Archive for the ‘Estudiantes’ Category

Libertadores 2018 – Grêmio 2×1 Estudiantes (Grêmio 5×3 nos pênaltis)

August 29, 2018

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O golaço de Everton (aproveitando brilhante assistência de Jael) logo aos cinco minutos parecia encaminhar uma classificação tranquila. Mas essa aparente tranquilidade foi embora da Arena três minutos mais tarde, quando Lucas Rodríguez aproveitou uma falha da defesa tricolor para empatar a partida.

A partir daí o jogo, apesar do claro controle gremista (81% de posse de bola), foi de pura tensão. O Estudiantes se entrincheirou nas redondezas da sua área visando segurar o empate e eventualmente especular no contra-ataque. O Grêmio propunha o jogo de maneira  a não ceder esse contra-ataque, mas apesar de insistir bastante, não tinha chances tão claras de marcar o segundo gol.

No segundo tempo a pressão continuou, e o time do Grêmio fugiu um pouco da sua característica, optando por forçar um pouco mais o jogo aéreo (até porque a essa altura já tinha dois centroavantes em campo e de certa forma era isso que o jogo “pedia/permitia”). E foi na bola área, aos 47 minutos do segundo tempo que saiu o gol que levava a decisão para os pênaltis: Alisson tomou a frente da zaga, antes do primeiro pau, desviou de cabeça o cruzamento feito por Luan.

Nos pênaltis, todas as cobranças tricolores foram bem executadas, enquanto Campi chutou por cima do travessão.

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Geromel, que tem crédito de sobra, falou abertamente sobre seu erro no lance do gol do Estudiantes. De fato não era lance para tentar sair jogando. Mas Jaílson também se equivocou na origem da jogada, ao tentar carregar a bola quando estava cercado por três adversários.

Se Geromel esteve um pouco abaixo do seu padrão habitual, Kannemann compensou com uma atuação épica. Ele esta fazendo uma temporada ainda melhor do que a de 2017.

Pepê entrou bem no jogo. Mostrou personalidade ao pedir bola e partir para cima da defesa adversária.

Muito legal a defesa que que o capitão Maicon fez do seu colega André.

O “Brujo” Manuel, esteve, pela segunda vez no ano na Arena. E pela segunda vez no ano o Grêmio acertou todas as cobranças de pênaltis.

Esse uniforme cinza do Estudiantes, ao menos para mim, causou uma certa confusão na hora de distinguir os atletas. O tom de cinza na parte da frente era bem escuro e pouco contrastava com as listras pretas da camisa do Grêmio. E o tom de cinza da meia era claro demais para distinguir com clareza da meia branco dos atletas gremistas. Não entendi porque o Estudiantes não utilizou a mesma configuração de fardamento vista no seu jogo anterior, com camisa titular vermelha e branco e calção branco.

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Gremio x Estudiantes

Ontem o Grêmio teve seu maior público pagantes em um jogo de oitavas de final da Libertadores. O maior público total de um jogo de oitavas segue sendo registrado na partida contra o River Plate em 2002 com 50.838 (44.715 pagantes)

– Média de público do Grêmio na temporada:
24.389 (22.257 pagantes)

– Média de público do Grêmio na Arena na Libertadores 2018:
33.014 (30.758 pagantes)

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Fotos: Opta, Ricardo Giusti (Correio do Povo), Itamar Aguiar ( Gazeta EsportivaLa Nacion) Olé (AFP), Estudiantes de La Plata, Lucas Uebel (Grêmio.net) e Grêmio (Instagram)

Grêmio 2×1 Estudiantes

(Nos pênaltis: Grêmio 5×3 Estudiantes)

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Léo Moura (André, aos 24’/2°T), Geromel, Kannemann e Cortez; Jaílson (Pepê, aos 34’/2°T), Maicon, Ramiro (Alisson, intervalo), Luan e Everton; Jael.
Técnico: Renato Portaluppi

ESTUDIANTES: Mariano Andújar; Facundo Sánchez, Fabián Noguera, Jonathan Schunke e Gastón Campi; Iván Gómez, Rodrigo Braña, Lucas Rodríguez, Iván Erquiaga (Pablo Luguercio, aos 16’/2°T) e Matías Pellegrini (Carlo Lattanzio, aos 24’/2°T); Juan Apaolaza (Nicolás Bazzana, aos 43’/2°T)
Técnico: Leandro Benítez

Libertadores 2018 – Oitavas de final – Jogo de volta
Data: 28/8/2018, terça-feira, 21h45min
Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre -RS
Público: 48.082 (45.420 pagantes)
Renda: R$ 2.171.893,00
Árbitro: Eber Aquino (PAR)
Assistentes: Juan Zorrilla e Dario Gaona (ambos do PAR)
Cartões amarelos: Maicon, Ramiro, Léo Moura, Alisson (GRE); Facundo Sánchez, Pablo Luguercio, Gastón Campi, Carlo Lattanzio, Rodrigo Braña (EST)
Gols: Everton, aos 5 minutos e Lucas Rodríguez, aos 8 minutos do primeiro tempo; Alisson, aos 47 minutos do segundo tempo.

Pênaltis: Maicon(converteu), Lucas Rodríguez (converteu), Everton(converteu), Campi (chutou para fora), Jael (converteu), Noguera (converteu), Alisson(converteu), Lugüercio(converteu) e André(converteu).

Confrontos entre Grêmio e Estudiantes em Porto Alegre

August 28, 2018

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Segue abaixo uma lista de todos confrontos entre Grêmio e Estudiantes em Porto Alegre, com links para posts com a ficha de cada um deles:

Amistoso em 1948 – Grêmio 2×0 Estudiantes – Público: 6.696 (5.107 pagantes)
Amistoso em 1952 – Grêmio 1×1 Estudiantes – Público: 8.020 pessoas
Libertadores de 1983 – Grêmio 2×1 Estudiantes – Público: 24.544 pagantes
Supercopa 1989 – Grêmio 0x1 Estudiantes – Público: 14.040 pagantes
Supercopa 1990 – Grêmio 1×0 Estudiantes – Público: 15.103 pagantes
Supercopa 1997 – Grêmio 3×2 Estudiantes – Público: 4.114 pagantes

Amistoso em 1952 – Grêmio 1×1 Estudiantes

August 28, 2018
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Uma fase do embate de ontem, vendo-se Gago em plena ação, ao defender uma centrada de Pelegrina” (Correio do Povo – 22 de janeiro de 1952)

O segundo confronto Grêmio e Estudiantes da história aconteceu em janeiro de 1952. Os relatos da época (transcritos abaixo) fazem loas a maneira  cavalheiresca que a partida transcorreu, citando um lance de fair-play do meio-campista Carraquini. Esse temor, em parte,  se explicava pelo desfecho pouco civilizado que o amistoso de 1948 teve.

Mas eventos mais próximos também geraram essa insegurança quanto ao comportamento no estádio. Cinco dias antes, o Grêmio derrotou o Ferro Carril, por 1×0, na Colina Melacólica, e a torcida tricolor invadiu o campo em duas ocasiões: Aos 7 minutos do segundo tempo, para comemorar o gol de Camacho e ao final da partida, na tentativa de agredir os jogadores argentinos. Por essa razão o amistoso com o Estudiantes foi marcado para os Eucaliptos, um dos poucos estádios da cidade que tinha alambrado ao redor do campo de jogo.

Como curiosidade, vale citar que o Estudiantes era treinado pelo escocês Neil McBain, que, como jogador, chegou a atuar em uma partida da terceira divisão inglesa aos 51 anos (o detalhe é que ele jogou como goleiro, apesar de ter feito carreira, com passagens por Manchester United e Liverpool, como meio campista).

