, Vilson, Beto, Ancheta e Sergio Vieira; Cacau, Osmar (Claudinho) e Neca; Zequinha Tarciso e Nenê(Loivo)
Técnico: Ênio Andrade

Brasileirão 1975 – 1ª Fase – 1ª Rodada
Data: 20 de agosto de 1975, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio Rei Pelé, em Maceió – AL
Público: 17.356
Renda: Cr$ 213 543,00
Árbitro: Silvio Acacio (SP)
Auxiliares: Luís Digerson Lima e Túlio Jatobá Costa (AL)
Cartões amarelos: Torino, Rogerio e Ancheta
Gol: Enio, aos 25 do 1º tempo

Amistoso em 1975 – Grêmio 0x1 Seleção Uruguaia

July 5, 2019
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Foto: Zero Hora

Pela estatística oficial da AUF, a Seleção Uruguaia fez nessa Copa América o seu primeiro jogo oficial em um estádio do Grêmio (e seu segundo jogo em Porto Alegre, depois da derrota por 1×0 para a Argentina no Beira-Rio pela Taça Independência de 1972) no empate em 2×2 com o Japão.

Contudo, pode se dizer que a estatística do Grêmio é um pouco diferente. Em 2003, ano do centenário tricolor, o clube lançou um Mini-CD, no qual constavam todas fichas técnicas das partidas da temporada de 2002 e uma lista com todos os jogos do Grêmio desde a sua fundação. Os dados são creditados ao Museu Hermínio Bittencourt. No ano de 1975, consta um amisto entre Grêmio e “Sel. Uruguai” no Olímpico em 19 de fevereiro (conforme imagem abaixo).

mini cd 1975

Os jornais brasileiros da época se referem ao adversário do tricolor naquela noite como Seleção Uruguaia, mas deixam claro que o amistoso foi marcado pela “Mutual Uruguaya de Futbolistas Profesionales“, sendo que parte da renda seria revertida para os atletas (em razão disso o time uruguaio viajou em um avião da Força Aérea Uruguaia e se hospedou na concentração do Olímpico).

Nas fotos publicadas no Correio do Povo e na Zero Hora não fica suficientemente claro, mas parece que os uruguaios atuaram com o distintivo da Mutual na sua camisa (e não o da AUF).

Era uma jovem equipe Charrua, mas quatro jogadores que vieram a Porto Alegre também haviam ido a Copa de 1974. E 7 atletas que atuaram pela no Olímpico acabaram sendo convocados para disputar a Copa América de 1975 em setembro/outubro do mesmo ano.

Hugo Bagnulo, era na época treinador do Peñarol, não retornou ao comando da celeste, mas voltaria a encontrar (juntamente com Fernando Morena, segundo maior artilheiro da história da Libertadores) o Grêmio de Tarciso na final da Libertadores de 1983. Walter Corbo seria o goleiro campeão gaúcho de 1977 pelo tricolor e Hebert Revétria, autor do único gol do jogo, iria se tornar herói do título mineiro do Cruzeiro em 1977.

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OS URUGUAIOS VENCERAM COM UMA FALHA DE ANCHETA

O maior público que foi ao Olímpico este ano, não viu a boa partida ontem à noite, nem parecida com aquela contra ao Penharol. A falta de conjunto da Seleção Uruguaia obrigou os jogadores a usarem uma retranca muito fechada e o time dirigido por Ênio Andrade não soube entrar na área adversária. Um gol de Revetria, numa jogada de oportunismo de Rodolfo de Rodrigues depois de urna falha de Ancheta, deu a vitória aos uruguaios. No Grêmio, ainda não ficou definido o meio-campo titular. Neca foi o melhor jogador em campo, Luís Carlos recebeu muitas vaias por tentar chutar de longe e Nenê, pouco lançado, foi substituído no final e saiu muito aplaudido pela torcida que aprovou seu futebol.

A partida iniciou com os jogadores dos dois times se movimentando muito e o bom público incentivando. Porém, o ritmo foi diminuindo, os uruguaios começaram a “catimbar”, Agomar Martins marcava todas as faltas e o nível técnico da partida piorou demais. O grande mérito do time da MUTUAL era a marcação defensiva, o Grêmio não conseguia nem ao menos criar oportunidades de gol.

