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Brasileirão 1982 – Náutico 0x1 Grêmio

October 22, 2022
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Foto: Correio do Povo

No Brasileirão de 1982 o Grêmio se classificou para as oitavas de final ao vencer o Náutico por 1×0 no Recife, em jogo da penúltima rodada da segunda fase.

Esse foi o primeiro jogo entre os dois times disputado nos Aflitos.

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GOL DE PAULINHO DECIDE NO RECIFE

O Grêmio está classificado. Paulinho, aos 24 minutos do segundo tempo, marcou o gol da vitória sobre o Náutico ontem à noite, O time gaúcho foi mais objetivo e pressionou sempre o adversário. No final, mereceu a vantagem de 1×0. Agora espera pelo Guarani no Olímpico, jogo que foi antecipado para 3.a feira .

PRIMEIRO TEMPO — O Grêmio começou em ritmo acelerado. Pressionou com vigor, mantendo o Náutico em seu campo. A torcida ficou muda no estádio. O time gaúcho subia sempre, com o meio-campo e o ataque juntos.

Aos cinco minutos, Paulo Isidoro perdeu chance sensacional, dando tempo para que Jairo fizesse a defesa. Depois, Bonamigo também desperdiçou outra oportunidade. O Náutico, tinha dificuldades para sair jogando.

Apesar da arrancada em alta velocidade, o Grêmio foi se acomodando. O Náutico, em decorrência, foi crescendo. E, aos poucos, acabava o domínio gaúcho. A partir da metade desta etapa, o time pernambucano passou a ameaçar.

No final, zero a zero. Um resultado justo, pois Grêmio e Náutico dividiram as iniciativas no jogo. E, a rigor, não houve vantagem — exceto dos primeiros quinze minutos para o Grêmio.

SEGUNDO TEMPO — O Grêmio retornou tranquilo. Ênio Andrade exigia mais velocidade no meio-campo. E chegou a comentar: ‘Não podemos deixar o Náutico gostar do jogo”. Em decorrência o time passou a correr mais com Batista, Paulo Isidoro e Bonamigo se lançando no campo adversário.

O time de Pepe resistia bem na defesa. Tarciso tinha dificuldades para ganhar espaço. O mesmo ocorria com Júlio Cesar. A chegada dos apoiadores é que criava as chances de gol para o ataque gremista. Os gaúchos pressionavam sempre, apesar da defesa adversária estar segura.

 Aos 24 minutos a classificado do Grêmio na Taça de Ouro: a bola sobrou na área, Paulinho — que entrou em lugar de Júlio César — teve calma driblou o goleiro Jairo e fez 1×0.

O empate do Náutico foi evitado por Leão, que realizou uma defesa sensacional. O Grêmio, apesar do susto, prosseguiu soberano na partida. O time foi bem, confirmando a recuperação que começou contra o Maringá. No final, a justa vitória.” (Correio do Povo, quinta-feira, 18 de março de 1982)

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NÁUTICO DESCLASSIFICADO

O Náutico foi desclassificado para a terceira fase da Taça de Ouro, ao perder por 1×0, ontem à noite, para o Grêmio de Porto Alegre, nos Aflitos. Foi uma partida bem disputada f com duas fases distintas, tendo o alvirrubro jogado melhor no primeiro tempo, falhando na fase complementar, principalmente depois de sofrer o gol.

Na primeira fase, o alvirrubro esteve mais perto do gol adversário, mandando duas bolas na trave e sempre forçando a defesa do time gaúcho, que chegou a ficar nervoso em determinado momento da partida.

Eram passados apenas 13 minutos, quando Heider recebeu pela extrema direita, penetrou bem, passou para Paulinho que enviou a bola na trave. No retorno, Heider chutou forte, e novamente a bola bateu na trave do arqueiro Leão que, por pouco não teve sua meta vazada.

Apesar do domínio territorial dos alvirrubros, o Grêmio mantinha respeito e procurava se defender dentro de um esquema muito rígido, com o zagueiro Vantuir não dando trégua ao extrema esquerda Lupercínio.

Vilson, numa cobrança de falta, aos 40 minutos, pregou um susto na defesa do clube gaúcho. A bola bateu na barreira humana, enganando o goleiro Leão, mas não tomou o destino das redes, passando raspando a trave esquerda da meta gaúcha. Terminava o primeiro tempo, com o Náutico ganhando a confiança de sua torcida. Mas, o time voltou muito apático, dando margem ao Grêmio crescer de produção e chegar a sua classificação, ao marcar um gol e ganhar a partida.

A jogada foi toda de Paulo Isidoro, que recebeu a bola pela extrema esquerda e, depois de passar por Carlos Alberto, fez o cruzamento perfeito para Bonamigo, que chutou forte. Jairo largou a bola nos pés de Paulinho, que havia entrado no lugar de Júlio César, e só teve o trabalho de fazer o tento e levar o Grêmio a classificação.

Depois do gol, o time do Náutico esfriou, mas ainda teve algumas oportunidades de empatar, numa jogada de Porto e, outra de Jonas, mas os alvirrubros falharam nas finalizações. Foi uma partida bem disputada e, quem fizesse um gol ganharia, no caso, o Grêmio teve melhor sorte.

O alvirrubro ainda falta cumprir um jogo pela Taça de Ouro, na próxima quinta-feira, contra o Maringá, no Paraná. Mesmo que vença e o Grêmio perca para o Guarani, em Porto Alegre, o clube aristocrático está fora da terceira fase, porque perde no confronto direto. Na partida preliminar de ontem nos Aflitos, o juvenil timbu perdeu de 2×1, para o Grêmio da Celpe.” (Diário de Pernambuco, quinta-feira, 18 de março de 1982)

“DENTRO E FORA DAS 4 LINHAS  – Adonias de Moura

Aconteceu o que estava escrito no livro do destino. Estádio cheio, muita vibração, duas equipes precisando vencer. Ambas figurando no plano mais destacado do futebol brasileiro. E o resultado não pode ser contestado. Dentro das quatro linhas é que os jogadores têm a sua oportunidade de mostrar serviço. É verdade que de um lado estava o campeão brasileiro da última temporada e, do outro, um vice-campeão regional. Isso, ás vezes, não significa muito. A realidade é mostrada quando a pelota começa a rolar. Um momento empolgante, sublime mesmo, porque faz com que as atenções da multidão fiquem cingidas ao caminhar dos times.

Ontem, como não podia deixar de ser, quem foi aos Aflitos saiu de lá satisfeito. O futebol foi o grande vencedor num duelo de gigantes, onde era possível deslumbrar jogadas de alto nível técnico, excelente posicionamento tático dos dois quadros e, acima de tudo, ficava comprovada a competência de dois treinadores. Foram noventa minutos de futebol empolgante. As restrições ficam para os mais exigentes, sempre desejando a perfeição. O ideal seria que toda partida disputada em qualquer ponto do nosso país tivesse um rendimento daqueles. Era a sopa no mel para todos. Nunca mais os estádios ficariam vazios, como acontece vez por outra.

O escore mínimo pode ser considerado normal e justo. O tricolor gaúcho concedeu muito campo aos pernambucanos na primeira fase, mas voltou para a segunda fase com mais empenho, marcando em cima e saindo da tática de ficar na expectativa. Os gaúchos tiveram a sorte a seu lado, que ajuda os times em estado de graça, quando substituíram Júlio César por Paulinho, um ex-juvenil e coube ao mesmo assinalar o gol da vitória. Estes pequenos grandes detalhes servem para contar a história de uma partida, a exemplo daquela bola no primeiro tempo, que tocou na trave, atingiu o salto da chuteira de Leão, voltou a atingir a meta e terminou buscando a linha de fundo.

O Náutico não tem muito do que se queixar. Manteve um nível de equilíbrio na primeira fase. Tudo, porém, baseado no toque de bola e nas fintas, com grande destaque para Lupercínio, mas não revelou o essencial para uma ocasião decisiva: a agressividade de quem pretende sair vitorioso. Não se trata de agredir aos adversários, usar da violência, e sim demonstrar empenho e obsessão pela vitória. E quando isso não ocorre, não adianta ficar matutando pela derrota, procurando analisar falhas e erros. O importante é que a lição tenha sido aprendida, pois nunca nos pareceu tão fácil obter uma classificação. Faltou, apenas, um pouco mais de categoria.