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GRÊMIO E ESTUDIANTES DE LA PLATA
TERMINARAM EMPATADOS NUMA PELEJA SENSACIONAL
Continuam os tricolores invictos frente a esquadrões argentinos — 1 x 1, o marcador, goals de Pedrinho e infante — Ótima arbitragem de Foguinho — Renda muito boa: Cr$ 110,745,00

Um espetáculo magnífico o nosso público apreciou, ontem, quando, à luz dos refletores do Estádio do Eucaliptos, o esquadrão de profissionais do Estudiantes de La Plata, da capital argentina, estreou em nossos gramados, enfrentando o homogêneo conjunto do Grêmio Porto-Alegrense.
Desde o início da pura, antecedida de uma gentil troca de flâmulas entre os capitães das duas equipes, notou-se perfeito equilíbrio nas ações, com cargas de parte a parte e constante perigo para as duas métas.
Os argentinos, não há negar, mostravam-se mais perfeitos no jogo de conjunto, tramando com habilidade e procurando o arco gremista por meio de tiros de longe, alguns dos quais passaram rentes ao arco de Sergio, enquanto outros eram defendidos pelo keeper e pelos zagueiros.
Coube, entretanto, ao Grêmio marcar em primeiro lugar, o que sucedeu aos 7 minutos de luta: Ferraz deu ótimo centro e Pedrinho emendou espetacularmente, conquistando um dos mais sensacionais e indefensáveis tentos dos últimos tempos entre nós.
Houve a consequente reação dos visitantes, mas os tricolores, agora mais calmos, voltaram a controlar habilmente as jogadas, lutando de igual para igual e fazendo a assistência vibrar de instante a instante.
Um gesto altamente esportivo e digno de aplausos teve o médio Carriquini aos 34 minutos: vendo Sarará machucado e caído ao chão, o craque argentino mandou, propositalmente, a bola para fora do campo, a fim de que o adversário fosse conveniente socorrido, o que lhe valeu os aplausos populares.
Até o antepenúltimo minuto da fase final, o embate prosseguiu com a supremacia do Grêmio no marcador, parecendo que o triunfo tricolor já estava plenamente assegurado.
O Estudiantes, entretanto, reagiu espetacularmente e, nos últimos dez minutos, começou a tirar vantagens do cansaço dos locais.
Cargas repetidas eram levadas a área do clube da Baixada, notadamente por intermédio do ponteiro Giosa, vendo seus esforços coroados ele êxito, aos 43 minutos, ocasião em que Infante, valendo-se de uma defesa parcial, empurrou o balão para o fundo das malhas porto-alegrenses.

Pouco depois, terminava o sensacional embate, com o marcador acusando um golo para cada, como justo prêmio ao esforço, á combatividade e á técnica evidenciada pelos dois valorosos antagonistas.
Brasileiros e argentinos confraternizaram, assim, em uma peleja á altura das suas tradições esportivas, por intermédios dos seus disciplinados atletas do Grêmio Porto-Alegrense e do Estudiantes de La Plata. — Jogaram as seguintes equipes:

GRÊMIO – Sergio; Gago e Danton: Hugo, Sarará Bentevi (Altino); Balejo (Dario), Ferraz, Camacho (Geada), Pedrinho e Robinson (Gorrion).
ESTUDIANTES — Ogando (Gioffre); : Violini e Bouché (Casenueva); Garcerón, Ferretti e Carriquini: Giosa, Barreiro (Baiocco), Infante, Antonio e Pelegrina.

– Sarará foi “a melhor figura da equipe local, apoiando e defendendo com oportunismo. Seguiram-se-lhe em méritos, Gago e Bentevi, na defesa, e Farraz e Camacho no ataque. Quanto aos argentinos, destacaram-se o zagueiro Violini, Garcerón, uni veterano cancheiro e muito técnico, Ferretti„ Giosa, Infante e Pelegrina, este último mais pelos tiros perigosos ao arco, que punham em polvorosa a defesa gremista.

– Para completar o cenário da magnifica noitada esportiva, o árbitro Foguinho teve correto desempenho, controlando a peleja com energia e segurança.
– A renda foi excelente, passando pelas bilheterias a importância de Cr$ 110.745,00, com uma assistência de 8.020 pessoas.” (Correio do Povo – 22 de janeiro de 1952)

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EMPATE SENSACIONAL NOS EUCALIPTOS
Grêmio Pôrto Alegrense e Estudiantes de La Plata, dividiram as honras do triunfo, empatando em 1 tento – Pedrinho, num “sem pulo” espetacular, conquistou o tento dos locais – Infante, faltando dois minutos para o final do prélio, marcou para os argentinos – ótima arrecadação: Cr$ 110.745 – Belo gesto de Carriquiri – Oswaldo Rola foi o árbitro” (Jornal do Dia, 22 de janeiro de 1952)

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Grêmio 1×1 Estudiantes

GRÊMIO: Sergio; Gago e Danton: Hugo, Sarará Bentevi (Altino); Balejo (Dario), Ferraz, Camacho (Geada), Pedrinho e Robinson (Gorrion)
Técnico: Telêmaco Frazão de Lima

ESTUDIANTES: Ogando (Gioffre);  Violini e Bouché (Casenueva); Garcerón, Ferretti e Carriquini: Giosa, Barreiro (Baiocco), Infante, Antonio e Pelegrina.
Técnico: Neil McBain

Data: 21 de janeiro de 1952, segunda-feira
Local: Estádio dos Eucaliptos
Juiz: Oswaldo Rolla
Público: 8.020 pessoas
Renda: Cr$ 110.745,00,
Gols: Pedrinho, aos 7 minutos do primeiro tempo e Infante, aos 43 minutos do segundo tempo

Supercopa 1990 – Grêmio 1×0 Estudiantes

August 28, 2018

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Em 1990, Grêmio e Estudiantes se enfrentaram pelo segundo ano seguido na Supercopa.Novamente nas quartas de final. Novamente com o jogo de ida sendo realizado em Porto Alegre.

Mas em 1990 o Grêmio, já sob o comando de Evaristo de Macedo, saiu na frente, fazendo o 1×0 em casa com um gol contra de Prátola.

Interessante notar nas matérias abaixo (mais precisamente na reportagem do Pioneiro), que já havia um debate sobre poupar jogadores no Brasileirão
1990 Gremio1x0 Estudiantes supercopa Craviotto Assis valdir friolin b

GRÊMIO VENCE ESTUDIANTES NA RAÇA
O jogo foi violento, teve três expulsões, mas o Grêmio mostrou bom preparo físico e venceu por 1 a 0. Agora o empate serve

Numa partida extremamente nervosa e com muitos lances violentos, o Grêmio venceu ao Estudiantes por 1 a 0, ontem à noite, no Estádio Olímpico, em sua estréia na terceira edição da Supercopa. O gol foi do zagueiro Pratula, contra, aos 33 minutos do segundo tempo. Agora, o clube gaúcho enfrenta os argentinos em La Plata, no próximo dia 8, jogando apenas por um empate.

Uma derrota por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis.
No primeiro tempo, houve de tudo. Menos futebol. O Grêmio bem que tentou, mas ficou muito difícil. O Estudiantes fechava os espaços. As
ações ofensivas ficaram limitadas a algumas iniciativas de Assis, de fora da área e a uma cabeçada de Nilson, que Yorno defendeu bem. Em compensação, o árbitro paraguaio Carlos Maciel foi obrigado a distribuir vários cartões para conter a violência.

No segundo tempo, um pouco mais calmos, os dois times trataram de jogar futebol. Os argentinos continuaram eficientes na marcação, mas inexistentes no ataque. Em contrapartida, o Grêmio seguiu tentando e mostrou porque é vice-líder do Campeonato Brasileiro, mostrando excelente preparo físico, superando os argentinos. O gol aconteceu aos 33 minutos, depois de excelente jogada de Caio: depois do chute, a bola bateu no zagueiro Pratula e entrou. O time gaúcho perdeu várias oportunidades para ampliar o placar. No outro jogo da noite, pela Supercopa, o, River Plate goleou o Olímpia por 3 a O. gois de Berti e Medina Bello (2), em Buenos Aires. ” (Antonio Bavaresco e José Evaristo Villalobos, Zero Hora, 1º de novembro de 1990)

DEPOIS DA GUERRA, UM AMBIENTE DE ALEGRIA
Foi um jogo muito disputado, catimbado pelos argentinos que resistiram até os 33 minutos do segundo tempo. Mas o Grémio venceu e garantiu a vantagem para a partida de volta, quarta-feira da próxima semana, em La Plata. O técnico Evaristo de Macedo estava muito contente com o resultado final:
— Foi excelente para nós. Jogamos melhor, atacamos mais. Eles chegaram poucas vezes no nosso gol. No início, o pessoal entrou um pouco na catimba deles, mas no intervalo, com calma, nos recompomos e chegamos à vitória, que foi mesmo o resultado mais justo.
Entre os jogadores o sentimento era o mesmo. Todos reconheceram que foi muito difícil, mas importante, vencer em Porto Alegre:
— O que se viu em campo hoje ontem não foi um jogo, mas sim uma guerra. E o Grémio mostrou que está pronto para superar todo o tipo de dificuldade que enfrentar — destacou o ponteiro Maurício.
O meio-campista Assis mostrava aos repórteres as marcas em suas pernas dos pontapés recebidos pelos adversários e confia em novo resultado positivo em La Plata:
— O Grêmio mostrou ter uma equipe mais entrosada e o estado do gramado, pesado, nos prejudicou muito. Se não tivesse chovido, creio que poderíamos ter vencido por mais gols. ” (Antonio Bavaresco e José Evaristo Villalobos, Zero Hora, 1º de novembro de 1990)

