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Brasileirão 1982 – Náutico 0x1 Grêmio

October 22, 2022
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Foto: Correio do Povo

No Brasileirão de 1982 o Grêmio se classificou para as oitavas de final ao vencer o Náutico por 1×0 no Recife, em jogo da penúltima rodada da segunda fase.

Esse foi o primeiro jogo entre os dois times disputado nos Aflitos.

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GOL DE PAULINHO DECIDE NO RECIFE

O Grêmio está classificado. Paulinho, aos 24 minutos do segundo tempo, marcou o gol da vitória sobre o Náutico ontem à noite, O time gaúcho foi mais objetivo e pressionou sempre o adversário. No final, mereceu a vantagem de 1×0. Agora espera pelo Guarani no Olímpico, jogo que foi antecipado para 3.a feira .

PRIMEIRO TEMPO — O Grêmio começou em ritmo acelerado. Pressionou com vigor, mantendo o Náutico em seu campo. A torcida ficou muda no estádio. O time gaúcho subia sempre, com o meio-campo e o ataque juntos.

Aos cinco minutos, Paulo Isidoro perdeu chance sensacional, dando tempo para que Jairo fizesse a defesa. Depois, Bonamigo também desperdiçou outra oportunidade. O Náutico, tinha dificuldades para sair jogando.

Apesar da arrancada em alta velocidade, o Grêmio foi se acomodando. O Náutico, em decorrência, foi crescendo. E, aos poucos, acabava o domínio gaúcho. A partir da metade desta etapa, o time pernambucano passou a ameaçar.

No final, zero a zero. Um resultado justo, pois Grêmio e Náutico dividiram as iniciativas no jogo. E, a rigor, não houve vantagem — exceto dos primeiros quinze minutos para o Grêmio.

SEGUNDO TEMPO — O Grêmio retornou tranquilo. Ênio Andrade exigia mais velocidade no meio-campo. E chegou a comentar: ‘Não podemos deixar o Náutico gostar do jogo”. Em decorrência o time passou a correr mais com Batista, Paulo Isidoro e Bonamigo se lançando no campo adversário.

O time de Pepe resistia bem na defesa. Tarciso tinha dificuldades para ganhar espaço. O mesmo ocorria com Júlio Cesar. A chegada dos apoiadores é que criava as chances de gol para o ataque gremista. Os gaúchos pressionavam sempre, apesar da defesa adversária estar segura.

 Aos 24 minutos a classificado do Grêmio na Taça de Ouro: a bola sobrou na área, Paulinho — que entrou em lugar de Júlio César — teve calma driblou o goleiro Jairo e fez 1×0.

O empate do Náutico foi evitado por Leão, que realizou uma defesa sensacional. O Grêmio, apesar do susto, prosseguiu soberano na partida. O time foi bem, confirmando a recuperação que começou contra o Maringá. No final, a justa vitória.” (Correio do Povo, quinta-feira, 18 de março de 1982)

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NÁUTICO DESCLASSIFICADO

O Náutico foi desclassificado para a terceira fase da Taça de Ouro, ao perder por 1×0, ontem à noite, para o Grêmio de Porto Alegre, nos Aflitos. Foi uma partida bem disputada f com duas fases distintas, tendo o alvirrubro jogado melhor no primeiro tempo, falhando na fase complementar, principalmente depois de sofrer o gol.

Na primeira fase, o alvirrubro esteve mais perto do gol adversário, mandando duas bolas na trave e sempre forçando a defesa do time gaúcho, que chegou a ficar nervoso em determinado momento da partida.

Eram passados apenas 13 minutos, quando Heider recebeu pela extrema direita, penetrou bem, passou para Paulinho que enviou a bola na trave. No retorno, Heider chutou forte, e novamente a bola bateu na trave do arqueiro Leão que, por pouco não teve sua meta vazada.

Apesar do domínio territorial dos alvirrubros, o Grêmio mantinha respeito e procurava se defender dentro de um esquema muito rígido, com o zagueiro Vantuir não dando trégua ao extrema esquerda Lupercínio.

