É difícil dizer que o eventual/provável rebaixamento do Grêmio passa por esse jogo. Tricolor fez uma boa partida e acabou sendo castigado por um gol no fim. O problema está no restante da temporada, que fez com que um empate em São Paulo não pudesse mais ser considerado um resultado aceitável.
Tentei, mas não entendi a forma que boa parte da torcida corintiana encarou esse jogo. Em 2007 o Grêmio ganhou 1 dos 6 pontos que disputou com o Corinthians no Brasileirão. Da mesma forma, nesse ano, Sport e Atlético-GO (que fizeram 6 dos 6 pontos disputados) foram muito mais “carrascos” do Grêmio do que o Corinthians.
Achei um tanto exagerados os elogios feitos ao Willian na transmissão da TV Globo.
Por falar em Willian, ao atravessar o campo trotando para ser substituído, ele mostrou claramente que o cartão dado para Douglas Costa na partida anterior foi um completo abuso da arbitragem.
Sigo achando que o Grêmio deveria usar meias azuis nos jogos em que o adversário mandante também utiliza calções pretos e meias brancas.
Foto: Rodrigo Coca (SCCP)
Corinthians 1×1 Grêmio
CORINTHIANS: Cássio; Du Queiroz, João Victor, Gil e Fábio Santos; Xavier (Gabriel Pereira, 11’/2ºT); Willian (Luan, 43’/2ºT), Giuliano (Gustavo Silva, 31’/2ºT), Renato Augusto e Róger Guedes; Jô (Vitinho, 43’/2ºT) Técnico: Sylvinho
GRÊMIO:Gabriel Grando; Rafinha (Vanderson, 29’/2ºT), Geromel, Kannemann e Diogo Barbosa; Thiago Santos (Mateus Sarará, 9’/2ºT) e Lucas Silva; Jhonata Robert (Ruan, 29’/2ºT), Campaz (Villasanti, 24’/2 ºT) e Ferreira; Diego Souza (Bojra, 24’/2 ºT) Técnico: Vagner Mancini
37ª Rodada – Brasileirão 2021 Data: 05 de dezembro de 2021, domingo, 16h00min Local: Neo Química Arena, em São Paulo, SP Público: 44.187 (43.980 pagantes) Renda: R$ 2.517.739,00 Árbitro: Bruno Arleu de Araujo (FIFA-RJ) Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa (FIFA-RJ) e Daniel do Espirito Santo Parro (RJ) VAR: Rodrigo Nunes de Sa (RJ) Cartões amarelos: Róger Guedes ; Kannemann, Rafinha, Geromel Gols: Diego Souza, aos 38 minutos do 1º tempo; Renato Augusto, aos 40 minutos do 2º tempo
No Brasileirão de 1996, Corinthians e Grêmio empataram em 2×2 no Canindé, em partida válida pela 6ª rodada da competição.
Neste ano os juízes começaram a obrigar as equipes trocar também os calções e meias quando houvesse semelhança entre as equipes. Por isso vemos o Grêmio com calção reserva, porém com a meia titular, uma vez que o Corinthians usava uma meia listrada pretae branca (muito semelhante a uma das meias que a Penalty fez para o uniforme negresco do Grêmio).
Sylvinho, atual técnico do Timão, foi o titular da lateral-esquerda corintiana naquele noite.
Foto: Zero Hora
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“GRÊMIO EMPATA COM O CORINTHIANS
O goleiro Danrlei foi o melhor jogador do time gaúcho, que desperdiçou um pênalti e ficou no 2 a 2
Danrlei e Ronaldo foram os grandes nomes do jogo realizado entre Grêmio e Corinthians, ontem à noite, no Estádio do Canindé, apesar do placar dilatado: 2 a 2. Os dois goleiros foram os jogadores que mais trabalharam — Ronaldo, do Corinthians, pegou um pênalti e Danrlei praticou uma série de defesas complicadas, principalmente no segundo tempo.
No primeiro, tudo começou bem para o Grêmio. Logo aos seis minutos, depois de uma cobrança de escanteio, Mauro Gaivão encostou a bola e o atacante Paulo Nunes escorou para o gol: 1 a 0. O Grêmio continuou bem, jogando com tranqüilidade e segurança no meio-de-campo. Mas, aos poucos, o Corinthians passou a pressionar. E o Grêmio errou ao recuar em demasia e submeter-se à pressão.
As oportunidades começaram a aparecer para o Corinthians. Aos 22 minutos, Célio Silva cobrou uma falta com violência e Danrlei defendeu com dificuldade. Três minutos depois, o volante Bernardo entrou em velocidade na área, pelo meio, e perdeu o gol. Aos 40, Souza invadiu a área a drible exatamente pelo mesmo setor. Só que teve categoria para empatar a partida.
O melhor do jogo ocorreu no segundo tempo. O Corinthians partiu para cima da defesa do Grêmio e só não marcou porque Danrlei defendeu de todas as formas. Até com os pés. À altura dos 10 minutos, o goleiro do Grêmio chegou a afastar quatro escanteios seguidos, cobrados com malícia por Marcelinho Carioca. Aos três minutos, o zagueiro Henrique fez um gol que foi anulado porque ele estava em posição de impedimento. O Corinthians prosseguiu melhor, mas foi o Grêmio que marcou. De novo, através de uma jogada de bola parada. Aos 16, Saulo, que entrou em lugar de Afonso, subiu mais alto que a zaga, cabeceou para baixo ao estilo de Jardel e desempatou. O gol não intimidou o time paulista. Aos 29, Célio Silva invadiu a área, passou por Roger, passou para André Santos, que cruzou até Alcindo. O atacante precisou somente empurrar para o gol. A torcida do Corinthians ainda comemorava quando Carlos Miguel sofreu o pênalti. Mas Emerson chutou fraco, no meio do gol, facilitando a defesa de Ronaldo. O empate deu ao Grêmio o seu oitavo ponto, colocando o time na sétima posição no Campeonato Brasileiro. No próximo domingo, a equipe de Luiz Felipe vai enfrentar o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro.” (Zero Hora, sexta-feira, 30 de agosto de 1996)
Foto: (Revista Nação Tricolor nº 3)
“CORINTHIANS EMPATA COM O GRÊMIO Corinthians e Grêmio empataram ontem, no Canindé, em 2 a 2, e estão empatados na classificação do Brasileiro com oito pontos.O time gaúcho abriu o placar logo aos 6min de jogo. Após uma cobrança de escanteio de Aílton, Mauro Galvão pegou a sobra e tocou para Paulo Nunes, que, livre, marcou com facilidade.Como o Corinthians jogava com três jogadores de marcação e apenas Souza para criar, o time apelava para o individualismo.Só aos 24min é que a pequena torcida corintiana que foi ao Canindé voltou a gritar a favor de seu time _até então, só reclamava da lentidão de seu clube.Gilmar cobrou rasteiro e com força uma falta na esquerda, e Danrlei tocou a escanteio.A partir daí, o Corinthians começou a chegar mais à área gremista, em jogadas individuais.Carente de finalizadores, o técnico corintiano Valdyr Espinosa substituiu o marcador Marcelinho Souza pelo atacante Jorginho.A alteração deu resultado aos 39min. Souza recebeu na esquerda, driblou dois adversários e tocou cruzado, na saída de Danrlei. As jogadas de bola parada da direita marcaram o início do segundo tempo, sem efeito, porém.Quando o Corinthians vivia seu melhor momento no jogo, quem marcou foi o Grêmio. Saulo completou, de cabeça, uma cobrança de escanteio, aos 15min.O Corinthians voltou a empatar aos 28min. Célio Silva saiu em velocidade do meio-campo, tocou para André Santos, que fez o centro para Alcindo marcar.No minuto seguinte Célio Silva e André Santos fizeram pênalti em Goiano, mas Ronaldo defendeu a cobrança de Emerson.” (VALMIR STORTI, Folha de São Paulo, 30 de agosto de 1996)
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“DANRLEI BRILHA NA NOITE DOS GOLEIROS
Os goleiros foram definitivos no empate em 2 a 2 do Grêmio contra o Corinthians. Se Danrlei esmerou-se em defender os chutes perigosos de Souza e de Marcelinho Carioca, o corintiano Ronaldo cintilou na única vez em que devia brilhar: evitou a vitória adversária ao adivinhar o canto e agarrar o pênalti mal cobrado por Émerson. Os quatro gols em jogo podem ser atribuídos a falhas de marcação dos zagueiros, jamais aos goleiros.
Desde cedo Danrlei mostrou firmeza. Ainda no primeiro tempo, o goleiro do Grêmio conseguiu defender no chão a cobrança de uma falta por Célio Silva. O chutão passou feito um bólido entre as pernas dos jogadores na zaga e arrojou-se a meia altura. Surpreso com o petardo, Danrlei só teve tempo de espalmar a bola, prontamente retirada da área por Adilson. Um outro chute de Marcelinho Carioca na fase inicial quase o traiu. A bola bateu no chão e obrigou o goleiro gaúcho a controlá-la em dois tempos.