A base do esquema da Seleção do Uruguai estava no meio campo. Acosta, que depois saiu lesionado e foi substituído por Rivero, Agresta e Laclau marcavam individualmente, e de cima, a Cacau, lúra e Néca. O sistema de armação montado por Ênio Andrade não funcionava e as bolas que chegavam ao gol de Corbo surgiam de chutes a longa distância e isolados de Néca principalmente, que apesar de não ser brilhante conseguia ser o melhor em campo nestes primeiros 45 minutos.

A partir dos 30 minutos do primeiro tempo o Grêmio melhorou um pouco e o ponteiro esquerdo Nenê, mais lançado, ainda pode fazer algumas boas jogadas individuais, sempre incentivado e aplaudido pela torcida.

GOL DE OPORTUNISMO

O segundo tempo mostrou a Seleção Uruguaia com algumas modificações, e para melhor. O Grêmio continuou a se resumir nas boas jogadas de Neca e nem as entradas de Luís Carlos e Loivo, em lugar de lúra e Nenê, respectivamente, fizeram o gol de Corbo ao menos perigar. As vaias que o meio campista Luis Carlos ouviu de sua torcida foram injustas já que o jogador tinha ordens de Ênio Andrade para chutar de longa distância e seu erro foi apenas cumpri-las à risca.

A Seleção Uruguaia aproveitou uma falha do uruguaio Ancheta aos 16 minutos do segundo tempo e fez o gol da vitória. O zagueiro escorregou, Rodolfo Rodrigues lhe tirou a bola e atrasou para Revetria, que entrou no lugar de Morena e jogou bem melhor, O centroavante não teve dificuldades para fazer o gol.

No final da partida Ancheta ainda mostrou instabilidade emocional ao responder irritado as provocações da torcida. ” (Zero Hora, 20 de fevereiro de 1975)

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AFINAL, ZEQUINHA JOGOU BEM

Zequinha teve uma boa atuação contra a seleção do Uruguai. Rápido drible seco e boas cruzadas sobre o arco de Corbo, Zequinha foi bastante lançado nos primeiros 30 minutos do primeiro tempo e fez vibrar a torcida: Desde que chegou do Botafogo – comprado por Cr$ 800 mil – Zequinha nunca teve um bom comportamento. Ontem, ele, talvez ameaçado de perder a posição para o ex-Juvenil João Carlos, retribuiu a confiança que Ênio Andrade e o Supervisor Verardi vem demonstrando nesta série de amistosos. Com a atuação de Zequinha, dificilmente ele sairá do time titular. Verardi considera o jogador como o melhor na posição no Brasil e parece que Zequinha desta vez vai desencabular.

NENÊ AGRADOU E O PASSE CUSTA Cr$ 250 MIL

Nenê fez o último teste no Grêmio. Verardi, antes do logo, ainda tentou prorrogar o período de observação do Jogador Junto ao Botafogo de Ribeirão Preto, mas o clube paulista não concordou com a pretensão do Grêmio. Nenê queria ficar no Grêmio e a sua atuação contra a seleção do Uruguai foi boa e, assim, ele tem grandes chances de ficar:

– O jogo foi muito disputado, eles se fecharam na defesa e catimbaram a partida, principalmente o meu marcador que não deu folga, enquanto eu estive em campo.

Nenê tem o passe fixado em Cr$ 250 mil e o Botafogo de Ribeirão Preto tem pressa na volta do jogador porque o campeonato paulista inicia nesta semana.

ÊNIO: – JOGO PARECIA FÁCIL MAS ENGANOU

Ênio Andrade ficou abatido com o resultado do jogo em que a sua equipe perdeu uma partida que parecia fácil no início e num lance isolado os uruguaios conseguiram a vitória que parecia impossível. Depois da derrota Ênio Andrade não quis falar muito e procurou elogiar a equipe do Grêmio, dizendo que a seleção uruguaia veio para buscar um empate e saiu com a vitória:

— O jogo era para o Grêmio, entretanto num contra-ataque eles conseguiram fazer um gol e ganhar a partida injustamente. Eu vou falar com os nossos jogadores que uma derrota dessas acontece no futebol. Nem sempre a melhor equipe em campo ganha o jogo, a noite não era para o Grêmio.

