Archive for the ‘Gre-Nal’ Category

Gauchão 2023 – Grêmio 2×1 Inter

March 6, 2023

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O Grêmio foi melhor no clássico (controlou mais a bola e criou mais chances) e ganhou com um gol nos acréscimos.

A escalação trouxe uma dinâmica interessante para o meio campo, mais ainda carece de ajustes. Por vezes Suarez ficou demasiadamente isolado e por vezes a zaga ficou desprotegida.

Esse novo patrocinador do Grêmio já causou algo positivo: fez com que o patch de campeão gaúcho fosse colocado nas mangas das camisas.

– Média de público do Grêmio em 2023:
32.312 (30.400 pagantes)

– Média de público do Grêmio no Gauchão 2023:
28.852 (26.943 pagantes)

Média de público dos 17 Grenais disputados na Arena com torcida (6V, 9E e 2D):
44.943 (41.780 pagantes)

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GRÊMIO: Adriel; Fabio (João Pedro, 17’/2ºT), Bruno Alves, Kannemann e Reinaldo; Villasanti (Carballo, 15’/1ºT), Pepê, Bitello, Cristaldo (Thaciano, 29’/2ºT) e Vina (Ferreira, 17’/2ºT); Suárez
Técnico: Renato Portaluppi

INTER: Keiller; Bustos, Vitão (Moledo, 30’/2ºT), Mercado e Renê; Baralhas (Matheus Dias, intervalo), Johnny (Lucas Ramos, 30’/2ºT), De Pena (Mauricio, intervalo.) e Alan Patrick; Wanderson e Pedro Henrique (Luiz Adriano, 17’/2ºT)
Técnico: Mano Menezes

10ª Rodada – Gauchão 2023
Data: 5 de março de 2023, domingo, 20h00min
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre, RS
PÚBLICO: 49.460 (46.436 pagantes)
RENDA: R$ 3.488.323
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Mauricio Coelho Silva Penna
VAR: Daniel Nobre Bins
Cartões amarelos: Kannemann, Reinaldo, Thaciano e Vina (Grêmio); Rodrigo Moledo, Lucas Ramos, Maurício e Pedro Henrique (Internacional)
GOLS: Vina (G), aos 49 minutos do 1º tempo; Alan Patrick (I), aos 30, e Carballo (G), aos 49 minutos do segundo tempo

Gauchão 1983 – Grêmio 0x0 Inter

March 3, 2023
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Foto: Juan Carlos Gomes (Zero Hora)

Esse clássico, válido pelo Gauchão de 1983, talvez tenha sido o principal teste da equipe antes do jogo em Tóquio com o Hamburgo.

Depois da partida, o Presidente Fábio Koff disse que o juiz Airton Bernardoni era “duplamente safado”. O Grêmio reclamava de dois pênaltis não marcados. No segundo deles, curiosamente a Folha da Tarde afirma que “Ademir tirou a bola de Caio dentro da área”, sendo que para a Zero Hora o próprio Ademir afirmou que não bateu na bola.

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Foto: Juan Carlos Gomes (Zero Hora)

 

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“INTER RESISTE AO GRÊMIO E FICA PRÓXIMO DO TRI
Empate serviu para manter a diferença de quatro pontos

O Internacional manteve a vantagem de quatro pontos sobre o Grêmio com o empate de ontem em 0x0 no Gre-Nal de encerramento do primeiro turno do Octogonal decisivo do Gauchão/83. Para isso, no entanto, foi preciso que o time mostrasse em campo uma imensa capacidade de superação: primeiro para superar o melhor futebol do Grêmio, que dominou a partida, e depois, para evitar que seus problemas criados a partir de uma confusa marcação, principalmente no primeiro tempo, acabassem nos merecidos gols do Grêmio.

O Grêmio começou a partida tocando, a bola com calma e precisão, procurando os espaços para realizar suas jogadas ofensivas. Com Paulo César exibindo sua categoria, o time foi perigoso desde o Início, só parando nas freqüentes faltas cometidas pelo Internacional. Numa delas, inclusive, logo aos sete minutos, Tarciso sofreu pênalti de André Luis, mas o árbitro Aírton Bernardoni não marcou: o ponteiro-direito deslocou-se para a meia-esquerda onde recebeu o passe longo e entrou na área. André o derrubou para evitar o gol e a bola saiu pela linha de fundo.

Além desse lance perigoso, o Grêmio ainda criou outras oportunidades como a que surgiu aos 27 minutos de um lançamento perfeito de Luis Carlos — o melhor em campo — para Osvaldo, que chegou à linha de fundo e cruzou rápido. César bateu fraco de pé esquerdo, Benitez largou e Mauro Galvão atrasou para o goleiro. Os problemas do Inter cresciam na razão direta da movimentação de Mário Sérgio que recebia livre de marcação ou pelo menos carregava seu marcador — o lateral-direito Luis Carlos — para outros setores do campo, abrindo espaços naquele setor.

Domínio

Dois minutos depois, o Inter teve a sua única chance de marcar num cruzamento de Sílvio da esquerda que Geraldão ajeitou de cabeça para o chute fortíssimo de Marquinhos, de pé esquerdo. A bola entraria no ângulo direito se Mazaropi, num salto rápido, não a tocasse a escanteio. Só que o Inter raramente aparecia na área do Grêmio com perigo e aos 35 minutos Paulo César Lima teve a grande chance do Gre-Nal: recebeu de Luis Carlos, entrou na área depois de passar entre Ademir e Borracha e desviou de Benitez. A bola rasteira bateu na trave esquerda e acabou dominada pela defesa. O Grêmio continuava dominando mas não conseguia marcar o gol que merecia.