BANDEIRA PREVIU AS EXPULSÕES
O vice de futebol do Grêmio, Rafael Bandeira dos Santos, confessou ter vivido momentos de muita apreensão durante o jogo de ontem, especialmente no primeiro tempo, devido à catimba do Estudiantes:
— Senti que o árbitro estava muito complacente e previ que só com expulsões o ambiente ficaria mais calmo. Bastou isso acontecer para o Grêmio se impor e poderíamos ter deixado o campo com um resultado ainda mais favorável. Houve uma melhora significativa em relação ao ano passado, quando perdemos em Porto Alegre para o mesmo adversário — lembrou.
Bandeira disse que o Estudiantes veio a Porto Alegre pensando apenas em não perder e tentando complicar. Mas confia na obtenção de outro bom resultado em La Plata:
— Passamos por uma grande fase e, por isso, a idéia é jogar com os titulares disponíveis em Juiz de Fora, contra o Flamengo, para manter o conjunto.
Jandir, com três amarelos, está fora. Donizete retorna.” (Antonio Bavaresco e José Evaristo Villalobos, Zero Hora, 1º de novembro de 1990)

TRISTEZA DE VILSON, UM GUERREIRO
Ele esteve envolvido em atritos com os adversários desde o inicio da partida. Vilson entrou duro nos lances, reagiu à catimba dos adversários, levou cartão amarelo e depois o vermelho. Teve seu nome gritado pela torcida quando deixou o campo:
– Fico chateado por ter sido expulso, mas mantive meu estilo de jogo sério, enquanto os adversários queriam confusão. Infelizmente, recebi cartão amarelo e, depois de uma outra confusão causada pelos argentinos no segundo tempo, acabei expulso.
Vilson garante que será um torcedor especial de seus companheiros em La Plata:
– No ano passado, estava na reserva do Edinho, que foi expulso no início, e entrei. Também deu muita confusão em campo, mas o Grêmio mostrou muita raça, não se intimidou com o ambiente hostil criado e obteve o resultado positivo. Tenho certeza de que meus companheiros não irão decepcionar.” (Antonio Bavaresco e José Evaristo Villalobos, Zero Hora, 1º de novembro de 1990)

GRÊMIO ESTRÉIA COM VITÓRIA NA SUPERCOPA
O Grêmio estreou com o pé direito na Supercopa dos Campeões da América, vencendo o Estudiantes de La Plata por 1×0, ontem à noite no Estádio Olímpico. O gol foi contra, num cruzamento de Caio que foi chutado por Alfinete, aos 34 minutos da etapa final. O jogo teve ainda duas expulsões: Vílson, do Grêmio, e Craviotto do Estudiantes. O Grêmio só não ampliou o marcador porque encontrou uma equipe de marcação muito forte, não deixando a equipe gremista jogar. Mas no segundo tempo o Grêmio voltou determinado a marcar e desde os primeiros minutos levava perigo ao gol de Yorno. Até que aos 34 minutos, num cruzamento de Caio, Alfinete chutou e a bola desviou no zagueiro argentino, abrindo o marcador. Aos 42 minutos da etapa final quase Assis amplia o marcador, não fosse a grande defesa do goleiro argentino. O Grêmio volta a jogar pela Supercopa no dia 8 de novembro, quando fará a partida de volta, contra o mesmo Estudiantes. A equipe de Evaristo precisa somente de um empate para chegar à semifinal e sonhar com o único título que ainda falta. ” (Folha de Hoje, 1º de novembro de 1990)

GRÊMIO ARRANCA COM VITÓRIA NA SUPERCOPA

Depois de enfrentar o Estudiantes pela Supercopa ontem à noite e vencer por 1 a 0 com gol contra de Patrula no final do 2º tempo, o Grémio volta a pensar no Campeonato Brasileiro e convive com um dilema: usar os melhores jogadores contra o Flamengo, domingo em Juiz de Fora — o Maracanã esta interditado — e lutar pela liderança geral, ou preservar alguns titulares visando o jogo de volta da Supercopa, quarta-feira, em La Plata contra o mesmo Estudiantes. O técnico Evaristo de Macedo prefere ser cauteloso: – é uma questão para se pensar. Já estamos classificados no Campeonato Brasileiro, mas realmente seria ótimo assumir a liderança, caso consigamos nova vitória e o Atlético perca ponto. Mas não podemos esquecer que vamos enfrentar o Estudiantes de novo. E lá fora.

No jogo de ontem o Grêmio cometeu alguns erros, principalmente no setor de meio campo quando o time foi envolvido pela catimba dos argentinos. Assim, depois da revisão médica de hoje o Evaristo decide se preserva alguns jogadores. O técnico, com certeza, não poderá contar com Jandir — terceiro cartão amarelo —, mas terá a volta de Donizete, que jogou a partida da Seleção Brasileira contra o resto do mundo, ontem à tarde, na festa dos 50 anos de Pele, em Milão. Porém, que o goleiro Sidmar tenha uma nova chance, assim como o lateral China e o meia Darci, reservas que precisam de movimentação. A vitória de ontem deu um pouco de tranqüilidade ao time gremista, porém sabe que o jogo em La Plata vai ser uma verdadeira guerra. ” (Pioneiro – 1º de novembro de 1990)

Fotos: Valdir Friolin (Zero Hora)

Grêmio 1×0 Estudiantes

GRÊMIO: Gomes; Alfinete, João Marcelo, Wilson e Hélcio; João Antonio (Darci), Jandir, Caio e Assis; Mauricio e Nilson
Técnico: Evaristo de Macedo

ESTUDIANTES: Yorno; Craviotto, Iribarren, Prátola e Erbin; Peinado, Trotta e Commiso; Gonzalez, Luna (MacAllister), Centurión (Loza)
Técnico: Humberto Zucarelli

Supercopa 1990 – Quartas de final – jogo de ida
Data: 31 de Outubro de 1990, quarta-feira
Local: Estádio Olímpico Monumental, em Porto Alegre, RS
Público: 15.103 pagantes
Renda: Cr$ 6.659.000,00
Árbitro: Carlos Maciel (Paraguai)
Auxiliares: Astério Martins e Sabino Faria
Cartões Amarelos: Vilson, Craviotto e MacAllister
Cartões Vermelhos: Vilson, Centurion e MacAllister
Gol: Prátola, contra, aos 33 minutos do segundo tempoo

Supercopa 1989 – Grêmio 0x1 Estudiantes

August 27, 2018
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Foto: Fernando Gomes (Zero Hora)

A primeira partida de mata-mata entre Grêmio e Estudiantes aconteceu no  em outubro de 1989, no estádio Olímpico, pelo jogo de ida das quartas de final da Supercopa de 1989.

O tricolor contava com praticamente o mesmo time que havia conquistado a primeira edição da Copa do Brasil poucos meses antes. Uma novidade na escalação foi o goleiro Gomes, que acabou sendo personagem na partida. Falhando no gol dos visitantes e se redimindo defendendo um pênalti sete minutos depois (os dois lances em conclusões do atacante Cariaga).

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Foto: José Doval (Zero Hora)

GRÊMIO JOGA MAL, PERDE E AGORA PRECISA VENCER BEM EM LA PLATA
O Esquema de Cláudio não funcionou. A derrota deixa o sonho de um título inédito um pouco mais distante. Gomes ainda pegou um pênalti.

O Grêmio perdeu de 1 a O para o Estudiantes, ontem à noite e terá que vencer por dois gois de diferença, em La Plata, na próxima quarta-feira. O time argentino foi sempre melhor e, com seu esquema defensivo, mas eficiente, deu uma aula de futebol ao amarrado Grêmio, que mostrou não saber jogar contra equipes retrancadas.