É bom que se diga uma verdade. A partida foi boa, agradou aos que gostam de futebol e o velho campinho dos Aflitos apanhou seu grande público desde muitos anos, o que demonstra o interesse dos torcedores. Mais de 20 mil torcedores ficaram apertados para presenciar o encontro entre dois bons times. Sairam lamentando a derrota do time da casa, e não as qualidades e méritos do onze dos pampas, que retornou classificado aos seus pagos.” (Adonias de Moura, Diário de Pernambuco, quinta-feira, 18 de março de 1982)

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OPINIÃO: Náutico melhor no primeiro tempo, carimbando a trave duas vezes. Grêmio melhor no segundo.”  (Lenivaldo Aragão, Placar, edição n.º 618, 26 de março de 1982)

GRÊMIO GARANTE VAGA PARA A PRÓXIMA FASE

 Mesmo perdendo o último jogo da fase, diante do Guarani, o Grêmio está classificado para a próxima fase do certame nacional, devendo ter como adversário o Vasco da Gama, O Grêmio venceu ao Náutico por um a zero em Recife, com gol de Paulinho.

Ao Grêmio só interessava vencer, Isso trouxe maior mobilidade dos jogadores pela motivação que foi imposta em relação ao interesse no resultado, Do princípio ao fim do primeiro tempo os lances de gol foram uma constante, Até os primeiros 1 5 minutos o Grêmio foi melhor, Jairo fez várias boas defesas. O primeiro ataque do Náutico foi perigoso e o Grêmio escapou por sorte, Bonamigo atrasou mal uma bola, Hélder conseguiu dominar, Na conclusão da jogada a bola bateu na trave, depois no corpo de Leão, a jogada continuou, houve outro arremate do ataque do Náutico com^ a bola, batendo nas pernas do goleiro gaúcho, até que De León mandou a bola para fora. Aos 36 minutos Leão ia certo na bola, Ela bateu, porém, em Vantuir e foi desviada de direção, do canto onde estava Leão para o outro extremo do gol. Fez uma curva e com isso não entrou. O lance mais bonito no ataque do Grêmio coube a Baltazar. Deu um balãozinho em Dimas e chutou forte, para excelente defesa de Jairo,

VITÓRIA

Foi aos 25 minutos do segundo tempo que se definiu a classificação gremista, Paulinho, ponteiro-esquerdo que entrou no lugar de Júlio César, foi o autor da façanha. Paulo Isidoro fez bom lançamento para a área, Bonamigo e Baltazar deram continuidade ao lance, com um chute forte em direção ao gol, Jairo defendeu parcialmente e Paulinho aproveitou para marcar, com calma. O Grêmio venceu com Leão; Paulo Roberto, Vantuir, De León e Dirceu; Batista, Paulo Isidoro e Bonamigo: Tarciso (China), Baltazar e Júlio César (Paulinho). Náutico com Jairo: Vílson, Dimas, Cláudio e Carlos Alberto; Lourival, Adelmo (Dudu) e Paulinho; Hélder, Jones e Lupercínio, Renda de Cr$ 5.419,950,00, com 20 mil pagantes. Classificados no grupo: Guarani e Grêmio, O jogo entre ambos deve ser realizado na próxima terça-feira, com televisionamento para todo o Brasil, com uma excelente cota paga pela televisão a ambos os clubes. Ênio Andrade, ontem à noite, estava mais descontraído. Mesmo com as dificuldades internas, suas próprias e do grupo, a equipe passou para a próxima fase.” (Pioneiro, quinta-feira, 18 de março de 1982)

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NÁUTICO: Jairo; Vilson, Dimas, Cláudio Marques e Carlos Alberto Rocha; Lourival,
Paulinho e Adelmo (Dudu); Heider (Porto),Jonas e Lupercínio.
Técnico: Pepe

GRÊMIO: Leão; Paulo Roberto, Vantuir, De Leon e Dirceu; Batista, Bonamigo e Paulo
Isidoro; Tarciso (China), Baltazar e Júlio César (Paulinho)
Técnico: Ênio Andrade

Brasileirão 1982 – Segunda Fase – Grupo K – 5ª Rodada
Data: 17 de março de 1982, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio dos Aflitos, em Recife, PE
Público: 20.354 pagantes
Renda: Cr$ 5.414.950,00
Árbitro: Wilson Carlos dos Santos (RJ)
Auxiliares: Artur Ribeiro Araújo e Luís Carlos Gonçalves
Cartão amarelo: Dimas
Gol: Paulinho, aos 23 minutos do 2º tempo

Brasileirão 1982 – Grêmio 0x0 Náutico

July 8, 2022
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Foto: Correio do Povo

No Brasileirão de 1982 o Grêmio não conseguiu sair do 0x0 com o Náutico no Olímpico, em jogo da terceira rodada da segunda fase.

Pelo tom das matérias transcritas abaixo o clima na Azenha estava um tanto pesado, o que parece um exagero, visto que o clube estava “defendendo” o título da competição.

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Foto: Diário de Pernambuco (Zero Hora)

 

“GRÊMIO DOMINA, MAS NÃO SAI DO 0X0. NO FIM VAIAS DA TORCIDA

A torcida do Grêmio não gostou do empate, ontem à noite, contra o Náutico. Vaias e protestos movimentaram o policiamento no Olímpico. Mesmo sem vencer, o tricolor continua lutando pela classificação. Os pernambucanos garantiram o zero a zero numa retranca forte. Não é bom o ambiente no Olímpico.

PRIMEIRO TEMPO —Marcação severa. Foi a característica do Náutico. Por isso, seu ataque não jogou, mas o sistema defensivo conseguiu manter o marcador em branco durante os 45 minutos. O Grêmio pressionou, despontando com insistência, Paulo Isidoro, Baltazar e Tarciso.

Indiferente quanto à possibilidade de Ir à frente e poder marcar gols, os pernambucanos trataram de ficar apenas na retranca. Prova disso, não foram uma única vez ao ataque. Já o Grêmio, aos 4 minutos, levantava a torcida numa cabeçada de Tarciso; aos 16 Paulo Isidoro chutou bem, mas fora e, aos 43, Baltazar obrigou Jairo a se esticar muito.

O Grêmio dominou. Buscou o ataque, mas não conseguiu abrir, uma fenda na, compacta defensiva do Náutico. Fez tudo certo, exceto o gol que viria premiar sua boa atuação nesta fase. O Náutico só se defendeu; e Grêmio só atacou.

SEGUNDO TEMPO — De imediato, a constatação: o Grêmio não conseguiu manter a mesma pressão sobre os pernambucanos. Em decorrência, o Náutico pode ir matando o tempo. A torcida se impacientava. O time sentia o reflexo no campo.

Aos 14 minutos, a melhor oportunidade, jogada rápida do ataque tricolor, com Paulo Isidoro concluindo na trave. Foi um momento importante na partida. Era o Grêmio, tentando, mas a bola não entrava.

O Náutico sempre fechado, ao natural, permanecia indiferente quanto a ofensiva. Com isso, o Grêmio insistia. Bonamigo acertou mais as jogadas, buscando na velocidade envolver os adversários.

A salda de Odair não se justificou. Júlio César praticamente não aqueceu. Lento, aparentemente indiferente e não fazendo a jogada de flanco, o ponteiro se complicou. Daí as vaias torcida.

No final, o 0 x 0 não agradou. Teoricamente, a torcida entendia como certa a vitória. Assim, na saída, muitos protestaram. Muitas vaias e reclamações no Olímpico.” (Correio do Povo, sexta-feira, 12 de março de 1982)

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NÁUTICO EMPATA COM GRÊMIO E CONTINUA COMO VICE-LÍDER

PORTO ALEGRE – O Náutico manteve a sua condição de vice-líder do grupo “K” da Taça de Ouro, ao empatar sem abertura de contagem, ontem à noite, com o Grêmio, no Estádio Olímpico, numa partida das mais difíceis para o clube pernambucano, que foi muito pressionado pelo adversário, mas sua defesa soube suportar o sufoco, principalmente no segundo tempo.

No primeiro tempo, as duas equipes se equilibraram. Enquanto o Grêmio procurava explorar seus extremas Tarciso e Odair, o técnico Pepe recomendava seus laterais Vilson e Carlos Alberto Rocha para não subir muito, procurando conter o adversário, mesmo assim, as duas equipes tiveram chances de gols.

O Grêmio, aos 13 minutos, esteve perto de abrir o marcador, com Baltazar cabeceando entre dois zagueiros, após receber um cruzamento de Tarciso, depois de uma falta cometida pelo lateral Carlos Alberto no extrema gaúcho.

Aos 21 minutos, foi a vez de Jonas chegar fácil à área do Grêmio, mas não teve a calma necessária para finalizar. Depois dos 30 minutos, a torcida gaúcha começava a vaiar o time local, que não encontrava o caminho do gol. Foi, então, que o Grêmio despertou, e aos 45 minutos, numa falha de Jairo, quase abria a contagem.