Equilíbrio

No segundo tempo, o Internacional pelo menos acertou seu esquema de marcação, dificultando um pouco mais a atividade do Grêmio e até teve um bom lance com Sílvio cruzando da direita para a cabeçada desviada de Geraldão pela linha de fundo. O lance, no entanto, não alterou o domínio do Grêmio que tinha facilidade para recuperar a bola na sua própria defesa mas enfrentava situação inversa no ataque. Especialmente porque Paulo César começou a sentir o cansaço natural de quem ficou quatro meses sem jogar e Mário Sérgio já sofria marcação mais rigorosa. Além disso, como o Inter continuava cometendo faltas, o Grêmio chegava à área com mais rapidez em bolas levantadas naquela direção e, numa delas, aos 21 minutos, quase marcou: Casemiro levantou da direita e Osvaldo saltou sozinho na área pequena mas cabeceou desviado. Com as substituições realizadas nas duas equipes, o Jogo ficou equilibrado e tornou-se mais duro na medida em que as disputas pela bola e os choques é que passaram a decidir tudo. De qualquer maneira, se resultado não foi justo para o melhor time em campo, a compensação para os torcedores surgiu da qualidade técnica da partida, no nível do último clássico (1×1) dia 4 de outubro.” (Zero Hora, quinta-feira, 03 de novembro de 1983)

 

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Foto: Loir Gonçalves (Folha da Tarde)

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GRÊMIO MEXEU COM A TORCIDA, MAS NÃO ALTEROU DESVANTAGEM
O Inter resistiu à pressão e se aproximou bem mais do tri

A torcida Garra Tricolor dedicou uma faixa à Fico (Força Independente Colorada), as vice-presidências de administrações reuniram-se e chegaram a um acordo sobre o espaço reservado às torcidas. A do Inter ocupou que tinha direito. O Gre-Nal começou em ambiente tranquilo e assim foi disputado. Mas a torcida esperava mais.

Esperava os gols que o Grêmio ameaçou fazer mas não competência para isso. A direção culpou a arbitragem e a falta de sorte. Como teve Paulo César, aos 35 minutos quando pegou um rebote, desviou de Benitez e a bola bateu no poste. E como teve Osvaldo, aos 21, cabeceando nas mãos de Benitez.

O jogo, no entanto, não se resumiu aos ataques do Grêmio, que foi o melhor time durante todo o jogo. Tinha quatro no meio do campo, onde Luís Carlos dedicou-se a marcar Ruben Paz, Osvaldo foi o mais avançado, e Mário Sérgio e Paulo César articulavam jogadas para o ataque. Mas aí residiu o problema do Grêmio: seu ataque foi fraco e pouco soube aproveitar os lances criados no meio de campo.

César tinha a função de sair da área para criar espaços na defesa do Inter, onde deveriam entrar Osvaldo e Tarciso, mas poucas vezes fizeram isto. Resultado: as chances de gol foram raras.

O Inter enfrentou o jogo de maneira diferente. O empate lhe garantia a liderança de quatro pontos à frente do Grêmio e a isso se propos. Sem armar uma retranca. Borracha e Ademir marcavam no meio de campo. Ruben Paz devia criar no setor, recebendo auxílio de Sílvio e Marquinhos. O problema do Inter é que, bem marcado, Ruben Paz pouco criou. Por isso, o time só teve uma chance de gol no primeiro tempo.

O segundo tempo melhorou para o Inter. Criou três oportunidades de gol, duas em consequência das jogadas de Sílvio, pois Ruben Paz continuou sem condições de produzir. Mas melhorou também porque o Grêmio piorou. Paulo César sentiu as consequências de ficar tanto tempo sem jogar e cansou e com isso a produção do Ume também diminuiu. Róbson entrou mas não conseguiu recuperar o ritmo da equipe.

Foi nesta fase já que Ademir tirou a bola de Caio dentro da área. O atacante caiu mas não foi falta. Então, o Grêmio já tinha um motivo para reclamar da arbitragem.” (Folha da Tarde, quinta-feira, 03 de novembro de 1983)

 

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Foto: José Doval (Folha da Tarde)

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Foto: José Doval (Folha da Tarde)

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Foto: Luiz Avila (Zero Hora)

 

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Foto: Luiz Avila (Zero Hora)

Público: 45.517 pagantes
Renda: Cr$ 45.709.800,00
Arbitragem: Airton Bernardoni
Auxiliares: Wilson Bagatini e Manoel Catarino

Gauchão 1962 – Grêmio 4×2 Inter – O “Supercampeonato”

February 7, 2023
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Foto: Revista do Globo

Há exatos 60 anos, o Grêmio conquistava o Campeonato Gaúcho de 1962 ao vencer o Internacional por 4×2 no Olímpico.

Vimos aqui como o Grêmio foi tirando uma diferença ao longo dos segundo turno, chegando na última rodada precisando de uma vitória nos Eucaliptos para forçar um jogo extra de desempate.

Pois bem, essa foi a partida de desempate, jogada somente em fevereiro de 1963 em função das férias (imposta pela CBD) dos jogadores. E como houve esse jogo extra, o título ganhou a alcunha de “supercampeonato”.

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Foto: Diário de Notícias

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Foto: Revista do Grêmio

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GRÊMIO – CAMPEÃO LEGÍTIMO E AUTÊNTICO
Jogando com o coração, fibra e camiseta, o clube tricolor alcança título verdadeiramente glorioso para as suas côres — Dobrado o Internacional por 4×2 — Indisciplina dos craques rubros prejudicou sensivelmente a equipe — Expulsos Pilôto e Ary — O desenrolar do sensacional clássico da noite de ontem — Desempenho brilhante de Eunápio Queiroz

Grêmio alcançou, ontem, à noite, sem dúvida, feito glorioso. Realmente, de outra maneira não se poderá classificar sua façanha. Encontrando-se, como se encontrava, já ao apagar das luzes do Campeonato, em condições de acentuada desvantagem relativamente ao seu velho e sempre respeitável adversário — o Internacional — então com tudo para chegar ao bicampeonato, veio ainda a emparelhar com o ponteiro, que havia sido derrotado pelo Aimoré, e, agora. conquistar o cetro máximo do futebol gaúcho, de que há um ano se achava separado.