Vilson, numa cobrança de falta, aos 40 minutos, pregou um susto na defesa do clube gaúcho. A bola bateu na barreira humana, enganando o goleiro Leão, mas não tomou o destino das redes, passando raspando a trave esquerda da meta gaúcha. Terminava o primeiro tempo, com o Náutico ganhando a confiança de sua torcida. Mas, o time voltou muito apático, dando margem ao Grêmio crescer de produção e chegar a sua classificação, ao marcar um gol e ganhar a partida.

A jogada foi toda de Paulo Isidoro, que recebeu a bola pela extrema esquerda e, depois de passar por Carlos Alberto, fez o cruzamento perfeito para Bonamigo, que chutou forte. Jairo largou a bola nos pés de Paulinho, que havia entrado no lugar de Júlio César, e só teve o trabalho de fazer o tento e levar o Grêmio a classificação.

Depois do gol, o time do Náutico esfriou, mas ainda teve algumas oportunidades de empatar, numa jogada de Porto e, outra de Jonas, mas os alvirrubros falharam nas finalizações. Foi uma partida bem disputada e, quem fizesse um gol ganharia, no caso, o Grêmio teve melhor sorte.

O alvirrubro ainda falta cumprir um jogo pela Taça de Ouro, na próxima quinta-feira, contra o Maringá, no Paraná. Mesmo que vença e o Grêmio perca para o Guarani, em Porto Alegre, o clube aristocrático está fora da terceira fase, porque perde no confronto direto. Na partida preliminar de ontem nos Aflitos, o juvenil timbu perdeu de 2×1, para o Grêmio da Celpe.” (Diário de Pernambuco, quinta-feira, 18 de março de 1982)

“DENTRO E FORA DAS 4 LINHAS  – Adonias de Moura

Aconteceu o que estava escrito no livro do destino. Estádio cheio, muita vibração, duas equipes precisando vencer. Ambas figurando no plano mais destacado do futebol brasileiro. E o resultado não pode ser contestado. Dentro das quatro linhas é que os jogadores têm a sua oportunidade de mostrar serviço. É verdade que de um lado estava o campeão brasileiro da última temporada e, do outro, um vice-campeão regional. Isso, ás vezes, não significa muito. A realidade é mostrada quando a pelota começa a rolar. Um momento empolgante, sublime mesmo, porque faz com que as atenções da multidão fiquem cingidas ao caminhar dos times.

Ontem, como não podia deixar de ser, quem foi aos Aflitos saiu de lá satisfeito. O futebol foi o grande vencedor num duelo de gigantes, onde era possível deslumbrar jogadas de alto nível técnico, excelente posicionamento tático dos dois quadros e, acima de tudo, ficava comprovada a competência de dois treinadores. Foram noventa minutos de futebol empolgante. As restrições ficam para os mais exigentes, sempre desejando a perfeição. O ideal seria que toda partida disputada em qualquer ponto do nosso país tivesse um rendimento daqueles. Era a sopa no mel para todos. Nunca mais os estádios ficariam vazios, como acontece vez por outra.

O escore mínimo pode ser considerado normal e justo. O tricolor gaúcho concedeu muito campo aos pernambucanos na primeira fase, mas voltou para a segunda fase com mais empenho, marcando em cima e saindo da tática de ficar na expectativa. Os gaúchos tiveram a sorte a seu lado, que ajuda os times em estado de graça, quando substituíram Júlio César por Paulinho, um ex-juvenil e coube ao mesmo assinalar o gol da vitória. Estes pequenos grandes detalhes servem para contar a história de uma partida, a exemplo daquela bola no primeiro tempo, que tocou na trave, atingiu o salto da chuteira de Leão, voltou a atingir a meta e terminou buscando a linha de fundo.

O Náutico não tem muito do que se queixar. Manteve um nível de equilíbrio na primeira fase. Tudo, porém, baseado no toque de bola e nas fintas, com grande destaque para Lupercínio, mas não revelou o essencial para uma ocasião decisiva: a agressividade de quem pretende sair vitorioso. Não se trata de agredir aos adversários, usar da violência, e sim demonstrar empenho e obsessão pela vitória. E quando isso não ocorre, não adianta ficar matutando pela derrota, procurando analisar falhas e erros. O importante é que a lição tenha sido aprendida, pois nunca nos pareceu tão fácil obter uma classificação. Faltou, apenas, um pouco mais de categoria.