PRESSÃO

Na fase complementar, o técnico Ênio Andrade, que está ameaçado de ser dispensado, principalmente depois deste empate, mandou o time subir e chutar de longa distância. O Grêmio procurou corresponder, dando um sufoco tremendo no Náutico, mas a defesa timbu estava numa noite feliz, sustentando o 0 x 0, resultado que lhe dá grandes possibilidades de classificação para a outra fase da Taça de Ouro, já que os dois próximos compromissos serão em casa.

Terminada a partida, a torcida do Grêmio vaiou o time e pediu a dispensa do técnico Ênio Andrade, já que o campeão brasileiro não tem correspondido na atual Taça de Ouro, es[1]ando apenas com dois pontos positivos, em três jogos.

A delegação do Náutico deixa Porto Alegre, hoje, às 16h30m, com chegada prevista ao Recife, às 21 horas. Domingo, os timbus jogam com o Guarani, nos Aflitos.” (Diário de Pernambuco, sexta-feira, 12 de março de 1982)

 

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Grêmio 0x0 Náutico

GRÊMIO: Leão, Uchoa, Vantuir, De Leon e Dirceu; Batista, Paulo Isidoro e VIIson Tadei (Bonamigo);Tarciso, Baltazar e Odair (Júlio Cesar)
Técnico: Ênio Andrade

NÁUTICO: Jairo; Vilson Cavalo, Dinas, Cláudio Marques e Carlos Alberto; Lourival. Adelmo (Dudu) e Brás; Heider (Porto), Jonas, e Lupercínio
Técnico: Pepe

Brasileirão 1982 – Segunda Fase – Terceira Rodada – Grupo K
Data: 11 de março de 1982, quinta-feira, 21h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 18.093 pagantes
Renda: Cr$ 5.102.560,00
Árbitro: Emidio Marques de Mesquita
Auxiliares: José Renato Fidalgo e António Fonseca Ribeiro

Brasileirão 1982 – Vasco 1×1 Grêmio

June 2, 2022
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Foto: Ignácio Ferreira (Placar)

No Brasileirão de 1982, o Grêmio empatou em 1×1 com o Vasco em São Januário no jogo de ida das oitavas-de-final da competição.

Nas matérias abaixo podemos ver que o jogo teve a presença de alguns eventos folclóricos do futebol nacional, como Antônio Lopes tentando prender um integrante da arbitragem e Eurico Miranda tentando avacalhar o jogo e a competição.

Na foto abaixo, dá pra perceber que Ênio Andrade repetiu um costume que havia adotado na campanha do título do ano anterior, que era a de usar uma camisa tricolor no banco de reservas. O último jogo do Vasco na fase anterior foi contra o Inter de Santa Maria, no estádio Presidente Vargas, e o técnico gremista esteve in loco na “Baixada Melancólica” para estudar o adversário.

Na época a carga de ingressos colocados à venda era de 39.500 (contra os atuais 21 mil)

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Foto: Correio do Povo

OPINIÃO: O Vasco esteve totalmente confuso no ataque diante de um Grêmio bem armado na defesa” (Hideki Takizawa, Placar, edição n.º 619, 2 de abril de 1982)

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“Apesar de toda a reclamação vascaína, a atuação do árbitro Manoel Serapião não influiu no resultado. É verdade que ele começou o jogo omisso em alguns lances desleais de lado a lado, mas foram lances sem maiores conseqüências, quando poderia ter distribuído cartão.” (Jornal dos Sports, segunda-feira, 29 de março de 1982)

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“Pedrinho, que não aparece na foto, chuta de longe e Leão aceita um dos maiores frangos de sua carreira. Bola na rede, o lateral do Vasco explode em Alegria: Vasco 1×0

Mazaropi derruba Paulo Isidoro em pênalti indiscutível. Baltazar cobra, Mazaropi quase defende, mas a bola passa por baixo do seu corpo e vai à rede: Grêmio 1 a 1.” (Jornal dos Sports, segunda-feira, 29 de março de 1982)

 

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Foto: Ignácio Ferreira (Placar)

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Vasco 1×1 Grêmio

VASCO: Mazarópi; Rosemiro, Rondinelli, Ivã e Pedrinho: Serginho, Dudu e Cláudio Adão; Wilsinho, Roberto e Marquinho
Técnico: Antônio Lopes

GRÊMIO: Leão; Paulo Roberto, Vantuir, De León e Dirceu: Bonamigo, Batista e Paulo Isidoro; Tarciso, Baltazar (Paulinho) e Júlio César (Tonho)
Técnico: Enio Andrade

Brasileirão 1982 – Oitavas de Final – Jogo de ida
Data: 28 de março de 1982, domingo, 16h00min
Local: São Januário, no Rio de Janeiro, RJ
Público: 22.899
Renda: Cr$ 7.826.400,00
Juiz: Manuel Serapião Filho (BA)
Auxiliares: Anivaldo Seixas Magalhães e Ademário Teixeira Bastos
Cartões amarelos: Wilsinho, Mazarópi, De León e Baltazar
Gols: Pedrinho 36 do 1.° e Baltazar (de pênalti) 7 do 2º

 

Gauchão 1982 – Inter 0x2 Grêmio

February 25, 2022
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Foto: Correio do Povo

No primeiro Gre-Nal do Gauchão de 1982, o Grêmio venceu o Internacional no Beira-Rio, gols de Edmar e Tarciso.

No tabelão da Placar consta que essa partida seria válida pela 4ª Rodada do 1º turno, mas aquele foi o sexto jogo do Inter no campeonato e quinto do tricolor. Imagino que a dupla tenha tido alguns confrontos do Gauchão daquele ano adiantados em razão dos compromissos que teriam na sequência do mês. O Inter fez uma excursão à Europa, onde disputou o trófeu Joan Gamper e o Grêmio iria fazer sua primeira participação na Copa Libertadores.

O fato de Edmar ter marcado um gol na sua partida de estreia com a camisa 9 tricolor deve ter tido alguma influência na saída de Baltazar. O artilheiro de deus foi inscrito pelo clube na Libertadores que se iniciaria em 10 dez dias, mas sequer foi relacionado para este clássico e acabou não atuando mais pelo tricolor (a Grêmiopédia afirma que seu último jogo pelo Grêmio foi a derrota para o São José), tendo sido negociado com o Palmeiras no fim do mês

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Foto: Correio do Povo

 

GRÊMIO VENCE COM AUTORIDADE

Grêmio 2 x Inter 0. E, sem dúvida, a vitória do melhor. Assim, além de cair o único invicto do regional, ainda o Grêmio marcou uma recuperação ampla, Começou e terminou o Gre-Nal com mais movimentação e futebol. O Inter pareceu querer garantir um empate. Jogou atrás. O Grêmio corria em contra-ataques, tendo o melhor lance ofensivo em Odair — reaparecendo com entusiasmo e vencendo a Edevaldo. Já no Inter, outro problema: Geraldão sempre esteve isolado, nunca aparecendo Cléo ou qualquer outro jogador para a aproximação. O Inter perdeu a invencibilidade de dez jogos.

Odair correu pela esquerda, Edevaldo foi envolvido e fez a falta. O ponteiro levantou para a área. Indecisão na defesa do Inter e André Luís chegou a perturbar Benitez. Edmar, o estreante, apareceu isolado e cabeceou. A bola bateu no chão e foi às redes. Grêmio 1, Inter 0 — 18 minutos.

Odair, de novo, em jogada rápida pela esquerda. Edevaldo fora de posição. De imediato, a cruzada. Os zagueiros ficaram indecisos e Tarciso despontou como centroavante, chutando com força e precisão. Benitez mergulhou, mas não conseguiu fazer a defesa. Grêmio 2, Inter 0.

Nos dois lances, nesta fase, a decisão do Gre-Nal. Posicionamento incorreto, marcação um pouco frouxa e sem explosão, o Inter não pode conter o entusiasmo e melhor futebol do Grêmio. Os colorados tinham mais torcida, mas as tricolores mais futebol.

Com Odair de boa movimentação na esquerda e a meia-cancha fechando com harmonia sempre com Batista e Bonamigo atrás, o Grêmio teve mais volume de jogo. Coletivamente mais competente e a vantagem foi muito justa. Desde a marcação do primeiro gol foi melhor.

 

SEGUNDO TEMPO
Grêmio retornou com a mesma disposição. Assim correndo em contra-ataques rápidos, o tricolor pôde manter o adversário assustado e, em decorrência, garantiu a diferença. O Internacional — que jogou defensivamente no primeiro tempo — repetia o mesmo posicionamento, apesar do Valdomiro no lugar de Ruben Paz.