Para o grande e notável feito, que credencia o velho e simpático tricolor como uma das grandes equipes do País, cooperou de maneira eficiente, sem dúvida, o atual técnico, Sérgio Moacir Nunes, que, é natural, parece agora trabalhar com entusiasmo renovado, integrado, que se acha, no clube que é — todos o sabem — o do seu coração. Igualmente à direção tricolor, destacando-se seu incansável e correto presidente, dr. Pedro da Silva Pereira, cabe uma parcela ponderável, preciosa, nessa conquista. E — a sua sempre presente e entusiástica torcida, elemento preponderante para as grandes conquistas.

Nossos parabéns, nossos cumprimentos ao glorioso tricolor. O título está com quem o mereceu.

O JOGO

A conquista da Grêmio Pôrto Alegrasse foi fruto do sangue e da garra de seus atletas. Os coloradas venciam por 1×0, mas depois do empate os tricolores passaram a jogar com mais apetite, dominando as ações e o terreno. Do empate em diante, o esquadrão treinado por Sérgio caminhou mais, correu mais e jogou mais. Apareceu a velha garra gremista e, com ela, veio a conquista notável para suas cores, mais notável: Seu esquadrão, que não havia feito um bem primeiro tempo, voltou ao campo para o tempo final com garra e grande disposição. Renato, sua maior figura, juntamente com Airton e Ortunho, principalmente, desdobraram-se. Defendiam e levavam o ataque para a frente, no afã de marcar tentos.

Os esforços dos tricolores não foram perdidos. Surgiu o 2×1 e, a seguir, o 3×1. Nessa altura, com a vitória nas mãos, as rapazes do Olímpico redobraram ainda mais seus esforços, e, como uma máquina, foram se tornando brilhantes. Corriam para todos os lados. Defendiam e atacavam. A meia cancha — Elton e Milton —perdida no início da fase inicial, voltou à serenidade e começou a desfazer as cargas rubras, com categoria. O ataque deslocava-se mais e melhor e seus homens procuravam o arco de Gainete sempre bem, pois a meia cancha dos colorados — Bandeira (depois Piloto), e Osvaldinho, nada fazia de positivo. Andou sempre fora das jogadas, atrapalhado. Mas os 3×2 trouxeram, ainda, apesar do adiantado da hora (43 minutos), um alento aos rubros, que já estavam atuando com 10 homens, pois Piloto havia sido expulso do gramado, após ter atingido, violentamente, a Vieira, sem bola. O Grêmio, porém, não parou, e, nos minutos derradeiros da contenda assinalou o tento n.º 4, obra de Vieira. Antes, sr. Eunápio de Queiroz, acertadamente, expulsara do campo o zagueiro Ari, que deu um violento pontapé em Marino também sem bola. Aliás, a verdade é que os atletas do Internacional perderam a cabeça. Perturbando-se totalmente. E ai — claro — a partida ficou mais à feição para os campeões de 62, que, então, passaram a jogar com calma e maior dose de confiança. Pode-se dizer que depois do tento de Joãozinho, o Grêmio comandou ao ações, tal era a perturbação dos rubros. Ninguém mais se entendia e suas avançadas já não mais preocupavam a defensiva tricolor, que agia com tranquilidade. Deve-se dizer ,a esta altura, que a defesa do Grêmio só no segundo tempo é que se firmou mesmo de verdade. Antes, andou perdida, faltando chance aos dianteiros colorados para concretizar. Por duas vezes Sapiranga perdeu-se com a pelota, não assinalando tentos certos. O ponto alto mesmo do Internacional foi a dianteira. Flávio foi sua grande figura. Procurou fazer jogadas certas e as realizou. Gilberto e Sapiranga, estiveram bem, parando nos minutos finais, principalmente depois que o Grêmio assumiu as rédeas da partida. Na defensiva Zangão e Soligo forma os de menor expressão no quadro. Gainete foi o culpado de dois tentos. O terceiro de Ivo Dlogo e o de Joãozinho. Ambos eram perfeitamente defensáveis. Os demais elementos do Internacional andaram com altos e baixos. As expulsões de Piloto e Ari foram as mais acertadas. Eunápio de Queiroz agiu bem.

A representação do Grêmio mereceu o triunfo e o campeonato. Ontem, por exemplo, o Grêmio enalteceu sua conquista pelo que apresentou, na fase final. Sua garra surgiu e seus atletas levaram de roldão adversários, procurando uma vitoria que foi significativa por todos os motivos. Os atletas gremistas portaram-se bem e a disciplina mais uma vez veio à tona. Enquanto a indisciplina começou a campear entre os colorados, os rapazes do Grêmio mostraram-se tranquilos, aguentando tudo com serenidade e respeito. Receberam ponta-pés e não revidaram. Assim, a vitória do Grêmio frente ao internacional, ontem, foi justa e acima de tudo brilhante. Os tricolores conquistaram um campeonato que já estava perdido, liquidado.

QUADROS, TENTOS, ARBITRO
E RENDA

Os dois quadros assim formados:
GRÊMIO — Henrique; Renato, Airton, Altemir e Ortunho. Elton e Milton; Marino. Joãozinnho, Ivo Diogo e Vieira.

INTERNACIONAL — Gainete, Zangão, Ari, Cláudio e Soligo; Bandeira (Pilotto) e Osvaldinho; Sapiranga, Mauro, Flávio e Gilberto.

— Os tentos foram assinalados por Ivo Dlogo (2) (um de pênalti), e por Joãozinho e Vieira para o Grêmio. Os pontos do Internacional foram anotados por Soligo (pênalti) e Flávio.
— Dirigiu a contenda, com acerto e correção, o sr. Eunápio Queiroz. Não fosse o seu trabalho ponderado, talvez o embate não tivesse chegado ao seu final. Eunapio e seus auxiliares andaram multo bem.

