Archive for the ‘2001’ Category

Brasileirão 2001 – Ponte Preta 3×2 Grêmio

April 8, 2022
https://64.media.tumblr.com/0fadc998cbf4ee946c636cd01028e14a/d53e86a97e2afccc-38/s2048x3072/0015bb7ad3fe8933d103b12fab660c043ec541a0.jpg

Foto: Elcio Alves (Diário do Povo/Zero Hora)

 

No Brasileirão de 2001, o Grêmio foi derrotado pela Ponte Preta, em Campinas, em partida da 8ª rodada da competição.  Foi a quarta derrota em quatro jogos disputados até ali no campeonato. Apesar desse início claudicante, o tricolor conseguiu terminar a primeira fase na quinta posição.

 

https://64.media.tumblr.com/ece69b8ec72955ef6318c7c4ca1f7955/tumblr_ntigy0ndZJ1unkqbzo1_1280.jpg


 

A QUARTA DERROTA FORA DE CASA

Poucas vezes tantas circunstâncias apontavam para derrota do Grêmio, como ontem, contra a Ponte Preta.

Com muitos desfalques, Tinga com dores musculares, Zinho chateado por não ter sido convocado e um adversário mordido por ter levado 4 a 0 do São Paulo, aconteceu o que estava escrito: o Grêmio perdeu a quarta fora de casa. Levou 3 a 2 e segue em 20° lugar.

Apesar dos desfalques, o Grêmio encontrou espaços no início do jogo. Conseguiu, inclusive, chegar mais ao ataque do que a Ponte. O problema foi o último passe, o arremate derradeiro. Aí, faltou qualidade. Assim, com o passar do tempo, a Ponte tomou conta das ações —muito mais pela fragilidade gremista do que por méritos próprios. Resultado: aos 21 minutos, Elivélton cruzou da esquerda, Marinho deixou a bola passar na sua frente e Macedo abriu o placar.

As mais graves mazelas enfrentadas em Campinas estiveram no ataque. Luís Mário e, especialmente, Rodrigo Gral, não retinham a bola na frente. Não fosse Zinho a segurar a bola, cavar faltas e acertar passes, e o Grêmio seria um apagão completo ontem. Na zaga, foi possível ter a dimensão do quanto dói não ter Galvão. Assustado, Gabriel abusou dos chutões.

No  segundo tempo, já com Itaqui no lugar de Rubens Cardoso, o Grêmio melhorou. Aos três minutos, Itaqui bateu falta no travessão. Aos sete, Gral completou cruzamento de Luís Mário e empatou. O árbitro anotou gol de Gral, mas a bola bateu no calcanhar do zagueiro antes de entrar. Tudo ia bem, até o Grêmio cansar.

Aos 18, Tinga cometeu pênalti, bem cobrado por Piá no ângulo direito de Danrlei. Aos 35 minutos, Washington bateu forte no canto, selando o placar. Luís Mário descontou aos 45, mas era tarde.

A nota lamentável foi Tinga. Ele avisou que a coxa esquerda lhe doía muito. Mesmo assim, foi escalado. No segundo tempo, mal conseguia correr. Quase ao final, a tristeza: mão na coxa e choro.

O Grêmio pode anunciar o reforço do atacante Fernando Baiano, ex-Corinthians. Mas Lucas e Aloísio, que estão na França, também são opções. Segundo o repórter Farid Germano Filho, da Rádio Gaúcha, de Campinas, o volante César Sampaio é outro que está perto de ser contratado.” (Zero Hora, quinta-feira, 30 de agosto de 2001)

 

TINGA ASSUME CULPA POR TER JOGADO

O drama de Tinga, que jogou com dores musculares e saiu de campo com estiramento no local, foi o tema dominante do vestiário derrotado do Grêmio no estádio Moisés Lucarelli.

O volante saiu de maca, chorando. Na véspera, avisara que sentia dores e temia transformá-las em lesão, como acontecera com Anderson Lima e Nenê. Agora, pode ser cortado da Seleção Brasileira que enfrenta a Argentina no dia 5 de setembro, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

– Tinga não deveria ter sido substituído, já que era visível não estar em condições no segundo tempo? – perguntaram a Tite logo no começo da entrevista coletiva, encerrada a análise da partida, de praxe.

A resposta foi dura. Tite começou um tanto bravo, mas sua prudência e educação habituais, na vitória e na derrota, registre-se, foram atenuando o tom de aspereza da explicação:

– O técnico o manteve porque não viu desta forma. Os médicos deram o aval, conversamos juntos e o jogador não reclamou de nada no intervalo.

Tinga disse que nada falou sobre não voltar para o segundo tempo, mas ressaltou que também ninguém lhe questionou sobre as dores na coxa.

– Tô sentindo muita dor. Tô triste. Tenho esperança que possa não ser grave. Venho entrando em campo com dores há algum tempo. Agora, os médicos dirão se terei condições de me apresentar à Seleção. Se alguém tiver culpa por isso, a culpa é minha. Quem entra em campo sou eu – afirmou Tinga.

Além dos sete machucados (Roger, Galvão, Anderson Lima, Nenê, Claudiomiro, Fábio Baiano e Renato Martins) ontem aconteceram mais três baixas. Tinga será avaliado hoje para ver se terá de ser cortado da Seleção. Itaqui, que voltava de lesão, saiu com o tornozelo inchado. Rubens Cardoso sentiu o joelho. Agora são 10 lesionados.” (Zero Hora, quinta-feira, 30 de agosto de 2001)

 

https://i.imgur.com/DEFuc9e.jpg

Fonte: Revista Placar Edição nº 1.195 – 4 de Setembro de 2001

“GRÊMIO PERDE A 4ª FORA E TINGA DEIXA O GRAMADO MACHUCADO

Com a equipe desfalcada, o Grêmio não resistiu aos seus próprios erros e ao bom futebol da Ponte Preta e acabou perdendo de 3 a 2, ontem à noite, no estádio Moisés Lucarelli. Além de amargar nova derrota (a quarta no campeonato), o Grêmio terminou o jogo com mais três jogadores lesionados, entre eles Tinga, que pode até desfalcar a Seleção Brasileira.

A direção tricolor deve anunciar hoje a contratação do atacante Fernando Baiano, do Corinthians. O time comandado por Tite começou bem, criando situações de gol que, mais uma vez, não foram aproveitadas. A Ponte Preta também teve chances de marcar, até que aos 20 minutos, numa falha coletiva do sistema defensivo, Macedo marcou 1 a 0.

Rodrigo Gral, que parecia perdido no ataque, empatou aos 8min, do segundo tempo, aparando cruzamento de Luiz Mário, o melhor do time. A Ponte Preta, no entanto, estava superior em campo. Rubens Cardoso sentiu lesão muscular e foi substituído por Itaqui. Aos 18, Tinga cometeu pênalti em Piá, que bateu e converteu. A Ponte manteve o domínio. Aos 35, Washington, grande destaque do jogo, chutou forte de fora de área e ampliou para 3 a 1. Tinga, contundido, foi substituído por Rafael.

Depois, Itaqui caiu no gramado e deixou o Grêmio com dez em campo. Aos 40, Elivélton foi expulso ao acertar um pontapé em Luiz Mário. A resposta do veloz atacante gremista ocorreu aos 44 minutos, quando ele pegou rebote da zaga, driblou e chutou cruzado para fazer 3 a 2. Domingo, às 16h, o Grêmio enfrenta o Guarani no estádio Olímpico.” (Correio do Povo, quinta-feira, 30 de agosto de 2001, fonte: Grêmio Dados)

 

https://i.imgur.com/b8oVfWY.jpg

Fonte: Revista Placar Edição nº 1.195 – 4 de Setembro de 2001

Copa do Brasil 2001 – Final – Jogo de Volta – Corinthians 1×3 Grêmio

June 17, 2021


Há exatos 20 anos o Grêmio conquistou sua quarta Copa do Brasil, vencendo o Corinthians, no Morumbi por 3×1.

Ao meu ver foi a final que o Grêmio teve a atuação mais consistente/dominante da sua história.

Na minha memória o Marinho estreou as suas chuteiras brancas nesse jogo (ainda não encontrei nenhuma imagem dele usando elas antes disso). De início me pareceu uma temeridade (por motivos de superstição/lembrança do Amato), mas ele talvez tenha sido o melhor jogador em campo.

E até hoje eu nunca tinha reparado que o Eduardo Martini estava no banco com uma camisa onde o distintivo do Grêmio e o símbolo da Kappa estão nas posições trocadas.

Foto: Lance

Foto: Alexandre Battibugli (Placar)

Foto: Lance

Foto: Lance

[Revista%20Placar%2003.jpg]