O Internacional permaneceu sem ofensiva. Geraldão continuou esquecido entro os zagueiros. Ninguém chegava na frente para a jogada de aproximação. O Grêmio marcava com severidade e movimentava-se com insistência. As modificações de Ernesto Guedes não deram em nada.

Aos 7 minutos, num lance em que o estádio não viu nenhuma irregularidade, o árbitro Carlos Martins anulou gol de Edmar para o Grêmio. Marcou falta quando nada aconteceu e a jogada foi limpa.

Para chegar ao final mais tranqüilo, Ênio Andrade não deixou o time reduzir o ritmo. Odair e Edmar saíram para: entrar China e Renato. O Gre-Nal, porém, estava garantido e o tabu de dez jogos caiu no Beira. Rio. O regional não tens mais nenhum invicto.“ (Correio do Povo, quarta-feira, 4 de agosto de 1982)

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Foto: Correio do Povo

OPINIÃO: O Grêmio teve mais garra, melhor tática e jogou melhor. Vitória merecida.” (Divino Fonseca, Placar, edição n.º 638, 13 de agosto de 1982)

 

 

GRÊMIO VENCE PRIMEIRO GRE-NAL DO ANO

Com um gol de Edemar que estreou e outro de Tarciso, o homem de decisão de clássicos, o Grêmio com muita tranqüilidade e um excelente futebol praticado por seu meio-de-campo conseguiu extraordinária vitória sobre o Inter ontem à noite no Estádio da Beira-Rio, igualando a diferença de pontos depois da derrota para o São José no sábado[…].” (Pioneiro, quarta-feira, 4 de agosto de 1982)

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ANTÔNIO GOULART – VITÓRIA DO CONJUNTO

Ganhou, antes de mais nada e com todos os méritos a equipe que entrou em campo com disposição cara ganhar. O Grêmio, que precisava da reabilitação, preparou-se para isso. O Internacional, embalado por uma seqüência de vitórias, algumas um tanto enganosas, parece não ter se conscientizado de que o jogo de ontem, por ser um clássico, fugia inteiramente aos padrões normais do restante do campeonato gaúcho.

Em segundo lugar, ganhou a equipe que melhor encurtou essa condição, isto é: que mostrou conjunto e equilíbrio. Esse foi o ponto alto do Grêmio. Sem ser brilhante, foi um time aplicado, objetivo e prático. Teve sempre onze jogadores úteis. O Inter, pelo contrário, nunca contou com mais do que nove nessas condições. Ruben Paz, Cléo e depois Valdomiro, a rigor, muito pouco contribuíram.

Num jogo de muito movimento, em que predominou o conjunto gremista diante de trio adversário desorganizado, só se consegue ver destaques individuais em Odair, Paulo Bonamigo e Paulo Roberto. A vitória de 2 a 0 para o Grêmio não me surpreendeu, surpreendeu-me, isto sim, a inoperância do perdedor. No fundo, foi um resultado bom para os dois lados. O Grêmio escapou de uma crise iminente e o Inter poderá agora corrigir suas deficiências, porque elas ficaram mais do que evidentes.

—*—

Não sei de onde Baltazar assistiu ao Gre-Nal de ontem. Só sei que não entrou em campo, nem ficou no banco de reservas. De algum lugar ele deve ter acompanhado o esforço de seus companheiros. Com certeza lembrou-se das vezes em que vestia a camisa 9 tricolor e brigava com os zagueiros rubros dentro do gramado. Particularmente, deve ter recordado um jogo do início de sua carreira no Olímpico. Foi um Gre-Nal de 1979, também pelo campeonato gaúcho. quando fez um dos dois gols da vitória de sua equipe. Foi a última vitória de sua equipe. Foi a última vitória do Grêmio diante do tradicional adversário.

Baltazar, agora, mesmo inscrito para a Libertadores, já não tem qualquer certeza quanto ao seu futuro no Olímpico. Sabe que ninguém mais o chama de <<iluminado>>, que seus gols sumiram, e não encontra explicação para isso. A  <<Chuteira de Ouro>> de 1980 é um troféu que recorda um passado recente, mas não consegue ter qualquer Influência no presente.

A única certeza de Baltazar é de que existem dois outros centroavantes com prioridade sobre ele no Olímpico, e de que, a cada dia se firma mais sua condição de jogador negociável, disponível dispensável, à venda. Talvez seja melhor que essa condição se concretize em realidade. Assim, não pesará tanto ficar longe do um Gre-Nal.” (Antônio Goulart, Correio do Povo, quarta-feira, 4 de agosto de 1982)

 

 

 

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INTER: Benitez; Edevaldo, Mauro Pastor, André Luís e Mauro Galvão; Ademir, Cléo e André; Paulo César (Müller), Geraldão e Ruben Paz (Valdomiro)
Técnico: Ernesto Guedes

GRÊMIO: Leão; Paulo Roberto, Leandro, De Léon e Paulo Césa Magalhães; Batista, Bonamigo e Paulo Isidoro; Tarciso, Edmar (China,) e Odair (Renato Portaluppi)
Técnico: Ênio Andrade

Gauchão 1982 – 1º Turno
Data: 3 de agosto de 1982, terça-feira, 21h00min
Público: 41 mil pagantes
Renda: Cr$ 11.866.450,00
Árbitro: Carlos Martins
Auxiliares: Rui Canedo e Irandi Paiva
Cartões Amarelos: Leão, Leandro, Paulo César Magalhães, Bonamigo, Paulo Isidoro e André
Gols: Edmar, aos 19 minutos do 1º tempo e Tarciso, aos 44 minutos do 1º tempo

Gauchão 1982 – Grêmio 2×0 Juventude

February 12, 2022
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Foto: Mauro Mattos (Zero Hora)

Em 1982, o Grêmio venceu o Juventude por 2×0, no Olímpico, em jogo válido pelo primeiro turno do Gauchão. Naquele momento a grande preocupação tricolor eram os jogos que faria em Montevideo na semana seguinte, contra Defensor e Peñarol pela fase de grupos da Libertadores.

Na foto acima, registrando o lance do primeiro gol, achei curiosa a imagem da silhueta de alguém na porto do banheiro da arquibancada, no canto superior esquerdo da imagem. Na foto abaixo é possível notar o patrocínio da Olympikus nas costas da camisa 11 de Odair.

E por falar em camisas, interessante a informação veiculada na Zero Hora, de que o Grêmio cobrava dos seus jogadores Cr$ 2.500,00 por camisa. Esse valor, corrigido pelo IPCA, seria o equivalente a pouco mais de 120 reais nos dias de hoje. Outra comparação interessante é com o valor das camisas dos times ingleses em 1982. Os 2.500 cruzeiros comprariam pouco menos de 8 libras esterlinas na época. As camisas de Manchester United, Liverpool e Arsenal eram vendidas, na Inglaterra, por mais de £17 no natal daquele ano.

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Foto: Pioneiro

O TIME DEIXOU A TORCIDA PREOCUPADA
O fraco rendimento contra o Juventude poderá comprometer na Libertadores

Se o time de Enio Andrade mostrar no Uruguai, terça e sexta-feira próximas o mesmo futebol apresentado contra o Juventude, por certo, encontrara sérias dificuldades. Tantas, que será dificílimo trazer para Porto Alegre, os quatro pontos das partidas contra o Defensor e o Penharol. Está certo que o Grêmio venceu por 2 a 0, mas mostrou deficiências. Os laterais falharam nos cruzamentos, Batista e Bonamigo erraram passes importantes, Isidoro movimentou-se sem entusiasmo e Tarciso jamais conseguiu fazer a jogada de linha de fundo. Aliás, contrariando a preferência de Ênio Andrade, os 5.609 torcedores presentes ao Olímpico na fria noite de sábado, pediram a presença de Renato com a camisa sete. Os gols foram de Tarciso e Odair.

Agora, o Grêmio tem quatro pontos ganhos a mais que o Internacional, mas seu saldo de gols tem apenas dois de diferença. Enquanto o Inter tem ainda três compromissos pelo Campeonato Regional, sendo dois no Beira-Rio, ao Grêmio falta somente um, segunda-feira próxima, em São Borja. Mas, como disse o zagueiro Hugo de León, após a vitória “o Gauchão só volta a ser assunto depois de sexta-feira, após a partida com o Penharol pela Taça Libertadores da América”. Antes porém, tem ainda o Defensor, um adversário, teoricamente. mais fraco que o Penharol.