Tão dificil quanto a defesa do pênalti foram as intervenções de Danrlei com os pés no segundo tempo. Aos 9 minutos, depois de um intricado bate-e-rebate na área gremista, um corintiano conseguiu concluir no risco da pequena área. Danrlei usou o pé para colocar a bola longe. Quatro minutos depois, o goleiro iria repetir a façanha. Novamente com o pé, Danrlei afastou um chute do desesperado ataque paulista. No lance seguinte, o goleiro ainda administrou uma seqüência de quatro escanteios cobrados por Marcelinho Carioca. A pressão corintiana parou nas mãos e pés do goleiro ignorado pelo técnico Zagalo. Quando até os paulistas já se contentavam com o empate, Émerson ainda obrigaria os torcedores do Corinthians cruzarem os dedos para que errasse um pênalti, aos 31 finais. O meio-campista tomou boa distância e partiu convicto. Mas chutou no mesmo canto de Ronaldo.
A proeza dos goleiros também rondou o Maracanã ontem à noite. Edinho, do Santos, não precisou se esforçar para defender um pênalti que o botafoguense Túlio jogou às alturas. Só o santista Jamelli obteve vantagem sobre o goleiro Vágner, ao fazer 2 a O sobre o Botafogo. Foi de pênalti.” (Zero Hora, sexta-feira, 30 de agosto de 1996)
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“O jogo: Corinthians e Grêmio somam agora oito pontos. O jogo foi movimentado. O Corinthians teve que buscar o resultado duas vezes. No final do jogo, Ronaldo defendeu a cobrança de pênalti Emerson.” (Folha de São Paulo)
“Sob a luz dos refletores na noite paulistana, o Grêmio comprovou a teoria de Adílson. Jogando com objetividade, envolveu o Corinthians, mas novamente cederam o empate em duas oportunidades. Faltando 14 minutos para o final, o meia Emerson perdeu o pênalti que daria a vitória ao Grêmio.” (Zero Hora, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996)
“O JOGO: Nem a volta de Célio Silva e Bernardo aliviou o sofrimento da torcida Corintiana. O empate em casa até saiu barato depois do pênalti mal batido por Émerson, a 15 minutos do final.” (Tabelão Placar)
Foto: (Revista Nação Tricolor nº 3)
Corinthians 2×2 Grêmio
CORINTHIANS: Ronaldo; André Santos, Célio Silva, Henrique e Silvinho; Bernardo, Gilmar, Marcelinho Paulista (Jorginho) e Souza; Marcelinho Carioca e Alcindo Sartori
Técnico: Valdir Espinosa
GRÊMIO: Danrlei; Marco Antônio (Émerson), Mauro Galvão, Adílson e Roger; Dinho (Luciano), Goiano, Aílton e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Zé Afonso (Saulo)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Brasileirão 1996 -6ª Rodada – 1ªFase Data: 29 de agosto de 1996, quinta-feira, 20h30min Local: Estádio do Canindé, em São Paulo Público: 4.095 pagantes Renda: R$ 40.535,00 Árbitro: Carlos Elias Pimentel (RJ) Cartões Amarelos: Gilmar, Silvinho e Bernardo (C); Saulo, Paulo Nunes, Carlos Miguel e Mauro Galvão (G) Gols: Paulo Nunes, 6 minutos; Souza, 16 minutos do primeiro tempo; Saulo, 15 minutos; Alcindo, 28 minutos do segundo tempo.
O Grêmio está jogando muito pouco. Felipão parece não conseguir achar o melhor esquema para o time, que aparenta enorme dificuldade para criar jogadas de ataque.
Mas isso não autoriza ou justifica os erros de arbitragem. A falta que originou o gol de Jô é, no mínimo, discutível. E é preciso fazer um grande contorcionismo retórico para negar que Diego Souza teria “uma clara oportunidade de gol” caso não fosse derrubado por Cássio.
A transmissão do Premiere, bem como o pós-jogo do Sportv exibiram a exaustão as reclamações de Maicon e Diego Souza mas sem exibir os lances dos quais os atletas se queixavam.
18ª Rodada – Brasileirão 2021 Data: 27 de agosto de 2021, Sábado, 21h00min Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre, RS Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG) Assistentes: Guilherme Dias Camilo (FIFA-MG) e Ricardo Junio de Souza (MG) VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG) Cartões amarelos: Diego Souza ; Cássio e João Victor Cartão vermelho: Maicon Gol: Jô, aos 33 minutos do 2º tempo
Há exatos 20 anos o Grêmio conquistou sua quarta Copa do Brasil, vencendo o Corinthians, no Morumbi por 3×1.
Ao meu ver foi a final que o Grêmio teve a atuação mais consistente/dominante da sua história.
Na minha memória o Marinho estreou as suas chuteiras brancas nesse jogo (ainda não encontrei nenhuma imagem dele usando elas antes disso). De início me pareceu uma temeridade (por motivos de superstição/lembrança do Amato), mas ele talvez tenha sido o melhor jogador em campo.
E até hoje eu nunca tinha reparado que o Eduardo Martini estava no banco com uma camisa onde o distintivo do Grêmio e o símbolo da Kappa estão nas posições trocadas.
Foto: Lance
Foto: Alexandre Battibugli (Placar)
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Foto: Lance
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Foto: Lance
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Tostão – “VERDADEIRO NÓ TÁTICO
Raramente o esquema tático de uma equipe é o fator determinante no resultado de uma partida de futebol, como o da vitória do Grêmio sobre o Corinthians. No jogo, o chavão “nó tático” nunca foi tão verdadeiro. Tite, técnico do time gaúcho, já tinha usado o mesmo laço para dar um nó no Vadão, treinador do São Paulo, no mesmo estádio do Morumbi. Vadão ficou tonto, nocauteado, perdeu o emprego e ainda não retornou ao trabalho. O nó que Luxemburgo recebeu do Tite foi tão apertado que o técnico do Corinthians ficou paralisado. De vez em quando soluçava. Só não perdeu a pose. Não parava de ajeitar os óculos, como fazem os pseudo-intelectuais. O Grêmio deu um baile no Corinthians. Escalou três zagueiros, sendo um na sobra, adiantou a marcação, pressionou, tomou a bola com facilidade no meio-campo e esteve sempre próximo ao gol do Timão. A vitória do Grêmio foi a do novo e verdadeiro futebol moderno sobre o velho e ultrapassado esquema tático tradicional brasileiro. De onde Tite tirou a inspiração para a brilhante maneira de jogar de seu time? Não me refiro ao desenho com três zagueiros e dois alas. Foi o que menos importou. Não teve nada de novo e especial. O mais importante foi a espetacular marcação e facilidade com que o Grêmio dominou a partida e criou situações de gol. O time gaúcho repetiu a filosofia tática da seleção argentina -única do mundo que marca pressionando em todas as partidas. A França, que não usa o esquema com três zagueiros, alterna a marcação por pressão com o recuo e contra-ataque. Os franceses são mais prudentes e racionais do que os apaixonados argentinos. Encantam menos, porém jogam com mais segurança. O início da filosofia de marcação por pressão começou na Copa de 1974. Cruyff conta que, 15 dias antes do Mundial, o técnico holandês Rinus Michels reuniu os jogadores e resolveu fazer algo diferente, surpreendente, já que não dava tempo para treinar o trivial. Os treinadores comuns, normais, fariam o contrário. Os holandeses decidiram se divertir na Copa. E encantaram o mundo. O técnico colocou a defesa, o meio-campo e o ataque bem próximos. Adiantou a marcação e congestionou o meio-campo. Quando o adversário ia dominar a bola, havia um bando de holandeses. Parecia uma pelada. Tomavam a bola e, com velocidade e habilidade, chegavam ao gol adversário. Até os zagueiros se transformavam em atacantes. Uma deliciosa e eficiente loucura tática. Acabaram a Copa e o sonho. Algumas equipes espalhadas pelo mundo tentaram imitar a Laranja Mecânica, mas não deu certo. Não conseguiam repetir a marcação. Levaram muitas goleadas. Era o fim da utopia e do futebol total. No entanto, aquela gostosa loucura ficou no inconsciente coletivo do futebol. Era preciso recuperar o sonho, mesmo que distorcido. Há alguns anos, criou-se algo parecido. Algumas equipes, como a Argentina, em vez de recuar e fechar os espaços defensivos, passaram a pressionar e marcar a saída de bola do adversário. É um esquema de alto risco. Se a marcação for vencida no meio-campo, a defesa fica desprotegida. Para diminuir esse problema, é essencial um zagueiro na sobra. Outro problema é o cansaço. É impossível jogar dessa maneira durante 90 