É bom que se diga uma verdade. A partida foi boa, agradou aos que gostam de futebol e o velho campinho dos Aflitos apanhou seu grande público desde muitos anos, o que demonstra o interesse dos torcedores. Mais de 20 mil torcedores ficaram apertados para presenciar o encontro entre dois bons times. Sairam lamentando a derrota do time da casa, e não as qualidades e méritos do onze dos pampas, que retornou classificado aos seus pagos.” (Adonias de Moura, Diário de Pernambuco, quinta-feira, 18 de março de 1982)

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OPINIÃO: Náutico melhor no primeiro tempo, carimbando a trave duas vezes. Grêmio melhor no segundo.”  (Lenivaldo Aragão, Placar, edição n.º 618, 26 de março de 1982)

GRÊMIO GARANTE VAGA PARA A PRÓXIMA FASE

 Mesmo perdendo o último jogo da fase, diante do Guarani, o Grêmio está classificado para a próxima fase do certame nacional, devendo ter como adversário o Vasco da Gama, O Grêmio venceu ao Náutico por um a zero em Recife, com gol de Paulinho.

Ao Grêmio só interessava vencer, Isso trouxe maior mobilidade dos jogadores pela motivação que foi imposta em relação ao interesse no resultado, Do princípio ao fim do primeiro tempo os lances de gol foram uma constante, Até os primeiros 1 5 minutos o Grêmio foi melhor, Jairo fez várias boas defesas. O primeiro ataque do Náutico foi perigoso e o Grêmio escapou por sorte, Bonamigo atrasou mal uma bola, Hélder conseguiu dominar, Na conclusão da jogada a bola bateu na trave, depois no corpo de Leão, a jogada continuou, houve outro arremate do ataque do Náutico com^ a bola, batendo nas pernas do goleiro gaúcho, até que De León mandou a bola para fora. Aos 36 minutos Leão ia certo na bola, Ela bateu, porém, em Vantuir e foi desviada de direção, do canto onde estava Leão para o outro extremo do gol. Fez uma curva e com isso não entrou. O lance mais bonito no ataque do Grêmio coube a Baltazar. Deu um balãozinho em Dimas e chutou forte, para excelente defesa de Jairo,

VITÓRIA

Foi aos 25 minutos do segundo tempo que se definiu a classificação gremista, Paulinho, ponteiro-esquerdo que entrou no lugar de Júlio César, foi o autor da façanha. Paulo Isidoro fez bom lançamento para a área, Bonamigo e Baltazar deram continuidade ao lance, com um chute forte em direção ao gol, Jairo defendeu parcialmente e Paulinho aproveitou para marcar, com calma. O Grêmio venceu com Leão; Paulo Roberto, Vantuir, De León e Dirceu; Batista, Paulo Isidoro e Bonamigo: Tarciso (China), Baltazar e Júlio César (Paulinho). Náutico com Jairo: Vílson, Dimas, Cláudio e Carlos Alberto; Lourival, Adelmo (Dudu) e Paulinho; Hélder, Jones e Lupercínio, Renda de Cr$ 5.419,950,00, com 20 mil pagantes. Classificados no grupo: Guarani e Grêmio, O jogo entre ambos deve ser realizado na próxima terça-feira, com televisionamento para todo o Brasil, com uma excelente cota paga pela televisão a ambos os clubes. Ênio Andrade, ontem à noite, estava mais descontraído. Mesmo com as dificuldades internas, suas próprias e do grupo, a equipe passou para a próxima fase.” (Pioneiro, quinta-feira, 18 de março de 1982)

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NÁUTICO: Jairo; Vilson, Dimas, Cláudio Marques e Carlos Alberto Rocha; Lourival,
Paulinho e Adelmo (Dudu); Heider (Porto),Jonas e Lupercínio.
Técnico: Pepe