QUATRO CONCLUSÕES

E para superar estes dois adversários o time gremista precisará utilizar de toda a sua competitividade. Ou se¡a, voltar a aquele futebol que jogou nas finais do Campeonato Nacional deste ano. Está certo que contra o Juventude, o último colocado do Gauchão, alguns jogadores se pouparam. Isto foi visível e a torcia até entendeu. Mas contra os uruguaios será diferente. Tarciso, por exemplo, vai precisar usar de toda a sua experiência e fazer as jogadas de ponta. Algo que o Renato realiza com eficiência, mas que no entender de Ênio deve ficar no banco, constituindo-se assim, ao reserva mais importante da equipe. Uma opção para o segundo tempo.

No primeiro tempo aconteceram somente quatro conclusões do ataque gremista. Isto se somarmos o pênalti, perdido por Edmar aos 11 minutos do primeiro tempo. Ele chutou fraco e a bola passou ao lado do poste direito da goleira de Geninho. O retrancado time de Daltro

Meneses somente completou seu primeiro ataque na partida, aos 44 minutos num chute de Caio sobre o gol de Émerson Leão.

No segundo tempo, aos 21 minutos a melhor jogada de ataque do Grêmio. Troca de passes entre Tarciso, Isidoro e Edmar, mas o centroavante falhou na conclusão. A partida de Edmar foi muito ruim, tanto que foi substituído aos 30 minutos. Aos 31, o Juventude atacou e Paulinho concluiu no travessão. Leão apenas olhou.

Nas arquibancadas os torcedores abandonavam o estádio assustados com o “Minuano” e também com o mau futebol que Grêmio e Juventude apresentavam mas cientes num aspecto: Se o Grêmio jogar no Estádio Centenário como o mesmo ritmo, a classificação para a segunda fase da Libertadores fica difícil. Muito difícil.

O PLACAR

TARCISO, 1 a 0 para o Grêmio, aos 43 minutos do primeiro tempo: A jogada começou com um levantamento de Paulo Roberto. Odair dominou na entrada da área,  pela esquerda e chutou. A bola rebateu no zagueiro e sobrou para Tarciso que completou de pé direito.

ODAIR, 2 a 0 para o Grêmio, aos 17 minutos do segundo tempo,  um gol com apenas três toques. Hugo de León cobrou uma falta da intermediária na cabeça de Edmar. O centroavante apenas tocou a bola para o lado esquerdo, visando Odair. O ponteiro bateu forte, a bola chocou se contra o poste direito de Geninho e entrou.” (Luis Zini Pires, Zero Hora, segunda-feira, 23 de agosto de 1982)

 

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Foto: Mauro Mattos (Zero Hora)

JUVENTUDE NÃO SEGUROU EMPATE NO OLÍMPICO
Sábado o Juventude foi a Porto Alegre com a intenção de não tomar gol, mas não resistiu à pressão do tricolor porto-alegrense. A equipe de Daltro Menezes mostrou bom entrosamento na sua defesa e ao mesmo tempo a carência de maior criatividade no setor de ataque.

O Juventude foi no último sábado ao Olímpico jogar contra o Grêmio e foi novamente derrotado. A partida apresentou uma equipe atacando e outra apenas se defendendo, mas até certo ponto foi boa. Embora o Juventude tenha sido, na maior parte do tempo, um time retrancado, conseguiu também algumas jogadas de ataque. Diferentemente do que afirmava durante a semana passada, Daltro Menezes preferiu escalar Paulão na lateral esquerda ao invés de Jesus. Por outro lado, o Grêmio entrou em campo com o visível propósito de golear o Juventude, para aumentar a diferença no saldo de golos do seu principal adversário, o Internacional. Mesmo com todo o assédio do time de Ênio Andrade, a equipe caxiense resistiu até os 43 minutos da primeira fase, quando veio a sofrer o primeiro gol.

O JOGO

Logo no início do jogo a equipe tricolor era toda pressão sobre o Juventude. Aos 11 minutos o Grêmio foi beneficiado por uma penalidade máxima. A jogada que originou o pênalti aconteceu num lance entre o centroavante Edmar e o zagueiro Silva. O atleta do Juventude, ao ver-se envolvido pelo atacante gremista, obstruiu sua passagem com falta. Sílvio Rodrigues, em cima do lance, marcou a penalidade. O próprio Edmar a cobrou e, para sorte do Ju, mandou a bola pela linha de fundo. A partir desse lance, houve uma sensível melhora na equipe do Alfredo Jaconi. O meio-campo armado por Daltro Menezes começava a equilibrar as ações com o equivalente setor adversário. O Grêmio era uma constante no campo de ataque, mas com ataques desordenados. E o Juventude certamente teria conseguido surpreender se tivesse para os contra-ataques jogadores de maior criatividade. Porém; de tanto insistir, o Grêmio aos 43 minutos conseguiu a marcação do seu primeiro gol. Após vários cruzamentos sobre a área do Juventude, numa dessas jogadas, a bola se ofereceu livre a Tarciso que encheu o pé, sem chances para Geninho. O um-a-zero era juste pelo que se viu na primeira fase.

SEGUNDO TEMPO

Na ambição de conseguir mais golos, o Grêmio voltou a campo com maior determinação. O Juventude, por sua vez, não tinha opções de ataque e parecia uma equipe acomodada com o placar, afinal de contas não estava sendo goleado. Aos 17 minutos o Grêmio conseguiu a marcação do seu segundo tento. A jogada teve a participação de De León, Edmar e Odair. Após a triangulação, Odair, que recebeu um passe primoroso de Edmar, chutou forte e sem chance de defesa para Geninho. Com os dois a zero no placar Ênio Andrade fez modificações no time visando poupar seus jogadores para os jogos da Libertadores da América. Retirou Bonamigo e fez entrar Tonho, que conseguiu dar um pouco mais de movimentação àquele setor. Renato também entrou no lugar de Edmar, passado Tarciso para o meio do ataque. No Juventude Daltro se obrigou a retirar o avante Paraná, por estar cansado de tanto correr de um lado para outro, enfrentando a defesa do Grêmio praticamente sozinho. Gláucio entrou, mas nada acrescentou, pois, embora entrando no meio-campo na intenção de liberar Kita para o ataque, o Juventude não conseguiu assustar o adversário. Aconteceu apenas um lance de perigo contra a meta de Leão, um chute de Paulão, em que a bola foi chocar-se no travessão. Ao final do jogo, os dois-a-zero foi um resultado justo. O Juventude mostrou um excelente desempenho do meio-de-campo para trás. Porém, ficou claro também que necessita urgentemente de melhorar o seu ataque.

 

DALTRO ACREDITA NA CLASSIFICAÇÃO

Ainda nos vestiários do Estádio Olímpico Daltro Menezes procurava explicar a derrota contra o Grêmio. E ressaltava que, apesar, havia visto muita coisa positiva na sua equipe:
— É muito difícil segurar o Grêmio, ainda mais jogando em sua casa. E as coisas se tomam mais difíceis quando não se tem condições de atacar, fustigar lá na frente. O Juventude neste jogo em termos de ataque não foi bem. Então o adversário tomou conta da partida. Se bem que criou poucas chances. Mas o resultado foi justo, já que o Grêmio jogou melhor.

MELHORIAS NA EQUIPE

Jogando em Porto Alegre contra a dupla Gre-Nal, dificilmente as equipes do interior conseguem uma vitória ou até mesmo um empate. Mas Daltro garante que no returno, em Caxias, a dupla certamente deixará alguns pontinhos:
— Nada a contestar nesta vitória do Grêmio. Mas o Juventude pensa seriamente na sua classificação. E creio que com este time, mais o Frazão na ponta e um centroavante, dificilmente deixaremos de nos classificar. Nem a dupla Gre-Nal, volto a dizer, passará por Caxias sem deixar pontos. E digo mais: se empatarem, será um bom resultado. Esse time do Juventude já tem muita coisa, mas ainda lhe falta a conclusão, o que poderíamos chamar de acabamento.” (Pioneiro, terça-feira, 24 de agosto de 1982)

 

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QUEM PAGA?