Quem esperava um Grêmio agressivo e para definir o jogo logo no seu inicio, teve uma falsa impressão com um chute de Assis a um minuto, que Battaglia defendeu para escanteio. Depois, o Estudiantes se refez do susto e mostrou qualidades no contra-ataque: o excelente Craviotto, aos três minutos, cruzou para Carriaga e Marquez, que erraram o cabeceio.

Sem dar espaços, o Estudiantes marcava muito bem ao lento meio-campo do Grêmio. Kita, sem mobilidade, foi dominado pela zaga e, por isso, o Grêmio só conseguiu atacar bem aos 20 minutos, quando Agüero salvou em cima da linha uma conclusão de Paulo Egidio, para Battaglia, em seguida, pegar um chute de Assis. A resposta argentina foi rápida, com Cardozo concluindo no poste e Gomes, no mesmo lance, defendeu com os pés para escanteio. Aos 40, Kita, sozinho perdeu chance.

Os dois times voltaram para o segundo tempo com as mesmas formações. E o Estudiantes, marcando muito bem, nada permitia ao Grêmio. Aos 18 minutos Sérgio Araújo e Gilson substituíram Assis e Kita, para dar mais agressividade ao ata. que. Isto não adiantou, já que a bola não chegava na frente, pois os argentinos nada permiyiam. Aos 38, no contra ataque, Cariaga fez 1 a 0, numa falha de Gomes e houve justiça no placar, para quem sempre foi melhor em campo. Aos 45, o goleiro se recuperou ao defender um pênalti que ele mesmo fez em Di Carlo, cobrado por Cariaga. O sonho da Supercopa, agora, ficou mais difícil.” (Zero Hora – 26 de outubro de 1989)

GOMES ERRA, PEGA PÊNALTI E SILENCIA
O goleiro Gomes, que falhou no gol do Estudiantes e defendeu o pênalti no final, não quis dar entrevistas. Gomes foi seguido por seus companheiros, com exceção de Alfinete que tomou banho no vestiário e falou sobre o que aconteceu em campo. Chateado pelo escore, ele mantém a confiança na classificação:
— Somos superiores e tivemos mais oportunidades, três no primeiro tempo, enquanto os argentinos atacaram só uma vez no segundo tempo e marcaram. No pénalti, o Gomes evitou uma injustiça ainda maior.
Os outros jogadores não ficaram no vestiário, preferindo esconder-se na concentração. Mas, ainda no campo, Adilson Heleno tratou de consolar o goleiro Gomes:
— Está certo que ele falhou no lance do gol, mas redimiu-se totalmente ao defender o pênalti. Temos time para reagir em La Plata — assegurou ele.” (Zero Hora – 26 de outubro de 1989)

CLÁUDIO DIZ QUE NADA HÁ A TEMER
Durante todo o dia de ontem, o técnico Cláudio Duarte preocupou-se em fugir dos repórteres para fazer mistério quanto a escalação do Grêmio. À noite, depois da derrota, ele teve que explicar o resultado negativo:
— O Estudiantes mostrou porque o futebol argentino é campeão do mundo e mereceu vencer. Eu prefiro não criticar os meus jogadores e reconhecer os méritos do adver-ário. Mas, segue a esperança, pois quem já foi a Bagé e São Borja nada tem a temer —reagiu ele.
O vice de futebol, Rafael Bandeira dos Santos, admitiu que o time não esteve bem em campo, ressaltando o bom futebol do adversário:
— Eles mostraram um futebol de muita velocidade e até mereceram a vitória. Mas o pênalti defendido pelo Gomes, no final, psicologicamente será muito importante para nossa reações. Precisamos ser machos lá em La Plata.” (Zero Hora – 26 de outubro de 1989)

E OS ARGENTINOS MANTÊM A CAUTELA
A festa no vestiário do Estudiantes só não foi maior por causa da defesa de Gomes no pênalti assinalado pelo árbitro quase no final da partida. Mas o time argentino venceu e joga pelo empate na partida da próxima quarta-feira, em La Plata, para chegar á terceira etapa da Supercopa. O lateral direito Craviotto, melhor jogador em campo, pensa em nova vitória:
— Estamos de parabéns, estivemos fortes em campo, entretanto precisamos da mesma disposição para que vençamos, novamente, o Grémio. O adversário é forte e não podemos nos acomodar por causa deste resultado em Porto Alegre.
O técnico Eduardo Solari, que armou um esquema perfeito — com base numa forte marcação e contra-ataques rápidos — endossou as palavras de seu lateral:
— Demos um passo muito grande rumo à classificação. Mas, nesta competição, os jogos duram 180 minutos e só passamos pela metade.” (Zero Hora – 26 de outubro de 1989)

 

Grêmio 0x1 Estudiantes

GRÊMIO: Gomes; Alfinete, Luís Eduardo, Edinho e Hélcio; Jandir, Cuca e Adílson Heleno; Assis (Sérgio Araújo), Kita (Gílson) e Paulo Egídio.
Técnico: Cláudio Duarte

ESTUDIANTES: Battaglia; Craviotto, Aguero, Trota e Ramirez; Vargas, Peinado e Cardoso; Cariaga, Marques (Di Carlo) e MacAllister (Kumyochoglu).
Técnico: Eduardo Miguel Solari

Supercopa 1989 – Quartas de final – jogo de ida
Data: 25 de outubro de 1989, quarta-feira, 21h30min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Público: 14.040 pagantes
Renda: NCz$ 187.550,00
Árbitro: Juan Francisco Escobar (PAR)
Assistentes: Carlos Maciel e Lucio Gonzalez
Cartões amarelos: Jandir
Gol: Cariaga, aos 38 minutos do 2º tempo

Amistoso em 1948 – Grêmio 2×0 Estudiantes

August 24, 2018
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Sensacional defesa de Ogando, o consagrado arqueiro visitante, acossado por Hermes, que procura cabecear o balão” (Correio do Povo, 4 de março de 1948)

O primeiro encontro entre Grêmio e Estudiantes aconteceu em Porto Alegre, em março de 1948. No início daquela temporada a Federação Gaúcha de Futebol trouxe a equipe de La Plata para uma série de três amistosos na capital.

No primeiro deles, os argentinos empataram em 1 a 1 com o Cruzeiro na Timbaúva. O confronto com o Grêmio foi o segundo, disputado numa quarta-feira à noite no estádio do Cruzeiro (e não na Baixada, como aparece em algumas fontes).

O Grêmio venceu a partida por 2 a 0, com gols de Berocy e Pelado. O curioso é que os relatos da época revelam que o jogo teve muito pouco de “amistoso”. No evento mais bizarro da partida, Nelson Adams arremessou um LIMÃO em Hector Cerioni após receber uma falta deste. Depois disso, segundo o Jornal do Dia, houve um “Grosso Sururu”, no qual a torcida do Grêmio invadiu o campo para tentar agredir os atletas argentinos.

A diretoria do Estudiantes chegou a publicar uma nota nos jornais de Porto Alegre (que pode ser vista abaixo) lamentando o acontecido e chegou-se a cogitar o cancelamento do terceiro amistoso marcado, que seria disputado contra o Inter na Timbaúva. A solução encontrada pela Federação foi a de escalar Foguinho como árbitro.

Uma curiosidade reside no fato de que o Estudiantes tinha em seu ataque Beto Infante, que naquele mesmo ano teria “inventado” a jogada de letra/chaleira/rabona num jogo contra o Rosario Central.

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“Terminada a pugna, o povo invadiu o gramado, apupando os jogadores do Estudiantes – Vemos Ogando e Gagliardi, protegidos pela policia, quando se aproximavam do tunel, rumo ao vestiário” (Correio do Povo, 4 de março de 1948)

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O GRÊMIO, EM ATUAÇÃO DE GALA, ABATEU, POR 2 A 0, O ESTUDIANTES DE LA PLATA
Flagrante a superioridade dos tricolores – Decepcionaram os visitantes, que abusaram de recursos ilícitos – Lamentáveis acidentes registraram-se ao terminar o cotejo

Brilhante e significativo triunfo obteve o glorioso Grêmio Porto Alegrense, na noite de ontem, ao abater na Colina Melancólica, pela contagem de 2×0 o conjunto argentino do Estudiantes de La Plata, um dos mais categorizados esquadrões f futebol platino

E o feito do consagrado clube da Baixada teve a aumentar o seu esplendor o fato de ser tido com a mais absoluta superioridade técnica, sem que os visitantes, em qualquer momento, pudessem obter qualquer vantagem territorial.