— Renda do joga: aproximadamente de 6 milhões de cruzeiros.”(Correio do Povo, sexta-feira, 8 de fevereiro de 1962)

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Foto: Revista do Grêmio

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“VITÓRIA MEMORÁVEL DOS TRICOLORES
4×2: Placar justo e inapelável
Ao internacional sobrou espírito de luta, vibração, mas faltou harmonia
[…]

Marcha do Placar

A mudez do placar do Estádio Olímpico foi quebrada aos 21 minutos de jogo e a façanha pertenceu a Flávio, do Internacional. Numa das muitas e perigosas investidos da vanguarda do quadro escarlate. Cláudio serviu Mauro no centro do gramado e este, rápido estendeu para Flávio, O jovem dianteiro rubro aplicou uma espetacular finta em Airton (antes já havia aplicado varias outras) e apontou rasteiro de pé direito. A bola bateu no poste direito da cidadela guarnecida por Henrique e foi para, as redes, Um golaço do melhor jogador em campo.

GRÊMIO EMPATA DE PENALTI
Os tricolores conseguiram o empate aos 35 minutos. Joãozinho adiantou para Marino deslocado pelo centro a altura da intermediaria. O avante gremista perseguido por Cláudio, adentrou a grande área e, quando se aprontava para alvejar a meta de Gainete, foi aterrado por traz pelo quarto-zagueiro colorado, O juiz Eunápio de Queiroz foi preciso na marcação da penalidade máxima, Ivo Diogo cobrou o tiro de rigor e atingiu as malhas de Gainete.

GREMIO CAMINHA PARA O TRIUNFO: 2×1
Somente aos 33 minutos da etapa derradeira foi que o Grêmio conseguiu assinalar o seu segundo gol e com ele marchar para a conquista do triunfo consagrador. Ivo Diogo serviu Joãozinho e este mandou a redonda para Vieira na direita, que devolveu ao «pequeno polegar>> gremista. Gainete adiantou-se no terreno e Joãozinho o cobriu magistralmente. A bola passou por cima da cabeça do arqueiro rubro. Delirio da «torcida» tricolor.

IVO DIOGO: 3×1
O Gremio comanda as ações em campo e nota-se que o adversário começa a perder a tranquilidade. Decorrem 40 minutos e o quadro local consegue o seu terceiro gol. Ary comete feia falta sobre Vieira. O próprio ponteiro cobra e, infração, suspendendo para a esquerda, onde Ivo Diogo, junto de Gainete, mete a testa na bola e a envia para o fundo das redes.

INTER DESCONTA DE PENALTI
É notório o descontrôle da equipe colorada. Piloto foi expulso de campo, mas mesmo assim. aos 42 minutos; consegue o Internacional diminuir a diferença, através de um gol de penalidade máxima. Sapiranga fugiu pela esquerda, perseguido por Airton. Na hora de executar o tiro final foi aterrado pelo Pavilhão, O árbitro marcou a penalidade com precisão. Soligo executou o chute de onze metros e venceu a vigilância de Henrique.

GRÊMIO: 4×2 E FIM DE FESTA
Desarvora-se totalmente equipe rubra, já agora com apenas nove jogadores, uma vez que Ary também foi expulso de campo. Decorrem 50 minutos, portanto já no período de descontos. Joãozinho para Elton e este para Vieira, na direita, o ponteiro ageitou o balão como quis e chutou cruzado e rasteiro para as redes de Gainete. Triunfo merecido do Grêmio de 4×2 e conquista do título de 1962” (Diário de Notícias, sexta-feira, 8 de fevereiro de 1962)

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Grêmio

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Globo

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Foto: Revista do Globo

Os 4×0 no Grenal do Brasileirão de 1977 realmente fez o Inter aposentar o seu uniforme todo vermelho?

November 6, 2022
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Foto: Zero Hora

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Foto: Zero Hora

Como bem registrou o twitter oficial do Grêmio, neste mesmo dia “há 45 anos, pelo Brasileirão de 1977, o Grêmio goleava o Internacional por 4 a 0 e aplicava ao rival a maior goleada da história dos clássicos dentro do Beira-Rio”

Uma das lendas envolvendo esse clássico é que a derrota fez o co-irmão aposentar seu novo fardamento todo vermelho, após uma única partida. Não sei exatamente qual a origem dessa lenda. O registro mais antigo que eu encontrei foi do livro “A História dos Grenais“. Nele é atribuído uma frase ao roupeiro colorado Gentil dos Passos que teria dito “ Depois daquela goleada, nunca mais se viu aquele uniforme. Nem se fala mais nele aqui dentro.” Essa afirmação foi relembrada numa matéria da Zero Hora de setembro de 1996. Em 2009, Batista (que atuou pelo Inter naquela partida) confirmou para o ClicRBS que o fardamento foi “abandonado” e repetiu o depoimento para o jornal Extra em 2012.

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Contudo, em que pese as declarações dos personagens históricos, é interessante notar que essa afirmação não corresponde a realidade. Pesquisando publicações da época, se percebe que, na realidade, o Inter utilizou esse fardamento todo vermelho em outros 4 jogos, de um total de 8 que fez até o fim da temporada após a goleada sofrida no Grenal.

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Folha da Tarde sobre o Juventude 0x1 Inter em 16 de novembro de 1977

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Matéria da Manchete Esportiva sobre Inter 3 x 0 Maringá em 20 de novembro de 1977

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Reportagem do Correio do Povo sobre Avaí 0x0 Inter em 27 de novembro de 1977.

