Aos 6 do segundo tempo, tudo mudou com o golaço de Ganso. O Santos cresceu, o Grêmio não conseguiu mais ir ao campo de ataque e aos 25, em novo golaço, Robinho ampliou. O tricolor então reagiu, descontou com Rafael Marques e mostrou que iria cair lutando. Na base da vontade assustou a Vila Belmiro (recheada de torcedores de ocasião), que só respirou aliviada quando Wesley fez o 3×1 final.
Muito se temia pela escalação da linha defensiva, que de um modo geral foi bem. Infelizmente o trio ofensivo do Grêmio não esteve numa noite inspirada. E Adílson, mais uma vez, foi o melhor gremista em campo.
Independente disso, tem sido muito frustrante acompanhar futebol. O Santos, assim como no primeiro jogo (e contra Ceará, Atlético-MG, Santo André) foi beneficiado e protegido pela arbitragem. É chato e repetitivo falar disso. E bem possível que mesmo com uma arbitragem perfeita o Grêmio fosse eliminado, mas não foi isso que ocorreu.
E não foi por falta de aviso. Até os jornalistas mais chapa branca alertavam para os perigos de Marcelo de Lima Henrique no apito. O lance em que Ganso pediu (e conseguiu) um amarelo para Hugo foi sintomático. Robinho tentou apitar o jogo (com direito a palavrão) enquanto Victor era advertido na sua primeira reclamação. Aos 32, Jonas foi puxado por Edu Dracena até a sua camisa rasgar. Na origem do 1º gol do Santos, há uma falta clara em Jonas (que é quem acaba dando espaço para jogada). No lance que resultou na expulsão de Jonas e Dracena (dentro da área do Santos), o juiz inverteu a falta (O zagueiro acertou antes o atacante). Ainda, aos 45 do segundo tempo, Edílson foi derrubado dentro da área, e o juiz mandou seguir.
Um juiz ruim, por si só, é revoltante. Pior ainda é a cobertura da imprensa e as pessoas achando isso normal, já acostumadas, resignadas. Acompanhei o jogo no Sportv e a coisa foi triste. Não bastasse a reporter Joana de Assis falando em “RoXemback”, André Rizek corneteando Adílson, ainda tivemos o velho problema da parcialidade da seleção de replays. O lance do penalti do Jonas só foi repetido por que ele saiu de campo com a camisa completamente rasgada. Não foi repassado um lance de penalti no Edílson, e o replay da expulsão do Jonas e Dracena só foi mostrado no Sportv News. E a “nossa” imprensa, que tanto falou em Grêmio X Avaí, tanto falou em Banfield x Inter, estranhamente (ou não) silenciou.
Fotos: Agência Lance (Terra), Miguel Schincariol (ClicRBS) e Leandro Amaral (Correio do Povo)
Santos 3 x 1 Grêmio
SANTOS: Felipe, Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Rodriguinho, Wesley e Paulo Henrique Ganso; Robinho (Bruno Aguiar), André (Marcel) e Neymar (Madson)
Técnico: Dorival Júnior.
GRÊMIO: Victor, Edílson, Ozeia, Rafael Marques e Joílson; Adilson, Willian Magrão (Willian), Hugo (Leandro) e Douglas; Jonas e Borges.
Técnico: Silas
Copa do Brasil 2010 – semifinal – jogo de volta
Data: 19/05/2010, quarta-feira, 21h50min
Local: Estádio Vila Belmiro, Santos-SP.
Público: 13.896 pagantes
Renda: R$ 592.975,00
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique/RJ (FIFA).
Auxiliares: Hilton Moutinho Rodrigues/RJ (FIFA) e Dilbert Pedrosa Moises/RJ (FIFA)
Cartões amarelos: Ozeia, Hugo, Victor, Edílson. William Magrão, William (Grêmio); Léo, Rodriguinho, Neymar (Santos).
Cartões vermelhos: Jonas, Dracena, Rafael Marques
Gols: Paulo Henrique Ganso, aos 6, Robinho, aos 25, Rafael Marques, aos 30, Wesley aos 40 do 2º tempo