minutos. Se o time perder o primeiro tempo, terá muitas dificuldades em inverter o placar. Para fazer bem essa marcação, são necessários treinos e a participação de todos os jogadores, inclusive dos atacantes. Quando estão perdendo, os técnicos brasileiros correm para a lateral do campo para gritar e pedir a marcação na saída de bola. Não adianta. Os jogadores não têm o hábito de executá-la. Essa postura independe do desenho tático. Pode-se utilizá-la com três ou quatro zagueiros. Como a maioria das equipes utiliza dois atacantes fixos, não é preciso mais do que uma linha com três zagueiros. Antes da vitória do time gaúcho, Felipão disse que pretendia escalar três autênticos zagueiros, o que é bem diferente de recuar um volante no momento da jogada, como fazem os técnicos brasileiros. O volante corre para trás e chega sempre atrasado. Os zagueiros estão de frente, olhando o passe, a bola e o atacante. Parece que o Scolari mudou de idéia por causa da provável ausência do Antônio Carlos. O zagueiro da Roma não é tão especial assim para a definição do esquema tático depender de sua presença. Muito mais importante do que o desenho tático será a filosofia ofensiva ou defensiva do treinador. Se o time jogar com três zagueiros recuados, mais dois volantes na frente e os alas como se fossem laterais, terá oito defensores e dois atacantes isolados. É isso que fazem os técnicos brasileiros quando jogam nesse esquema. Viram o galo cantar e não sabem onde. Sugiro que Felipão convide o Tite, técnico do Grêmio, para auxiliá-lo. Poderia, inclusive, ocupar a vaga do Antônio Lopes, já que a função de coordenador técnico é decorativa. A seleção ganharia um bom reforço.” (Tostão, Folha de São Paulo, 20 de junho de 2001)
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José Geraldo Couto: “TRATOR GAÚCHO
Nem o mais fervoroso corintiano haverá de negar: o Grêmio deu um “banho de bola” no Corinthians. O placar de 3 a 1 foi até modesto para traduzir o desnível entre os dois times. A equipe gaúcha congestionou o meio-campo e marcou em cima os principais articuladores adversários -Marcelinho e Ricardinho-, obrigando o time alvinegro a apelar para a sempre inócua “ligação direta” entre os zagueiros e os atacantes. Quando retomava a bola, o Grêmio partia rapidamente para o ataque, quase sempre com Zinho ou Marcelinho. Ambos estavam em tarde inspirada, mas pecaram nas finalizações, para sorte do Corinthians. A ausência de André Luiz -meia-lateral com habilidade e visão de jogo- ajuda a explicar a dificuldade corintiana de sair para o jogo. Nunca ficaram tão evidentes as limitações técnicas de Otacílio, de Marcos Senna e de Rogério. Pereira, mais técnico que os três, deveria, a meu ver, ter começado jogando. Seria fácil também responsabilizar a defesa corintiana pela derrota, já que nos três gols gremistas houve falhas dos zagueiros. No primeiro e no terceiro, o erro foi de colocação, deixando o adversário livre para finalizar. No segundo gol, João Carlos -xodó de Luxemburgo, da Fiel e de grande parte da mídia- mostrou toda a sua falta de intimidade com a bola. Mas a razão principal do resultado foi mesmo a excelente atuação do Grêmio, tanto em termos táticos quanto técnicos. Mesmo antes da expulsão de Scheidt, parecia haver mais gremistas em campo. É uma pena que Marcelinho Paraíba esteja de partida para a Alemanha. Confirma-se com isso o triste destino dos clubes brasileiros da atualidade, que raramente conseguem manter um time de qualidade por mais de uma temporada. Quanto ao Corinthians, o balanço do semestre foi altamente positivo, sobretudo se lembrarmos que no início do ano a equipe apanhava mais do que índio em filme de faroeste. Perder a final da Copa do Brasil foi importante para arrefecer um pouco a falta de modéstia em torno do time e, principalmente, de seu treinador. Terminada a festa, é hora de cair na real: o Corinthians de hoje está longe de ser o supertime de dois anos atrás, e Wanderley Luxemburgo está longe de ser o santo milagroso pintado por certas crônicas esportivas. Para voltar a ser verdadeiramente poderoso e conquistar um lugar na Taça Libertadores, o clube do Parque São Jorge terá que se reforçar em algumas posições: no gol, na zaga, na lateral direita e no meio-campo (refiro-me a um volante). E Luxemburgo terá que ser avaliado pelo que vale, e não pelo que pensa que vale. A propósito: foi constrangedor ver Falcão e Casagrande tentando eximir o técnico de responsabilidades pela derrota diante do Grêmio. Então tá. Quando o time ganha, o mérito é de Luxemburgo; quando perde, a culpa é dos jogadores. Assim, até eu. Um lance para guardar na memória: Mauro Galvão, 39 anos, mancando visivelmente, olha para o banco e pergunta quanto falta para acabar o primeiro tempo. Havia esperança de que o intervalo fosse suficiente para a recuperação. Não deu. Ficou a imagem de um grande jogador e um homem de fibra.” (José Geraldo Couto, Folha de São Paulo, 18 de junho de 2001)
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Paulo Roberto Falcão – “BANHO COMPLETO
O Grêmio deu um nó tático no Corinthians, um show de preparo físico e ainda jogou um futebol de campeão. Marcou o adversário no seu campo no primeiro tempo, como já havia feito com o São Paulo e construiu o resultado com absoluta naturalidade, aproveitando-se dos erros de uma defesa que não conseguia sair jogando nunca. Depois, administrou como quis a vantagem, reagindo ao sufoco corintiano na metade do segundo tempo com um terceiro e decisivo gol.
Ao conjugar um técnico jovem com um time experiente, o clube encontrou a fórmula do sucesso e comprovou mais uma vez que a Copa do Brasil é a sua competição preferida. No ano em que perdeu o raro talento de Ronaldinho, o Grêmio redescobriu a força do conjunto. Chegou ao título sem depender de um ou dois jogadores. Pelo contrário, o grupo é que acabou sendo o destaque, pois a cada perda de um jogador importante sempre entrou em campo outro que deu conta do recado.” (Paulo Roberto Falcão, Zero Hora, 18 de junho de 2001)
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Wianey Carlet : “TITE, TETRA, TCHÊ
Dois títulos em três competições disputadas, nada mal para um time que até três meses atrás era tido como incapaz de grandes proezas. Ontem foi no Morumbi, contra o poderosíssimo Corinthians, do não menos poderoso fundo de pensão norte-americano, tradicional clube do riquíssimo Estado de São Paulo e dono de uma das mais fiéis torcidas do país. Agora já são seis títulos nacionais, o que faz do Grêmio um supercampeão, três deles buscados fora do Olímpico, fato que credencia o clube como um autêntico vencedor, seja em que terreno for. Esta Copa do Brasil te sotaque gaúcho, tchê! É a quarta do Grêmio e a primeira do senhor Adenor Bachi, o excepcional Tite, que em seis meses organizou em grande time e já atravessou no peito duas faixas de campeão. A Copa do Brasil deste ano tem em grande vencedor. Nem o mais desvairado corintiano pode negar. O Brasil é azul. Na São Paulo do apagão, Tite apagou a estrela de Luxemburgo. Tite é tetra, tchê!
Para tornar-se o clube brasileiro que mais conquistou títulos nacionais, o Grêmio contou como principal arma o seu apego pelo futebol de alta competitividade. Sempre que conseguiu sintonizar-se com a sua histórica identidade, como está conseguindo, chegou a grandes conquistas.
Desta vez os gremistas não têm autoridade para repetir que tudo é sofrido na vida do Grêmio. O título de ontem foi conquistado quase sem dor. E o escore de 3 a 1 só não pode ser tido como injusto porque uma goleada não foi aplicada por exclusiva culpa do próprio Grêmio. Tivesse convertido metade das chances construídas no primeiro tempo e o Morumbi teria desabado em uma das mais humilhantes jornadas do futebol paulista. Foi um totó histórico.
A excepcional força coletiva do Grêmio acabou destacando algumas figuras que foram essenciais na conquista do título. Marinho, Marcelinho e Danrlei foram, possivelmente, as mais visíveis. Mas esteve na experiência serena de Zinho e de Mauro Galvão a razão silenciosa do sucesso gremista na Copa do Brasil.