Tostão – “VERDADEIRO NÓ TÁTICO

Raramente o esquema tático de uma equipe é o fator determinante no resultado de uma partida de futebol, como o da vitória do Grêmio sobre o Corinthians.
No jogo, o chavão “nó tático” nunca foi tão verdadeiro.
Tite, técnico do time gaúcho, já tinha usado o mesmo laço para dar um nó no Vadão, treinador do São Paulo, no mesmo estádio do Morumbi.
Vadão ficou tonto, nocauteado, perdeu o emprego e ainda não retornou ao trabalho.
O nó que Luxemburgo recebeu do Tite foi tão apertado que o técnico do Corinthians ficou paralisado.
De vez em quando soluçava. Só não perdeu a pose. Não parava de ajeitar os óculos, como fazem os pseudo-intelectuais.
O Grêmio deu um baile no Corinthians. Escalou três zagueiros, sendo um na sobra, adiantou a marcação, pressionou, tomou a bola com facilidade no meio-campo e esteve sempre próximo ao gol do Timão.
A vitória do Grêmio foi a do novo e verdadeiro futebol moderno sobre o velho e ultrapassado esquema tático tradicional brasileiro.
De onde Tite tirou a inspiração para a brilhante maneira de jogar de seu time?
Não me refiro ao desenho com três zagueiros e dois alas. Foi o que menos importou. Não teve nada de novo e especial. O mais importante foi a espetacular marcação e facilidade com que o Grêmio dominou a partida e criou situações de gol.
O time gaúcho repetiu a filosofia tática da seleção argentina -única do mundo que marca pressionando em todas as partidas. A França, que não usa o esquema com três zagueiros, alterna a marcação por pressão com o recuo e contra-ataque.
Os franceses são mais prudentes e racionais do que os apaixonados argentinos. Encantam menos, porém jogam com mais segurança.
O início da filosofia de marcação por pressão começou na Copa de 1974. Cruyff conta que, 15 dias antes do Mundial, o técnico holandês Rinus Michels reuniu os jogadores e resolveu fazer algo diferente, surpreendente, já que não dava tempo para treinar o trivial. Os treinadores comuns, normais, fariam o contrário. Os holandeses decidiram se divertir na Copa. E encantaram o mundo.
O técnico colocou a defesa, o meio-campo e o ataque bem próximos. Adiantou a marcação e congestionou o meio-campo. Quando o adversário ia dominar a bola, havia um bando de holandeses. Parecia uma pelada. Tomavam a bola e, com velocidade e habilidade, chegavam ao gol adversário. Até os zagueiros se transformavam em atacantes.
Uma deliciosa e eficiente loucura tática.
Acabaram a Copa e o sonho. Algumas equipes espalhadas pelo mundo tentaram imitar a Laranja Mecânica, mas não deu certo. Não conseguiam repetir a marcação. Levaram muitas goleadas. Era o fim da utopia e do futebol total.
No entanto, aquela gostosa loucura ficou no inconsciente coletivo do futebol. Era preciso recuperar o sonho, mesmo que distorcido. Há alguns anos, criou-se algo parecido.
Algumas equipes, como a Argentina, em vez de recuar e fechar os espaços defensivos, passaram a pressionar e marcar a saída de bola do adversário.
É um esquema de alto risco. Se a marcação for vencida no meio-campo, a defesa fica desprotegida. Para diminuir esse problema, é essencial um zagueiro na sobra. Outro problema é o cansaço. É impossível jogar dessa maneira durante 90 minutos. Se o time perder o primeiro tempo, terá muitas dificuldades em inverter o placar.
Para fazer bem essa marcação, são necessários treinos e a participação de todos os jogadores, inclusive dos atacantes.
Quando estão perdendo, os técnicos brasileiros correm para a lateral do campo para gritar e pedir a marcação na saída de bola. Não adianta. Os jogadores não têm o hábito de executá-la.
Essa postura independe do desenho tático. Pode-se utilizá-la com três ou quatro zagueiros. Como a maioria das equipes utiliza dois atacantes fixos, não é preciso mais do que uma linha com três zagueiros.
Antes da vitória do time gaúcho, Felipão disse que pretendia escalar três autênticos zagueiros, o que é bem diferente de recuar um volante no momento da jogada, como fazem os técnicos brasileiros.
O volante corre para trás e chega sempre atrasado. Os zagueiros estão de frente, olhando o passe, a bola e o atacante.
Parece que o Scolari mudou de idéia por causa da provável ausência do Antônio Carlos.
O zagueiro da Roma não é tão especial assim para a definição do esquema tático depender de sua presença.
Muito mais importante do que o desenho tático será a filosofia ofensiva ou defensiva do treinador. Se o time jogar com três zagueiros recuados, mais dois volantes na frente e os alas como se fossem laterais, terá oito defensores e dois atacantes isolados. É isso que fazem os técnicos brasileiros quando jogam nesse esquema. Viram o galo cantar e não sabem onde.
Sugiro que Felipão convide o Tite, técnico do Grêmio, para auxiliá-lo. Poderia, inclusive, ocupar a vaga do Antônio Lopes, já que a função de coordenador técnico é decorativa. A seleção ganharia um bom reforço.” (Tostão, Folha de São Paulo, 20 de junho de 2001)

José Geraldo Couto: “TRATOR GAÚCHO

Nem o mais fervoroso corintiano haverá de negar: o Grêmio deu um “banho de bola” no Corinthians. O placar de 3 a 1 foi até modesto para traduzir o desnível entre os dois times.
A equipe gaúcha congestionou o meio-campo e marcou em cima os principais articuladores adversários -Marcelinho e Ricardinho-, obrigando o time alvinegro a apelar para a sempre inócua “ligação direta” entre os zagueiros e os atacantes. Quando retomava a bola, o Grêmio partia rapidamente para o ataque, quase sempre com Zinho ou Marcelinho. Ambos estavam em tarde inspirada, mas pecaram nas finalizações, para sorte do Corinthians.
A ausência de André Luiz -meia-lateral com habilidade e visão de jogo- ajuda a explicar a dificuldade corintiana de sair para o jogo. Nunca ficaram tão evidentes as limitações técnicas de Otacílio, de Marcos Senna e de Rogério. Pereira, mais técnico que os três, deveria, a meu ver, ter começado jogando.
Seria fácil também responsabilizar a defesa corintiana pela derrota, já que nos três gols gremistas houve falhas dos zagueiros. No primeiro e no terceiro, o erro foi de colocação, deixando o adversário livre para finalizar.
No segundo gol, João Carlos -xodó de Luxemburgo, da Fiel e de grande parte da mídia- mostrou toda a sua falta de intimidade com a bola.
Mas a razão principal do resultado foi mesmo a excelente atuação do Grêmio, tanto em termos táticos quanto técnicos. Mesmo antes da expulsão de Scheidt, parecia haver mais gremistas em campo.
É uma pena que Marcelinho Paraíba esteja de partida para a Alemanha. Confirma-se com isso o triste destino dos clubes brasileiros da atualidade, que raramente conseguem manter um time de qualidade por mais de uma temporada.
Quanto ao Corinthians, o balanço do semestre foi altamente positivo, sobretudo se lembrarmos que no início do ano a equipe apanhava mais do que índio em filme de faroeste.
Perder a final da Copa do Brasil foi importante para arrefecer um pouco a falta de modéstia em torno do time e, principalmente, de seu treinador.
Terminada a festa, é hora de cair na real: o Corinthians de hoje está longe de ser o supertime de dois anos atrás, e Wanderley Luxemburgo está longe de ser o santo milagroso pintado por certas crônicas esportivas.
Para voltar a ser verdadeiramente poderoso e conquistar um lugar na Taça Libertadores, o clube do Parque São Jorge terá que se reforçar em algumas posições: no gol, na zaga, na lateral direita e no meio-campo (refiro-me a um volante).
E Luxemburgo terá que ser avaliado pelo que vale, e não pelo que pensa que vale.
A propósito: foi constrangedor ver Falcão e Casagrande tentando eximir o técnico de responsabilidades pela derrota diante do Grêmio. Então tá. Quando o time ganha, o mérito é de Luxemburgo; quando perde, a culpa é dos jogadores. Assim, até eu.
Um lance para guardar na memória: Mauro Galvão, 39 anos, mancando visivelmente, olha para o banco e pergunta quanto falta para acabar o primeiro tempo. Havia esperança de que o intervalo fosse suficiente para a recuperação. Não deu. Ficou a imagem de um grande jogador e um homem de fibra.” (José Geraldo Couto, Folha de São Paulo, 18 de junho de 2001)

Paulo Roberto Falcão – “BANHO COMPLETO 

O Grêmio deu um nó tático no Corinthians, um show de preparo físico e ainda jogou um futebol de campeão. Marcou o adversário no seu campo no primeiro tempo, como já havia feito com o São Paulo e construiu o resultado com absoluta naturalidade, aproveitando-se dos erros de uma defesa que não conseguia sair jogando nunca. Depois, administrou como quis a vantagem, reagindo ao sufoco corintiano na metade do segundo tempo com um terceiro e decisivo gol.

Ao conjugar um técnico jovem com um time experiente, o clube encontrou a fórmula do sucesso e comprovou mais uma vez que a Copa do Brasil é a sua competição preferida. No ano em que perdeu o raro talento de Ronaldinho, o Grêmio redescobriu a força do conjunto. Chegou ao título sem depender de um ou dois jogadores. Pelo contrário, o grupo é que acabou sendo o destaque, pois a cada perda de um jogador importante sempre entrou em campo outro que deu conta do recado.” (Paulo Roberto Falcão, Zero Hora, 18 de junho de 2001)

Wianey Carlet : “TITE, TETRA, TCHÊ

Dois títulos em três competições disputadas, nada mal para um time que até três meses atrás era tido como incapaz de grandes proezas. Ontem foi no Morumbi, contra o poderosíssimo Corinthians, do não menos poderoso fundo de pensão norte-americano, tradicional clube do riquíssimo Estado de São Paulo e dono de uma das mais fiéis torcidas do país. Agora já são seis títulos nacionais, o que faz do Grêmio um supercampeão, três deles buscados fora do Olímpico, fato que credencia o clube como um autêntico vencedor, seja em que terreno for. Esta Copa do Brasil te sotaque gaúcho, tchê! É a quarta do Grêmio e a primeira do senhor Adenor Bachi, o excepcional Tite, que em seis meses organizou em grande time e já atravessou no peito duas faixas de campeão. A Copa do Brasil deste ano tem em grande vencedor. Nem o mais desvairado corintiano pode negar. O Brasil é azul. Na São Paulo do apagão, Tite apagou a estrela de Luxemburgo. Tite é tetra, tchê!

Para tornar-se o clube brasileiro que mais conquistou títulos nacionais, o Grêmio contou como principal arma o seu apego pelo futebol de alta competitividade. Sempre que conseguiu sintonizar-se com a sua histórica identidade, como está conseguindo, chegou a grandes conquistas.

Desta vez os gremistas não têm autoridade para repetir que tudo é sofrido na vida do Grêmio. O título de ontem foi conquistado quase sem dor. E o escore de 3 a 1 só não pode ser tido como injusto porque uma goleada não foi aplicada por exclusiva culpa do próprio Grêmio. Tivesse convertido metade das chances construídas no primeiro tempo e o Morumbi teria desabado em uma das mais humilhantes jornadas do futebol paulista. Foi um totó histórico.

A excepcional força coletiva do Grêmio acabou destacando algumas figuras que foram essenciais na conquista do título. Marinho, Marcelinho e Danrlei foram, possivelmente, as mais visíveis. Mas esteve na experiência serena de Zinho e de Mauro Galvão a razão silenciosa do sucesso gremista na Copa do Brasil.