GRÊMIO: Leão; Paulo Roberto, Vantuir, De Leon e Dirceu; Batista, Bonamigo e Paulo
Isidoro; Tarciso (China), Baltazar e Júlio César (Paulinho)
Técnico: Ênio Andrade

Brasileirão 1982 – Segunda Fase – Grupo K – 5ª Rodada
Data: 17 de março de 1982, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio dos Aflitos, em Recife, PE
Público: 20.354 pagantes
Renda: Cr$ 5.414.950,00
Árbitro: Wilson Carlos dos Santos (RJ)
Auxiliares: Artur Ribeiro Araújo e Luís Carlos Gonçalves
Cartão amarelo: Dimas
Gol: Paulinho, aos 23 minutos do 2º tempo

Brasileirão 1982 – Grêmio 0x0 Náutico

July 8, 2022
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Foto: Correio do Povo

No Brasileirão de 1982 o Grêmio não conseguiu sair do 0x0 com o Náutico no Olímpico, em jogo da terceira rodada da segunda fase.

Pelo tom das matérias transcritas abaixo o clima na Azenha estava um tanto pesado, o que parece um exagero, visto que o clube estava “defendendo” o título da competição.

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Foto: Diário de Pernambuco (Zero Hora)

 

“GRÊMIO DOMINA, MAS NÃO SAI DO 0X0. NO FIM VAIAS DA TORCIDA

A torcida do Grêmio não gostou do empate, ontem à noite, contra o Náutico. Vaias e protestos movimentaram o policiamento no Olímpico. Mesmo sem vencer, o tricolor continua lutando pela classificação. Os pernambucanos garantiram o zero a zero numa retranca forte. Não é bom o ambiente no Olímpico.

PRIMEIRO TEMPO —Marcação severa. Foi a característica do Náutico. Por isso, seu ataque não jogou, mas o sistema defensivo conseguiu manter o marcador em branco durante os 45 minutos. O Grêmio pressionou, despontando com insistência, Paulo Isidoro, Baltazar e Tarciso.

Indiferente quanto à possibilidade de Ir à frente e poder marcar gols, os pernambucanos trataram de ficar apenas na retranca. Prova disso, não foram uma única vez ao ataque. Já o Grêmio, aos 4 minutos, levantava a torcida numa cabeçada de Tarciso; aos 16 Paulo Isidoro chutou bem, mas fora e, aos 43, Baltazar obrigou Jairo a se esticar muito.

O Grêmio dominou. Buscou o ataque, mas não conseguiu abrir, uma fenda na, compacta defensiva do Náutico. Fez tudo certo, exceto o gol que viria premiar sua boa atuação nesta fase. O Náutico só se defendeu; e Grêmio só atacou.

SEGUNDO TEMPO — De imediato, a constatação: o Grêmio não conseguiu manter a mesma pressão sobre os pernambucanos. Em decorrência, o Náutico pode ir matando o tempo. A torcida se impacientava. O time sentia o reflexo no campo.

Aos 14 minutos, a melhor oportunidade, jogada rápida do ataque tricolor, com Paulo Isidoro concluindo na trave. Foi um momento importante na partida. Era o Grêmio, tentando, mas a bola não entrava.

O Náutico sempre fechado, ao natural, permanecia indiferente quanto a ofensiva. Com isso, o Grêmio insistia. Bonamigo acertou mais as jogadas, buscando na velocidade envolver os adversários.

A salda de Odair não se justificou. Júlio César praticamente não aqueceu. Lento, aparentemente indiferente e não fazendo a jogada de flanco, o ponteiro se complicou. Daí as vaias torcida.

No final, o 0 x 0 não agradou. Teoricamente, a torcida entendia como certa a vitória. Assim, na saída, muitos protestaram. Muitas vaias e reclamações no Olímpico.” (Correio do Povo, sexta-feira, 12 de março de 1982)

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NÁUTICO EMPATA COM GRÊMIO E CONTINUA COMO VICE-LÍDER

PORTO ALEGRE – O Náutico manteve a sua condição de vice-líder do grupo “K” da Taça de Ouro, ao empatar sem abertura de contagem, ontem à noite, com o Grêmio, no Estádio Olímpico, numa partida das mais difíceis para o clube pernambucano, que foi muito pressionado pelo adversário, mas sua defesa soube suportar o sufoco, principalmente no segundo tempo.

