O economista Fernando Ferreira, responsável pelo levantamento,
afirma que “
Em uma temporada completa (estaduais+nacionais) vendem-se 15 milhões de ingressos e encalham 55 milhões” e
questiona: “
Em qualquer setor da economia, quando você tem um produto com tal nível de encalhe, é de se esperar que se tomem medidas visando a redução de seu preço e/ou a melhora da qualidade do mesmo, de forma a resolver tal problema. Por que no futebol tem que ser diferente?” Ainda que se considere as peculiaridades do esporte/futebol me parece que o questionamento é bastante válido.
Esse é um ponto que tem me incomodado na Arena em 2013, o espaço ocioso (e os ingressos que deixam de ser vendidos). O economista
Ricardo Araújo, autor do blog sobre Novas Arenas na revista exame, fez um
raio-x sobre a Arena tricolor e abordou o tema:
“A Arena, como projeto arquitetônico e execução, é muito boa. Funcional, possui ótimos espaços que podem ser aproveitados comercialmente (o número de lojas poderia ser maior), bem setorizada, bom acabamento geral, confortável para todos os públicos (público, atletas, e imprensa), visibilidade excelente de todos os setores (além de boa acessibilidade para cadeirantes), vagas internas de estacionamento em número razoável, boa quantidade de banheiros e pontos de alimentação, espaços de circulação amplos, áreas de hospitalidade muito confortáveis (bem decoradas e com metragem adaptável) e com bom espaço para ações corporativas.
Em relação à operação do estádio, ainda existem alguns desafios a vencer. Em termos de ocupação do mesmo, é preciso estabelecer rapidamente uma política de revenda dos ingressos não utilizados/confirmados pelos sócios do Grêmio. Lugar demandado e não ocupado, é prejuízo. Em termos comerciais, ainda existe dificuldade na venda dos camarotes, de estabelecer uma agenda mais profícua de eventos, na locação das lojas, e na venda dos direitos de nomeação. Além disso, ainda não foi encontrada uma solução tecnológica viável, em termos de custo x benefício, para permitir transmissão de dados suficiente para tornar a arena uma plataforma de negócios relevante. “
E afinal, qual é a taxa de ocupação da Arena em 2013*? Abaixo segue uma tabela com os números da nova casa gremista, onde se vê que na média a ocupação nesses primeiros 19 jogos foi de 45,35%.
E será que isso significa um acréscimo em relação a 2012? A média de público nos 36 jogos disputados no Olímpico no ano passado** foi de 24.55 (19.532 pagantes por jogo). Se considerarmos que a capacidade máxima do Olímpico em 2012 era de 47.000 lugares ***, a taxa de ocupação foi de 52,45%.