BAGNULO: – COM O PENHAROL EU JÁ DEVIA TER GANHO

O treinador da seleção Uruguaia Hugo Bagnulo estava satisfeito depois da vitória de 1 a 0 sobre o Grêmio. Com a voz rouca, Bagnulo disse que quando do jogo do Penharol, já tinha sentido que a equipe do Grêmio era muito boa mas que o resultado de ontem à noite veio fazer justiça com os uruguaios. Para Bagnulo o resultado foi o melhor possível porque a seleção uruguaia foi convocada sem fazer nenhum coletivo para o jogo contra o Grêmio.

– A nossa equipe é composta de jogadores jovens e mostraram que eles tem condições de disputar partidas de nível internacional, como foi contra o Grêmio, uma equipe de bons jogadores como Ancheta, Zequinha e Nenê.” (Zero Hora, quinta-feira, 20 de fevereiro de 1975)

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SELEÇÃO URUGUAIA – RENOVAR: A ÚNICA SOLUÇÃO PARA A CRISE URUGUAIA

O meia cancha Montegazza deverá ir para o Leon do México, Carlos Rodrigues, atacante e goleador do Nacional, será negociado com o Monterey, do mesmo país, e o zagueiro Gimenez já falou que pretende deixar o Uruguai. Estes são apenas os informes do futebol uruguaio que atualmente, pode ser considerado crítica. A verdade é que está havendo um êxodo dos bons valores, devido aos baixos salários – e não existe qualquer perspectiva que a situação se modifique.

Uma tentativa que até agora não teve resultados satisfatórios foi a criação da Mutual, Associação dos Jogadores Profissionais do Uruguai. Parte do dinheiro ganho pela Seleção em amistosos (como o de ontem, com o Grêmio) é dividido entre os jogadores profissionais do país. Uma vez por ano os clubes cedem seus jogadores, é escolhido técnico e fica formada então a Seleção Uruguaia cuja supervisão fica a cargo da Mutual.

Hugo Bagnulo, 59 anos, foi o técnico escolhido para dirigir a Seleção neste amistoso com o Grêmio. Além de ser técnico do Penharol, ele já treinou a Seleção do seu pais nas eliminatórias da última Copa, em 73 classificou-se mas logo, inexplicavelmente (por injustiça , dizem alguns) foi cortado.

O fato de ter sido escolhido para treinar o selecionado neste amistoso lhe deu novas esperanças de ficar no cargo até a Copa de 78, na Argentina. Embora, (e ele sabe disso), seja difícil para a Seleção Uruguaia conseguir a classificação, se os melhores jogadores forem negociados , como se espera. Hugo Bagnulo, no entanto, procura não se preocupar.

“Muitos destes jogadores que foram emprestados para o amistoso com o Grêmio estarão na Copa da Argentina. Eles são jovens e tem talento”.

E, por enquanto, não custam muito caro aos clubes. O centroavante Hebert Revetria, por exemplo foi o goleador do campeonato juvenil do ano passado, e, agora, com apenas 18 anos , já está vestindo a camiseta da Seleção Uruguaia_ Mas ele mesmo não esconde seu receio em relação aos baixos salários pagos nos clubes de seu pais. “Creio que a situação vá mudar”, ele diz, aparentemente sem acreditar nas próprias palavras.

Mesmo que não venha a ter grandes valores no time, o técnico Bagnulo, caso volte a ser técnico do selecionado, já tem pelo menos os critérios táticos em mente. São os mesmos adotados no Penharol. —Ninguém pode negar que a Copa da Alemanha incluiu o futebol sul-americano. A tendência é do jogo se tornar mais movimentado, com os jogadores se deslocando constantemente. É isto que estou procurando fazer com o Penharol e, quem, sabe, farei na Seleção Uruguaia, se for convocado.

Para Bagnulo, o ideal seria uma Seleção montada desde agora, “formando pelo menos um time base”:

— O negócio e não deixar nada para a última hora. Este selecionado que formamos para o amistoso com o Grêmio, por exemplo, foi reunido na última hora. Muitos destes jogadores eu até nem conheço direito. Não se pode permitir que isto aconteça perto de uma Copa do Mundo, quando tudo se torna mais sério.

A SELEÇÃO É NOVA, SEM EXPERIÊNCIA

A Mutual – Associação dos Jogadores Profissionais do Uruguai – tomou como base para a escolha dos jogadores cio selecionado uruguaio que enfrentou o Grêmio ontem à noite, o talento demonstrado por cada um.