No primeiro tempo, as duas equipes se equilibraram. Enquanto o Grêmio procurava explorar seus extremas Tarciso e Odair, o técnico Pepe recomendava seus laterais Vilson e Carlos Alberto Rocha para não subir muito, procurando conter o adversário, mesmo assim, as duas equipes tiveram chances de gols.

O Grêmio, aos 13 minutos, esteve perto de abrir o marcador, com Baltazar cabeceando entre dois zagueiros, após receber um cruzamento de Tarciso, depois de uma falta cometida pelo lateral Carlos Alberto no extrema gaúcho.

Aos 21 minutos, foi a vez de Jonas chegar fácil à área do Grêmio, mas não teve a calma necessária para finalizar. Depois dos 30 minutos, a torcida gaúcha começava a vaiar o time local, que não encontrava o caminho do gol. Foi, então, que o Grêmio despertou, e aos 45 minutos, numa falha de Jairo, quase abria a contagem.

PRESSÃO

Na fase complementar, o técnico Ênio Andrade, que está ameaçado de ser dispensado, principalmente depois deste empate, mandou o time subir e chutar de longa distância. O Grêmio procurou corresponder, dando um sufoco tremendo no Náutico, mas a defesa timbu estava numa noite feliz, sustentando o 0 x 0, resultado que lhe dá grandes possibilidades de classificação para a outra fase da Taça de Ouro, já que os dois próximos compromissos serão em casa.

Terminada a partida, a torcida do Grêmio vaiou o time e pediu a dispensa do técnico Ênio Andrade, já que o campeão brasileiro não tem correspondido na atual Taça de Ouro, es[1]ando apenas com dois pontos positivos, em três jogos.

A delegação do Náutico deixa Porto Alegre, hoje, às 16h30m, com chegada prevista ao Recife, às 21 horas. Domingo, os timbus jogam com o Guarani, nos Aflitos.” (Diário de Pernambuco, sexta-feira, 12 de março de 1982)

 

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Grêmio 0x0 Náutico

GRÊMIO: Leão, Uchoa, Vantuir, De Leon e Dirceu; Batista, Paulo Isidoro e VIIson Tadei (Bonamigo);Tarciso, Baltazar e Odair (Júlio Cesar)
Técnico: Ênio Andrade

NÁUTICO: Jairo; Vilson Cavalo, Dinas, Cláudio Marques e Carlos Alberto; Lourival. Adelmo (Dudu) e Brás; Heider (Porto), Jonas, e Lupercínio
Técnico: Pepe

Brasileirão 1982 – Segunda Fase – Terceira Rodada – Grupo K
Data: 11 de março de 1982, quinta-feira, 21h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 18.093 pagantes
Renda: Cr$ 5.102.560,00
Árbitro: Emidio Marques de Mesquita
Auxiliares: José Renato Fidalgo e António Fonseca Ribeiro

Brasileirão 1982 – Vasco 1×1 Grêmio

June 2, 2022
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Foto: Ignácio Ferreira (Placar)

No Brasileirão de 1982, o Grêmio empatou em 1×1 com o Vasco em São Januário no jogo de ida das oitavas-de-final da competição.

Nas matérias abaixo podemos ver que o jogo teve a presença de alguns eventos folclóricos do futebol nacional, como Antônio Lopes tentando prender um integrante da arbitragem e Eurico Miranda tentando avacalhar o jogo e a competição.

Na foto abaixo, dá pra perceber que Ênio Andrade repetiu um costume que havia adotado na campanha do título do ano anterior, que era a de usar uma camisa tricolor no banco de reservas. O último jogo do Vasco na fase anterior foi contra o Inter de Santa Maria, no estádio Presidente Vargas, e o técnico gremista esteve in loco na “Baixada Melancólica” para estudar o adversário.