O terceiro gol do Grêmio foi umas das mais primorosas obras coletivas que se tem visto por aí. Zinho, Fábio Baiano e Marcelinho tabelaram com a graça e a leveza de um movimento de balé. É verdade que Scheidt já tinha sido cantado pela torcida gremista pro sua expulsão, mas esta é outra história.” (Wianey Carlet, Zero Hora, 18 de junho de 2001)
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Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)
CORINTHIANS: Maurício; Rogério (Andrezinho 21/2), Scheidt, João Carlos e Kléber; Otacílio; Marcos Senna (Pereira 01/2); Ricardinho e Marcelinho Carioca; Müller (Gil 02/2) e Éwerthon. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
GRÊMIO: Danrlei; Marinho, Mauro Galvão (Alex Xavier 01/2) e Roger; Anderson Lima (Itaqui 35/2); Anderson Polga, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Luís Mário (Fábio Baiano 10/2) e Marcelinho Paraíba Técnico: Tite
Data: 17 de junho de 2001, domingo, 15h00min Local: Morumbi, São Paulo Juiz: Antonio Pereira da Silva-GO Auxiliares: Jorge Paulo de Oliveira Gomes e Aristeu Leonardo Tavares Cartões Amarelos: Roger, Anderson Lima Gols: Marinho 42/1T, Zinho 01/2T, Éwerthon 29/2T, Marcelinho Paraíba 42/2T
Eu tenho a impressão que se fala muito pouco de como a entrada de Claudio Pitbull no segundo tempo foi importante para o Grêmio conseguir buscar o empate. Ele mudou completamente a postura do ataque do Grêmio.
Foto: Jefferson Bernardes (Folha Press)
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“EX-CORINTIANO ESTRAGA FESTA DE PAULISTAS
Luiz Mário, que foi liberado pela diretoria corintiana por deficiência técnica, marcou os dois gols do Grêmio ontem
Um ex-corintiano estragou o que seria praticamente a festa antecipada do título da Copa do Brasil para o Corinthians. Após ter aberto vantagem de 2 a 0, o time paulista cedeu o empate ao Grêmio, ontem à tarde, no estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Os dois gols da equipe gaúcha foram marcados pelo meia-atacante Luiz Mário, que foi “expulso” do Parque São Jorge por deficiência técnica.
Mesmo tendo cedido o empate ao Grêmio, o Corinthians está bem perto de seu segundo título da Copa do Brasil e, consequentemente, da vaga na Taça Libertadores da América de 2002.
Como fez dois gols no Sul, o time paulista precisa de apenas um empate em até 1 a 1, no próximo domingo, no Morumbi, para repetir a conquista de 1995, diante do mesmo Grêmio.
Um novo empate em 2 a 2 leva a decisão do título para os pênaltis.
O Grêmio só fica com a taça da Copa do Brasil pela quarta vez se empatar em três ou mais gols ou se vencer fora de casa.
O jogo começou bastante equilibrado, com as duas equipes marcando por pressão.
O Grêmio tentava as jogadas pelas duas laterais -com Anderson Lima e Rubens Cardoso-, mas parava nos zagueiros João Carlos e Scheidt, que fizeram um excelente primeiro tempo.
Já o Corinthians, bem posicionado na defesa, pouco arriscava. Marcelinho e Ricardinho, marcados, tinham dificuldades para lançar para Ewerthon e Muller.
Em uma das poucas vezes que chutou a gol, exatamente no momento em que os gaúchos mais pressionavam, o Corinthians abriu o placar.
Aos 29min, Marcelinho recebeu de André Luiz na intermediária e bateu forte. O zagueiro Marinho tentou desviar, mas acertou uma cabeçada e tirou de Danrlei a possibilidade de defesa.
O gol dos paulistas calou o Olímpico, que recebeu mais de 50 mil pessoas ontem.
Até o fim do primeiro tempo, os gremistas insistiam no “chuveirinho” e nas jogadas de bola parada, mas não conseguiram superar o goleiro Maurício.
Na etapa final, o time de Wanderley Luxemburgo voltou melhor e, logo aos 7min, ampliou.
Muller recebeu passe de Marcelinho após escanteio, deu um belo drible em um zagueiro gremista e fulminou Danrlei. Foi o segundo gol do atacante, que conquistou a Copa do Brasil em 2000 com o Cruzeiro, após sua volta ao Parque São Jorge – o primeiro havia sido contra o Flamengo-PI, também pela Copa do Brasil.
O segundo gol parecia que havia “matado” os gaúchos. Mas foi a partir da entrada do atacante Cláudio no lugar de Warley, que não entrou com 100% de condições, que o time da casa cresceu.
A “ressurreição” dos gaúchos começou a 26 minutos do final, quando os 2.200 corintianos que estiveram em Porto Alegre já comemoravam. O gol de Luiz Mário, após bate-rebate na área, acabou com a invencibilidade de seis jogos da defesa do Corinthians, a maior em dez anos.
Aos 25min do segundo tempo, Maurício, que havia feito pelo menos quatro grandes defesas e era umas das principais figuras dos visitantes em campo, falhou e não defendeu chute fraco, de fora da área, de Luiz Mário.
Após o empate, o Grêmio, empurrado por seus torcedores, ainda pressionou para a virada, mas Maurício fez mais duas boas intervenções e segurou o resultado.
Após o partida, Luiz Mário criticou a diretoria corintiana. “Fui o último a saber de meu empréstimo para o Grêmio. Mas não tem nada não. Mostrei hoje [ontem” que tenho futebol para jogar em qualquer lugar. Graças a Deus joguei bem, fiz dois gols, e o Grêmio ainda está vivo”, completou o jogador, que, mesmo com a bela atuação de ontem, deve voltar para a reserva para dar lugar a Marcelinho. O meia-atacante cumpriu suspensão automática. (FERNANDO MELLO ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE, LEO GERCHMANN – DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE)(Folha de São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2001)
“LANCE A LANCE
Primeiro tempo
3min – Kléber sobe pela esquerda e cruza. Bola desvia em zagueiro gremista e Danrlei defende com facilidade. 6min – Rubens Cardoso faz boa jogada pela esquerda e cruza na cabeça de Luiz Mário, que manda à esquerda do gol de Maurício. 10min –Zinho bate falta cometida por André Luiz da entrada da área. A bola sai direto à esquerda do gol do Corinthians. 16min –Depois de tabela no ataque, Warley é derrubado por João Carlos na entrada da área, mas o juiz não marca falta. 20min – Anderson Lima bate falta no ângulo direito de Maurício, que faz grande defesa e põe a bola para escanteio. 28min – Maurício faz novamente boa defesa depois de chute de Luiz Mário. 29min – Marcelinho chuta de fora da área e conta com o desvio de Marinho para marcar o primeiro gol do Corinthians. 33min –Warley chuta da esquerda, a bola desvia em João Carlos, mas Maurício consegue espalmar para escanteio. 44min –Marcelinho cruza da esquerda e João Carlos cabeceia com perigo, mas a bola sai por cima do gol.
Segundo tempo
4min – Marcelinho faz boa jogada pela direita, fica na cara do gol, mas erra o chute cruzado. Ewerthon, que entrava pelo meio, reclama com o companheiro de time. 5min –Muller recebe passe de Marcelinho e fica livre pela esquerda. No cruzamento, Mauro Galvão salva a equipe gremista desviando a bola para escanteio. 7min –Mais uma vez pela esquerda, Muller domina na área, passa por dois marcadores, gira e marca um golaço: Corinthians 2 a 0. 19min – Rubens Cardoso cruza da esquerda, mas Kléber se antecipa e cabeceia para escanteio. 19min – Marinho recebe na área e chuta em cima de Rogério. Luiz Mário aproveita sobra e marca o primeiro gol do Grêmio. 21min – Cláudio cabeceia de frente para o gol, mas Maurício faz ótima defesa. 25min –O Grêmio empata com um chute de fora da área de Luiz Mário, que conta com uma falha do goleiro Maurício. 32min –Marinho desperdiça boa chance após cobrança de escanteio. Cabeceia para fora, à direita do gol. 40min –Cláudio chuta forte de fora da área. Mas a bola sai direto. 46min –
No segundo tempo da partida entre Corinthians e Grêmio, resolvi variar de canal.
Passei da ESPN Brasil para a Rede Globo. O time paulista tinha todas as facilidades no contra-ataque, fez o segundo gol e estava próximo do terceiro. Aí, numa jogada isolada, o Grêmio marcou seu primeiro gol.
Como faz a maioria dos técnicos, Luxemburgo imediatamente tirou o Muller, o mais lúcido jogador do Corinthians, autor de um belíssimo gol, e colocou mais um atleta para segurar o jogo.
Galvão Bueno, que entende de futebol, não gostou. Passou a bola para os comentaristas. Como sempre, perguntou induzindo a resposta:
– Falcão, o Corinthians estava muito bem no contra-ataque com Muller. Gostou da substituição?
– Luxemburgo mexeu certo. O Corinthians está respeitando o Grêmio. É preciso reforçar a marcação.
Falcão adora reforçar a marcação.
Não satisfeito, Galvão continuou o papo com o Casagrande.