Mas, de todos que formaram a delegação apenas sete já participaram de outros jogos vestindo a camiseta da seleção – Corbo – Garisto, Mario Gonzales, Zoryez, Morena, Silva e Forlan. Os demais são todos jovens alguns se profissionalizaram recentemente), obrigatoriamente escalados pela Mutual – que não tinha outra alternativa, pois muitos jogadores mais conhecidos foram negociados. Além disso, a seleção que fora formada não vinha tendo bons resultados. Por isto a decisão foi remodelar completamente o plantel de jogadores, e esperar melhores resultados.

Do time-base uruguaio, cinco jogadores estão estreando na Seleção: Tabares e Carlos Rodrigues, do Nacional de Montevideo, Rodolfo Rodrigues, do Defensor, Acosta, do Penharol, e Agresta do Liverpool.

Partindo destes jogadores, o técnico Hugo Bagnulo pretende formar a nova Seleção Uruguaia, “com rapazes jovens e decididos a representarem bem o pais“.” (Zero Hora, quinta-feira, 20 de fevereiro de 1975)


GRÊMIO ENFRENTA À NOITE O URUGUAI COM ZEQUINHA AMEAÇADO

Porto Alegre – Zequinha, ameaçado de punição caso não se empenhe, volta à condição de titular e é uma das atrações do Grêmio na partida amistosa desta noite contra a Seleção Uruguaia, no Estádio Olímpico. Os uruguaios chegam somente às 15h a esta Capital.

O Grêmio terá ainda o reaparecimento de Iúra, recuperado de uma contusão, e Nenê, ponta-esquerda do Botafogo de Ribeirão Preto que está em testes na equipe gaúcha. O time iniciará com Picasso, Cláudio. Ancheta, Beto e Tabaiara: Cacau. Iúra e Neca; Zequinha. Tarciso e Nenê.

Os 18 jogadores uruguaios selecionados pelo técnico Hugo Bagnolo para o jogo de hoje são Acosta, Alvez. Agreste, Apolinario, Corbo, Forlan (sobrinho de Pablo Forlan, do São Paulo), Garisto, Gonzalez. Morena, Revetria, Rivero, Carlos Rodrigues, Rodolfo Rodrigues, Ramon Silva, Tabares, Laclau. Zoryez e Gerolami. A equipe ainda não foi escalada.

A dificuldade para reunir todos os jogadores da Seleção Uruguaia motivou o adiamento da chegada da delegação a Porto Alegre prevista para ontem. No avião procedente de Montevidéu chegaram apenas o médico San Martin e o secretário do Sindicato dos Jogadores Profissionais do Uruguai (Mutual), Carlos Rodrigues.

Depois de o Fluminense desistir da contratação de Zequinha, a direção do Grêmio resolveu prestigiar o jogador que, na opinião do presidente Luis Carvalho “ainda é o melhor ponta-direita do Brasil.” Só que o retorno de Zequinha à condição de titular, depois da longa ausência provocada pela operação de meniscos, se deve ao fato de alguns diretores estarem inconformados com seus altos ordenados (Cr$ 30 mll mensais). Assim, se Zequinha não tiver boas atuações, ou apresentar pouco empenho nos treinos e jogos amistosos, será multado em 40% de seu salário, numa medida que visa diminuir a despesa com o jogador.” (Jornal do Brasil, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1975)


— Com um gol de Revetria, aos 16 minutos do segundo tempo, a Seleção Uruguaia venceu ao Grêmio por 1 a 0, ontem à noite no Estádio Olimpico, em Porto Alegre, numa partida amistosa promovida pelo Sindicato dos jogadores Profissionais do Uruguai (MutuaI)

— Embora demonstrando falhas táticas e falta de entrosamento a Seleção Uruguaia conseguiu reagir ao domínio do time gaúcho no primeiro tempo e soube se impor na etapa final, principalmente depois da entrada de Revetria no lugar de Morena, que estava sendo multo bem marcado par Ancheta.” (Jornal do Brasil, quinta-feira, 20 de fevereiro de 1975)

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Foto: Correio do Povo

GRÊMIO FOI SEMPRE MELHOR MAS PERDEU PARA O URUGUAI: 1 A 0

Com a presença de grande público ontem à noite, no Estádio Olímpico, a equipe do Grêmio, embora jogando melhor, acabou perdendo para a seleção do Uruguai por um a zero, golo de Revetria, aos 16 minutos do segundo tempo. O time gremista, que apresentou apoiador Neca, vindo do Esportivo, em grande noite, destacando-se como o melhor do jogo, embora as muitas situações criadas ao longo dos 90, minutos, não conseguiu marcar.