Lamentavelmente, cenas das mais desagradáveis desenrolaram-se dentro do gramado, produzidas, de maneira expressiva sem nenhum motivo ao menos aparente, pelos jogadores de Buenos Aires, os quais fizeram alarde de jogadas desleais, chegando a esbofetear e procurar machucar fisicamente vários elementos ao clube da baixada.

O revide dos agredidos fez com que, notadamente o 2º tempo transcorresse cheio de anormalidades, vendo-se o juiz obrigado a expulsar do campo o visitante Cerioni ao agredir o meia esquerda Marimba, que ficou estendido no solo.

O público, como é fácil de dilatar-se, acompanhou a atividade de revide dos gremistas e, ao terminar o cotejo, só a muito custo conseguiu a polícia não perecessem os players do Estudiantes a agressão física por parte dos populares exaltados, que haviam rompido os cordões de isolamento e invadido o gramado. A partida foi iniciada sob a condução de Artur Vilariño, apresentando-se os dois bandos com a seguinte constituição:

GRÊMIO – Julio; Clarel e Danton; Aurelio, Touguinha e Nelson Adams; Beroci, Hermes, Prego, Marimba e Pelado.

ESTUDIANTES – Ogando; Feretti (Guzman) e Violini; Garcerón, Villa (Romo) e Bouché, Gagliardi, Arbios (Reynoso), Infante, Cerioni e Pellegrina

Os primeiros minutos pertenceram aos visitantes, que incursionaram à área gremista, sem resultado.
Os tricolores reagiram e, aos 5 minutos, Hermes desferiu potente tijolaço, que Ogando desviou de soco, mandando a bola a escanteio.
O Grêmio continuou atacando, e quando decorriam 10 minutos, era aberto o score. Um corner, bem cobrado por Pelado, fez com que a esfera atingisse a área dos platinos, onde Beroci, em um lance rápido, mandou-a ao fundo das redes confiadas a Ogando.

Pouco depois, começaram os atos inamistosos, tendo, em certa ocasião, Marimba, sem a bola, recebido um sopapo, o que obrigou a interrupção da partida, a fim de ser socorrido.
Também Gagliardi, machucou-se. por volta do 35º minuto, sendo, igualmente atendido pelo massagista.
Com 1×0, terminou o 1. ° half-team, que transcorreu, quase inteiramente, favorável ao Grêmio, que comandou as jogadas e fez periclitar por várias vezes, a meta do Estudiantes.
Mal se iniciara a fase final e antes mesmo, que se escoasse o 1º minuto. Pelado recolheu a pelota e, sem demora, mandou ao goal, sem que Ogando conseguisse deter a sua violenta trajetória.

Desde então a partida perdeu o caráter amistoso, para se tornar um cenário de agressões condenáveis, em que os visitantes não, titubeavam em procurar jogar ilicitamente, vendo que, tecnicamente, nada conseguiriam frente na onze das três cores.
Julio, aos 5 minutos, numa saída do goal, chocou-se com Infante, sendo prontamente atendido.

Touguinha, aos 10 minutos acertou violenta canelada em Infante, sendo, como das demais vezes, a falta punida pelo arbitro.
Nelson Adams, ao se desfazer da bola, recebe, pelas costas, forte foul de Cerioni e atira-lhe, em resposta, no rosto, o pedaço de limão que tinha em seu poder.
Cerioni, aos 25 minutos, quis bancar o esperto e, com a mão, assinalou um goal, prontamente anulado.

Finalmente, o mesmo Cerioni voltou a agredir a Marimba, quando transcorriam 30 minutos dessa etapa, sendo imediatamente expulso do gramado, sob fortes protestos dos seus companheiros
Clarel, sentando-se sobre a bola, mereceu acerbas críticas.
Assim, em um ambiente de intensa agitação, a partida chegou a seu termo, com a espetacular vitória do clube dos Moinhos de Vento, pela contagem de 2×0.
Foi a mais justa possível vitória tricolor. Brilharam os defensores Baixada durante os 90 minutos regulamentares, usando e abusando de um entusiasmo e de uma força de vontade insuperáveis.
Com uma defesa coesa e que empregava a marcação de homem para homem com absoluta firmeza, os locais não deram tréguas aos dianteiros visitantes, ao mesmo tempo que o quinteto punha em constante polvorosa a retaguarda platina, mercê de infiltrações rápidas e fulminantes arremessos ao arco.
Não é justo destacar-se este ou aquele elemento do quadro vencedor, pois todos estiveram à altura do feito sensacional. Julio fez boas defesas e somente irritou o público e o adversário ao fazer urna daquelas “cêras” a que está habituado; Clarel e Danton portaram-se muito bem, notadamente o último, que, este ano, vem se firmando, de jogo para jogo, como um zagueiro seguro e de recursos; a linha media teve em Touguinha o cérebro e o coração, enquanto Aurelio, na direita, fez ótima partida, e Nelson Adams deu conta da marcação de que fôra incumbido.

Quanto ao ataque, Beroci, Hermes, Prego, Marimba e Pelado trabalharam exaustivamente, não temendo a valentia dos defensores do Estudiantes, que tudo envidavam para evitar, por bem ou por mal, que o “baile” decorresse com a animação desejada…

O esquadrão do Estudiantes voltou a mostrar as mesmas virtudes e as mesmas falhas notadas no match de domingo, frente ao Cruzeiro. Possuem os seus craques inteiro domínio da bola. Tramam com perfeição. Deslocam-se com incrível facilidade. Brindam o público com bonito espetáculo, quando se acham no meio da cancha. Desde, porém, que entram na grande área e têm o goal à sua feição, pecam pela falta de positividade, deixando de aproveitar excelentes oportunidades para atirar à meta.

Ogando, Ferretti, Víolini, Villa, Arbios, Garceron e Cerioni foram os que mais se destacaram, trabalhando muito, a fim de interromper o permanente envolvimento em que os gremistas mantinham o onze visitantes.

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Dirigiu a pugna o juiz Artur Vilariño, que teve uma atuação regular, bastante dificultada pela atuação indisciplinar de alguns elementos.
Andou ele acertado na expulsão de Ceriani, assim como puniu diversas faltas com absoluta precisão, embora, principalmente no 2.° tempo, deixasse outras, não menos graves, passar em brancas nuvens.

Antes de ser começado o jogo, houve, no centro do campo, a tradicional troca de gentilezas, abrilhantada pela garrula legião do Departamento Feminino do Grêmio,.
Os jogadores locais foram festivamente saudados, ao espoucar de rojões, acompanhados de fogos de artificio e confetis.

— :o: —

A renda foi muito boa, levando-se em conta o tempo ameaçador.
Cr$ 80.214,00 passaram pelas bilheterias, assim discriminados: 139 cadeiras — 9.730,00; 665 pavilhões 13.300,00; 69 meio pavilhões — 690,00; 3.357 gerais — 50.335,00; 877 meias gerais — 6.139,00.
Pagaram entrada. 5.107 pessoas e entraram gratuitamente 1.589, o que dá uma assistência total de 6.696 espectadores.

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Na preliminar, o Fiateci venceu o Partenoense, por 3×1.” (Correio do Povo – 4 de março de 1948)

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ESPETACULAR VITÓRIA DO GRÊMIO SÔBRE O ESTUDIANTES DE LA PLATA
2 a 0 o resultado do embate internacional de ontem a noite – Beroci e Pelado os goleadores – O embate foi entrecortado de lamentáveis incidentes

Frente ao Grêmio Porto Alegrense, desobrigou-se, ontem à noite, do seu segundo compromisso em campos porto-alegrenses, o esquadrão do Estudiantes de La Plata, de Buenos Aires. O embate vinha sendo aguardado com relativa ansiedade, já que, o onze portenho, em seu jogo de estreia, nada havia apresentado capaz de impressionar. Acreditava-se que os visitantes, em seu segundo compromisso, confirmassem plenamente o cartaz com que aqui se apresentaram. Entretanto, tal não sucedeu, pois o onze preparado pelo veterano Zozaya voltou a exibir-se da mesma maneira como o fez domingo último. Todos os integrantes da equipe tem bom domínio de bola e exibem um futebol bastante vistoso porém, pouco prático, no que tange às conclusões, pois os cinco forwards prendem demasiado o couro e, não raro, perdem boas oportunidades de marcar, preocupando-se demasiadamente com o jogo para a assistência. Na noite de ontem ficou plenamente confirmado que o onze visitante nada exibe de extraordinário, como aliás já havíamos afirmado em comentários anteriores.