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Foto da Manchete Esportiva sobre Corinthians 1×0 Inter em 18 de dezembro de 1977

O bom livro “Heróis de 77 – A história do maior campeonato gaúcho de todos os tempos”  traz uma informação que talvez explique essa confusão. Na página 270 o autor de Daniel Sperb Rubin reproduz uma nota publicada na Folha da Manhã na véspera daquele Grenal, na qual um repórter questionou previamente os dirigentes do Internacional sobre a possibilidade do uniforme ser aposentado após a estréia um caso de derrota:

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“Iúra viu Benitez adiantado e, de fora da área, pé direito, levantou a bola para encobrir o goleiro. O paraguaio se atrapalhou todo e a bola entrou bem no ângulo. Grêmio 1×0.” (Correio do Povo, terça-feira, 8 de novembro de 1977)

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“Tarciso, sozinho, invadia a grande área quando recebeu o combate de Benitez, indo ao chão. Boschilia apitou apontando a marca fatal. Com categoria, Tadeu Ricci colocou a bola num canto, enquanto Benitez ia para o outro. Grêmio 2×0.” (Correio do Povo, terça-feira, 8 de novembro de 1977)

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“Iura ameaçou cair para direita e tocou a bola para a esquerda, deslocando toda a defesa do Inter. E mesmo sem ângulo, o goleador do clássico arrematou forte de esquerda, sem chances para Benitez, que ainda tocou na bola. Foi o mais bonito golo do Gre-Nal, o terceiro do Grêmio” (Correio do Povo, terça-feira, 8 de novembro de 1977)

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“Éder fugiu pela esquerda e cruzou sob medida para Tarciso. Benitez ainda tentou interceptar mas falhou e ponteiro cabeceou contra uma meta desguarnecida. Grêmio 4×0..” (Correio do Povo, terça-feira, 8 de novembro de 1977)

GOLEADA DO GRÊMIO SOBRE O INTER EM PLENO BEIRA-RIO
Desde 1968 não acontecia uma vitória tão convincente em clássicos do futebol do Rio Grande do Sul. Vencendo ao Internacional por quatro a zero, domingo à tarde, o Grêmio plasmou no campo sua superioridade conseguida já no campeonato regional de 1977. Os golos foram de Iura (dois), Tadeu Ricci. (pênalte) e Tarciso. Antes mesmo do apito final grande parte da torcida colorada saiu silenciosa do Estádio Beira-Rio.

PRIMEIRO TEMPO
Oberdan ganhou o sorteio para escolha de lado e preferiu que seu time jogasse o primeiro tempo contra o vento. O Internacional aproveitou-se da situação e iniciou a partida com grande disposição, bem colocado em campo e criando situações de golos. Empurrado pelo melhor jogo do adversário, o Grêmio foi um time dominado até os 25 minutos iniciais da partida. A partir daí, aos poucos, tentou se organizar, melhorou, mas não teve o volume de ações suficiente para ficar melhor do que o Inter, que mão conseguia, contudo, tirar partido da vantagem e permitia um crescimento lento de Iura, o jogador mais importante do Gre-Nal. Sua importância no jogo começou a crescer quando, aos 10 minutos, atingiu violentamente Caçapava, que mais tarde revidou. Aos 38 minutos do primeiro tempo a sorte favoreceria ao Grêmio, num lance isolado de Iura Colocado fora da área, ele apanhou um rebote emendando sem pulo uma bola que acabou sendo impulsionada pelo vento. O goleiro Benitez, adiantado no lance, tentou o golpe de vista e acabou falhando no golo.

SEGUNDO TEMPO
Com o placar favorável e agora jogando com o auxílio do vento, o Grêmio soube tirar todo o proveito que o Inter não conseguiu na primeira etapa. Foi aí que os problemas da meia-cancha do Inter se acentuaram, a partir da pouca condição física de Falcão. Debilitado, ele perdeu as forças e seu companheiro Caçapava, lesionado. Aos 13 minutos André escapa e na entrada da área é derrubado por Benitez. Boschilia corre e marca o pênalte, sob protestos do time do Internacional. Tadeu Ricci cobra com tranqüilidade e faz dois a zero. A partir daí o time do Inter desmoronou totalmente, pois não teve calma para, pelo menos, evitar a goleada, já que com a inoperância de Luisinho e a pouca objetividade de Edu, seria difícil transpor os centrais Vilson e Oberdan, de excelente atuações. A modificação de Gainete com a saída de Caçapava, deu poucos resultados. Vasconcelos entrou com a partida liquidada a teve discreta participação. Aos 26 minutos houve nova indecisão entra Gardel e Beliato, para Iura, em  grande lance entrar na área pela esquerda e, mesmo sem ângulo, conseguir chutar para marcar três a zero.

Perturbado pelo crescimento de Tarciso, Dionísio, aos 40 minutos, perde a cabeça e atinge Iúra na pista atlética do estádio, sendo por isso expulso. Valdomiro baixa para lateral-direito e ao tentar um passe ao ataque entrega nos pés, de Vítor Hugo. A bola é lançada para Éder, livre, correr pela esquerda e cruzar certo na cabeça de Tarciso. O goleiro Benitez consegue sair no lance para interceptar o cruzamento e falha novamente. Tarciso, sozinho, cabeceia .e encerra a goleada no Beira-Rio. O Grêmio estava três pontos atrás do Internacional (e mesmo com a partida a menos), e agora os dois dividem a liderança do grupo “A”. A vitória gremista não deixou nenhuma dúvida sobre a superioridade diante do Inter. “ (Correio do Povo, terça-feira, 8 de novembro de 1977)

 

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Foto: Folha da Tarde

Gauchão 2022 – Grêmio 0x1 Inter

March 25, 2022
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Foto: Ricardo Duarte (SC Internacional)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

O bom mesmo seria ver o Grêmio vencer os dois jogos por goleada, contudo, me parece o resultado final ficou de bom tamanho. O tricolor eliminou o rival, mas mesmo assim não há como deixar de perceber as carências e dificuldades que o time tem atualmente.

Brenno está mostrando evolução com a camisa 1 e fez grandes defesas na partida, mas pra mim ele falhou no lance do gol. No mínimo deveria ter posicionado melhor a barreira. E não seria nenhum absurdo pedir mais um jogador ali, pois o Inter tinha originalmente três jogadores para fazer a cobrança.