– Casagrande, com Muller e Marcelinho abertos o Corinthians estava chegando fácil ao gol do Grêmio. O que achou da substituição?
– Gostei. O Corinthians já fez dois gols na casa do adversário e não pode arriscar.
O Grêmio pressionou, empatou e quase fez o terceiro.
Luxemburgo, então, enxergou o erro. Retirou um dos volantes (André Luiz) e colocou um atacante (Gil). O Corinthians melhorou e voltou a atacar com perigo.
GRÊMIO: Danrlei, Marinho, Mauro Galvão (Roger) e Ânderson Polga; Ânderson Lima, Eduardo Costa, Tinga, Zinho e Rubens Cardoso; Luís Mário e Warley (Cláudio Pitbul).
Técnico: Tite
CORINTHIANS:Maurício, Rogério, João Carlos, Scheidt e Kléber; Otacílio, André Luís (Gil), Marcelinho (Pereira) e Ricardinho; Müller (Marcos Senna) e Éwerthon.
Técnico: Wanderley Luxemburgo
Data: 10/06/2001, Domingo, 16h00min
Local: Olímpico (Porto Alegre/RS )
Público: 50.313 (40.491 pagantes).
Renda: R$ 509.482,00
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (MG);
Auxiliares: Jorge Paulo de Oliveira Gomes e Aristeu Leonardo Tavares
Cartões Amarelos: Rubens Cardoso, Eduardo Costa, Éwerthon, Otacílio, Scheidt e André Luís
Gols: Marcelinho Carioca 29′ do 1º; Müller 6′, Luís Mário 18′ e 25′ do 2º;
Há exatos 40 anos o Grêmio fez sua quinta partida no Brasileirão de 1981, vencendo o Corinthians por 1×0 no Olímpico (gol marcado numa cabeçada de Tarciso).
Foi a primeira atuação unanimemente convincente do tricolor. De León foi um dos destaques Grêmio, recebendo nota 9 na cotação da Zero Hora e sendo o personagem da reportagem da Placar daquela semana.
Foto: Telmo Cúrcio da Silva (Zero Hora)
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Foto: Luiz Avila e Vilmar Calistro (Zero Hora)
“VITÓRIA VALEU A LIDERANÇA DO GRUPO B No sábado, o Grêmio venceu e mostrou um bom futebol. Agora é a vez da Portuguesa
A vitória de 1 a 0 diante do Corintians, sábado a tarde, deve ter deixado satisfeitos os torcedores do Grêmio que estiveram no Estádio Olímpico. E por dois motivos: o primeiro a liderança do grupo B junto com o Botafogo; o segundo a mais importante, todos puderam perceber na equipe um esquema bem definido, um bom esquema tático onde o talento de De León acabou utilizado era sua totalidade, ficando certos os torcedores – definitivamente – que o zagueiro uruguaio em seguida será o grande desta que do Grêmio pela sua seriedade e liderança, além de sua liderança, agora bem explorada pela equipe
Nos primeiros minutos de logo, é possível que alguns torcedores tivessem chegado a imaginar que o Grêmio repetiria a atuação ruim da partida contra a Desportiva – o Corintians ficou todo em seu próprio campo e o Grêmio não conseguia uma boa jogada ofensiva. Engano de quem pensou assim, pois o time começou a pressionar bastante, só errando por não explorar mais as jogadas pelas pontas.
Mesmo esquecendo, às vezes, de Tarciso e Odair, o time aos poucos tomou conta do adversário e ficou buscando penetrações Aos 21 minutos, Flávio colocou uma bola atrás de Djalma para que Baltazar entrasse livre, mas o centroavante bateu torto perdeu o gol. Aos 24, numa cobrança de escanteio, Zé Maria rebateu mal e Odair teve outra chance, chutando para fora. Aos 37 novamente Baltazar deixou de marcar, pois ficou só na frente do goleiro depois de um lançamento de De León, e permitiu que Djalma tocasse para escanteio. Sete minutos depois, Tarciso teve espaço para o cruzamento e colocou a bola na área. Renato Sá penetrou atrás de Amaral mas tocou na bola com a cabeça e com o ombro, na frente de Solitinho — a bola saiu pela linha de fundo.
Poucos erros
Enquanto isso, Leão não precisou fazer uma única defesa, o que evidenciou que o Grêmio havia conseguido uma síntese importante em futebol: atacou com frequência sem jamais arriscar-se a um contra-ataque do adversário. Assim, a vitória do primeiro tempo a partir dos 42 minutos com o gol de Tarciso estabelecia claramente a superioridade do Grêmio sobre um Corintians irreconhecível — lento, sem criatividade nem força para uma tentativa ofensiva.
No segundo tempo apareceram alguns defeitos no Grêmio, principalmente durante os 15 primeiros minutos – o Corintians deu a impressão de que recuperara sua força no vestiário, procurando lugar com Vaguinho na direita. Aos seis e aos 11 minutos o Corintians poderia ter empatado: na primeira oportunidade Dirceu errou a cabeçada, Eli dominou no peito e bateu por cima;. na outra, Vaguinho recebeu um cruzamento da esquerda e cabeceou para a entrada de Geraldo que simplesmente errou da bola.
Mas parou aí a reação do Corintians que voltou a ser dominado pelo Grêmio e ficou confinado apenas na velocidade de Vaguinho, seu melhor jogador.
O PLACAR
TARCISO para o Grêmio – 1 a 0 aos 42 minutos do primeiro tempo – Dirceu recebeu de Flávio na intermediária, avançou rápido e cruzou alto para a área. Tarciso saltou mais do que Vladimir e cabeceou forte, no canto direito de Solitinho que não saltou na bola.” (Pedro Macedo, Zero Hora, segunda-feira, 02 de fevereiro de 1981)
Foto: Luiz Avila e Vilmar Calistro (Zero Hora)
“TARCISO CABECEOU CERTO EM GOL
Ao final do Jogo de sábado, Tarciso fez questão de trocar do camisa com o lateral— esquerdo Vladimir do Coríntians, que foi seu marcador muito firme durante os 90 minutos. O ponteiro-direito do Grêmio havia feito o gol da vitória aos 42 do primeiro tempo, aproveitando de cabeça uma bola cruzada do Dirceu para dentro da área:
— Se ganharmos todas por 1 a 0, poderemos chegar à classificação. Sinto que o time está se entrosando e com mais treino e tempo de jogo vamos começar a nos entender multo melhor. Já temos tranquilidade, o que é importante, e a torcida também nos apoia, mas eu peço que os torcedores apoiem mesmo é ao China, Flávio, Bonamigo, Odair, pois estes garotos serão o Grêmio de amanhã. Eles precisam de toda a força da massa.
O ponteiro-direito gremista lembrou que o seu gol não foi apenas obra sua:
— O mérito deste gol é do Dirceu. Ele soube usar uma jogada de treino e teve presença de espírito para lançar a bola dentro da área. Eu só complementei um trabalho iniciado por ele, lá pela meia-cancha. Se alguém tem que receber abraços, é meu amigo Dirceu; eu só tive a sorte de marcar o gol.
Marcar gol é trabalho do centroavante Baltazar, que há dias vem errando na conclusão:
— O Baltazar é imprevisível. Numa hora está bem, noutra parece meio aéreo. Mas, o Baltazar é centroavante de ofício e sabe jogar dentro da área. Isto tudo vai passar.” (Zero Hora, segunda-feira, 02 de fevereiro de 1981)
“GRÊMIO VENCE CORÍNTIANS E ASSUME LIDERANÇA DO GRUPO
Com um gol de cabeça de Tarciso, aos 42 minutes do primeiro tempo, o Grêmio venceu, ontem, no estádio Olímpico, ao Corintians de São Paulo. A vitória, alcançada num jogo bastante movimentado, elevou o tricolor gaúcho, ao lado do Botafogo do Rio de Janeiro, à liderança do Grupo B. O Botafogo, que estava invicto tendo vencido, inclusive, os quatro primeiros jogos, perdeu ontem, no Maracanã, para a Portuguesa, de São Paulo, pelo escore mínimo.
Durante todo o primeiro tempo, o Grêmio forçou muito o ataque, sobretudo pelas pontas, mas encontrou poucos espaços na compacta defesa do Coríntians; no segundo tempo, bem mais movimentado, o time de Ênio Andrade voltou a jogar na frente, enquanto o Coríntians limitou-se a alguns contra-ataques, sempre muito perigosos.
O Grêmio atuou Leão, Uchoa, Vantuir, De León (este, em sua melhor apresentação no time). Dirceu, China, Flávio (depois Bonamigo) Renato Sá, Tarciso, Baltazar e Odair. O Coríntians contou com Solitinho Zé Maria, Amaral. Djalma, Vladimir, Biro-Biro, Basílio. Vaguinho, Toninho (depois Geraldão) e Vilsinho.