Enquanto isso o onze do Grêmio Porto-Alegrense, embora por vezes tecnicamente inferior, portou-se de um modo mais positivo, exibindo um futebol mais prático, resultando, daí colher expressivo triunfo pela contagem de 2 a 0. Não se pode afirmar que o onze preparado pelo <> Otto Pedro Bumbell tenha feito uma exibição de gala, entretanto, soube melhor a aproveitar as oportunidades, além do que sua dianteira mostrou-se sempre mais expedita, dando insano trabalho ao trio final portenho. Com o extraordinário feito de ontem, reabilitou-se o onze tricolor do seu insucesso frente ao Nacional
As duas equipes apresentaram-se assim constituídas: Grêmio: Julio: Clarel e Danton; Aurelio. Touguinha e Nelson Adams: Hermes, Prego. Marimba e Pelado.
Estudiantes de La Plata: Ogando; Ferrari (Gusman) Violini; Garceron. Vila (Romo) e Bouchet; Gagliardo,Cerioni (Arbios e novamente Cerioni), Infante, Reinoso e Pelegrina.
Os tentos do Grêmio foram assinalados na seguinte ordem: o primeiro surgiu aos 8 minutos da fase Inicial e foi de autoria do ponteiro Beroci, aproveitando uma salda em falso do arqueiro Ogando. Coube a Pelado assinalar o segundo tento, quando apenas decorriam dois minutos da fase complementar, ao receber esplendido passe de Marimba, na bucha.

A arbitragem esteve a cargo de Artur Vilariño, o popular Espanha. O desempenho de s. s., embora não possa ser classificado de bom, não foi porém de modo a desagradar. Cometeu algumas faltas, é bem verdade, porém todas de pouca monta. O que é certo, é que é que o prélio se desenvolveu de um modo irregular, o que dificultou em muito o seu trabalho.
Não se deve, porém, pretender culpa-lo dos graves acontecimentos que se verificaram pouco antes de finalizar a pugna.

O embate preliminar esteve a cargo das equipes do Partenoense e do Fiateci, vencendo este pela contagem de 3 a 1, num jogo bastante movimentado
A renda apurada foi de Cr$ 80.214,00 considerada boa, se for levado em conta que o tempo esteve bastante ameaçador.
Lamentavelmente o embate de ontem à noite não teve a orna-lo, o mesmo nível disciplinar do embate de estreia frente ao Cruzeiro. Sem que se saiba porque, os nossos visitantes, em seu jogo de ontem, frente ao Grêmio Porto-Alegrense, excederam-se no jogo desleal, nas reclamações ao árbitro, estas, em sua maioria, descabidas, e nos gestos anti-desportivos, que culminaram com os graves acontecimentos que se verificaram, quando faltavam apenas dois ou três minutos para finalizar a contenda. Já vinham os companheiros de Ogando tendo unia conduta pouco elogiável, a ponto de, aos 27 minutos da fase derradeira ser expulso do gramado o atacante Cerioni, após agredir Marimba. Anteriormente já se haviam registrado faltas mais ou menos do mesmo quilate, o que fez com que os ânimos, aos poucos, se fossem exaltando, até que, nos instantes derradeiros, um defensor do Estudiantes, após receber falta de Nelson Adams agrediu a este médio da equipe do Grêmio Porto Alegrense, nascendo daí um grosso sururu que teria sido de consequências lamentáveis, não fosse a pronta intervenção da força policial que fez todo o possível para garantir ai integridade física dos jogadores argentinos. É deveras deplorável que os nossos visitantes, em seu segundo jogo, não houvessem sabido manter a necessária serenidade, imprescindível em embates de tal natureza.
 ” (Jornal do Dia, 4 de março de 1948)

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Grêmio 2×0 Estudiantes

GRÊMIO: Julio; Clarel e Danton; Aurelio, Touguinha e Nelson Adams; Beroci, Hermes, Prego, Marimba e Pelado
Técnico:  Pedro Otto Bumbel

ESTUDIANTES: Ogando; Feretti (Guzman) e Juan Carlos Violini; Garcerón, Villa (Romo) e Alberto Bouché, Gagliardo, Arbios (Reynoso), Beto Infante, Hector Cerioni e Pellegrina
Técnico: Alberto Zozaya

Amistoso em 1948
Data: 03 de março de 1948, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio da Montanha (Colina Melancólica)
Público: 6.696 (5.107 pagantes)
Renda: Cr$ 80.214,00
Juiz: Artur Vilariño
Auxiliares: Oziel Hugo de Freitas e Rafael Mastrascusa
Expulsão: Cerioni
Gols: Beroci, aos 10 minutos do primeiro tempo e Pelado, no 1º minuto do segundo tempo

Supercopa 1997 – Grêmio 3×2 Estudiantes

August 17, 2018
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Fonte: El Dia

O último confronto entre Grêmio e Estudiantes em Porto Alegre aconteceu em outubro de 1997, no Estádio Olímpico, pela 5ª rodada do Grupo 4 da Supercopa daquele ano. O tricolor venceu por 3×2,  resultado que lhe deixou com chances de classificação na última rodada (onde o Grêmio acabou derrotado pelo Atlético Nacional em Medellin).

Nas matérias transcritas abaixo me parece válido explicar que o a manchete “Beto marca um gol de Tinga” faz referência ao gol marcado pelo Tinga contra o Sport Recife pelo Brasileirão em agosto daquela mesma temporada.

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Foto: Fernando Gomes (Zero Hora)

GRÊMIO VENCE E RECUPERA A DIGNIDADE
A equipe de Hélio dos Anjos mostrou bom futebol e afastou a ameaça de rebaixamento também na Supercopa.

Os gremistas respiram mais aliviados. Depois de afastar o rebaixamento no Brasileirão no final de semana, a equipe barrou o fantasma do descenço na Supercopa e passou a vice-liderança do Grupo 4, com seis ponto. A vitória sobre o Estudiantes por 3 a 2, ontem à noite, serviu também para reforçar a auto- estima. O Grêmio mostrou um bom futebol e começa a relegar a má fase que torturou os torcedores desde o início do semestre. No dia 30, a equipe enfrentará o Nacional, em Medelín,  na última rodada da primeira fase. 

Mais de 4 mil corajosos torcedores enfrentaram o frio,  o vento gelado e compareceram ao Olímpico. Os minutos que antecederam a partida foram, no mínimo, divertidos. Os argentinos trouxeram apenas um uniforme e provocaram uma celeuma dentro de campo, O arbitro ordenou que fossem trocados os calções pretos. iguais aos do Grêmio. Impossível. Os reservas adormeciam na rouparia do clube em La Plata. Foram cinco minutos de discussões. Até que Guilherme irrompeu no círculo e sugeriu: “Vamos assim mesmo!” O árbitro aceitou, correu em direção ao meio do campo, mas parou Danrlei, assim como os argentinos, vestia camiseta branca. Então o goleiro desceu ao vestiário, vestiu uma chamativa camiseta azul e, finalmente, a partida começou.

O Grêmio parecia ansioso em sepultar a má fase. Foram muitos passes, lançamentos e chances de gols desperdiçados. Mas insuficientes para irritar os gremistas. Eles seguiam à risca as recomendações passadas pelo presidente Luiz Carlos Silveira Martins. Nenhuma vaia ou manifestação ecoou nas dependências quase abandonadas do Olímpico. O comportamento exemplar foi premiado. Aos 31, Arce cruzou para Guilherme, que mergulhou e marcou o primeiro gol.