Na época a carga de ingressos colocados à venda era de 39.500 (contra os atuais 21 mil)

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Foto: Correio do Povo

OPINIÃO: O Vasco esteve totalmente confuso no ataque diante de um Grêmio bem armado na defesa” (Hideki Takizawa, Placar, edição n.º 619, 2 de abril de 1982)

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“Apesar de toda a reclamação vascaína, a atuação do árbitro Manoel Serapião não influiu no resultado. É verdade que ele começou o jogo omisso em alguns lances desleais de lado a lado, mas foram lances sem maiores conseqüências, quando poderia ter distribuído cartão.” (Jornal dos Sports, segunda-feira, 29 de março de 1982)

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“Pedrinho, que não aparece na foto, chuta de longe e Leão aceita um dos maiores frangos de sua carreira. Bola na rede, o lateral do Vasco explode em Alegria: Vasco 1×0

Mazaropi derruba Paulo Isidoro em pênalti indiscutível. Baltazar cobra, Mazaropi quase defende, mas a bola passa por baixo do seu corpo e vai à rede: Grêmio 1 a 1.” (Jornal dos Sports, segunda-feira, 29 de março de 1982)

 

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Foto: Ignácio Ferreira (Placar)

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Vasco 1×1 Grêmio

VASCO: Mazarópi; Rosemiro, Rondinelli, Ivã e Pedrinho: Serginho, Dudu e Cláudio Adão; Wilsinho, Roberto e Marquinho
Técnico: Antônio Lopes

GRÊMIO: Leão; Paulo Roberto, Vantuir, De León e Dirceu: Bonamigo, Batista e Paulo Isidoro; Tarciso, Baltazar (Paulinho) e Júlio César (Tonho)
Técnico: Enio Andrade

Brasileirão 1982 – Oitavas de Final – Jogo de ida
Data: 28 de março de 1982, domingo, 16h00min
Local: São Januário, no Rio de Janeiro, RJ
Público: 22.899
Renda: Cr$ 7.826.400,00
Juiz: Manuel Serapião Filho (BA)
Auxiliares: Anivaldo Seixas Magalhães e Ademário Teixeira Bastos
Cartões amarelos: Wilsinho, Mazarópi, De León e Baltazar
Gols: Pedrinho 36 do 1.° e Baltazar (de pênalti) 7 do 2º

 

Roubo na final do Brasileirão de 1982

April 25, 2012

Hoje, completam-se 30 anos de um dos maiores roubos da história do Estádio Olímpico. Um dos maiores “erros” de arbitragem de todas as ediçoes do Campeonato Brasileiro. Enfim, uma das maiores roubalheiras da história do futebol.Foi em 25 abril de 1982. Era o terceiro jogo da final do Brasileirão daquele ano. No primeiro, empate em 1×1 no Maracanã. No segundo houve novo empate, dessa vez por 0x0, no Olímpico. José Roberto Wright apitou as duas primeiras partidas. Oscar Scolfaro estava no trio escolhido pela cobraf para para comandar o confronto decisivo e ganhou o sorteio para ser o árbitro principal.O juiz paulista já havia beneficiado o Flamengo naquela competição, nas oitavas de final, quando anulou um gol legítimo do Sport Recife que eliminaria o time da Gávea.

No Olímpico, Scolfaro causou péssima impressão em virtude da má forma física e consequente má colocação em campo. Aos 35 minutos do primeiro tempo, não marcou um pênalti em Tonho.

Mas o lance que entrou para história aconteceu aos 10 minutos do segundo tempo. Após um escanteio, houve um lance de bate e rebate na área rubro-negra e Andrade tirou a bola de dentro do gol com a mão, para depois ter a ajuda de Raul na “complementação” da defesa.

Na transmissão da rede Globo (vídeo acima), o narrador Luciano do Valle e os comentaristas Márcio Guedes e Juarez Soares afirmam que a bola entrou.