O terceiro gol do Grêmio foi umas das mais primorosas obras coletivas que se tem visto por aí. Zinho, Fábio Baiano e Marcelinho tabelaram com a graça e a leveza de um movimento de balé. É verdade que Scheidt já tinha sido cantado pela torcida gremista pro sua expulsão, mas esta é outra história.” (Wianey Carlet, Zero Hora, 18 de junho de 2001)

Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

CORINTHIANS: Maurício; Rogério (Andrezinho 21/2), Scheidt, João Carlos e Kléber; Otacílio; Marcos Senna (Pereira 01/2); Ricardinho e Marcelinho Carioca; Müller (Gil 02/2) e Éwerthon.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

GRÊMIO: Danrlei; Marinho, Mauro Galvão (Alex Xavier 01/2) e Roger; Anderson Lima (Itaqui 35/2); Anderson Polga, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Luís Mário (Fábio Baiano 10/2) e Marcelinho Paraíba
Técnico: Tite

Data: 17 de junho de 2001, domingo, 15h00min
Local: Morumbi, São Paulo
Juiz: Antonio Pereira da Silva-GO
Auxiliares: Jorge Paulo de Oliveira Gomes e Aristeu Leonardo Tavares
Cartões Amarelos: Roger, Anderson Lima
Gols: Marinho 42/1T, Zinho 01/2T, Éwerthon 29/2T, Marcelinho Paraíba 42/2T

Copa do Brasil 2001 – Final – Jogo de Ida – Grêmio 2×2 Corinthians

June 10, 2021

 

Eu tenho a impressão que se fala muito pouco de como a entrada de Claudio Pitbull no segundo tempo foi importante para o Grêmio conseguir buscar o empate. Ele mudou completamente a postura do ataque do Grêmio.

Foto: Jefferson Bernardes (Folha Press)

EX-CORINTIANO ESTRAGA FESTA DE PAULISTAS
Luiz Mário, que foi liberado pela diretoria corintiana por deficiência técnica, marcou os dois gols do Grêmio ontem
 
Um ex-corintiano estragou o que seria praticamente a festa antecipada do título da Copa do Brasil para o Corinthians. Após ter aberto vantagem de 2 a 0, o time paulista cedeu o empate ao Grêmio, ontem à tarde, no estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Os dois gols da equipe gaúcha foram marcados pelo meia-atacante Luiz Mário, que foi “expulso” do Parque São Jorge por deficiência técnica.
Mesmo tendo cedido o empate ao Grêmio, o Corinthians está bem perto de seu segundo título da Copa do Brasil e, consequentemente, da vaga na Taça Libertadores da América de 2002.
Como fez dois gols no Sul, o time paulista precisa de apenas um empate em até 1 a 1, no próximo domingo, no Morumbi, para repetir a conquista de 1995, diante do mesmo Grêmio.
Um novo empate em 2 a 2 leva a decisão do título para os pênaltis.
O Grêmio só fica com a taça da Copa do Brasil pela quarta vez se empatar em três ou mais gols ou se vencer fora de casa.
O jogo começou bastante equilibrado, com as duas equipes marcando por pressão.
O Grêmio tentava as jogadas pelas duas laterais -com Anderson Lima e Rubens Cardoso-, mas parava nos zagueiros João Carlos e Scheidt, que fizeram um excelente primeiro tempo.
Já o Corinthians, bem posicionado na defesa, pouco arriscava. Marcelinho e Ricardinho, marcados, tinham dificuldades para lançar para Ewerthon e Muller.
Em uma das poucas vezes que chutou a gol, exatamente no momento em que os gaúchos mais pressionavam, o Corinthians abriu o placar.
Aos 29min, Marcelinho recebeu de André Luiz na intermediária e bateu forte. O zagueiro Marinho tentou desviar, mas acertou uma cabeçada e tirou de Danrlei a possibilidade de defesa.
O gol dos paulistas calou o Olímpico, que recebeu mais de 50 mil pessoas ontem.
Até o fim do primeiro tempo, os gremistas insistiam no “chuveirinho” e nas jogadas de bola parada, mas não conseguiram superar o goleiro Maurício.
Na etapa final, o time de Wanderley Luxemburgo voltou melhor e, logo aos 7min, ampliou.
Muller recebeu passe de Marcelinho após escanteio, deu um belo drible em um zagueiro gremista e fulminou Danrlei. Foi o segundo gol do atacante, que conquistou a Copa do Brasil em 2000 com o Cruzeiro, após sua volta ao Parque São Jorge – o primeiro havia sido contra o Flamengo-PI, também pela Copa do Brasil.
O segundo gol parecia que havia “matado” os gaúchos. Mas foi a partir da entrada do atacante Cláudio no lugar de Warley, que não entrou com 100% de condições, que o time da casa cresceu.
A “ressurreição” dos gaúchos começou a 26 minutos do final, quando os 2.200 corintianos que estiveram em Porto Alegre já comemoravam. O gol de Luiz Mário, após bate-rebate na área, acabou com a invencibilidade de seis jogos da defesa do Corinthians, a maior em dez anos.
Aos 25min do segundo tempo, Maurício, que havia feito pelo menos quatro grandes defesas e era umas das principais figuras dos visitantes em campo, falhou e não defendeu chute fraco, de fora da área, de Luiz Mário.
Após o empate, o Grêmio, empurrado por seus torcedores, ainda pressionou para a virada, mas Maurício fez mais duas boas intervenções e segurou o resultado.
Após o partida, Luiz Mário criticou a diretoria corintiana. “Fui o último a saber de meu empréstimo para o Grêmio. Mas não tem nada não. Mostrei hoje [ontem” que tenho futebol para jogar em qualquer lugar. Graças a Deus joguei bem, fiz dois gols, e o Grêmio ainda está vivo”, completou o jogador, que, mesmo com a bela atuação de ontem, deve voltar para a reserva para dar lugar a Marcelinho. O meia-atacante cumpriu suspensão automática. (FERNANDO MELLO ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE, LEO GERCHMANN – DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE) (Folha de São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2001)
“LANCE A LANCE
Primeiro tempo

3min – Kléber sobe pela esquerda e cruza. Bola desvia em zagueiro gremista e Danrlei defende com facilidade.
6min – Rubens Cardoso faz boa jogada pela esquerda e cruza na cabeça de Luiz Mário, que manda à esquerda do gol de Maurício.
10min –Zinho bate falta cometida por André Luiz da entrada da área. A bola sai direto à esquerda do gol do Corinthians.
16min –Depois de tabela no ataque, Warley é derrubado por João Carlos na entrada da área, mas o juiz não marca falta.
20min – Anderson Lima bate falta no ângulo direito de Maurício, que faz grande defesa e põe a bola para escanteio.
28min – Maurício faz novamente boa defesa depois de chute de Luiz Mário.
29min – Marcelinho chuta de fora da área e conta com o desvio de Marinho para marcar o primeiro gol do Corinthians.
33min –Warley chuta da esquerda, a bola desvia em João Carlos, mas Maurício consegue espalmar para escanteio.
44min –Marcelinho cruza da esquerda e João Carlos cabeceia com perigo, mas a bola sai por cima do gol.

Segundo tempo

4min – Marcelinho faz boa jogada pela direita, fica na cara do gol, mas erra o chute cruzado. Ewerthon, que entrava pelo meio, reclama com o companheiro de time.
5min –Muller recebe passe de Marcelinho e fica livre pela esquerda. No cruzamento, Mauro Galvão salva a equipe gremista desviando a bola para escanteio.
7min –Mais uma vez pela esquerda, Muller domina na área, passa por dois marcadores, gira e marca um golaço: Corinthians 2 a 0.
19min – Rubens Cardoso cruza da esquerda, mas Kléber se antecipa e cabeceia para escanteio.
19min – Marinho recebe na área e chuta em cima de Rogério. Luiz Mário aproveita sobra e marca o primeiro gol do Grêmio.
21min – Cláudio cabeceia de frente para o gol, mas Maurício faz ótima defesa.
25min –O Grêmio empata com um chute de fora da área de Luiz Mário, que conta com uma falha do goleiro Maurício.
32min –Marinho desperdiça boa chance após cobrança de escanteio. Cabeceia para fora, à direita do gol.
40min –Cláudio chuta forte de fora da área. Mas a bola sai direto.
46min –
Gil invade a área sozinho, mas o juiz marca impedimento.”(Folha de São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2001)

Foto: Ricardo Duarte (Zero Hora)

Tostão: “CONTROLE REMOTO
No segundo tempo da partida entre Corinthians e Grêmio, resolvi variar de canal.
Passei da ESPN Brasil para a Rede Globo. O time paulista tinha todas as facilidades no contra-ataque, fez o segundo gol e estava próximo do terceiro. Aí, numa jogada isolada, o Grêmio marcou seu primeiro gol.
Como faz a maioria dos técnicos, Luxemburgo imediatamente tirou o Muller, o mais lúcido jogador do Corinthians, autor de um belíssimo gol, e colocou mais um atleta para segurar o jogo.
Galvão Bueno, que entende de futebol, não gostou. Passou a bola para os comentaristas. Como sempre, perguntou induzindo a resposta:
– Falcão, o Corinthians estava muito bem no contra-ataque com Muller. Gostou da substituição?
– Luxemburgo mexeu certo. O Corinthians está respeitando o Grêmio. É preciso reforçar a marcação.
Falcão adora reforçar a marcação.
Não satisfeito, Galvão continuou o papo com o Casagrande.
– Casagrande, com Muller e Marcelinho abertos o Corinthians estava chegando fácil ao gol do Grêmio. O que achou da substituição?
– Gostei. O Corinthians já fez dois gols na casa do adversário e não pode arriscar.
O Grêmio pressionou, empatou e quase fez o terceiro.
Luxemburgo, então, enxergou o erro. Retirou um dos volantes (André Luiz) e colocou um atacante (Gil). O Corinthians melhorou e voltou a atacar com perigo.
Retornei para a ESPN Brasil, de onde não deveria ter saído.” (Tostão, Folha de São Paulo, 13 de junho de 2001)

 

GRÊMIO: Danrlei, Marinho, Mauro Galvão (Roger) e Ânderson Polga; Ânderson Lima, Eduardo Costa, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Luís Mário e Warley (Cláudio Pitbul).
Técnico: Tite
CORINTHIANS: Maurício, Rogério, João Carlos, Scheidt e Kléber; Otacílio, André Luís (Gil), Marcelinho (Pereira) e Ricardinho; Müller (Marcos Senna) e Éwerthon.
Técnico: Wanderley Luxemburgo
Data: 10/06/2001, Domingo, 16h00min
Local: Olímpico (Porto Alegre/RS )
Público: 50.313  (40.491 pagantes).
Renda: R$ 509.482,00
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG);
Auxiliares: Jorge Paulo de Oliveira Gomes e Aristeu Leonardo Tavares
Cartões Amarelos: Rubens Cardoso, Eduardo Costa, Éwerthon, Otacílio, Scheidt e André Luís
Gols: Marcelinho Carioca 29′ do 1º; Müller 6′, Luís Mário 18′ e 25′ do 2º;

Copa do Brasil 2001 – Semifinal – Jogo de Volta – Coritiba 0x1 Grêmio

June 6, 2021

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

Há exatos 20 anos o Grêmio vencia o Coritiba pelo jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil de 2001.