Já fazia algum tempo que o técnico Daltro Menezes não dirigia um time no Estádio Olímpico. Ele recebeu muitas homenagens, sábado à noite, na partida Grêmio x Juventude, falando através da Rádio Gaúcha com o técnico Osvaldo Brandão e com o preparador físico Julio Espinosa. No final Daltro recebeu de presente uma camisa do Grêmio — a do zagueiro Hugo de Leon, número seis — oferecida por Júlio Espinosa. Resta saber quem vai pagar os Cr$ 2.500,00 da camisa. porque o Grêmio cobra mesmo de todo mundo.” (Bola Dividida, Zero Hora, segunda-feira, 23 de agosto de 1982)

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Foto: Pioneiro

 

GRÊMIO: Leão, Paulo Roberto, Leandro, De León e Paulo César Magalhães; Batista, Bonamigo (Tonho) e Paulo Isidoro; Tarciso, Edmar (Renato Portaluppi) e Odair.
Técnico: Ênio Andrade

JUVENTUDE: Geninho; Ivan, Silva, Paulão e Jesus; Foguinho, Serrano e Kita; Caio, Paraná (Gláucio) e Paulinho
Técnico: Daltro Meneses

Gauchão 1982 – 1º Turno
Data: 21 de agosto de 1982, sábado, 21h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 5.609 pagantes
Renda: Cr$ 1.027.150,00
Árbitro: Sílvio Rodrigues
Auxiliares: Luis Carlos Tiburskie Antônio Moussalle
Gols: Tarciso, aos 43 minutos do 1.° tempo; Odair, aos 17 minutos do 2.°tempo

Amistoso em 1982 – América de Cali 3 x 1 Grêmio

March 3, 2020

O primeiro jogo entre América de Cali e Grêmio ocorreu em 1982, numa excursão do tricolor a Colômbia no início daquela temporada. Na sequência o Grêmio enfrentou o Atlético Nacional em Medellin.

DERROTA DO GRÊMIO A COLÔMBIA

O Grêmio não foi bem na primeira partida do torneio que está disputando em Cali, na Colômbia. Ontem à noite, perdeu por 3 a 1 para o América depois de um empate em 1 a 1 no primeiro tempo. De acordo com os narradores da Rádio Caracol de Cali, Paulo Isidoro teve um bom rendimento no primeiro tempo quando o Grêmio marcou primeiro através de Baltazar. No segundo tempo, porém, apesar de um domínio aparente do time brasileiro, o América de Cali conseguiu chegar à marcação de dois gols e terminou vencendo por 3 a 1.

O Grêmio reclamou muito do árbitro, Orlando Sanches, da Fifa. A principal reclamação foi no segundo gol marcado pelo ponteiro direito Bataglia em impedimento conforme reconheceram os narradores da Rádio Caracol. O último gol dos colombianos foi marcado por Chaperro. Os elogios dos colombianos para o time do Grêmio que embora tenha perdido manteve uma

boa apresentação, foram para Paulo Isidoro, e Batista. O Grêmio agora jogará amanhã à noite, novamente no Estádio Pascual Guerrero, em Cali contra o Atlético Nacional que perdeu na preliminar do jogo de ontem à noite para o Deportivo Cali por 2 a 0. A partida de ontem entre América de Cali e Grêmio marcou a despedida do zagueiro argentino Pascutini. O jogador voltará para a cidade de Rosário onde assumirá o cargo de treinador do Rosário Central. Os jogadores do Grêmio, principalmente Batista, reclamaram bastante da arbitragem alegando que o pênalti marcado contra Leão não fora legitimo. O Grêmio jogou com Leão; Uchoa, De Leon, Vantuir e Dirceu; Batista, Paulo Isidoro e Tadei (Tonho); Tarciso, Baltazar, (o autor do único gol) e Júlio César (Odair). O América venceu com Everrios; Valência Pascutini; Reyes, Chaperro; Caicedo, Aquino e Alfar Bataglia, Espanagos e Lugo.” (Folha da Tarde, fevereiro de 1982)

 

GRÊMIO PERDEU POR 3 A 1 NA COLÔMBIA

O Grêmio não começou bem a sua excursão pela Colômbia. Jogando ontem às 21 horas da Colômbia, 23 horas do Brasil, perdeu para o América de Cali por 3 a 1, depois de começar vencendo a partida por 1 a 0, gol marcado por Baltazar, no primeiro tempo. Ainda no primeiro tempo, o América empatou o jogo com um gol DE pênalti cobrado por Altero, cometido pelo goleiro Leão.

No primeiro tempo, apesar do empate, o Grêmio Foi superior ao time local, e criou outras oportunidades para vencer esta etapa. Mas no segundo tempo, depois que o árbitro validou um gol marcado por Bataglia, em impedimento, o Grêmio meio que se descontrolou em campo e acabou perdendo a partida por 3 a 1. Terceiro gol marcado por Vítor Lugo.

Os jogadores do Grêmio, depois do jogo, irritados, disseram que o árbitro foi o responsável pela derrota que eles tiveram. Batista, Inclusive, disse que os dirigentes do clube deviam procurar a polícia para prender o árbitro. “Ele é um gato”, afirmou. Tonho, que entrou no segundo tempo, mais comedido que Batista, também criticou a arbitragem. Disse que o pênalti foi inexistente e que os outros dois gois foram marcados em impedimento.

O Grêmio jogou com Leão, Uchoa, Vantuir, De León, Dirceu, Batista, Paulo Isidoro, Vilson Tadei, Tarciso, Baltazar e Júlio César. O América de Cáli teve Everrios, Hugo Valencia, Pascutini (Espinosa), Eduardo Reyes, Chaparros, Caisedo, Gonzales, Aquino, Alfaro Bataglia, Penagos e Vitor Lugo. O juiz foi Orlando Sanches, do quadro da FIFA e a partida foi disputada no Estádio Pascoal Guerrero, de Cali.” (Zero Hora, quarta-feira, 10 de fevereiro de 1982)

GRÊMIO TENTA A RECUPERAÇÃO HOJE CONTRA O NACIONAL

O Grêmio joga esta noite a sua segunda partida na Colômbia, contra o Nacional, em Medelin, com esperança de conseguir um resultado muito melhor que o da derrota de terça-feira, por 3 a 1, para o América de Cáli. Os jogadores culparam bastante o árbitro por este resultado, e o treinador também o acusou, mas lembrou alguns erros do time.

Trinta mil pessoas foram ao estádio Pacoal Guerrero assistir ao Grêmio, e saíram satisfeitas, pelo que revelou a imprensa do país. Paulo Isidoro foi considerado o melhor em campo, Baltazar também foi muito elogiado pela sua movimentação e pelo gol. Tarciso também jogou bem, mas Julio César esteve mal e por isso foi substituído. Batista, teve boa atuação.

Foi o Grêmio quem fez o primeiro gol na partida, aos 42 minutos do primeiro tempo, cabeceada de Baltazar. Dois minutos depois, o América empatou (Roque Alfaro) com um gol de pênalti, contestado por toda a delegação gremista. Aos 17 minutos do segundo tempo, o América fez o segundo gol em impedimento, alegam os componentes da delegação. O terceiro foi de contra-ataque mas ai o Grêmio já estava perturbado.

E a perturbação e uma das coisas que preocupa Ênio Andrade. Mesmo que o árbitro repita erros, o time não deverá repetir os seus. A escalação será a mesma que começou a última partida e Júlio César receberá nova oportunidade. Afinal, a intenção do treinador com esta excursão é justamente entrosá-lo com o resto do time.

Assim como o jogo de terça foi considerado pelo técnico como um preparativo para a Libertadores, o jogo desta noite está sendo visto da mesma maneira. Por isso, o Grêmio precisa aprender a superar todas dificuldades que encontrara, a fim de não ser surpreendido na Libertadores.” (Folha da Tarde, fevereiro de 1982)

 

 

Libertadores 1982 – Grêmio 1×2 Defensor

May 22, 2018

1982 Libertadores Gremio 1x2 defensor Mauro Mattos Zero Hora Gol De Leon
O menor público do Grêmio como mandante em jogos de Libertadores foi registrado em 1982, na partida contra o Defensor, quando o Olímpico recebeu apenas 1.780 pagantes.

Era o último jogo da fase de grupos e as duas equipes já estavam eliminadas (O Peñarol, que viria a ser campeão mundial daquela temporada, já havia garantido 1º lugar do grupo) e os uruguaios se deram melhor, conquistando um 2×1 numa chuvosa noite de sexta-feira.

1982 Libertadores Gremio 1x2 defensor Mauro Mattos Zero Hora

QUE ESTA DERROTA SIRVA DE LIÇÃO
Desta vez o Grêmio não foi bem e mostrou falhas na sua defesa

Libertadores, só no ano que vem. E Para completar a frustração, a despedida foi com derrota diante de um modesto Defensor: 2 a 1. O Grêmio foi para a frente e tomou gols no contra-ataque. Valeu como uma lição ao novo esquema do treinador Carlos Castilho. O veterano Mastrangelo e Caillava marcaram para os uruguaios e De León para um Grêmio longe do time que recente-mente aplicou goleada no Olimpico. Leão, por três defesas consideráveis, foi um dos melhores em campo, junto com Isaias e os vários jogadores de meio de campo que o Defensor usou para congestionar o toque gremista. A torcida não atendeu ao apelo da direção, mesmo com os ingressos pela metade, a chuva atrapalhou.