O segundo tempo valeu pelo jogo. Aos 16 minutos, Guilherme aparou um cruzamento de Beto e ampliou a vantagem. Aos 30 minutos. Beto propiciou o principal espetáculo, marcando um golaço. O Estudiantes esboçou reação e marcou através de Furiga, aos 33. Em seguida. Villarreal agrediu Goiano e armou-se uma grande confusão  dentro de campo. Transtornado, Danrlei interveio na confusão. Houve desconcentração e ele tomou um frango escandaloso, aos 46 minutos, em uma falta cobrada por Ramos da intermediária. Mas nada que ameaçasse a recuperação do Grêmio.” (Zero Hora – 23 de outubro de 1997)

BETO MARCA UM GOL DE TINGA
O Grémio abriu as burras e desembolsou US$ 4,6 milhões para retirar Beto do Napoli. Contratação recorde no futebol gaúcho. Beto foi recepcionado com festa no aeroporto e imediatamente colocado em campo para solucionar os problemas do meio-campo da equipe. Passaram-se vários jogos e nada de repetir as grandes atuações dos tempos de Botafogo e Seleção Brasileira. Assusta-do com as péssimas atuações do craque, o técnico Hélio dos Anjos chamou-o para uma conversa reservada antes do jogo contra o Atlético-MG. Pronto. As palavras do treinador foram magicas. Desde o confronto com os mineiros, o meia se transformou no grande nome do time. “Estou soltando e quero chegar à Seleção novamente”, festejou Beto.

Ontem, contra os Estudiantes, Beto foi perfeito. Correu por todas as partes do campo com o fôlego de fundista queniano, atacou com a velocidade de um corredor dos 100 metros rasos e marcou um golaço. daqueles de receber homenagem em placa de metal. Foi aos 30 minutos do segundo tempo, em alta velocidade e sempre acossado por um argentino. Beto recebeu a bola na intermediária, driblou Scaloni, deu uma “janelinha” em Leonardo Ramos, venceu novamente Scaloni, caiu no gramado, levantou-se e encobriu o goleiro Bóssio com um toque preciso. “O Beto deslanchou e está preenchendo a nossa expectativa”, comemorou Hélio.

O meia fizera uma jogada semelhante no primeiro tempo, mas teve azar concluindo para fora. “Estou no mesmo nível dos tempos de Botafogo”, avaliou depois da partida, enquanto escutava os sucessos da dupla Claudinho e Bochecha no seu reluzente Chrysler Neon conversível.” (Zero Hora – 23 de outubro de 1997)

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Foto: Fernando Gomes (Zero Hora)

GRÊMIO AINDA RESPIRA NA SUPERCOPA 
Time faz 3 a 2 no Estudiantes, escapa do rebaixamento e ainda tem algumas chances de classificação para a fase semifinal

O Grêmio venceu o Estudiantes de La Plata por 3 a 2, ontem à noite, no estádio Olímpico, e escapou do rebaixamento na Supercopa dos Campeões da Libertadores, subindo para 6 pontos, dois atrás do líder, Peñarol. Guilherme fez dois e Beto, destaque do jogo, marcou o terceiro. Depois, o Estudiantes deu um susto, marcando dois gols.

O time argentino até que fez uma marcação forte no meio de campo, mas isso não impediu que o Grêmio encontrasse o caminho do gol. Logo aos 2 minutos, Beto invadiu a área e perdeu grande oportunidade. Cinco minutos depois, Djair aparou escanteio com o pé direito, mas Rojas tirou de cima da risca com o goleiro batido.

Depois disso, o Estudiantes equilibrou o jogo, mas continuou sem ameaçar Danrlei. O Grêmio diminuiu o ritmo, sentindo a marcação mais firme, e só melhorou com o crescimento de Dinho e Djair, já que Beto e Sérgio Manoel mantinham uma movimentação irregular. Aos 23, Beto tabelou com Guilherme e perdeu outro gol. Se os companheiros erram, o goleador gremista não perdoa. Aos 31, Arce cruzou na medida da direita e Guilherme, de ‘peixinho’, mandou para a rede: 1 a 0.

No segundo tempo, o Grêmio continuou dominando, pressionando em busca do segundo gol. Aos 8, Guilherme concluiu e Bossio tirou a bola de dentro, atrás da linha da goleira. O árbitro, no entanto, não sinalizou o gol, apesar dos protestos dos jogadores e da torcida. Aos 16, Guilherme voltou a marcar e, dessa vez, o gol foi validado. Beto cruzou com perfeição e o goleador cabeceou para fazer 2 a 0. Aos 30, Beto fez grande jogada, driblando dois argentinos e desviando do goleiro para marcar 3 a 0. Aos 33, Furiga aproveitou descuido de marcação e fez 3 a 1. Goiano e Villa Real foram expulsos depois de uma briga. A dois minutos do final, Catan bateu falta e fez o segundo, na falha de Danrlei.” (Correio do Povo – 23 de outubro de 1997)

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Grêmio 3×2 Estudiantes

Grêmio: Danrlei; Arce, Rivarola, Éder e Róger; Dinho, Djair, Beto (Tinga) e Sérgio Manoel; Gilmar e Guilherme (Luís Carlos Goiano)
Técnico: Hélio dos Anjos

Estudiantes: Bossio; Zapata, Ramos, Quatrocchi e Rojas; Ledesma (Massuco), Alajes (Catan), Scaloni e Villareal; Romeo e Simoni (Furiga)
Técnico: Eduardo Cordoba

Supercopa 1997 – Grupo 4 – 5ª Rodada
Data: 22 de outubro de 1997, quarta-feira, 21h40min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Público: 4.114 pagantes
Renda: R$ 21.798,00
Árbitro: Renê Ortube (Bolívia/FIFA)
Assistentes: Juan Luna e Juan Arroyo
Cartões Amarelos: Gilmar, Arce e Éder, Leonardo Ramos, Scaloni e Villareal
Cartões Vermelhos: Goiano e Villareal
Gols: Guilherme aos 31 minutos do primeiro tempo; Guilherme aos 8 minutos, Beto aos 30 minutos, Furiga aos 33 minutos e Ramos aos 46 minutos do segundo tempo

Libertadores 2018 – Estudiantes 2×1 Grêmio

August 8, 2018

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Durante boa parte do primeiro tempo o Grêmio pareceu estar sempre num nível mais baixo de concentração e vontade do que o Estudiantes. E assim levou 2×0 em menos de 40 minutos de jogo.

Talvez isso se explique pelo desgaste da equipe gremista. Talvez seja uma certa autossuficiência. Talvez se explique por equívocos na escalação (O time que entrou em campo tinha uma média de idade mais elevada e pouca capacidade de combater no meio de campo). Talvez seja uma soma de todos estes fatores.

Menos mal que Kanemann descontou ainda na etapa inicial e que o time conseguiu mostrar algum poder de reação, retomando o controle da partida, no segundo tempo. O 2×1 foi justo e é plenamente reversível na Arena.

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Ficou muito ruim a resposta de Renato sobre a escalação do Marcelo Oliveira. Renato tem desenvoltura suficiente nos microfones para se desvencilhar de perguntas mais chatas/complicadas com bem mais graça e inteligência.

Eu acho essa combinação “A la Manchester City) de camisa e calções azuis com meias brancas muito ruim.

O Grêmio poderia tranquilamente ter usado a camisa tricolor com calção branco (como já havia usado em 1983).

43868275602_0bfb01f787_kFotos: Lucas Uebel (Grêmio.net) e Martin Acosta (Terra)

Estudiantes 2×1 Grêmio

ESTUDIANTES: Andújar; Facundo Sánchez, Schunke, Campi e Erquiaga (Noguera, aos 43/2ºT); Iván Gomez, Zuqui e Lucas Rodrigues; Pellegrini (Cascini, aos 34/2ºT), Apaolaza e Luguercio (Lattanzio, aos 29/2ºT)
Técnico: Leandro Benítez

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Léo Moura, Kannemann, Geromel e Marcelo Oliveira; Maicon, Cícero, Ramiro; Luan (Douglas, aos 34/2ºT)e Pepê (Marinho, aos 25/2ºT); André (Jael, aos 17/2ºT).
Técnico: Renato Portaluppi

Libertadores 2018 – Oitavas de Final – Jogo de ida
Data: 07 de agosto de 2018, Terça-feira, 21h45min
Local: Estádio José Luis Meiszner, em Quilmes-ARG
Árbitro: Andrés Cunha (URU).
Assistentes: Nicolás Taran (URU) e Mauricio Espinosa (URU).
Cartões amarelos: Lucas Rodriguez, Zuqui, Erquiaga, Sánchez, Kannemann, Maicon
Cartão vermelho: Zuqui
Gols: Apaolaza, aos 8, e Campi, aos 37 minutos do 1º tempo, Kannemann, aos 43 minutos do 1º tempo.