O grande problema do tricolor no jogo foi a expulsão de Marcelinho Paraíba, aos 25 minutos do segundo tempo

Foto: Orlando Kissner (Correio do Povo)

 

GRÊMIO EM, BUSCA DO TETRA NACIONAL
Fez 1 a 0 e passou pelo Coritiba. Sem Marcelinho Paraíba, enfrenta o Corinthians na sua sétima decisão de Copa do Brasil

O Grêmio é novamente finalista da Copa do Brasil. Ontem, no Couto Pereira, a equipe de Tite venceu o Coritiba por 1 a 0 e obteve a vaga à final da competição para enfrentar o Corinthians – que venceu a Ponte Preta por 3 a 0. Tri da Copa do Brasil, essa será a sétima final do clube gaúcho na competição. Em 95, Grêmio e Corinthians foram à final e os paulistas levaram a melhor.

O Coritiba precisava vencer o Grêmio para se classificar, mas a forte marcação gremista impedia as conclusões do adversário. Um exemplo disso é que somente aos 33 minutos Messias conseguiu concluir a gol. Foi um chute fraco, de fora da área, fácil para Danrlei defender.

No 2º tempo, o Coritiba voltou para o tudo ou nada. Aos 7, Ânderson cobrou falta e obrigou Danrlei a uma boa defesa, com o ombro. Aos 14, o Grêmio despachou o adversário. Luís Mário cruzou na área, o goleiro falhou e Zinho apenas empurrou a bola para o gol vazio, Grêmio 1 a 0.

Aos 25, Paraíba chutou Alexandre, caído, e foi expulso. Renato Martins, na reserva, havia recebido vermelho por reclamação. Pitbull será titular na final. Juliano, do Coritiba, também foi expulso.” (Correio do Povo, 07 de junho de 2001)

 

Foto: Orlando Kissner (Correio do Povo)

 

“Grêmio supera o Coritiba fora de casa para alcançar a 7ª decisão
LÉO GERCHMANN – DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Grêmio se classificou para as finais da Copa do Brasil ontem à noite ao derrotar o Coritiba por 1 a 0 em Curitiba- no primeiro jogo, em Porto Alegre, havia vencido por 3 a 1- e enfrentará o Corinthians na final do torneio. O Grêmio poderá ficar sem Marcelinho e Renato Martins -expulsos ontem- no primeiro jogo da decisão, domingo. A partida começou sem jogadas de ataque. A primeira conclusão a gol do Coritiba, que precisava vencer, ocorreu apenas aos 33min, quando Messias chutou, e Danrlei defendeu. A chance mais clara, do primeiro tempo foi do Grêmio, quando Luiz Mário concluiu com perigo e a bola quase passou por baixo das pernas do goleiro Júnior. Aos poucos, a torcida começou a vaiar a equipe paranaense. No segundo tempo, o Coritiba tentou pressionar, mas o time gaúcho fez 1 a 0, quando, aos 14min, Luiz Mário cruzou da direita, e Zinho fez o gol. No próximo domingo, o Grêmio não terá também Rodrigo Mendes e Warley, que estão lesionados.” (Folha de São Paulo, quinta-feira, 07 de junho de 2001)

Atitude de Marcelinho gera crise no Grêmio

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A expulsão do meia-atacante Marcelinho no final de um jogo em que o Grêmio já tinha a conquista da classificação, contra o Coritiba, causou tensão entre jogadores e dirigentes ontem.

O jogador chegou a Porto Alegre abatido e recebeu cobranças no clube por causa de sua atitude que motivou a expulsão. Após um desentendimento com jogadores do Coritiba, Marcelinho irritou-se e pisou em um adversário.
Além de Marcelinho ter sido decisivo nas últimas partidas, Rodrigo Mendes, que seria o outro titular do ataque, está machucado. Warley, o atacante reserva, recupera-se de contusão e pode não ter condições de jogar. Restariam como opções, para atuar ao lado de Luiz Mário, os ex-juniores Cláudio e Guilherme.
Ontem à tarde, porém, Warley surpreendeu e treinou normalmente. “”Não senti dor, quero jogar. O importante foi que pude me movimentar”, disse ele.
Sem Marcelinho para o primeiro jogo decisivo da Copa do Brasil contra o Corinthians, o Grêmio pelo menos tem a volta de Ânderson Lima, bom cobrador de faltas.” (LÉO GERCHMANN) (Folha de São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2001)

Foto: Orlando Kissner (Correio do Povo)

CORITIBA: Júnior, Paulo Roberto (Alemão 27/2), Edinho Baiano, Allan, Juliano, Alexandre, Messias, Mabília; Anderson (Silva 17/2); Leandro (Da Silva 01/2), Enílton.
Técnico: Ivo Wortmann

GRÊMIO: Danrlei, Marinho, Mauro Galvão, Anderson Polga, Itaqui (Roger 38/2), Eduardo Costa, Tinga, Zinho, Rubens Cardoso (Gavião 09/2), Luís Mário (Alex Xavier 35/2), Marcelinho Paraíba.
Técnico: Tite

Copa do Brasil 2001 – Semifinal – Jogo de volta
Data: 6 de junho de 2001, quarta-feira, 21h40min
Local: Couto Pereira, Curitiba
Juiz: Antonio Pereira da Silva-GO
Auxiliares: Vanderelei Maia da Silva e Junio Antônio de Oliveira Rocha
Cartões Amarelos: Rubens Cardoso
Cartões Vermelhos: Marcelinho Paraíba 23/2
Gols: Zinho 13/2T

Copa do Brasil 2001 – Quartas de Final – São Paulo 3×4 Grêmio

May 23, 2021

Foto: Rubens Chiri (Correio do Povo)

Há exatos 20 anos o Grêmio vencia o São Paulo por 4×3, no Morumbi, pela partida de volta das quartas-de-final da Copa do Brasil de 2001.

Sem pensar muito, eu afirmaria que Marcelinho Paraíba teve nessa partida uma das maiores atuações individuais que eu vi um jogador fazer com a camisa do Grêmio.

Foto: Carlinhos Rodrigues (Zero Hora)

Ex-são-paulino faz 3 e tira São Paulo da Copa do Brasil
Grêmio vence em pleno Morumbi e ameaça cargo de Oswaldo Alvarez

A torcida do São Paulo teve ontem mais um motivo para reclamar do desmanche feito no time no ano passado. O meia-atacante Marcelinho, um dos atletas vendidos pela diretoria, fez três gols na vitória do Grêmio por 4 a 3, à tarde, no estádio do Morumbi. O resultado eliminou o São Paulo da Copa do Brasil e pode provocar a demissão do técnico Oswaldo Alvarez. O treinador são-paulino foi xingado de burro pelos torcedores, que pediram a sua saída. “Essa pressão é natural, mas só a diretoria pode dizer o que vai acontecer agora”, afirmou Alvarez. Os dirigentes já tinham sido pressionados a trocar a comissão técnica após a eliminação na primeira fase do Paulista. Em cinco meses no Morumbi, Alvarez conquistou o inédito Rio-São Paulo e foi eliminado de dois torneios. O próximo compromisso dos são-paulinos é a Copa dos Campeões, no final de junho. Os gaúchos, que venceram o primeiro jogo por 2 a 1, enfrentarão o Coritiba, pelas semifinais. A vitória foi comandada por Marcelinho, que também permitiu que o São Paulo melhorasse no final, graças a sua expulsão. “Jogamos com três zagueiros para fazer uma marcação especial nos atacantes deles. Mas fomos mal e deixamos o Marcelinho jogar bem”, disse Alvarez. O meia-atacante foi vendido pelo time paulista ao Olympique, que o repassou ao clube de Porto Alegre. Agora ele já está negociado com o Hertha (Alemanha). O Grêmio jogou quase todo o primeiro tempo no ataque. Aos 27min, Marcelinho fez o seu primeiro gol, ao aproveitar rebote. Os são-paulinos passaram a depender de uma vitória por pelo menos dois gols de diferença. Mas, logo após Marcelinho marcar, Carlos Miguel sofreu pênalti de Marinho. França cobrou no canto direito de Danrlei, aos 30min, e empatou. Aos 44min, França acertou um chute de perna esquerda e fez o segundo do seu time. Os gremistas reclamaram que ele teria ajeitado a bola com a mão. “Matei a bola no peito”, afirmou o atacante, que foi observado por um representante do Borussia Dortmund (Alemanha). Aos 9min do segundo tempo, Marcelinho fez o seu segundo gol, dessa vez em cobrança de falta no canto direito de Rogério. Aos 12min, o ex-jogador do São Paulo driblou Rogério e recolocou o seu time em vantagem. Com um chute rasteiro, o volante são-paulino Alexandre empatou a partida, aos 23min e voltou a dar esperanças à torcida. Cinco minutos depois, Marcelinho foi expulso, por reclamação. Mas, aos 38min, o juiz Wilson de Souza Mendonça marcou pênalti de Maldonado em Luiz Mário. Os são-paulinos reclamaram, pois a infração havia sido fora da área. Zinho cobrou e fez o quarto gol gremista. A cobrança foi feita com um torcedor do São Paulo em campo, o que é irregular. (Ricardo Perrone, Folha de São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2001 )

 

 

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Jean (Kaká 42/1), Rogério Pinheiro, Wilson, Reginaldo Araújo, Maldonado, Alexandre, Souza (Renatinho 21/2), Carlos Miguel, Ilan (Oliveira 29/2), França.
Técnico: Oswaldo Alvarez (Vadão)
GRÊMIO: Danrlei; Marinho, Mauro Galvão e Anderson Polga; Anderson Lima (Gavião 43/2), Tinga (Roger 39/2), Eduardo Costa, Zinho e Rubens Cardoso; Warley (Luís Mário 29/2), Marcelinho Paraíba.
Técnico: Tite

Copa do Brasil 2001 – Quartas de final – Jogo de Volta
Data: 23 de maio de 2001, Quarta-feira, 15h00min
Local: Morumbi, São Paulo
Juiz: Wilson de Souza Mendonça-PE
Auxiliares: Cid Bezerra e Julio Cesar Bezerra da Silva
Cartões Amarelos: Mauro Galvão, Anderson Lima, Tinga
Cartão Vermelho: Marcelinho Paraíba 28/2
Gols: Marcelinho Paraíba 28/1T, França 30/1T (pen), França 44/1T, Marcelinho Paraíba 08/2T, Marcelinho Paraíba 12/2T, Alexandre 23/2T e Zinho (pênalti) 39/2T.