O primeiro tempo estava sofrível, o Grêmio andou longe de repetir as últimas atuações com China e Batista no meio. Tudo porque o Defensor, se não trouxe estrelas, ao menos confirmou a fama de atuar na marcação, desmanchando jogadas e saindo para o contra-ataque. Antes de tudo, não deu espaço para o meio gremista que não soube solucionar uma jogada combinada para o aproveitamento dos atacantes. Mesmo assim, foi o Grêmio quem esteve pela primeira vez à procura do gol: aos 13 minutos, Renato perdeu um gol por não conseguir concluir o drible sobre o goleiro Carrasco, numa jogada que iniciou com Edmar e Paulo Cesar.

E a velocidade exigida pelo treinador Carlos Castilho não se via no time. No primeiro contra-ataque do Defensor, De Leon se passou e deixou Mastrangelo à frente de Leão. O goleiro impediu a conclusão, a bola ainda sobrou para Caillava que se atrapalhou. Aos 35 minutos, outra vez, um contra-ataque que Caillava perdeu, depois que Leão já tinha evitado o gol de Mastrangelo. Para terminar o primeiro tempo, o gol do ponteiro Mastrangelo, veterano jogador que esteve no Boca Juniors e que, surpreendentemente, ganhou no pique curto de Paulo Cesar, na zaga, para depois deslocar o goleiro Leão. Leandro havia saído, levou uma cotovelada, sangrou a boca e entrou Casemiro na lateral, passando Paulo Cesar para a área.

O empate vilo aos 4 minutos do segundo tempo. Cobrança de Paulo Roberto, Carrasco escorregou e facilitou a conclusão de De León. As jogadas erradas, no entanto, continuaram soltas. Tanto que os jogadores gesticulavam um para o outro, reclamando a toda hora, como aconteceu num lance entre Isidoro e Paulo Roberto.

O Defensor, como de costume, recuou o time, esperou outro contra-ataque, a exemplo do gol de Caillava, numa resposta errada da defesa, aos 15 minutos finais. Edmar perdeu um gol logo em seguida, a bola bateu no rosto de Carrasco. Forlan, o dono do time aos 36 anos, acertou um chute que Leão foi obrigado a fazer pose, defendendo com a mão trocada.

Bonamigo entrou no lugar de China, muito embora o centromédio tenha jogadoo bem no primeiro tempo. Isaias ainda colocou uma bola no poste aos 41 minutos, e não adiantou a pressão do final da partida, porque àquela altura o Defensor já estava com cinco jogadores no meio de campo. O juiz chileno Abel Gnecco foi regular.

O placar

MASTRANGELO para o Defensor, 1 a O aos 41 minutos do primeiro tempo: Bola lançada em profundidade para Mastrangelo. O veterano soube deslocar Paulo César e ganhou na velocidade, ficou à frente de Leão e o deslocou apenas.

DE LEÓN para o Grêmio, 1 a 1, aos 4 minutos do segundo tempo: Uma cobrança de escanteio de Paulo Roberto. o goleiro Carrasco derrapou e deixou De León em condições de marcar, sem dificuldade.

CAILLABA para o Defensor, 2 a 1, aos 15 minutos do segundo tempo: Paulo Roberto cortou mal uma ¡ogada em seu setor. o resto da defesa ficou mal colocada. Apenas Caillaba estava no lance, que marcou por cobertura sem chances para Leão.” (Jones Lopes da Silva, Zero Hora, 25 de setembro de 1982)

DE LEÓN: “Foi uma partida difícil, porque o Defensor usou muito jogador no meio de campo. Mesmo assim, não tivemos sorte, as coisas não davam cer-to e só resta partir para o Gauchão.Temos que estar atentos para os erros cometidos e pro-curar corrigi-los em tempo para continuar na frente da tabe-la e conseguir reabilitação no regional.”

CARLOS CASTILHO: “O adversário foi mais esperto, disposto, teve mais intuição. Enfim. soube ganhar urna partida com garra. acima de tudo. Os gols que tomamos, partiram de nossas falhas e não propriamente de jogadas combinadas dos uruguaios. Fizemos realmente muito pouco para merecer uma vitória nestas  circunstâncias. Mesmo assim, acho que valeu a experiência co-mo uma espécie de lição para os próximos jogos.”

DERROTA NA CHUVA
O goleiro Leão reconheceu que o Grêmio não esteve bem, ontem à noite, contra o Defensor, no estádio Olímpico, despedindo-se da Libertadores da América. E as suas palavras, ditas numa entrevista triste, sintetizaram o que aconteceu em campo. O Grêmio não esteve bem e perdeu a partida. Numa noite de muita chuva e de escasso público, o Grêmio não soube equilibrar a garra e a disposição do Defensor. E o técnico Carlos Castilho perdeu a sua invencibilidade no Olímpico. O escore de dois a um foi justo pelo que os uruguaios fizeram. A Libertadores, para o Grêmio, foi um sonho que terminou.” (Ruy Carlos Ostermann, Zero Hora, 25 de setembro de 1982)

1982 Libertadores Gremio 1x2 defensor Mauro Mattos Zero Hora renato edmar
Fotos: Mauro Mattos (Zero Hora)

Grêmio 1×2 Defensor

GRÊMIO: Leão, Paulo Roberto, Leandro (Casemiro), De León e Paulo César Magalhães; Batista, China e Paulo Isidoro (Bonamigo); Renato Portaluppi, Edmar e Isaías.
Técnico: Carlos Castilho

DEFENSOR: Carrasco,  Pablo Forlán, Russo, Acevedo e Bartolomeo (Meroni); Villazán, Sarubi e Gomez; Mastrángelo, Caillava e Tolosa (Anzorena).
Técnico: Baudilio Jauregui

Libertadores 1982 – Grupo 2 – 6ª Rodada
Data: 24 de setembro de 1982, sexta-feira
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre – RS
Público: 1.780 pagantes
Renda: Cr$ 1.092,200
Árbitro: Abel Gnecco (ARG)
Auxiliares: Claudio Busca e Arturo Iturraldi
Gols: Mastrángelo, aos 31 minutos do 1º tempo. De León, aos 4 minutos e Caillava, aos 15 minutos do segundo tempo

Libertadores 1982 – Defensor 0x0 Grêmio

February 27, 2018

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O Defensor foi o adversário do primeiro compromisso fora do país que o Grêmio teve na história da Libertadores (a estréia propriamente dita foi num empate em 2×2 com o São paulo no Morumbi).

Vale lembrar que naquela edição da Libertadores apenas um dos 4 integrantes de cada grupo avançava a segunda fase, de modo que nem Grêmio e muito menos o Defensor ficaram satisfeitos com o placar de 0x0 do jogo no estádio Centenario em 24 de agosto de 1982. Como se pode ver na matéria da Zero Hora postada abaixo, o Defensor teria sido prejudicado por um erro de arbitragem, que marcou como sendo fora da área uma falta cometida por Batista dentro da grande área.

Os dois treinadores das equipes de hoje estiveram em campo em Montevidéu naquela noite. Eduardo Acevedo era titular da defesa violeta e Renato Portaluppi substituiu Edmar aos 19 minutos do segundo tempo.

Outra curiosidade é que o jogo foi transmitido ao vivo para Porto Alegre pelo canal 5 TVS (atual SBT).

pc magalhaes

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MATERIA

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Fotos: Mauro Mattos (Zero Hora)

Defensor 0x0 Grêmio

DEFENSOR : Carrasco, Pablo Forlán, Russo, Acevedo e Bartolomeo; Sarubbi, Da Silva, Tolosa e Miranda; Oddine (Mastrángelo) e Tejeda (Caillava)
Técnico: Baudilio Jauregui

GRÊMIO: Leão, Paulo Roberto, Leandro, De León e Paulo César Magalhães; Batista, Bonamigo (Gil) e Paulo Isidoro; Tarciso, Edmar (Renato Portaluppi) e Odair
Técnico: Ênio Andrade

Libertadores 1982 – Grupo 2 – 2ª Rodada
Data: 24 de agosto de 1982, terça-feira, 21h15min
Local: Estádio Centenário, em Montevidéu, Uruguai.
Árbitro: Juan Carlos Loustau (ARG)
Auxiliares: Carlos Esposito e Jorge Romero

Amistoso em 1982 – Atlético Nacional 2×3 Grêmio

April 1, 2014
O primeiro confronto entre Atlético Nacional e Grêmio aconteceu no início do ano de 1982 em Medellín. Foi a segundo de uma série de dois amistosos que o tricolor fez na Colômbia (o primeiro foi com o América de Cali), aproveitando-se da sua recém adquirida fama de campeão brasileirão. 