Vinte e quatro mil e nove pessoas assistiram ao jogo, um púbico excelente para o início de feriadão, e a renda alcançou dois milhões e setenta e um mil cruzeiros.” (Correio do Povo, 3 de fevereiro de 1981)
Foto: Correio do Povo
Grêmio 1 x 0 Corinthians
GRÊMIO: Leão; Uchôa, Vantuir, De León e Dirceu; China, Flávio (Bonamigo 31 do 2º) e Renato Sá; Tarciso, Baltazar e Odair. Técnico: Ênio Andrade
CORINTHIANS: Solitinho; Zé Maria, Amaral, Djalma e Vladimir; Biro-Biro, Basílio e Eli (Paulinho 24 do 2º); Vaguinho, Toninho (Geraldo) e Wilsinho.
Técnico: Osvaldo Brandão
5ª Rodada – 1ª Fase – Brasileirão 1981 Data: 31 de janeiro de 1981 – Sábado Local: Olímpico, em Porto Alegre-RS Público: 24.009 (20.900 pagantes) Renda: Cr$ 2.071.000,00 Juiz: Arnaldo Cezar Coelho – RJ Auxiliares: Rui Canedo e Zeno Escobar Barbosa Cartão Amarelo: Biro-Biro Gol: Tarciso, aos 42 minutos do 1º tempo
A rodada do fim de semana e o jogo foram se desenrolando de maneira favorável ao Grêmio. Contudo o tricolor não soube jogar contra um adversário com menos atletas, tendo inclusive ficado mais perto de levar o gol do que de fazer quando tinha 11 jogadores contra 9.
Renato fez bem em tirar Darlan ao fim do primeiro tempo. O juiz estava muito inseguro na partida e o risco do volante do Grêmio ser expulso era muito alto. Contudo, acho que técnico gremista alterou demasiadamente seu meio de campo. Matheus Henrique e Jean Pyerre, que são os jogadores mais habilidosos da equipe, acabaram ficando longe do gol do adversário.
Sigo sem entender porque o Grêmio não usa meias azuis quando enfrenta o Corinthians fora de casa.
Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
CORINTHIANS: Cássio; Fágner, Gil, Marllon e Fábio Santos; Gabriel (Camacho, 40’/2ºT), Cantillo (Xavier, 25’/2ºT), Otero, Luan (Léo Natel, 40’/2ºT) e Jonathan Cafu (Lucas Piton, 25’/2ºT); Davó (Bruno Méndez, 33’/1ºT) Técnico: Vágner Mancini
GRÊMIO: Vanderlei; Orejuela (Churín, 29’/2ºT), Geromel, Rodrigues e Cortez (Diogo Barbosa, intervalo); Darlan (Pinares, intervalo), Matheus Henrique (Victor Ferraz, 37’2ºT), Luiz Fernando, Jean Pyerre (Isaque, 37’/2ºT) e Pepê; Diego Souza Técnico: Renato Portaluppi
22ª Rodada – Campeonato Brasileiro 2020 Data: 22 de novembro de 2020, domingo, 20h30min Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP) Árbitro: Caio Max Augusto Vieira (RN) Assistentes: Jean Marcio dos Santos e Vinicius Melo de Lima (ambos RN) VAR: Pablo Ramon Goncalves Pinheiro (RN) Cartões amarelos: Cantillo, Otero; Darlan Cartões vermelhos: Marllon, Otero
No Brasileirão de 1975, o Grêmio enfrentou o Corinthians pela antepenúltima rodada da segunda fase. As duas equipes conseguiram classificação para a fase seguinte, na qual foram eliminadas.
A reclamação de Ênio Andrade sobre o pênalti marcado para o Corinthians, na matéria da Zero Hora transcrita abaixo, não se sustenta. No vídeo fica claro que Picasso não tinha segurado a bola. Porém fica a dúvida, o carrinho que o atacante corintiano deu no goleiro gremista foi legal?
Foto: Domicio Pinheiro
“NOS TRÊS GOLS, TODA A FORÇA DE VAGUINHO.
Grêmio jogou ontem à tarde no estádio do Morumbi contra o Corintians e manteve a tradição de nunca ter vencido ao “Timão” de São Paulo. Apesar de os dois gols de Tarciso e da pressão final em busca do empate, o time de Ênio Andrade não jogou bem e o Coríntians mereceu a vitória. Agora, ainda com 11 pontas ganhos, em terceiro lugar no seu grupo, o Grêmio precisa vencer o América do Rio, quarta-feira, no Olímpico para garantir a classificação à fase final.
A partida iniciou com o Grêmio se defendendo e o Coríntians explorando a velocidade de Vaguinho em busca da jogada de fundo. Com o tempo, Neca demonstrou ser um dos melhores jogadores do Grêmio na partida, mesmo deixando Russo jogar desmarcado. lúra não jogava bem e falhava na marcação a Adãozinho A única opção de ataque do Grêmio eram os lançamentos longos para Tarciso, isolado na frente.
Apesar de todos os erros do Grêmio, o Corintians só conseguiu fazer seu primeiro gol no final do primeiro tempo. Bolívar chutou Vaguinho sem bola, depois de estar batido na jogada, e levou cartão amarelo aos 44 minutos. Na jogada seguinte, o lateral cedeu escanteio displicentemente e assistiu Zé Maria fazer o passe para Vaguinho. O ponteiro centrou, Adilson dominou a bola no risco da pequena área e chutou forte, de meia-virada, junto ao travessão, sem chance de defesa para Picasso. 1 a 0. Eram 45 minutos.
Já no início do segundo tempo o Corintiansf ez outro gol, numa falha de Beto Fuscão. Adilson fez um lançamento nas costas de Bolívar aos três minutos, Beto Fuscão foi na cobertura mas atrasou fraco para Picasso. Vaguinho disputou a bola com o goleiro do Grêmio, ambos cairam e o atacante sofreu pênalti de Picasso ao tentar levantar-se. Cláudio fez a cobrança com perfeição aos quatro minutos, 2 a 0.
O Grêmio, entretanto, não se entregava. Aos 12 minutos Neca deu um balãozinho em Sérgio mas não conseguiu fazer o gol Tarciso, aos 14 minutos, é que aproveitou uma confusão na área do Coríntians, depois que Bolívar fez o centro e Sérgio soqueou a bola, e no sétimo toque do ataque do Grêmio conseguiu mandar a bola, de leve, para o canto esquerdo do gol adversário, fazendo 2 a 1.
O Coríntians continuava jogando melhor que a equipe de Ênio Andrade e aos 19 minutos Pita ganhou de Celso e Tadeu, fez o centro e conseguiu lançar Vaguinho, pelo outro lado. O ponteiro-direito cruzou forte, Vladimir, que estava na marca do pênalti, se abaixou e cabeceou tranqüilamente, 3 a 1 para o Coríntians.
O Grêmio ainda conseguiu seu segundo gol aos 30 minutos, através de Tarciso. Loivo cobrou uma falta de Vladimir em Cacau, pelo lado direito, Sérgio soltou a bola, Neca e Tarciso entraram e o centroavante tocou para as redes do Coríntians, 3 a 2.” (Danilo Miralles, Zero Hora, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)
O Corintians voltou a perder gols incríveis, teve momentos brilhantes e medíocres, foi corajoso e medroso, mas mesmo com um futebol irregular e sem ritmo, mereceu ganhar do Grêmio por 3 a 2 ontem no Morumbi, praticamente garantindo, com 10 pontos, a sua classificação para o primeiro turno da fase final do Campeonato Brasileiro.
Durante 45 minutos do primeiro tempo, o Corinthians jogou como quis, dominou o meio de campo. Sérgio não fez uma única defesa e os atacantes perderam três excelentes oportunidades de gol, Mesmo assim, no último minuto conseguiu abrir a contagem com um gol de Adilson, ganhou ânimo para o segundo tempo, quando os dois times tiveram maior número de falhas individuais e táticas, mas fizeram quatro gols, numa repetição constante de, jogadas ofensivas e erros das retaguardas, construindo um resultado justo e inesperado.
Pelo ritmo imposto pelo Grêmio nos primeiros 10 minutos de jogo (acompanhado das vaias da torcida, normal seria se esperar por mais um jogo sem gols ou então a vitória do Corintians, que mais procurava o gol de Picasso, por um a zero. Logo aos 8 minutos, o Corintians perdeu a grande chance de sair na frente: Vaguinho cruzou, Picasso rebateu e Russo, livre na pequena área, chutou prensado, formando uma confusão sem que a bola chegasse a entrar. Aos 21 minutos, num toque sutil de Adãozinho, a bola cobriu Picasso e o gol, saiu rente à trave. Aos 41′, outro gol perdido: Zé Maria ganhou de Bolívar, chegou livre à frente do goleiro e chutou, vendo a bola mansamente tomar o caminho da linha de fundo, com. César chegando atrasado.
