
Foto: Correio do Povo
O único jogo da história entre CSA e Grêmio aconteceu em Maceió, na primeira rodada do Brasileirão de 1975. Vitória dos mandantes com um gol de Ênio Oliveira.
O detalhe é que o Grêmio usou a camisa celeste na partida, assim como fora feito em várias outros jogos da temporada (como nos clássicos pelas finais do Gauchão, disputados alguns dias antes),
“GRÊMIO ERROU DEMAIS E PERDEU EM MACEIÓ
MACEIÓ (CP) — O Grêmio estreou mal na Copa. Brasil, sendo derrotado pelo Clube Sport Alagoano por 1 a 0, ontem à noite, no Estádio Rei Pelé, sem conseguir mostrar o seu jogo e sem corresponder ao favoritismo que lhe era atribuído. A rigor, o Grêmio só mostrou um bom futebol nos primeiros 15 minutos; depois, devido a algumas atuações realmente fracas, como as do estreante Osmar, de Nenê e Neca, a equipe gaúcha cedeu terreno e permitiu que o CSA marcasse seu golo e resistisse até o final. O Grêmio, no segundo tempo, pressionou bastante, mas nunca de maneira correta, em que pese ter perdido algumas oportunidades para marcar, o que também ocorreu com o time local, que atuou mais na base do contra-ataque.
BOM COMEÇO
O Grêmio entrou em campo cercado de certo favoritismo e chegou a mostrar um bom futebol nos minutos iniciais, de grande movimentação e tomando sempre a iniciativa dos ataques. Aos poucos, porém, a equipe local, bem fechada em sua meia-cancha com quatro elementos e firme na defesa, foi bloqueando as iniciativas gremistas. Embora o predomínio gaúcho, o CSA buscava os contra-ataques e foi num desses que aos 23 minutos que o Grêmio foi surpreendido por uma jogada de alta velocidade que começou com um passe de Roberto Menezes para Torino e um lançamento deste para Ênio (ex-jogador do Aimoré) que driblou Sérgio Vieira e chutou forte a golo, com Picasso debaixo de sua meta.
O golo perturbou um pouco o time gremista. Dali para a frente, começaram a se fazer sentir de forma mais acentuada as deficiências de sua meia-cancha, onde Osmar atuava praticamente parado, apático, sem domínio de bola e errando passes. Com isso, Neca também teve seu rendimento prejudicado, no setor, apenas Cacau, muito esforçado, e tendo que fazer o trabalho praticamente sozinho.
PRESSÃO INÚTIL
O Grêmio deu a impressão, no início do segundo tempo, que poderia mudar o placar: voltou com mais disposição e tentando o golo de qualquer forma. Muito rápido, porém, a boa colocação tática e a excelente cobertura defensiva do adversário foram tornando inúteis todas as pressões gremistas. A equipe de Ênio Andrade viu-se, de certa forma, reduzida apenas à boa atuação de Zequinha, aos esforços de Tarciso e Cacau e a uma defensiva, onde apenas Ancheta e Beto mostravam-se seguros. Aos 23 minutos, Nenê, muito bem marcado por Rogerio, saiu para entrar Loivo, que também nada realizou. E, aos 30, Cláudio substituiu ao apático Osmar.
Embora um certo predomínio e mais tentativas de ataque, o Grêmio não conseguiu desmanchar o bom esquema montado pelo treinador Laerte Dória do CSA. Ênio Andrade, no final, explicou a derrota com fato do adversário jogar fechado e com quatro na meia cancha. Disse que o CSA atuo no contra-ataque e teve sorte em fazer um golo. O rendimento de Osmar — segundo o técnico — não surpreendeu, pois que sabia que não tinha condições de agüentar os 90 minutos. E gostou da estréia de Sérgio Vieira.” (Correio do Povo, 21 de agosto de 1975)
CSA 1×0 Grêmio
CSA: Rafael, Natal, Geraldo, Zé Preta e Rogério; Nei Conceição, Roberto Menezes e Soareste; Enio (Jorge Siri), Ferreti (Helio) e Torino.
Técnico: Laerte Dória
GRÊMIO: Picasso, Vilson, Beto, Ancheta e Sergio Vieira; Cacau, Osmar (Claudinho) e Neca; Zequinha Tarciso e Nenê(Loivo)
Técnico: Ênio Andrade
Brasileirão 1975 – 1ª Fase – 1ª Rodada
Data: 20 de agosto de 1975, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio Rei Pelé, em Maceió – AL
Público: 17.356
Renda: Cr$ 213 543,00
Árbitro: Silvio Acacio (SP)
Auxiliares: Luís Digerson Lima e Túlio Jatobá Costa (AL)
Cartões amarelos: Torino, Rogerio e Ancheta
Gol: Enio, aos 25 do 1º tempo