Gauchão 2001 – Grêmio 4×2 Inter

May 22, 2021

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

 

Dos Gre-Nais que eu vi, esse teve foi um dos placares mais enganosos. Os 2×0 do primeiro tempo saíram muito barato. Ainda não me conformei que o Grêmio deixou o Inter chegar perto do empate quando poderia/deveria ter imposto uma goleada histórica. E gol do Luis Claudio foi um dos mais lamentáveis que o Grêmio já tomou.

É curioso notar que na crônica da Zero Hora, David Coimbra coloca Anderson Polga como volante no Grêmio, enquanto a própria ficha técnica da Zero Hora escala o Grêmio num 3-5-2 com Polga de zagueiro.

Foto: Placar (Agência RBS)

“GRÊMIO GOLEIA E JÁ ESTÁ NA FINAL DO GAUCHÃO
Num dos melhores Gre-Nais dos últimos anos, o time do Olímpico fez 4 a 2 no Inter e levou o primeiro turno por antecipação

Os 4 a 2 que o Grêmio enfiou no Inter, ontem à tarde, no Estádio Olímpico, reafirmam uma verdade que, nos anos 70, era ensinada todos os dias pelo velho técnico Abílio dos Reis, ele com sua inconfundível voz roufenha:
– Quem ganha o meio-campo, ganha o jogo.

Foi assim no belo e trepidante Gre-Nal 348. O meio-campo do Grêmio foi absoluto, o time de Títe venceu até com alguma facilidade e conquistou, com antecipação, o título do primeiro turno do Campeonato Gaúcho.

Anderson Polga, Eduardo Costa, Tinga e Zinho, eis os nomes do jogo. Anderson Polga marcou o perigoso Fábio Pinto e foi perfeito. Passou quase todo o jogo com a ameaça de expulsão pendendo sobre sua cabeça (levou um cartão amarelo aos cinco minutos) e nem assim se perturbou. Fez uma partida sólida como as arquibancadas de pedra do Olímpico.

Eduardo Costa, com a atuação de ontem, tem de pensar em se matricular em um curso de italiano com urgência – um dirigente da Inter, de Milão, estava no estádio para observá-lo. Deve estar boquiaberto até agora. Eduardo Costa teve uma atuação de luxo, no desarme, no passe escorreito, m distribuição do jogo.

Zinho deu o ritmo ao time. Experiente e esperto, comandou seus jovens companheiros e ainda marcou o quarto gol, de pênalti. Finalmente, Tinga. Este merece um ponto de exclamação. Movimentou-se como um volante holandês e ainda arrumou fôlego para fazer dois gols.

O harmônico meio-de-campo do Grêmio contou com o auxílio luxuoso de uma zaga consistente, formada pelo aniversariante Marinho e pelo inteligente Mauro Galvão, além de um ataque sempre perigoso, com Renato Martins, afinal um centroavante ortodoxo, e Rodrigo Mendes.

Já o Inter foi sempre vacilante. Uma defesa insegura, um meio-campo frágil e um ataque que teve alguns lampejos agudos apenas no segundo tempo. No primeiro, o domínio do Grêmio foi irretorquível. O Inter mal entrou na área do excelente Danrlei. Aos 23 minutos aconteceu o previsível: Tinga fez 1 a 0. O Inter só assustava Danrlei com as cobranças de falta de Fábio Rochemback. Aos 42, Tinga, de novo, recebeu um passe notável de Renato Martins e ampliou.

O Inter voltou a campo disposto a atacar, no segundo tempo. E o Grêmio a contra-atacar. Num desses contragolpes, Eduardo Costa fez grande jogada pela direita, entrou na área e atrasou a bola para Rodrigo Mendes marcar 3 a 0. A impressão era de que o Grêmio aplicaria uma goleada devastadora. A torcida gritava olé nas arquibancadas e os jogadores trocavam passes delicados no meio do campo.

Essa desconcentração foi fatal. Aos 23, Rochemback jogou a bola para Luiz Cláudio dentro da área. O centroavante dominou, levantou para ele mesmo e, de bicicleta, assinalou o gol mais plástico da partida. A confiança dos gremistas trincou com o gol surpresa. Dois minutos depois, Luiz Cláudio, outra vez, foi a linha de fundo, cruzou e Fábio Pinto completou para a rede.

O jogo se revestiu de uma urgência e de um nervosismo que eletrizou as arquibancadas. O empate do Inter parecia iminente. Mas, aos 40, Eduardo Costa, mais uma vez, puxou o contra-ataque, passou para linho, que foi derrubado na área por Fernando Cardoso: pênalti. O próprio Zinho cobrou e fechou o placar: 4 a 2. Alivio para os gremistas. E justiça. Venceu quem foi melhor.” (David Coimbra, Zero Hora, segunda-feira, 2 de abril de 2001)

 

MELHORES MOMENTOS
1° TEMPO

♦ 2 minutos – Renato Martins deixa Rodrigo Mendes frente a frente com João Gabriel. O atacante do Grêmio para, pensa e erra.

♦ 14 minutos – Lê cobra falta e Danrlei espalma a escanteio.

♦ 14 minutos – Zinho passa para Rodrigo, que chuta de perna direita. João Gabriel defende.

♦ 17 minutos – Rodrigo chuta de direita e João Gabriel espalma a escanteio. Na cobrança, Galvão cabeceia e Guerreiro salva debaixo das traves.

♦ 23 minutos – Escanteio da esquerda. A bola sobra para Tinga no lado direito da área. Ele chuta forte e alto: gol.

♦ 31 minutos – Rochemback bate falta com violência e efeito. Danrlei tira com os pés.

♦ 42 minutos – Marinho passa para Renato, que, de peto, toca para Tinga fazer 2 a O.

 

2° TEMPO

♦ 8 minutos – Confusão na área do Grêmio. Lê acerta um chute na trave.

♦ 11 minutos – Danrlei faz duas grandes defesas em uma falta de Rochemback e, em seguida, num chute de Gil Baiano.

♦ 16 minutos – Eduardo Costa avança pela direita e passa para Rodrigo marcar 3 a 0.

♦ 23 minutos – Luiz Cláudio domina a bola na área, levanta para ele mesmo e, de bicicleta, desconta: 3 a 1

♦ 25 minutos – Luiz Cláudio corre pela direita, cruza e Fábio Pinto faz 3 a 2.

♦ 27 minutos – Marcelo perde gol na frente de Danrlei.

♦ 34 minutos – Tinga recupera a bola, passa para Rodrigo, que gol.

♦ 40 minutos – Eduardo lança Zinho que é derrubado na área por Cardozo. Pênalti, Zinho cobra e amplia: 4 a 2.” (Zero Hora, segunda-feira, 2 de abril de 2001)

Foto: Edison Vara (Placar) – Fonte: Interpedia

Foto: Edison Vara (Placar)

NÚMEROS DO JOGO (Zero Hora, 2 de abril de 2001)
GRÊMIO INTER
Passes errados 52 54
Faltas cometidas 16 20
Jogadas de linha de fundo 6 4
Finalização corretas 6 7
Finalizações erradas 3 7
Escanteios a favor 4 5
Impedimentos 1 1
Cartões amarelos 5 3

 

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

 “O GRE-NAL DE TITE

Um é elétrico, comanda seu time com rédea curta, invade o campo para vibrar nos gols, esforça-se para interferir no andamento da partida. O outro é pacato, não grita com os jogadores e passa a nítida impressão de estar resignado com tudo o que acontece à sua frente.

A vitória do Grêmio por 4 a 2 no clássico de ontem à tarde foi o triunfo de Tite, o determinado, sobre Zé Mário, o conformado.

Normalmente exaltado, Tite desta vez extrapolou, principalmente no primeiro tempo. Xingou o tempo todo o bandeira José Franco Filho, postado rio lado das sociais, bateu boca várias vezes com o árbitro reserva Ronaldo Silva e por muito pouco não acabou expulso.

— Não dá mais, eu vou embora se você não der cartão para eles — protestou o treinador em um dos momentos de maior exasperação, quase sapateando de raiva.

— Deu, deu, agora chega — gritou o árbitro Fabiano Gonçalves, ameaçando puxar o cartão vermelho.

O fato é que a energia de Tite chegou aos jogadores. Marinho, Polga e Eduardo Costa, normalmente vistos com desconfiança pela torcida, desdobraram-se no combate aos adversários e foram quase perfeitos.

— Os jogadores entenderam que só a capacidade de mobilização poderia superar os problemas decorrentes da falta de entrosamento — afirmou o treinador, dentro de seu estilo didático. — Não se tem padrão de jogo com 15 ou 16 jogos e com um time que é 70% diferente do ano passado.

Também coube a Tite a tarefa de manter o grupo mobilizado mesmo diante dos atrasos salariais. Seu argumento: os objetivos profissionais têm que estar acima de situações momentâneas. E quanto a Zé Mário? No primeiro tempo, quando virou uma presa fácil para o Grêmio, o Inter foi o espelho fiel de seu treinador. Embora tenha ficado o tempo todo à beira do gramado, Zé Mário só se manifestou pela primeira vez aos 25 minutos, reclamando de uma saída errada de Leandro Guerreiro.