Supercopa 1989 – Estudiantes 0x3 Grêmio

August 7, 2018

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O confronto mais famoso entre Estudiantes e Grêmio sem sombra de dúvidas é a “Batalha de La Plata de 1983“. Mas aquele jogo valia pelo triangular semifinal da Libertadores daquele ano. O primeiro mata-mata entre as equipes aconteceu seis anos depois, pelas quartas-de-final da Supercopa de 1989.

Na partida de ida, o Estudiantes saiu em vantagem, levando a vantagem de 1×0 para a Argentina. Mas o Grêmio conseguiu se recuperar no Jorge Hirschi, fazendo 3×0, com um gol de Paulo Egídio e dois de Cuca.

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Grêmio goleia Estudiantes e segue em frente na Supercopa
Poucos esperavam que o Grêmio obtivesse recuperação expressiva em La Plata, depois de ter perdido para o Estudiantes no Olímpico. Mas a equipe venceu por 3 a O ontem à noite, e agora enfrenta o Boca Júniors numa das semifinais da competição. A partida foi equilibrada no lº tempo, mas Paulo Egídio aproveitou-se de uma falha dos argentinos para fazer 1 a O, aos 37 minutos do 1º tempo. Cuca, em duas jogadas individuais muito bem trabalhadas, completou o marcador, aos 7min e 36min do 2º tempo. No final Alfinete, Edinho e Trotta foram expulsos” (Jornal Pioneiro – 2 de Novembro de 1989)

 

GRÊMIO CAÇA OS ARGENTINOS
o Grêmio mostrou que o trauma contra o Estudiantes faz parte do passado. Na quarta-feira, 1º, deu um passeio em La Plata, na Argentina, e goleou por 3 x O, classificando-se para a semifinal da Supercopa Libertadores. Além de se vingar da derrota de 1 x O no Olímpico, na semana anterior, apagou da memória um histórico e tumultuado jogo da Taça Libertadores em 1983. O tricolor vencia por 3 x 1, mas cedeu o empate diante de um adversário com sete jogadores em campo. A vingança até fez o presidente Paulo Odone delirar. “Estamos preparados para vencer o Campeonato Argentino”, ironizava. É que, em sua trajetória na Supercopa, o tricolor já havia despachado o River Plate e, ao bater o Estudiantes, credenciou-se a encarar o também argentino Boca Juniors. E a overdose portenha só acaba na decisão. Se os gaúchos chegarem à final, enfrentarão o vencedor de Independiente x Argentinos Jrs. o Grêmio, porém, não deverá ter moleza no primeiro jogo, no Olímpico. Alfinete e Edinho foram expulsos contra o Estudiantes e desfalcam a equipe. “Mas, na guerra na casa deles, nosso time estará completo”, garante o técnico Cláudio Duarte. De fato, o jogo de volta certamente apresentará ânimos acalorados. Afinal, o Estádio de La Bombonera é um tradicional caldeirão onde o Boca costuma encurralar os inimigos. “Não vamos nos intimidar”, sentencia o meia Cuca, autor de dois gols da vitória. Com esse pensamento o Grêmio espera atropelar seu próximo inimigo. E, de quebra, conquistar o simbólico Campeonato Argentino.” (Revista Placar – 10 de Novembro de 1989)

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Fotos: Paulo Nunes (Correio do Povo) e José Doval (Placar e Zero Hora)

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ESTUDIANTES: Battaglia; Craviotto, Aguero, Trota e Ramirez; Vargas, Peinado e Cardoso (Kuyumchoglu); Cariaga, Marques (Di Carlo) e MacAllister .
Técnico: Eduardo Miguel Solari

GRÊMIO: Mazaropi; Alfinete, Luís Eduardo, Edinho e Fábio; Jandir, Lino,  Adílson Heleno e; Cuca, Paulo Egídio e  Kita (Vílson)
Técnico: Cláudio Duarte

Supercopa 1989 – Quartas de final – jogo de volta
Data: 1º de novembro de 1989, quinta-feira, 21h00min
Local: Estádio Jorge Hirschi, em La Plata, Argentia
Público: 15.232 pagantes
Árbitro: Gaston Castro (CHI)
Auxiliares: Salvador Imperatore e Sergio Vasquez
Cartões amarelos: Jandir e Cuca
Cartões vermelhos: Alfinete (38 do 2ºT), Trotta (39 do 2ºT) e Edinho (43 do 2ºT)
Gols: Paulo Egídio, aos 37 minutos do 1º tempo; Cuca aos 7 e aos 36 minutos do 2º tempo

Amistoso em 1963- Estudiantes 1×1 Grêmio

August 6, 2018

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O primeiro confronto entre Estudiantes e Grêmio em solo argentino ocorreu em 1963, em La Plata. Em março daquele ano o tricolor fez uma rápida excursão aos vizinhos do prata, na qual o jogo contra o “Pincha” foi o último dos quatros compromissos da viagem. O placar foi de 1×1, com Marino marcando para o Grêmio e Adolfo Bielli para os donos da casa.

As fotos do post são do Correio do Povo. Na primeira vemos a delegação (que contava com somente 16 atletas) no momento do embarque no Aeroporto Salgado Filho em 11 de março de 1963. Na última, vemos Marino, Milton Kuelle, João Severiano e Airton no desembarque em Porto Alegre.

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GRÊMIO RETORNOU DE MADRUGADA
Encerrando sua excursão pelos gramados argentinos, o elenco do Grêmio jogou e empatou na noite de anteontem, em La Plata, com o Estudiantes. Mais uma vez, agradou plenamente a exibição dos pupilos de Sergio Torres e o empate para os argentinos somente foi possível pela arbitrarem facciosa do arbitro que, inclusive, puniu o Grêmio com uma penalidade máxima, a qual foi transformada no tento do empate do Estudiantes. Marino, no primeiro tempo, marcou o tento do Grêmio. Assim, invicto na Argentina, retornou o Grêmio voo noturno, chegando de madrugada a nossa Capital. Os tricolores realizaram quatro jogos em sua rápida “gira”. Perderam, em Montevidéu, para o Penharol por 5×4. Venceram ao Colon por 2 x 1 e ao Newell’s Old Boys, por 2 x 1, empatando com o Estudiantes de La Plata em um tento.” (Jornal do Dia  – 23 de março de 1963)

DELEGAÇÃO
A delegação tricolor, que deixou ontem a capital gaúcha as 11:40 em avião da Varig, foi chefiada pelo presidente Renato Souza, assessorado pelo dirigente Rudy Petry. Seguiram ainda o médico dr. Sérgio Ferreira; técnico Sérgio Moacir Nunes; massagista Ataíde Carvalho; e os jogadores Henrique, Irno, Renato, Airton, Altemir, Ortunho, Áureo, Sérgio, Gilnei, Milton, Fernando, Marino, Joãozinho, Alcindo, Lumumba e Volnei. Na comitiva seguiu ainda nosso companheiro Ataíde Ferreira que, juntamente com Ruy Carlos Ostermann, fará a cobertura para os órgãos da Cia. Jornalística Caldas Junior dos jogos do Grêmio no exterior.” (Correio do Povo – 12 de março de 1963)

GRÊMIO DESDE ONTEM ENTRE NÓS

Desde ontem à noite, já se encontra de volta à nossa Capital a delegação do Grêmio Futebol Porto- Alegrense que realizou curta temporada pelas Republicas do Prata. Festiva foi a recepção que tiveram os integrantes da comitiva tricolor em sua chegada ao aeroporto Salgado Filho, vendo-se crescido número de simpatizantes do clube das três cores, alémde dirigentes e altos próceres e familiares dos recém-vindos

 Tecnicamente, a representação gremista obteve bons resultados em sua curta gira pelo Uruguai e Argentina Dos quatro jogos disputados, o conjunto campeão estadual de 62 obteve duas vitórias, um empate e uma derrota. As vitórias foram assinaladas em Rosário de Santa Fé, na Argentina, com 2×0 ante o Colón e 2×1 ante o Newell’s Old Boys. O empate em 1 goal foi assinalado em La Plata, frente ao Estudiantes; e finalmente o revés por 5×4, foi em pleno Estádio Centenário, ante o Peñarol, pentacampeão oriental.” (Correio do Povo – 23 de março de 1963)

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