Em 9 de fevereiro a Zero Hora afirmou que o Grêmio recebeu Cr$ 9 milhões por esta breve excursão, o que serviria para “amenizar um pouco a situação financeira do clube comprometida pelos Cr$ 12 milhões de juros mensais que o clube paga para saldar empréstimos que fez num banco, a fim de contratar Batista e Júlio César”
Na Folha da Tarde do mesmo dia consta a informação de que a excursão renderia ao Grêmio cerca de 30 mil dólares, o que era considerado uma boa quantia na comparação com as 6 partidas que o clube tinha feito até então no Campeonato Brasileiro que renderam aproximadamente Cr$ 10 milhões líquidos.  Nessa mesma edição consta a seguinte afirmativa:  “Koff nega que o Grêmio esteja pagando CR$ 14 milhões por mês de juros pelo empréstimo que fez para pagar Batista.”

Em campo o Grêmio levou um gol logo de cara, conseguiu uma virada antes dos 10 minutos de jogo, tomou um empate no segundo tempo quando o adversário tinha um jogador a menos, mas chegou a vitória com um gol de Paulinho no último minuto do tempo regulamentar.

Fontes: El Mundo Deportivo, El Tiempo, Folha da Tarde e Zero Hora

Atlético Nacional 2×3 Grêmio

ATLÉTICO NACIONAL: Carrabs; Luna, Suárez, Dragonetti e Porras; Peluffo, Sarmiento, Cueto (Ricaurte); Barrabás Gómez, Herrera e “Pillo” Cardona.
GRÊMIO: Leão; Uchoa (Paulo Roberto), Vantuir (Newmar), De Léon e Dirceu; Batista, Paulo Isidoro e Vilson Tadei; Tarciso (Tonho), Baltazar (Paulinho) e Júlio César (Odair)
Técnico: Ênio Andrade

Amistoso

Data: 11 de fevereiro de 1982, quinta-feira, 23h00min
Local: Estádio Atanasio Girardot, em Medellin, Colômbia
Juiz: Octavio Sierra
Cartão Vermelho: Dragonetti (no 2º tempo)
Gols: Barrabás Gomez, aos 2 minutos, Tarciso aos 8 e Baltazar aos 9 minutos do primeiro tempo;  Barrabás Gomez, aos 18 minutos e Paulinho, aos 44 minutos do segundo tempo.

Roubo na final do Brasileirão de 1982

April 25, 2012

Hoje, completam-se 30 anos de um dos maiores roubos da história do Estádio Olímpico. Um dos maiores “erros” de arbitragem de todas as ediçoes do Campeonato Brasileiro. Enfim, uma das maiores roubalheiras da história do futebol.Foi em 25 abril de 1982. Era o terceiro jogo da final do Brasileirão daquele ano. No primeiro, empate em 1×1 no Maracanã. No segundo houve novo empate, dessa vez por 0x0, no Olímpico. José Roberto Wright apitou as duas primeiras partidas. Oscar Scolfaro estava no trio escolhido pela cobraf para para comandar o confronto decisivo e ganhou o sorteio para ser o árbitro principal.O juiz paulista já havia beneficiado o Flamengo naquela competição, nas oitavas de final, quando anulou um gol legítimo do Sport Recife que eliminaria o time da Gávea.

No Olímpico, Scolfaro causou péssima impressão em virtude da má forma física e consequente má colocação em campo. Aos 35 minutos do primeiro tempo, não marcou um pênalti em Tonho.

Mas o lance que entrou para história aconteceu aos 10 minutos do segundo tempo. Após um escanteio, houve um lance de bate e rebate na área rubro-negra e Andrade tirou a bola de dentro do gol com a mão, para depois ter a ajuda de Raul na “complementação” da defesa.

Na transmissão da rede Globo (vídeo acima), o narrador Luciano do Valle e os comentaristas Márcio Guedes e Juarez Soares afirmam que a bola entrou.

Três atletas do Grêmio estavam em cima do lance, disputando a bola. Eis os seus relatos:

Paulo Isidoro: “Tivemos três pênaltis e ele não marcou nenhum. O primeiro foi em Tonho, no primeiro tempo; o outro foi em mim mesmo, e o terceiro, acho, o juiz podia ter dado gol. Digo com sinceridade, se foi gol eu não vi bem, mas que o Andrade pôs a mão na bola, isto eu tenho certeza.” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Newmar: “Cabeceei e Marinho ou o Figueiredo, não sei ao certo, deu um tapa na bola. Se o árbitro estivesse perto do lance, como deveria, teria dado o pênalti. Esse Scólfaro está fora de forma, gordo.” (Folha da Tarde – 26 de abril de 1982)

Renato Portaluppi: “A bola tava entrando e o Andrade esticou o corpo junto com o braço. Eu acredito que tenha sido com o braço. Tava em cima da linha, aí podia ter sido pênalti, se tivesse colocado o braço na bola ou de repente a bola até tivesse entrado já.” (Entrevista a Regis Roesing, TV Globo -2009)

 

Em 2009, Andrade praticamente confessou a sua infração:

 

Andrade:Eu pensei em retirar a bola com mão” […] “pra te dizer a verdade eu não sei o que aconteceu, eu não sei se eu levei a mão na bola ou se eu fui com a bola realmente de/com a cabeça” (Entrevista a Regis Roesing, TV Globo -2009)

 

Folha da Tarde: “Oscar Scolfaro teve um erro grave aos 35 minutos, que poderia mudar o jogo. Afinal, num pênalte, a maior possibilidade é do atacante, e no mínimo 90 por cento dos pênaltis assinalados são convertidos em gol. Mas Scolfaro preferiu mandar a jogada prosseguir quando Tonho foi visivelmente derrubado dentro da área. A área do Flamengo um lugar onde dificilmente os árbitros erram contra o Flamengo. […] Aos dez minuos de jogo, numa confusão na área, Raul tirou a bola de dentro do gol.” ( 26 de abril de 1982)
Vilson Tadei:Meu desejo é ressaltar os erros do juiz, que foram prejudiciais aos nossos interesses” Tadei lembra que houve três jogadas em que o árbitro podia ter marcado pênalti a favor do Grêmio, e que ele não deu nada, “Numa delas, em que o Andrade tocou a bola com a mão, ele até podia ter dado gol, porque a bola tinha entrado” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)
Batista: “Se o juiz tivesse um pouco mais de tranquilidade teria dado o pênalti, no lance do segundo tempo, em que um jogador do Flamengo tirou a bola com a mão de dentro do gol”. (Folha da Tarde – 26 de abril de 1982)

De León:Está certo que são 11 contra 11, mas hoje (ontem), foi demais. O Scolfaro beneficiou muito ao Flamengo, pois além de estar mal posicionado em campo, deixou de marcar um pênalti a nosso favor e muitas outras coisas, como aquele lance em que o Raul tirou a bola lá de dentro do gol deles.” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Ruy Carlos Ostermann: “Oscar Scolfaro deu azar na decisão. Lento, distanciou-se do lance. Não deu pênalti em Tonho (ele foi calçado por trás), considerou normal o confuso lance da área do Flamengo em que a bola tapeada ou simplesmente ultrapassara a linha de gol, errou muitas vezes na marcação de faltas, e flagrantemente, relevou as reclamações dos jogadores do Flameno. E não deu descontos num jogo que foi marcado pela interrupção e pelo propósito de não reiniciá-lo logo.” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Loureiro Junior – Rádio Globo SP: “O erro do juiz determinou a vitória do Flamengo, uma vez que deixou de marcar um pênalti claro do time carioca. Se ele desse a falta, isto mudaria o espírito da partida, que levaria a uma prorrogação, podendo até o Grêmio ganhar” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Folha de São Paulo – “E até Batista, incansável no combate a Zico, foi tentar o empate. Na verdade, o time gaúcho esteve bem perto dele. Como logo no início, quando após uma cobrança de escanteio pela esquerda, ocorreu uma grande confusão na pequena área e o zagueiro Marinho, ao perceber que não conseguiria impedir o gol do adversário usando a cabeça, devolveu-a com a mão. Mas Oscar Scolfaro ignorou o pênalti e deixou o lance seguir, para desespero dos jogadores gremistas.” (26 de abril de 1982)

As imagens são da Zero Hora, Correio do Povo e Folha da Tarde.