Dá para dizer que Zé Mário só acordou após o segundo gol do Inter. Aí, sim, gesticulou um pouco mais e chegou a mostrar-se revoltado com o outro árbitro reserva, Rogério Gonçalves, que permitia a Tite passar instruções quase dentro do campo. Já era tarde. A essa altura, seus gritos eram abafados pelo coro de “burro, burro” da torcida colorada e de ” Zé Mário, Zé Mário”, um deboche dos gremistas.

— Se a diretoria achar que tenho de sair, tudo bem —afirmou após o jogo. — Mas estou certo de que um dia nosso trabalho ainda virá à tona. Futebol não é só Gre-Nal.

Tanto o presidente Fernando Miranda como o vice de futebol, Márcio Abreu, garantiram ontem à noite que nada muda no comando do time. Mas mudanças deverão ocorrer esta semana, quem sabe até na comissão técnica.” (Luis Henrique Benfica, Zero Hora, segunda-feira, 2 de abril de 2001)

 

 

Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

 

 

 

OS ATLETAS DE CRISTO VOLTAM AO OLÍMPICO
GRE-NAL 348 – Jogadores mostram mensagens de louvor nas camisetas

Eles estão de volta. Ressurgiram das cinzas, feito a mitológica Fênix, Rubens Cardoso, Marinho, Itaqui, Anderson Lima e Zinho reeditaram ao final do Gre-Nal o movimento dos atletas de Cristo, expurgado do Olímpico no começo do ano passado sob acusação de provocar passividade em campo.

Por baixo da camiseta tricolor, exibiram com orgulho inscrições de louvor a Deus, atitude parecida com a adotada pelo São Caetano na Copa João Havelange.

O lateral-esquerdo Rubens Cardoso trouxe a frase “Deus é fiel”. Itaqui optou por “100% Jesus”, enquanto o Zagueiro Marinho preferiu mandar um recado sutil à direção que o afastou do grupo depois de algumas más atuações: “Deus exalta o justo”.

Iniciado com o goleiro João Leite e o ex-gremista Baltazar nos anos 80, o movimento ganhou adeptos e virou uma legião. Capitão, Macedo, Murilo, Fabinho, Hernani, todos foram mandados embora. Em um determinado momento, restou apenas Itaqui, ainda por cima renegado a reserva. Agora, de cara nova, os atletas de Cristo mostram sua força

– Fizemos as camisas no mesmo lugar – disse Cardoso.

O clima no vestiário gremista era de festa total. Nem a surpreendente briga entre o goleiro Danrlei e o diretor-executivo Denis Abrahão, na entrada do túnel, atrapalhou a festa. Ao final do jogo, Danrlei, aos gritos, correu em direção à Abrahão.

— Comigo é cara a cara! A vitória é do grupo! – gritou Danrlei, irritado.

Dênis nada respondeu e preferiu não aparecer na sala de conferências para esclarecer o episódio. O repórter Farid Germano Filho, da Rádio Gaúcha, perguntou a Danrlei o motivo da briga, mas ele não quis tocar no assunto ou responder se o motivo eram as críticas feitas ao árbitro Carlos Simon na semana passada, desaprovadas pela direção, O presidente José Alberto Guerreiro falou sobre o episódio:

– Sempre pude haver alguma discussão, é claro.

Hoje, o presidente estará em São Paulo na reunião do Clube dos 13. Além disso, examinará om a ISL como ficará o contrato do clube diante da concordata suíça. Por um lado, é até bom: assim resolvemos esta questão de uma vez por todas – afirmou Guerreiro.” (Diogo Olivier, Zero Hora, segunda-feira, 2 de abril de 2001)

 

Foto: Edison Vara (Placar)

 

Grêmio 4×2 Inter

 

GRÊMIO: Danrlei; Marinho, Mauro Galvão e Ânderson Polga; Ânderson Lima, Eduardo Costa, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Rodrigo Mendes (Warley) e Renato Martins (Itaqui)
Técnico: Tite

INTER: João Gabriel; Denílson, Espínola, Fernando Cardozo e Marcelo Santos (Marco Aurélio); Leandro Guerreiro (Gil Baiano), Fábio Rochemback, Carlinhos e Lê (Marcelo); Luiz Cláudio e Fábio Pinto
Técnico: Zé Mário

Gauchão 2001 – Octogonal Final – 1º Turno – 6ª Rodada
Data: 1º de abril de 2001, domingo
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 29.062 (26.417 pagantes)
Renda: R$ 240.795,00
Juiz: Fabiano Gonçalves
Auxiliares: José Franco Filho e André Veras
Cartões Amarelos: Danrlei, Ânderson Lima, Marinho, Ânderson Polga, Eduardo Costa; Fernando Cardozo, Marcelo Santos, Gil Baiano
Gols: Tinga aos 23 minutos e aos 43 do 1º tempo; Rodrigo Mendes, aos 16 minutos, Luiz Cláudio aos 23; Fábio Pinto aos 24 e Zinho (de pênalti) aos 42 minutos do 2º tempo.

Gauchão 2001 – Inter 0x0 Grêmio

May 16, 2021

Foto: Ricardo Duarte (Zero Hora)

No Gauchão de 2001, o clássico Gre-Nal disputado no Beira-Rio terminou sem movimentação no Placar. Com a vitória do Juventude no clássico Caju disputado na véspera, o Inter já entrou em campo sem chances na competição. O Grêmio, já garantido na final como vencedor do 1º turno, ainda buscava atingir a melhor campanha no geral, para poder fazer o segundo jogo da final contra o Juventude no Olímpico.

Durante a semana o Presidente José Alberto Guerreiro sugeriu que o Grêmio poupasse os titulares pensando no confronto contra o São Paulo pela Copa do Brasil. A sugestão não foi aceita, o tricolor entrou com força máxima e infelizmente Rodrigo Mendes sofreu uma lesão no ligamento do joelho direito ainda no primeiro tempo.

Esse foi  último  Gre-Nal que os dois times jogaram sem patrocínio nas camisas (no clássico anterior o Grêmio ainda estava com a camisa com patrocínio da Chevrolet)

Foto: Edison Vara (Placar)

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

 

 

“GRE-NAL TEVE MUITAS CHANCES DE GOL
As duas equipes se empenharam muito e o empate sem gol não reflete aquilo que se viu em campo

Para um jogo que não valia muita coisa, principalmente depois da vitória do Juventude sobre o Caxias, sábado, até que Gre-Nal, disputado ontem, no Beira-Rio, foi bastante movimentado. O placar em branco não retrata o que as duas equipes mostraram em campo. O resultado acabou com as chances de Grêmio e Inter superar o Juventude na classificação do returno do octogonal final do Campeonato Gaúcho.

A partida começou em alto ritmo. Antes de dois minutos, Grêmio e Inter já havia levado perigo aos goleiros Hiran e Danrlei. Aos 40 segundos, Zinho chutou de fora da área e obrigou Hiran a fazer grande defesa. A resposta colorada veio 30 segundos depois em uma jogada de Fábio Pinto, que Lê concluiu por cima. Aos 26 minutos, Paraíba desperdiçou a melhor chance de gol do primeiro tempo. No final do primeiro tempo, o zagueiro Ronaldo foi cobrar o árbitro Alexandre Barreto: “Tú é responsável pela pancadaria”, acusou o zagueiro.

Na confusão, Hiran empurrou Tite. A segunda etapa foi como a primeira: cheia de opções. Apesar disso, os atacantes nunca conseguiram levar vantagem sobre os defensores, deixando o placar em 0 a 0.” (Correio do Povo, 14 de maio de 2001 – Fonte: Grêmio Dados)

 

Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

INTER: Hiran; Denílson, Ronaldo, Duílio e Dênis (Leandro Guerreiro); Marcelo Rosa, William, Juca e Lê (Gil Baiano); Fábio Pinto e Luiz Cláudio (Marco Aurélio)
Técnico: Cláudio Duarte

GRÊMIO: Danrlei; Mauro Galvão, Marinho e Ânderson Polga; Itaqui, Eduardo Costa, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Marcelinho Paraíba (Luiz Mário) e Rodrigo Mendes (Warley)
Técnico: Tite

Gauchão 2001 – Octogonal Final – 2º Turno – 7ª Rodada
Data: 13 de maio de 2001, domingo, 16h00min
Local: Beira-Rio, em Porto Alegre, RS
Público: 11.408 (9.520 pagantes)
Renda: R$ 77.595,00
Juiz: Alexandre Barreto
Auxiliares: José Silva Oliveira e José Bittencourt.
Cartões Amarelos: Duílio, Juca, Lê; Marinho, Eduardo Costa, Zinho e Itaqui

Copa do Brasil 2001 – Quartas de Final – Jogo de Ida – Grêmio 2 x 1 São Paulo

May 16, 2021

Foto: Edison Vara (Placar)

 

Há exatos 20 anos o Grêmio Grêmio venceu o São Paulo por 2×1 no Olímpico, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil de 2001

Foi uma mostra de força gremista, que buscou a vitória mesmo com os importantes desfalques de Anderson Lima, Rodrigo Mendes e Marcelinho Paraíba

 

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

 

“SÃO PAULO SOFRE PRIMEIRA DERROTA NA COPA DO BRASIL
Equipe paulista perde por 2 a 1 e precisa de vitória por 1 a 0 no Morumbi