Nesses três lances, o Corintians resumiu o domínio total a um adversário indeciso e sem a mínima coragem para partir em busca da vitória, Apenas Neca, inteligente e habilidoso, tentava as jogadas individuais, porem deixando Tarciso isolado entre Cláudio e Darei, enquanto os ponteiros Zequinha e Nenê eram dominados por Zé Maria e Vladimir.
Para perder essas três chances, o Corintians contou com a falta de imaginação de seus atacantes, com boa vontade mas sem nenhum sentido prático, principalmente pela péssima atuação de Vaguinho nessa fase e pelos seguidos passes errados de Adilson, sem que Russo ou Adãosinho tivessem o domínio de meio campo prejudicado, pois como o Grêmio apenas se defendia, Pita também podia atacar, porém sem noção.
Pelo quadro indefinido do primeiro tempo, mesmo com o gol de Adilson (aproveitou com um chute forte, da pequena área, o bom cruzamento de Vaguinho, após receber de Zé Maria), seria difícil sequer imaginar a correria e quatro gols no segundo tempo, quando muitos outros gols ainda poderiam ter sido marcados.
Logo aos 3 minutos, o Corintians chegou aos dois a zero e, pela movimentação dos atacantes, até a goleada passou a fazer parte das previsões. O gol foi de pênalti (bem cobrado por Cláudio), mas precedido de uma jogada inteligente: Adilson fez o lançamento longo para a corrida de Vaguinho. Ele venceu Bolivar, perdeu o pique e a bola para Beto que atrasou curto, permitindo a entrada de Vaguinho que chutou e não pode aproveitar o rebote ao ser seguro por Picasso pelas pernas.
Sérgio fez uma defesa excelente em cabeçada de Neca, mas foi indeciso no lance que originou o primeiro gol do Grêmio, aos 14 minutos. Rebateu uma bola alta que poderia segurar e Cláudio confundiu-se com Darci, deixando a sobra para o atacante Tarciso diminuir. Entretanto, como continuava ganhando o meio de campo e seus Jogadores se movimentavam em alta velocidade’ foi fácil chegar a três a um’ depois de boa jogada de Pita, cruzamento de Vaguinho e gol de cabeça de Vladimir, aos 19 minutos. Três a um suficientes para o Corintians parar.
O Grêmio criou coragem, diminuiu para 3 a 2 dez minutos depois (Volmir cobrou uma falta, Sérgio falhou e rebateu, Tarciso só tocou para o gol ) e, como o Corintians, perdeu outras chances de gol. A melhor de todas, com Zequinha, aos 34′ e, pelo Corintians, de Adilson’ aos 41′.
Até os 25 minutos, quando vencia por 3 a 1, o Corintians ainda foi superior e calmo, mas foi caindo, mesmo mantendo a vantagem. Russo parou em campo e deixou Adãosinho perdido entre Neca, lura e Cacau, que ainda contavam com o apoio de Volmir. Pita sentiu cansaço, César deixou de correr e, Milton Buzetto, manteve ao seu lado, no banco, o Volante Helinho, quando o Grêmio ganhava no centro do campo e partia para contra-ataques perigosos e envolventes, que só teve coragem de iniciar quando o jogo estava praticamente perdido” (Flavio Adauto, Folha de São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)
Reclamações, em futebol, principalmente depois de resultados negativos, já é algo comum por parte dos perdedores. Sempre, entre os derrotados, há alguém para culpar o juiz como o responsável pela vitória do time adversário. Ao finalizar a partida de ontem á tarde, frente ao Coríntians em São Paulo, dirigentes, treinador e jogadores do Grémio não esqueciam de justificar suas falhas apontando Luis Carlos Félíx como mal intencionado contra o Grêmio.
No inicio de suas explicações sobre a vitoria do Corintians, Ênio Andrade fez questão de dizer que não tem o hábito de acusar as arbitragens, mas quanto a de ontem ele não podia ficar quieto. Segundo o treinador do Grêmio, sua equipe foi bastante prejudicada pelo juiz, que estava influenciado pela torcida paulista e por isso prejudicou o Grêmio, principalmente em lances decisivos.
Para ele, antes de fazer falta em Vaguinho o lance que ocasionou o pênalti – Picasso tinha a bola segurada.
Para ele, Vaguinho empurrou Picasso e assim ele soltou a bola. Somente nesse momento o juiz assinalou falta e contra o Grêmio. Ênio garante que aquele lance não poderia ser pênalti, porque a primeira falta era a favor do Grêmio.
Depois de encontrar um culpado para a derrota , Ênio Andrade disse que o Grêmio, no período inicial, procurou observar o esquema tático do Coríntians e jogar da maneira mais tranqüila, para ir à frente, como fez no segundo tempo, Mas ele não esperava que o Coríntians, também procurasse jogar ofensivamente.” (Danilo Miralles, Zero Hora, 3 de novembro de 1975)
Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)
“CORÍNTIANS 3 X GRÊMIO 2
São Paulo — O Coríntians, jogando com aplicação tática e inteiramente na ofensiva, conseguiu com justiça uma boa vitória ontem, por 3 a 2, sobre o Grêmio, tendo no atacante Vaguinho sua principal figura em campo. Os gols do Coríntians foram marcados por Adilson, Cláudio de pênalti e Vladimir, assinalando Tarciso 2 para o Grêmio. A renda foi de Cr$ 442 mil 884, com 28 mil 126 pagantes, e o juiz foi Luis Carlos Félix, com excelente atuação.
REAÇÃO DESESPERADA O Coríntians atuou com Sérgio, Zé Maria, Darci, Cláudio e Vladimir; Russo, Adãozinho e Pita; Vaguinho, Adilson e César (Geraldo). O Grêmio, com Picasso, Celso, Tadeu, Beto e Bolívar; Cacau (Oscar), Iura e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê (Loivo).
Desde os primeiros minutos de jogo, o Coríntians se lançou inteiramente ao ataque. As oportunidades de gol foram surgindo a todo instante, mas Vaguinho, Adãozinho, Adilson e Pita as desperdiçavam infantilmente. Somente aos 45 minutos da primeira etapa foi que o quadro paulista traduziu em gol sua superioridade em campo: Zé Maria cobrou um córner curto para Vaguinho e este centrou certeiramente para Adilson completar para as redes.
No segundo tempo, o panorama do jogo não se modificou. Aos 4 minutos, Picasso cometeu um pênalti em Vaguinho. Cláudio cobrou e ampliou o placar para 2 a 0. Embora de maneira desordenada, principalmente pelo desentrosamento do meio de campo, o Grêmio reagiu na base do espirito de luta e aos 16 minutos marcou seu primeiro gol, através de Tarciso.
Entusiasmado com esse gol, o time gaúcho abandonou quase que completamente a defensiva, do que se aproveitou o Coríntians. Aos 21 minutos, Vaguinho centrou para a área e o zagueiro Vladimir cabeceou para as redes.
Depois dos 3 a 1, no entanto, Inexplicavelmente o time do Coríntians recuou. Aos 29 minutos, Tarciso, se aproveitando de uma rebatida do goleiro Sérgio, marcou o segundo gol do Grêmio. O quadro gaúcho voltou a se motivar e partiu decisivamente para o ataque que só não conseguindo o empate pelos erros dos seus próprios atacantes, principalmente Zequinha, na complementação das jogadas.” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)
GRÊMIO: Picasso; Celso, Tadeu, Beto Fuscão e Bolívar; Cacau (Osmar), Iúra e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê (Loivo) Técnico: Ênio Andrade
Campeonato Brasileiro 1975 – 2ª Fase – 8ª Rodada Data: 02 de novembro de 1975, domingo, 16h00min Local: Morumbi, em São Paulo, SP Público: 28.126 Renda: Cr$ 442.884,00 Árbitro: Luís Carlos Félix Auxiliares: Manoel Espezin Neto e Juan de La Passion Gols: Adílson aos 45 do 1º Tempo; Cláudio Marques (de pênalti) aos 4, Tarciso aos 15, Wladimir aos 20 e Tarciso aos 30 do 2º Tempo.
Abaixo temos uma foto de Valdir Friolin da Zero Hora, de Roger e Marcelinho Carioca no jogo Grêmio 0x1 Corinthians no Brasileirão 1994. O público foi de 24.128 (18.850 pagantes).
As últimas são de Guilherme Dieckmann (do blog Resenhas dos Meus Discos) da vitória do tricolor por 2×0 no Brasileirão de 2006. O público foi de 31.016 (26.368 pagantes).
No Brasileirão de 1995 o Grêmio conseguiu fazer o que ainda não havia feito naquela temporada: vencer o Corinthians.