A seleção uruguaia, por sua vez voltou satisfeita para Montevidéu, depois de vingar os 2 a 1 que o Penharol levou no Olímpico há duas semanas atrás. O jogo não agradou ao público, principalmente no primeiro tempo, quando foi muito truncado para a cobrança, de faltas. O ponteiro Zequinha, que voltou ao time, realizou um ótimo primeiro tempo, merecendo inclusive o aplauso da torcida. Cacau foi outro que apareceu bem. Ele que ainda não havia conseguido realizar nenhuma boa atuação. O ponteiro Nenê, que terminou ontem seu período de testes, jogou até 15 minutos da segunda etapa, fazendo boas jogadas embora recebendo poucos lançamentos da meia-cancha. Nenê retorna hoje para São Paulo e já deverá receber a palavra final da direção sobre a sua contratação.

PRIMEIRO TEMPO

Pouca coisa de bom futebol se viu no primeiro tempo da partida. O Grêmio dominou os primeiros 45 minutos criando sete boas situações para o seu ataque, sendo que cinco delas foram criadas e arrematadas através de Neca, que foi o melhor da partida, com destaque principalmente no primeiro tempo. Além de aparecer com grande movimentação, recuando para dar cobertura à defensiva nas poucas vezes em que o ataque da seleção uruguaia tentou chegar até a meta de Picasso, foi o autor de três perigosos chutes contra a goleira, de Corbo.

Zequinha, também fez boas jogadas sendo aplaudido pela torcida ao final do primeiro tempo. Tanto Zequinha como o ponteiro Nenê foram um pouco prejudicados na primeira etapa pelo sistema como jogou o Grêmio. Com a má atuação de Tarciso, Neca preocupava-se em descer para o ataque, embolando muito o jogo pelo meio. Mesmo assim, nas poucas oportunidades em que foram acionados, os dois ponteiros realizaram excelentes jogadas. A seleção uruguaia criou no primeiro tempo apenas uma boa situação, através de Fernando Morena. O goleador no campeonato uruguaio nada fez na noite de ontem que confirmasse seu prestígio, sendo inclusive substituído por Revetria, que acabou marcando o golo da vitória uruguaia.

SEGUNDO TEMPO

Na segunda etapa da partida o Grêmio procurou corrigir alguns defeitos observados no primeiro tempo, principalmente tentando explorar mais os ponteiros Zequinha e Nenê (Loivo) que foram pouco acionados nos primeiros 45 minutos. Aos 16 minutos o ataque uruguaio surpreendeu a defensiva gremista, numa jogada criada por Laclau, Ancheta que tentou a cobertura, atrapalhou-se, deixando Revetria livre para o arremate que marcou o único gol da partida. Os uruguaios, que já haviam jogado bastante fechados no primeiro tempu, recuaram mais ainda tornando completamente estéreis as tentativas do ataque gremista que teve em Tarciso a pior figura.” (Correio do Povo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 1975)

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Correio do Povo, 13 de fevereiro de 1975

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GRÊMIO: Picasso; Claudio, Ancheta, Beto Fuscão e Jorge Tabajara; Cacau, Iura (Luis Carlos) e Neca; Zequinha, Tarciso e Nene (Loivo)
Técnico: Ênio Andrade

SELEÇÃO URUGUAIA: Walter Corbo: Alvez, Tabarez, Gerolami (Ruben Albanese) e Xavier (Zoryez); Acosta (Rivero), Agresta (Garisto) e Laclau; Carlos Rodriguez (Richard Forlan) Fernando Morena (Revetria) e Rodolfo “Pichu” Rodriguez.
Técnico: Hugo Bagnulo

Data: 19 de fevereiro de 1975, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Renda: Cr$ 154.877,00
Árbitro: Agomar Martins
Auxiliares: Vilson Silveira e Adilson Silveira
Gol: Revétria, aos 16 minutos do segundo tempo

Gauchão 1975 – Grêmio 1×0 São José

March 9, 2019

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No Gauchão de 1975 o Grêmio treinado por Ênio Andrade recebeu o São José treinado por Poletto, e só garantiu a vitória com um gol de Vilson, aos 31 minutos do segundo tempo.