O São Paulo perdeu ontem a sua invencibilidade na Copa do Brasil ao ser derrotado pelo Grêmio por 2 a 1, no estádio Olímpico, em Porto Alegre. A equipe do técnico Oswaldo Alvarez havia vencido as suas cinco partidas anteriores na competição e precisa de uma vitória por 1 a 0, no Morumbi, quarta-feira, para ir às semifinais. Alvarez, que estava hospitalizado e teve alta ontem pela manhã, comandou o time de uma cabine, enquanto o auxiliar Ivo Secchi ficou no banco de reservas. A equipe da casa foi mais ofensiva desde o início, sem se descuidar na marcação. Os meias e atacantes souberam marcar os defensores adversários, o que deixou os são-paulinos com dificuldades para armar as suas jogadas. Aos 9min, o Grêmio abriu o placar com Warley, ex-jogador do São Paulo. Sem marcação, ele rebateu a bola após Rogério tentar defender cobrança de falta feita pelo meia Zinho. Os gaúchos tentaram seguir no ataque, mas o São Paulo não demorou para empatar. Reginaldo Araújo cruzou para França, dentro da área, chutar e marcar, aos 15min do primeiro tempo. Foi o sexto gol do artilheiro são-paulino na competição. O Grêmio continuou com a posse de bola por mais tempo até o final da primeira etapa. No começo do segundo tempo, o clube de Porto Alegre conseguiu ser ainda mais ofensivo do que nos primeiros 45 minutos. Aos 2min, a equipe já havia desperdiçado duas chances para marcar. Mas os gaúchos não mantiveram esse ritmo por muito tempo. Como o rival já não fazia uma marcação eficiente, o São Paulo passou a ser mais ofensivo. Mas os atacantes França e Ilan, que aos 30min saiu para a entrada de Fabiano Souza, não conseguiram finalizar as jogadas. Ao contrário da etapa anterior, foram os gaúchos que passaram a optar pelos contra-ataques. Mesmo sem corrigir as suas falhas, o Grêmio chegou ao segundo gol, aos 38min. Após cobrança de escanteio, Eduardo Costa chutou da entrada da área, a defesa tentou tirar a bola, mas ela sobrou para Marinho, que desempatou. O goleiro Rogério reclamou de impedimento do autor do gol.” (Folha de São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2001)

 

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

GRÊMIO DERROTA O SÃO PAULO NO OLÍMPICO PELA COPA DO BRASIL
O Grêmio derrotou o São Paulo por 2 a 1, ontem à noite, em Porto Alegre, no jogo de ida das quartas-de-final da Copa do Brasil 2001. Agora, na partida de volta, na próxima semana, em São Paulo, o tricolor porto-alegrense precisará do empate ou de derrotas por diferença de um gol a partir de 2 a 3. Se o São Paulo devolver o 2 a 1 a vaga será decidida nos pênaltis. E se ganhar por 1 a 0 passará às semifinais. No primeiro tempo de ontem o Grêmio foi arrasador, lembrando o time com alma castelhana dos tempos de Felipão em 94 e 95. E largou na frente com um gol de Warley aos 9 minutos, aproveitando um rebote do goleiro Rogério Ceni após cobrança de falta de Zinho. Mas cinco minutos depois, aos 14, o goleador França empatou num vacilo da zaga gremista. Na segunda parte, o tricolor gaúcho diminuiu o ritmo e o tricolor paulista equilibrou. Mas as chances de gol foram do Grêmio, que pararam nas mãos do ótimo goleiro Rogério Ceni. Aos 39 ele não pode evitar que Marinho, embaixo da meta, marcasse o gol da vitória. Ele aproveitou-se de uma bola chutada por Eduardo Costa que bateu em Fábio Simplício.” (Diário Popular17/05/2001)

Foto: Ricardo Giusti (Correio do Povo)

“GRÊMIO GANHA COM GARRA INCOMUM
Time faz 2 a 1 no São Paulo mostrando muita determinação. Precisa de um empate para estar na semifinal da Copa do Brasil

O Grêmio venceu o São Paulo por 2 a 1, ontem, no Olímpico. Agora, a equipe de Tite precisa de apenas um empate contra os paulistas, no Morumbi, para garantir a vaga à semifinal da Copa do Brasil. Derrota a partir de 3 a 2 também classificará o Grêmio. Para o São Paulo a vitória de 1 a 0 já é suficiente. Uma derrota gremista por 2 a 1 levará a decisão para os pênaltis.

Jogando com uma vontade incomum, o Grêmio atacou desde o início. Depois de intensa pressão, Warley fez 1 a 0, aos 9 minutos. Luiz Mário sofreu falta na entrada da área. Zinho cobrou e Rogério Ceni espalmou para a frente. A bola bateu no peito de Warley e entrou. A resposta paulista veio logo em seguida. Aos 14, Souza se aproveitou de um erro da defesa, invadiu a área e passou para França empatar. O Grêmio não se abalou e voltou a atacar. Apesar da vontade, o ritmo já não era o mesmo. Aos 33, porém, Tinga deixou Warley na frente do goleiro, que fez grande defesa.

No 2º tempo, o Grêmio voltou revigorado ao ataque. A 1 minuto, Zinho bateu e Ceni espalmou. Na seqüência, cruzamento de Itaqui, a defesa afastou e Tinga bateu a gol, mas Wilson salvou. No rebote, novo cruzamento; a bola sobrou para Zinho, que chutou para fora.

Depois do susto inicial, o São Paulo equilibrou o jogo. Aos 27, Warley foi substituído por Cláudio. “Não entendi nada”, protestou ele ao deixar o campo. Aos 38, o gol da vitória. Zinho cobrou escanteio, a defesa afastou e Eduardo Costa, no rebote, bateu a gol. Simplício salvou com o peito e Marinho, ao lado da trave esquerda, esticou a perna e empurrou a bola para o gol.” (Correio do Povo, quinta-feira, 17 de maio de 2001)

“PELO EMPATE NO MORUMBI

É ruim levar gol em casa, mas não é nada desesperador. Importante mesmo é vencer.

Especialmente para o novo Grêmio do técnico Tite: agressivo, ousado, que não escolhe lugar nem hora para ir ao ataque com energia. Os 2 a 1 de ontem, contra o São Paulo, darão  vaga com qualquer empate ou derrota partir de 3 a 2 (2 a 1 dá pênaltis). Vitória de 1 a 0 ou por mais de um gol de diferença classifica o São Paulo.

Mas convém tirar lições da merecida e justa vitória de ontem.

Uma deles é que o Grêmio torou-se um tanto óbvio sem os deslocamentos rápidos de Marcelinho e Rodrigo Mendes. As jogadas de ataque da dupla ofensiva reserva se resumi-quase que exclusivamente a disparadas e cruzamentos de Luiz Mário pelo lado direito. Warley fez o gol, meio sem querer, embora estivesse ali, acima do lance, depois da falta batida por Zinho e da ótima defesa parcial de Rogério Ceni, aos nove minutos. Com nitidez , apareceu a falta de centroavante de oficio, o chamado camisa 9 de “referência”, como dizem os especialistas.

 Só para se ter uma idéia: com dois minutos do primeiro tempo, o Grêmio já tinha erguido cinco bolas para a área, todas da linha de fundo, sempre pelo lado direito. Todas terminaram nas mãos de Rogério ou foram tiradas pelos fracos zagueiros Jean e Wilson. A crena se repetiu o jogo todo, com pequenas variações. E o Grêmio não conseguiu encontrar alternativas ofensivas para o problema. Energia e disposição sobraram, registre-se. Bem como disciplina tática. Só que o São Paulo, ao contrário do Fluminense, é bem mais veloz, organizado. Sem falar na qualidade técnica. É mais difícil marcar Carlos Miguel do que Ramon, assim como França é infinitamente mais matador na estocada final e inteligente com a bola nos pés do que Marco Brito.

Tanto que o gol de empate do São Paulo foi dele, França, após bobeira da zaga. O arremesso lateral foi cobrado para Reginaldo Araújo, livre de marcação. Ele cruzou para trás e o artilheiro não perdoou.

No segundo tempo, o Grêmio voltou fulminante. Perdeu três gols incríveis em 2min20s. Zinho chutou forte e Rogério Ceni, o melhor em campo do São Paulo, fez grande defesa, fechando o ângulo. Itaqui cabeceou fraco, sem goleiro, e Wilson tirou de cima da linha. Zinho, também sem goleiro, errou o alvo logo em seguida. Depois, o ânimo arrefeceu. Mas Tite mexeu certo no time.

Fábio Baiano entrou no lugar de Itaqui e Cláudio no de Luiz Mário. Aos 38 do segundo tempo, Eduardo Costa chutou de dentro da área. A bola bateu no braço de Wilson e ficou picando em cima da linha, rente ao poste direito. Marinho, o melhor do Grêmio, empurrou para dentro. Outra vez a estrela de Tite, que segurou Eduardo e liberou Marinho, convertido em atacante várias vezes.

A nota negativa foi o público escasso: 16, 4 mil pessoas. Pouco para um jogo tão importante — mesmo descontados o frio, o horário e o dinheiro escasso. Quem foi estádio, porém, empurrou o time até o fim. A partida de volta será na próxima quarta-feira.” (Diogo Olivier, Zero Hora, quinta-feira, 17 de maio de 2001)

“O GOL COMO PRÊMIO AO FUTEBOL DE MARINHO
Copa do Brasil –  Zagueiro mostra recuperação depois de atuações ruins e deixa o gamado como o maior destaque do Grêmio

Se restava ainda alguma dúvida quanto a total recuperação de Marinho depois da crise técnica que levou a diretoria a tentar negociá-lo, ela desapareceu por completo ontem à noite. Melhor jogador em campo, o zagueiro teve sua atuação coroada com a marcação do segundo gol.

Execrado no começo do ano, em conseqüência das sucessivas falhas, o zagueiro teve seu nome gritado em coro pela torcida após a partida.

— Jogador tem que ter personalidade. E eu tenho — desabafou Marinho.

Humilde, ele preferiu valorizar o esquema montado pelo técnico Tite, que permite suas chegadas freqüentes ao ataque. Na sua avaliação, cada um dos jogadores do Grêmio merecia ter deixado o gramado com um troféu de destaque da partida nas mãos.

O presidente José Alberto Guerreiro voltou a elogiar o esquema tático montado por Tite, enfatizando que todos os jogadores têm a mesma capacidade de doação.

 — Encaixotamos o adversário com a nossa marcação. Tite soube dar esse espírito ao grupo — disse Guerreiro.