Depois da partida foi noticiado o suposto interesse do Valencia em um troca de Viola por Jardel. Fábio Koff rechaçou tal negócio, por entender que o salário do ex-corintiano (de cerca US$ 45 mil) estava “muito acima” do que o Grêmio poderia pagar.
Vale lembrar que naquele ano o horário de sábado as 16h era o que a Globo transmitia futebol na TV aberta nos finais de semana.
Também cabe destacar que esse foi o último Brasileirão em que os times podiam atuar com calções e meias da mesma cor.
Foto: Guaracy Andrade (Zero Hora)
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“VITÓRIA SOBRE CORINTHIANS MELHORA POSIÇÃO NA TABELA
Apesar do desgaste provocado pelo jogo contra o Racing e a viagem de volta da Argentina – além de ter jogado sem os titulares Arce, Adilson e Dinho -, o Grêmio se superou e venceu o Corinthians sábado, no Estádio Olímpico, por 2 a 1. Jardel marcou os dois gols do Grêmio e Souza diminuiu. O Grêmio terminou o turno em sexto lugar com 12 pontos (ao lado do Juventude e Guarani). Corinthians continua em último, com oito. O próximo jogo do Grêmio será quinta-feira, em Salvador, contra o Bahia.
A precaução foi a estratégia das duas equipes no primeiro tempo. Consciente que não poderia manter um ritmo forte, O Grêmio procurou marcar e explorar a sua principal jogada de ataque: lançamentos para Jardel. A meta era vencer e melhorar na tabela.
Carlos Miguel teve uma boa chance aos dois minutos e o Corinthians respondeu com Célio Silva aos 36 minutos, quando a bola rebateu na trave. Mas a ousadia custou caro: no contra-ataque, Paulo Nunes, pela esquerda, cruzou e Jardel fez 1 a 0 de pé direito aos 37 minutos.
O Grêmio manteve o seu sistema no segundo tempo e logo aos dois minutos Elivélton perdeu a bola para Carlos Miguel, que lançou Arilson na direita. O meia cruzou para Jardel marcar o seu segundo gol. O avante corintiano Serginho foi expulso depois de atingir André Vieira. Logo depois Zé Elias agrediu Jardel – o juiz não viu e foi substituído.
O gol corintiano aos nove minutos, em belo lance de Souza, que acertou o ângulo superior esquerdo de Danrlei, mudou o plano do jogo. O Grêmio tratou de melhorar a marcação e garantir a vitória. A expulsão de Carlos Miguel, aos 43 minutos, não chegou a causar problema o time resistiu. ” (Zero Hora – Porto Alegre, segunda-feira, 9 de outubro de 1995)
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Foto: Guaracy Andrade (Zero Hora)
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“CORINTHIANS TERMINA 1º TURNO COM DERROTA
O Grêmio derrotou o Corinthians, por 2 a 1, ontem à tarde, no estádio Olímpico, em Porto Alegre, capital gaúcha, com dois gols do atacante Jardel. O meia-atacante Souza fez o único gol corintiano. As duas equipes já estavam fora da disputa, neste primeiro turno, da vaga das semifinais do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o time paulista continua na última colocação do Grupo A com o Flamengo. O Corínthians, campeão paulista, termina o primeiro turno com 8 pontos em 33 possíveis. O Flamengo tem ainda uma partida a disputar, hoje, contra o Cruzeiro. O Grêmio, campeão gaúcho, que, na quinta-feira passou à segunda fase da Supercopa dos Campeões da Libertadores, termina a primeira fase com 12 pontos. Na final da Copa do Brasil deste ano, o Corinthians venceu o Grêmio em Porto Alegre com gol de Marcelinho, que ontem não jogou por estar suspenso. Apesar de os times não terem chances, o jogo foi bastante disputado, com alguns lances violentos. Serginho, atacante do Corinthians, e Carlos Miguel, meia gremista, foram expulsos por cometerem faltas violentas. Aos 7min de jogo, o Corinthians fez sua primeira finalização. Após jogada de Serginho, Elivélton, pela esquerda, chutou por cima do gol defendido por Danrlei. O Grêmio chegou perto do gol adversário aos 12min. Paulo Nunes cruzou a direita e Jardel disputou a bola de cabeça com o zagueiro Célio Silva. O bola passou por cima do gol. Jardel pediu toque de mão de Célio Silva, mas o árbitro Léo Feldman não marcou. A melhor chance do Corinthians no primeiro tempo aconteceu aos 35min. Célio Silva, após cobrança de escanteio, passou por zagueiro adversário e chutou na trave. O primeiro gol do Grêmio aconteceu dois minutos depois: Paulo Nunes avançou pela esquerda e cruzou. Jardel deixou os zagueiros para trás na corrida, e finalizou à direita de Ronaldo, no contrapé. Os outros dois gols aconteceram logo no início do segundo tempo. O Grêmio marcou primeiro. Aos 4min., Arílson dominou no lado direito da área corintiana e cruzou para Jardel, que completou na frente do gol, sem marcação. O Corinthians descontou aos 10min. Jorginho recebeu passe na esquerda e virou para o meia Souza, no lado direito, que dominou a bola no peito e arrematou forte, com o pé direito.” (Folha de São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995)
Foto: Paulo Fraken (Zero Hora)
“O JOGO: A partida foi equilibrada, com alguns momentos de domínio de um ou outro time. Só que a Grêmio tinha Jardel, que aproveitou as suas duas únicas oportunidades.” (Placar, Tabelão 1995, nº 9)
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“[…] No jogo contra o Grêmio, segundo o Datafolha, o Corinthians finalizou 15 vezes. Dessas, 11 foram erradas. A expulsão do atacante Serginho no jogo de anteontem também contribuirá para a estréia de Clóvis no Corinthians. Segundo Serginho, a expulsão foi injusta. “Eu dividi uma bola sem nenhuma maldade. Se acertei alguém, não foi de propósito.” Com a derrota para o Grêmio, o Corinthians confirmou a sua fraca campanha no primeiro turno do Brasileiro, quando somou apenas oito pontos e acabou nas últimas colocações. “A tabela ainda não terminou. Temos o desafio de fazer uma campanha totalmente diferente nas próximas partidas. E isso vai ocorrer”, afirmou Amorim. O treinador corintiano disse que a marcação do time melhorou no jogo contra o Grêmio. “O jogo foi equilibrado. Mesmo com um jogador a menos no segundo tempo, quase conseguimos reagir”, afirmou.” (Leo Gerchmann, Folha de São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995)
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“Grêmio critica excesso de jogos
O volante Luís Carlos Goiano disse que vários jogadores do Grêmio estão “sentindo desgaste físico” devido ao excesso de jogos. Os jogadores chegaram a pedir que a direção do clube tome providências para mudar o calendário. O Grêmio fez contra o Corinthians a sua 81ª partida em 1995. “Está muito difícil. Nós jogamos contra o Racing, na Argentina, pela Supercopa e, dois dias depois, pegamos o Corinthians com a obrigação de vencer para não ficarmos na lanterna do Brasileiro”, disse o atacante Jardel. O técnico Luiz Felipe afirmou que está até mudando seu comportamento para se adaptar ao momento que a equipe atravessa. “Eu tenho que ser mais compreensivo com os jogadores, chego a ser paternalista”, disse. Francisco Roig, presidente do Valencia, da Espanha, desmentiu ontem que o clube tenha acertado a troca do atacante Viola pelo gremista Jardel. Segundo Roig, Viola, que vem enfrentando problemas de adaptação na Espanha, “só voltará ao Brasil em troca de dinheiro”.(Leo Gerchmann, Folha de São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995)
GRÊMIO: Danrlei; André Vieira (Carlos Alberto), Rivarola, Scheidt e Roger; Gélson , Luiz Carlos Goiano, Arílson (Emerson) e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Jardel (Magno). Técnico: Luiz Felipe Scolari
CORINTHIANS: Ronaldo; Vítor , Célio Silva (Fabinho Fontes), André Santos e Silvinho; Zé Elias (Marcelinho Paulista), Júlio César, Souza e Elivélton ; Jorginho (Leônidas) e Serginho Técnico: Eduardo Amorim
Brasileirão 1995 – 1ª Fase – Grupo A – 1º Turno – 11ª Rodada Data: 7 de outubro de 1995, sábado, 16h00min Local: estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS Público:8.155 (5.444 pagantes) Renda: R$ 52.851,00 Juiz: Leo Feldman (RJ) Auxiliares: Jorge Carius Silva e Paulo Jorge Cartões Amarelos: Zé Elias, André Santos; Scheidt, Roger, Goiano, Jardel Cartões vermelhos:Serginho (7 do 2º tempo) e Carlos Miguel (44 do 2ºtempo) Gols : Jardel, aos 37 minutos do primeiro tempo e aos 4 minutos do segundo tempo; Souza, aos 10 minutos do segundo tempo