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Esse foi o segundo pior público de todos os Gre-Nais disputado na Arena até hoje (só ficou na frente de um clássico pela primeira fase do Gauchão de 2014). Senti falta de uma comunicação do Grêmio ao seu torcedor explicando das razões para esse horário esdrúxulo. O clube ter feito campanha esperando 50 mil torcedores no estádio soou como desconexão com a realidade.

– Até hoje foram disputados 21 Gre-Nais na Arena. Destes 21, 16 foram jogados com torcida. Média de público destes 16 Gre-Nais é de:
44.661 (41.489 pagantes)

– Média de público do Grêmio em 2022:
12.277 (11.261 pagantes)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

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GRÊMIO: Brenno; Rodrigues (Mateus Sarará, aos 23’/2ºT), Geromel, Bruno Alves e Nicolas; Thiago Santos (Gabriel Silva, aos 23’/2ºT), Lucas Silva, Bitello, Campaz e Elias (Ferreira, aos 12’/2ºT); Diego Souza
Técnico: Roger Machado

INTERNACIONAL:Daniel; Bustos, Bruno Méndez, Kaique Rocha e Liziero; Gabriel (Johnny, aos 43’/2ºT), Edenílson, Maurício (Gustavo Maia, aos 45’/2ºT), Taison (Matheus Cadorini, aos 43’/2ºT) e David (Caio Vidal, aos 37’/2ºT); Wesley Moraes
Técnico: Alexander Medina

Gauchão 2022 – Semifinal – Jogo de volta
Data: 23 de março de 2022, quarta-feira, 22h15min
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre, RS
Público: 33.837 (31.821 pagantes)
Renda: R$ 2.305.320,00
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Tiago Augusto Kappes Diel
VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ)
Cartões amarelos: Nicolas, Brenno e Ferreira (Grêmio); Maurício (Internacional)
Cartões vermelhos: Ferreira (Grêmio); Bruno Méndez (Internacional)
Gols: Taison, aos 18 minutos do 2º tempo

Gauchão 1977 – Grêmio 3×0 Inter

March 23, 2022
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Foto: Zero Hora

 

No primeiro Gre-Nal do Gauchão de 1977, o Grêmio venceu o Inter por 3×0 no Olímpico. Como pode ser vistos nos anúncios da Federação Gaúcha, a partida foi válida por uma rodada de clássicos da primeira fase da competição. O detalhe é que o tricolor atuou com dez jogadores, desde o final do primeiro tempo, quando o placar ainda estava 1×0.

Nessa partida, Alcindo (que é o segundo maior goleador do Grêmio em Grenais) fez seu último gol clássico (treze anos depois de marcar os seus três primeiros no mesmo jogo em no Gre-Nal 170).

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Foto: Zero Hora

“O GRÊMIO FOI SUPERIOR EM TUDO NO CAMPO

Mal terminou a goleada do grêmio ontem no internacional por 3 a O, começou uma discussão que se estende hoje por todo o Estado: qual causa direta que determinou a vitória do time treinado por Telê Santana, com tanta facilidade? Muitos argumentos e lembranças podem ser usadas nessa discussão. Duas que transpareceram desde que a partida começou:

— o Grêmio teve o esquema certo e os jogadores para cumpri-lo. Recordar que a equipe de Castilho atuou muito desfalcada, lembrar o time do Olímpico com dez homens e maior parte do jogo e outros fatores ajudam no esclarecimento do assunto. Mas acima de tudo ficou claro a superioridade tática e técnica do Grêmio em toda a partida.

Superioridade que começou mal foi dada a ordem da bola rolar. Com três minutos de jogo, o Grêmio tinha conseguido dois escanteios, a defesa do Inter corria de um lado para o outro, era o time de Telê que tomava a iniciativa de ataque. De início havia um certo equilíbrio, a equipe do Beira-Rio procurava prender mais a bola, dando um ritmo mais lento à partida. Foi quando começaram as jogadas violentas. FaIcão acertou Ladinho, e recebeu pouco depois o troco de lura.

 

Alguns jogadores começaram a deixar a bola para caçar o adversário, as faltas e interrupções passaram a ser frequentes. O árbitro Luis Torres que começara bem, passou a vacilar, sua Insegurança logo foi transmitida ao bandeirinha Ricardo Piva, confuso também nas marcações de impedimento. O juiz tentava controlar o ritmo violento que o jogo assumiu, o cartão amarelo foi mostrado primeiro para Ladinho e Herminio. E depois para vários jogadores.

 

Falha de Manga

Foi quando aconteceu o primeiro gol do Grêmio, aos 19min30seg, em lance de bola parada que o goleiro Manga falhou. Éder foi derrubado no lado esquerdo por Cláudio, Tadeu Ricci bateu a falta, forte, de curva, o goleiro pulou certo, deixou a bola escapar para entrar mansamente em seu gol. O gol pode ser creditado à essas coisas que acontecem no futebol. Cinco minutos depois, no entanto Alcindo recebeu a bola de lura livre na área, tinha condições de fazer o gol, mas demorou, deu tempo da zaga prensar a bola. O lance mostrou falhas na marcação da defesa do Inter. Um setor que tentava sair das dificuldades em que se encontrava, de qualquer maneira, mas não recebia o apoio que precisava, principalmente da meia cancha, onde Falcão era o pior, tentava sempre enfeitar as jogadas, não conseguindo. Às vezes, perdia bisonhamente a bola.

O ataque do Inter não estava melhor do que os outros setores. Os jogadores eram bem marcados, não conseguiam vencer individualmente seus adversários. E procuravam provocar a zaga do Grêmio, até que obteve resultado nesse aspecto. Dario acertou Eder, o ponta esquerda se descontrolou completamente, e foi formada uma confusão. Eder acabou agredindo o árbitro Luis Torres, que expulsou o jogador. Isso ocorreu aos 42 minutos, a tática do time de Telê aí foi prender a bola até o primeiro tempo terminar. O jogo tinha unia nova feição: o Grêmio ia atuar no segundo tempo inferiorizado numericamente.