Como já foi lembrado pelo Beto Xavier, no primeiro semestre daquele ano o Grêmio praticamente adotou a camisa azul celeste como seu fardamento número 1.

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POR POUCO O GRÊMIO NÃO PAROU NA RETRANCA DO SÃO JOSÉ

Depois de um primeiro tempo de futebol mal jogado e vaiado pelos torcedores, sem chutar uma só bola contra a meta do São José e sem explosão nas jogadas de ataque, o Grêmio só conseguiu marcar aos 31 minutos da segunda etapa, alcançando uma difícil vitória, por 1 x 0. O técnico Paulo Sérgio Poletto armou um esquema para neutralizar as principais jogadas do Grêmio, colocando dois homens sobre Zequinha, e Nenê. Sua meia-cancha jogou recuada para reforçar o bloqueio defensivo, criando grandes dificuldades para o ataque gremista. Com a vitória de ontem à noite, no Olímpico, os tricolores assumem a liderança isolada do campeonato gaúcho, por pontos ganhos, pelo menos até hoje à noite, quando o Internacional jogará contra o São Paulo, de Rio Grande.

PRIMEIRO TEMPO

O São José entrou em campo com um esquema bem armado para dificultar as principais jogadas do Grêmio. O lateral-direito Norival e o ponteiro Rogério encarregaram-se da marcação de Nenê, enquanto Pedro e Joãozinho, pela esquerda, colaram em Zequinha, para evitar suas cruzadas. A meia-cancha do São José reforçou a defesa para bloquear o ataque gremista e apenas Emir permanecia, eventualmente, na frente aguardando os lançamentos que, em número de dois ou três, não chegaram a resultar em boas jogadas contra a meta de Picasso.

O maior defeito do Grêmio no primeiro tempo foi a lentidão. Nenhuma situação de golo foi criada nos primeiros 45 minutos de jogo. Cacau por duas vezes ensaiou jogadas de penetração, lançando Tarciso, que terminaram em chutes dispersivos. O ponteiro Nenê, pouco acionado, teve duas oportunidades para o arremate final. Na primeira, errou a meta e na segunda, lançado em profundidade, acabou perdendo a bola para o lateral Norival. Tarciso, aos 30 minutos, recebeu um passe pelo meio, atrás dos zagueiros, mas o goleiro Cláudio, com grande tranquilidade, saiu da área e conseguiu dar um balãozinho no avente gremista e chutar para o meio, do campo.

SEGUNDO TEMPO

Mesmo com uma temperatura de 10 graus, a torcida tricolor procurou esquentar o jogo na segunda etapa, incentivando o time, o que não havia feito nos primeiros 45 minutos. Nenê, aos 8 minutos, criou a primeira situação que ajudou a animar um pouco mais os torcedores. Recebeu uma bola pela esquerda, venceu a mareação de Norival, mas chutou por cima da meta de Cláudio, numa bela jogada. A essa altura Paulo Sergio Poletto precisou retirar Norival, uma das melhores figuras da equipe, lesionado, colocando Flávio em seu lugar.

Embora aumentando bastante o ritmo de jogo, o Grêmio continuou encontrando dificuldades para penetrar na área adversária até os 31 minutos, quando a torcida tricolor conseguiu respirar aliviada, depois de muito sofrimento, com o golo de Vilson. Nenê sofreu uma falta pelo lado esquerdo, Bolívar cobrou por cima e, na saída do arqueiro Cláudio, Vilson marcou de cabeça.” (Correio do Povo, 5 de junho de 1975)

guaiba

ingressos

Grêmio 1×0 São José

GRÊMIO Picasso; Vilson, Beto Bacamarte, Beto Fuscão e Bolivar; Cacau, Iúra (Luis Freire) e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê
Técnico: Ênio Andrade

São José: Claudio, Norival (Flavio), Paulinho, Paulo Sousa e Pedro; Celso, Vasquez e Dorinho; Rogério (Antonio Carlos), Emir e Joãozinho
Técnico: Paulo Sérgio Poletto

Gauchão 1975
Data: 4 de junho de 1975, quarta-feira
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Renda: Cr$ 79.441,00
Árbitro: Luis Louruz
Auxiliares: Paulo Serafim e Adão Alipio Soares
Gol: Vilson, aos 31 minutos do segundo tempo