O capitão Zinho também saudou a recuperação do companheiro, dizendo que a fé do zagueiro em Deus ajudou na sua recuperação.” (Zero Hora, quinta-feira, 17 de maio de 2001)

 

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

Grêmio 2×1 São Paulo

GRÊMIO: Danrlei, Marinho, Mauro Galvão e Anderson Polga; Itaqui (Fábio Baiano 28 do 2ºT), Tinga, Eduardo Costa, Zinho e Rubens Cardoso; Luís Mário (Roger 42 do 2ºT) e Warley (Cláudio Pitbull 29 do 2ºT).
Técnico: Tite

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Reginaldo Araújo, Jean, Wilson e Gustavo Nery; Alexandre (Kaká), Fábio Simplício, Carlos Miguel e Souza (Júlio Baptista); França e Ilan (Fabiano Souza)
Técnico: Ivo Cecchi (auxiliar)

Copa do Brasil 2001 – Quartas de Final – Jogo de Ida
Data: 16 de maio de 2001, Quarta-feira, 21h45min
Local: Olímpico, em Porto Alegre-RS
Público: 16.450 (15.082 pagantes)
Renda: R$ 95.254,00
Juiz: Luciano Augusto Teotonio Almeida (FIFA-DF)
Auxiliares: Jorge Paulo Gomes e Nilson Alves Carrijo
Cartões Amarelos: Rogério Ceni, Jean, Gustavo Nery, Alexandre, Souza, Fabiano Souza
Gols: Warley, aos 9 minutos do 1º tempo; França aos 14 minutos do 1º tempo e Marinho aos 36 minutos do 2º tempo

Copa do Brasil 2001 – Oitavas de Final – Jogo de Ida – Grêmio 1 x 0 Fluminense

May 2, 2021

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

Há exatos 20 anos o Grêmio vencia o Fluminense por 1×0, na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil de 2001.

Foto: Mauro Schaefer (Correio do Povo)

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

 

GRÊMIO VENCE COM DIFICULDADE: 1 A 0
Agora time pode jogar pelo empate contra o Fluminense no Rio de Janeiro para passar às quartas-de-final da Copa do Brasil

O Grêmio venceu o Fluminense por 1 a 0, ontem, no Olímpico, e precisa de um empate no Rio. Derrota por 1 a 0 leva para penalidades. Derrota por um gol de diferença a partir de 2 a 1 garante o Grêmio nas quartas-de-final da Copa do Brasil.

Precisando da vitória, o Grêmio começou arrasador, com Marcelinho Paraíba e Rodrigo Mendes jogando em alta velocidade e envolvendo o adversário. No meio-campo, Tinga anulava as ações de Ramón. Aos 11 minutos, Zinho, Marcelinho e Rodrigo puxaram o contra-ataque contra dois defensores, mas Rodrigo, sozinho, chutou para fora. Aos 13, Rodrigo Mendes cruzou,Régis falhou e Marcelinho Paraíba bateu com violência, Grêmio 1 a 0.

O Grêmio continuou pressionando e, aos 27, Rubens Cardoso invadiu a área com dribles, mas chutou cruzado para fora. O Fluminense, surpreso com a velocidade do ataque gremista, acordou no final do primeiro tempo.

Aos 37, Agnaldo recebeu na área e bateu para fora. Três minutos depois, Magno Alves aproveitou a falha de marcação, cruzou na pequena área, onde Agnaldo, sozinho, chutou para fora.“ Precisamos valorizar a posse de bola para evitar os contra-ataques”, disse Tite no intervalo.

Na segunda etapa, os cariocas tentaram reagir, sem sucesso. Logo no primeiro minuto, Ramón acertou a trave. O Grêmio seguiu pressionando e, aos 12, Itaqui cobrou uma falta no travessão. Aos 27, Zinho bateu no ângulo e Murilo fez uma grande defesa. Aos 43, Danrlei defendeu uma cobrança de falta de Ramón. Aos 45, o zagueiro Régis, que já tinha cartão amarelo, colocou a mão na bola e foi expulso.” (Correio do Povo, 3 de maio de 2001)

Foto: Fernando Gomes (Zero Hora)

 

AGORA A OBRIGAÇÃO É DERROTAR O CAXIAS NO SÁBADO

Depois do jogo contra o Fluminense – que não vai contar com o lateral-esquerdo Paulo César, suspenso com três cartões amarelos, na partida do Maracanã –, o Grêmio volta a pensar no Campeonato Gaúcho.
Neste sábado, a equipe de Tite terá uma partida decisiva contra o Caxias, no estádio Olímpico. Caso não consiga vencer, o Grêmio estará fora da disputa do returno, além de correr um sério risco de ser ultrapassado na pontuação geral da competição perdendo, assim, a vantagem do mando de campo para as finais. Polga e Ânderson Lima, suspensos, deverão ser substituídos por Roger – que iniciará um jogo após nove meses – e Itaqui.” (Correio do Povo, 3 de maio de 2001)

 

BASTA O EMPATE

Tinga marcou Ramon. Grudou no articulador das jogadas das jogadas do Fluminense feito carrapato, Superbonder ou algo do gênero. Vale aquela máxima: se Ramon fosse  ao banheiro, Tinga entraria junto, e bufando, talvez até derrubando a porta de carrinho.

Assim pode-se resumir a vitória do Grêmio por 1 a 0 no Olímpico de público raro (13,6 mil pessoas) gelado de ontem (19º C).

Agora, empate ou derrota com gols pela diferença mínima classifica time do técnico Tite na partida de volta, no Maracanã, quarta-feira. Vitória do Fluminense por 1 a 0 leva a decisão para os pênaltis.

Para se ter idéia de como Tinga não deixou Ramon sequer suspirar, basta dizer que nem na velha estratégia de cavar faltas o meia do Fluminense teve sucesso. Foi a partir daí que o Grêmio conquistou a vantagem que leva para o Rio. Foram dois tempos distintos. O primeiro, gaúcho: aos 13 minutos, Marcelinho dominou na pequena área o cruzamento de Rodrigo Mendes e estufou as redes, Antes, o próprio Rodrigo havia perdido um gol inacreditável. livre, com um latifúndio de espaço concedido pelos zagueiros. O Fluminense sentiu o gol. Não fosse Agnaldo perder duas oportunidades incríveis – o torcedor gremista chegou agritar “Ah, é Agnaldo!” em agradecimento – e a produção ofensiva carioca seria nula.

A equipe carioca voltou melhor no segundo tempo

De constante na partida, apenas o estilo franco e ofensivo dos dois times, com alternativas e marcação nem tão dura assim de ambos os lados. Mas o Grêmio poderia ter garantido a vaga com as chances que desperdiçou na primeira etapa.

No segundo tempo, se deu o inverso O Grêmio arrefeceu e o Fluminense teve mais domínio territorial, pegada e tempo de bola no pé. Pelo lado direito, onde Marinho encontrava dificuldades para marcar quem aparecesse (até mesmo Agnaldo), a sorte ajudou. Houve bola na trave de Ramon e ótima defesa de Danrlei, aos 30 minutos, fechando o ângulo e impedindo Magno Alves de driblá-lo. Dois minutos antes, Murilo (um dos melhores em campo ao lado de Tinga) fez defesa excepcional em chute forte de Zinho.

Tite teve que mexer na equipe para recompor o sistema defensivo e retomar as rédeas da partida. Marcelinho saiu irritado, sem dar entrevistas: entrou Luiz Mário, baixando Rodrigo Mendes e seu fôlego para o meio-campo. O volante Émerson ingressou no lugar de Itaqui, lesionado. Por fim, Fábio Baiano deixou o campo, promovendo a volta de Roger depois de quase nove meses de inatividade.

É a vantagem mínima, mas agora basta um gol no Maracanã e o Fluminense terá de fazer outros três. Como avisou Tinga, ainda ofegante, ao final do jogo:

– O Murilo estava demais. Agora é jogar pelo resultado no Rio.” (Diogo Olivier, Zero Hora, quinta-feira, 3 de maio de 2001)

 

Grêmio 1 x 0 Fluminense

GRÊMIO: Danrlei;, Marinho, Mauro Galvão, Anderson Polga; Itaqui (Emerson 33/2), Tinga, Fábio Baiano (Roger 34/2), Zinho e Rubens Cardoso; Rodrigo Mendes e Marcelinho Paraíba (Luís Mário 23/2).
Técnico: Tite
FLUMINENSE: Murilo, Flávio, César, Régis, Paulo César, Marcão, Fabinho, Roberto Brum, Ramón, Magno Alves, Agnaldo (Tinoco 43/2).
Técnico: Valdir Espinosa

Data: 2 de maio de 2001, Quarta-feira, 21h45min
Local: Olímpico, em Porto Alegre-RS
Público: 13.625 (12.045 pagantes)
Renda: R$ 76.220,00
Juiz: Antonio Pereira da Silva (GO)
Auxiliares: Flávio Kanitz (GO) e Geraldo Castro (GO)
Cartões Amarelos: César, Paulo César, Agnaldo
Cartão Vermelho: Régis 44/2º Tempo
Gol: Marcelinho Paraíba 13/1T

Copa do Brasil 2001 – 2ª Fase – Jogo de Volta – Grêmio 3 x 1 Santa Cruz

April 26, 2021

Há exatos 20 anos o Grêmio vencia o Santa Cruz por 3×1 no jogo de volta da segunda fase da Copa do Brasil de 2001.

  • Foi a última partida do Grêmio com patrocínio da Chevrolet na camiseta (O Inter não estampava a marca da GM nos seus uniformes desde o início daquela temporada)
  • Este é, até hoje, o menor público do Grêmio como mandante na história da Copa do Brasil.

Grêmio 3 x 1 Santa Cruz

GRÊMIO: Danrlei; Marinho, Mauro Galvão, Anderson Polga; Itaqui (Gavião 29/2), Eduardo Costa, Tinga (Fábio Baiano 16/2), Zinho, Rubens Cardoso, Marcelinho Paraíba; Rodrigo Mendes (Luís Mário 35/2).
Técnico: Tite

SANTA CRUZ: João Carlos (Milagres 01/2); Estevam, Janduir, Mauro, Teci (Nílson 02/2); Humberto, Valnei, Édson, Juninho Petrolina; Wellington, Joãozinho.
Técnico: Ricardo Rocha

Data: 26/4/2001, quinta-feira, 20h30min
Local: Olímpico, Porto Alegre-RS
Público: 2.163 (1.691 pagantes)
Renda: 10,870.00
Juiz: Alfredo dos Santos Loebeling-SP
Auxiliares: Marinaldo Silverio e Rogerio Ideali
Cartões Amarelos: Janduir, Humberto, Joãozinho, Nílson
Gols: Eduardo Costa 12/1T, Rodrigo Mendes 18/1T, Rodrigo Mendes 22/2T, Nílson 44/2T