Para a fase final, Castilho deslocou Pedrinho para a ponta esquerda e Cláudio teve ordens de avançar Telê mandou que lura recuasse para fechar o lado direito, no ataque ficaram Alcindo e Tarciso. O Grêmio se dispôs a jogar no contra-ataque e fez isso muito bem Tanto que aos 60 minutos, conseguiu o segundo gol, em jogada rápida pelo lado direito, com Tadeu passando por Chico Fraga, fugindo de Herminio e dando um cruzamento para trás. Justamente onde Alcindo estava, bem colocado, para testar para baixo, vencendo Manga. Na jogada toda a defesa do Inter falhou, os jogadores chegaram atrasados, não fazendo a cobertura correta.

 

Repetição de erros

O gol só refletiu a superioridade do Grêmio que era tamanha que mesmo jogando com dez não dava a impressão de ter menos jogadores em campo. A cada Jogada em que seu ataque pegava a bola levava mais perigo do que o adversário atacando em massa. Tarciso se movimentava pelos dois lados, sofria uma marcação rigida de Marião e Herminio, sofrendo muitas faltas. Castilho resolveu mexer em seu, time. Tirou Pedrinho, apenas esforçado na esquerda  e colocou Jair na direita, com Cláudio voltando para sua posição. Mas o ataque do Inter continuava muito embolado e a meia cancha não conseguia tabelar para tentar a penetração na área do time adversário.

A única jogada tentada pelos jogadores de Castilho eram os “chuveirinhos”. A bola era levantada para a área, na tentativa de encontrar Dario ou Escurinho, mas quem a alcançava era Oberdan ou Ancheta. Joãozinho Paulista foi preparado para entrar no lugar de Dario, mas acabou substituindo Caçapava, que se lesionou. O ataque do Inter ficou mais embolado ainda, enquanto Telê tirava Alcindo, cansado para botar Zequinha, além de reforçar a meia-cancha com a saída de lura para Jerônimo entrar. O Grêmio se fechava na defesa, mas ia rapidamente para o ataque, a entrada de Zequinha possibilitava lances perigosos. O jogo já tinha perdido as características de violência que assumira a maior parte do tempo, mas as jogadores do Inter entravam duro no adversário.

O terceiro gol da equipe do Olímpico não causou surpresas a ninguém, foi quase uma repetição do segundo. Escapada rápida pela direita de Zequinha, aos 86 minutos, que chegou na linha de fundo e cruzou para trás. Tadeu vinha entrando sem marcação e cabeceou para baixo, como no gol de Alcindo. Faltou mareação da defesa do Inter, Marião, Herminio e Claudio chegaram atrasados novamente na jogada. E o restante da partida ficou na tentativa do Inter em diminuir o resultado, fazer pelo menos seu gol de honra, que só poderia ocorrer em falha rio adversário, porque os jogadores de Castilho acumulavam erros, e só Jair em algumas joga das isoladas não se nivelava com os companheiros. Mas era pouco, o Grêmio segurou o resultado até o apito final do árbitro, mereceu ganhar de goleada.” (Zero Hora,  segunda-feira, 18 de abril de 1977)

 

 

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GRÊMIO GOLEIA O INTERNACIONAL EM PARTIDA DE MUITA VIOLÊNCIA

Porto Alegre — Desfalcado de três titulares e sentindo os efeitos das recentes partidas pela Taça Libertadores da América, o Internacional não resistiu ao entusiasmo da nova equipe do Grêmio e acabou goleado por 3 a 0 ontem à tarde, no Estádio Olímpico. No primeiro tempo houve muita violência por parte das duas equipes e o ponta-esquerda Éder, do Grêmio, foi expulso aos 43 minutos por esbarrar propositadamente no juiz Luís Torres. Tadeu, ex-jogador do Flamengo, marcou duas vezes para o Grêmio aos 20 minutos do primeiro tempo e aos 41 do segundo. Alcindo, de volta ao time depois de sete meses, marcou aos 15 minutos do segundo tempo.

A renda do clássico somou Cr$914 mil 485. Equipes: Grêmio —Remi, Eurico. Ancheta, Oberdã e Ladinho; Vítor Hugo, Iura (Jerônimo) e Tadeu; Tarciso, Alcindo (Zequinha) e Eder). Internacional — Manga, Cláudio, Marião, Hermínio e Chico Fraga; Caçapava (Joãozinho), Falcão e Batista; Pedrinho (Jair), Dario e Escurinho.

Inter desfalcado
Sem Marinho, Vacaria, Valdomiro e Santos (este, primeiro reserva de Lula), o Internacional entrou em campo inferiorizado e só não foi envolvido totalmente pelo Grêmio desde o início porque seu meio campo movimentava-se muito. O primeiro gol, produto de uma falha do goleiro Manga, perturbou a equipe, que passou a jogar com violência. Este gol, aos 20 minutos, resultou de uma falta cobrada por Tadeu, que Manga deixou escapar mansamente para o canto esquerdo do seu gol.

Mesmo com 10 jogadores —Éder foi expulso aos 43 m — o Grêmio continuou a impor seu jogo no segundo tempo, especialmente depois que Caçapava saiu de campo machucado. Antes disso voltaria a marcar, por intermédio de Alcindo. Bem colocado na área, ele completou de cabeça um centro de Tadeu. Aos 41 minutos, quando Zequinha Já substituirá Alcindo, passando Tarciso para o meio, Tadeu completou um centro de Zequinha e desviou do goleiro Manga.