Três atletas do Grêmio estavam em cima do lance, disputando a bola. Eis os seus relatos:

Paulo Isidoro: “Tivemos três pênaltis e ele não marcou nenhum. O primeiro foi em Tonho, no primeiro tempo; o outro foi em mim mesmo, e o terceiro, acho, o juiz podia ter dado gol. Digo com sinceridade, se foi gol eu não vi bem, mas que o Andrade pôs a mão na bola, isto eu tenho certeza.” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Newmar: “Cabeceei e Marinho ou o Figueiredo, não sei ao certo, deu um tapa na bola. Se o árbitro estivesse perto do lance, como deveria, teria dado o pênalti. Esse Scólfaro está fora de forma, gordo.” (Folha da Tarde – 26 de abril de 1982)

Renato Portaluppi: “A bola tava entrando e o Andrade esticou o corpo junto com o braço. Eu acredito que tenha sido com o braço. Tava em cima da linha, aí podia ter sido pênalti, se tivesse colocado o braço na bola ou de repente a bola até tivesse entrado já.” (Entrevista a Regis Roesing, TV Globo -2009)

 

Em 2009, Andrade praticamente confessou a sua infração:

 

Andrade:Eu pensei em retirar a bola com mão” […] “pra te dizer a verdade eu não sei o que aconteceu, eu não sei se eu levei a mão na bola ou se eu fui com a bola realmente de/com a cabeça” (Entrevista a Regis Roesing, TV Globo -2009)

 

Folha da Tarde: “Oscar Scolfaro teve um erro grave aos 35 minutos, que poderia mudar o jogo. Afinal, num pênalte, a maior possibilidade é do atacante, e no mínimo 90 por cento dos pênaltis assinalados são convertidos em gol. Mas Scolfaro preferiu mandar a jogada prosseguir quando Tonho foi visivelmente derrubado dentro da área. A área do Flamengo um lugar onde dificilmente os árbitros erram contra o Flamengo. […] Aos dez minuos de jogo, numa confusão na área, Raul tirou a bola de dentro do gol.” ( 26 de abril de 1982)
Vilson Tadei:Meu desejo é ressaltar os erros do juiz, que foram prejudiciais aos nossos interesses” Tadei lembra que houve três jogadas em que o árbitro podia ter marcado pênalti a favor do Grêmio, e que ele não deu nada, “Numa delas, em que o Andrade tocou a bola com a mão, ele até podia ter dado gol, porque a bola tinha entrado” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)
Batista: “Se o juiz tivesse um pouco mais de tranquilidade teria dado o pênalti, no lance do segundo tempo, em que um jogador do Flamengo tirou a bola com a mão de dentro do gol”. (Folha da Tarde – 26 de abril de 1982)

De León:Está certo que são 11 contra 11, mas hoje (ontem), foi demais. O Scolfaro beneficiou muito ao Flamengo, pois além de estar mal posicionado em campo, deixou de marcar um pênalti a nosso favor e muitas outras coisas, como aquele lance em que o Raul tirou a bola lá de dentro do gol deles.” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Ruy Carlos Ostermann: “Oscar Scolfaro deu azar na decisão. Lento, distanciou-se do lance. Não deu pênalti em Tonho (ele foi calçado por trás), considerou normal o confuso lance da área do Flamengo em que a bola tapeada ou simplesmente ultrapassara a linha de gol, errou muitas vezes na marcação de faltas, e flagrantemente, relevou as reclamações dos jogadores do Flameno. E não deu descontos num jogo que foi marcado pela interrupção e pelo propósito de não reiniciá-lo logo.” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Loureiro Junior – Rádio Globo SP: “O erro do juiz determinou a vitória do Flamengo, uma vez que deixou de marcar um pênalti claro do time carioca. Se ele desse a falta, isto mudaria o espírito da partida, que levaria a uma prorrogação, podendo até o Grêmio ganhar” (Zero Hora – 26 de abril de 1982)

Folha de São Paulo – “E até Batista, incansável no combate a Zico, foi tentar o empate. Na verdade, o time gaúcho esteve bem perto dele. Como logo no início, quando após uma cobrança de escanteio pela esquerda, ocorreu uma grande confusão na pequena área e o zagueiro Marinho, ao perceber que não conseguiria impedir o gol do adversário usando a cabeça, devolveu-a com a mão. Mas Oscar Scolfaro ignorou o pênalti e deixou o lance seguir, para desespero dos jogadores gremistas.” (26 de abril de 1982)

As imagens são da Zero Hora, Correio do Povo e Folha da Tarde.