Mais onze jogos foram disputados nesse fim de semana pela sétima rodada do Campeonato Gaúcho: em Santa Cruz sábado, Santa Cruz 2×1 Estrela; em Porto Alegre (ontem pela manhã), Esportivo 3×1 Cruzeiro; em São Borja, São Borja 2×1 Cachoeira; em Rio Grande, São Paulo 1 x 0 Novo Hamburgo; em Santa Maria, Riograndense 1×0 Inter S.M.; em Bagé 1 x 1 Guarani; em Passo Fundo, 14 de Julho 0x0 Gaúcho; em Caxias do Sul, Caxias 1 x 0 Juventude; em Erexim, Atlético 1×0 Ipiranga; em Santo Ângelo, Santo Ângelo 0x0 São Luis; em Pelotas, Brasil 3 x 1 Pelotas.” (Jornal do Brasil, 18 de abril de 1977)

 

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Oberdã – foi um guerreiro – domina Jair” (Placar, Edição n.º 365, 22 de abril de 1977) Foto: JB Scalco

GRÊMIO ATE TRIPUDIOU

O jogo não tinha importância para a tabela, já que o Inter e o Grêmio foram colocados em chaves diferentes e o regulamento — burro regulamento — manda que os primeiros, no fim do turno, partam do zero para uma melhor de três pontos. Mas o Gre-Nal do Olímpico, por ser o primeiro do ano, teve um grande valor como teste. A constatação veio fácil: o Grêmio está bem melhor do que no ano passado — e o Inter, pior. Os 3 a O não deixaram dúvidas, embora os colorados se consolassem com as ausências de Marinho, Vacaria, Valdomiro e Santos (para não falar em Lula) e com o cansaço da maratônica viagem ao Equador.

Para o Grêmio, de qualquer maneira, foi uma daquelas vitórias de lavar a alma, de fazer esquecer todas as humilhações do passado — por exemplo: em 16 partidas incluídas anteriormente nos testes da Loteria Esportiva, o Grêmio não havia vencido nenhuma. Justas esperanças de que este ano o Campeonato Gaúcho seja diferente: I) a defesa não perdeu nada com a troca de Beto Fusca, e Bolívar pelos veteranos Oberdã e Ladinho — e, no caso do quarto-zagueiro, o time afinal tem alguém para pular na cabeça com Escurinho; 2) Tadeu é um baita meia-armador, que se coloca bem, ordena o time e ainda vai lá na frente conferir — basta ver seus dois gols; 3) Alcindo, embora sem a mobilidade de outrora, pode repetir, aos 32 anos, a história de Flávio no Inter de 1975 — esteve sempre onde um centroavante deve estar e por isso marcou seu gol na cruzada medida de Tadeu.

O torcedor colorado, do outro lado, viu seu time se afundar com espantosa facilidade: perdia apenas de 1 a 0 quando o Grêmio ficou com 10 — o ponta-esquerda Éder foi expulso aos 42 do primeiro tempo —e, em vez de reagir, tomou mais dois gols. Quase que se podia ver os fantasmas de Figueroa, Carpeggiani e Minelli sobrevoando o Inter.

Dia 8 de maio haverá outro Gre-Nal sem qualquer importância para a tabela — a não ser que o Caxias, principal adversário do Inter em sua chave, aproveite para disparar ainda mais. Domingo, no clássico de Caxias Sul, sofreu muito para ganhar do Juventude — injusto 1 a 0 — mas manteve a liderança, agora com 11 pontos ganhos. O Inter tem quatro e presume-se que depois tira a diferença. Senão …

Em tempo: Oberdã, além de jogar um bolão, mostrou quando vale uma boa malandragem: sujou a meia de mercúrio cromo, para fingir que estava ferido; a torcida gremista vibrava cada vez que ele entrava em ação — e o time inteiro respondia à vibração com uma garra que não teve nos últimos oito anos.” (Divino Fonseca, Placar, Edição n.º 365, 22 de abril de 1977)

 

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Foto: Zero Hora

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GRÊMIO: Remi; Eurico, Ancheta, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Iúra (Jerônimo) e Tadeu Ricci; Tarciso, Alcindo (Zequinha) e Éder Aleixo.
Técnico: Telê Santana

INTER: Manga; Cláudio Duarte, Marião, Hermínio e Chico Fraga; Caçapava (Joãozinho Paulista), Falcão e Batista; Pedrinho (Jair), Dario e Escurinho
Técnico: Carlos Castilho

Data: 17 de abril de 1977, domingo, 15h30min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre – RS
Renda: Cr$ 914.485,00
Arbitragem: Luis Torres
Auxiliares: Ricardo Piva e Erich Fuchs
Cartões Amarelos: Iura, Herminio, Cláudio, Escurinho, Eder e Ladinho
Cartão Vermelho: Éder Aleixo
Gols: Tadeu Ricci, aos 18 minutos do primeiro tempo. Alcindo, aos 15 minutos e Tadeu Ricci aos 41 minutos do segundo tempo

Gauchão 2022 – Semifinal – Inter 0x3 Grêmio

March 20, 2022
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Foto: Eduardo Moura (Globo Esporte)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio FBPA)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio FBPA)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio FBPA)

Todas as escolhas de Roger na escalação se mostraram acertadas. O 4-1-4-1, com Villasanti jogando à frente da defesa, com Campaz e Elias jogando pelas pontas funcionou muito bem. Na comparação com o clássico anterior, o time esteve muito mais “compacto” na hora de defender. Especialmente pelo trabalho de marcação dos jogadores de lado, que nunca deixaram de acompanhar o avanço dos laterais colorados. Outra melhora clara na equipe foi na saída de bola, com Lucas Silva (que sempre foi vai bem em Gre-Nais) e Bitello jogando por dentro, o Grêmio sempre teve opções para construir o jogo desde trás. Acho que passa muito por aí a vitória.

E, ao fim, entendo que esse jogo pode/deve ser visto de uma maneira paradoxal. O Grêmio foi amplamente superior, fez 3 e poderia ter feito mais. Porém, mesmo assim, esteve longe de ter uma atuação perfeita. Mesmo bem postada, a defesa do Grêmio mostrou alguns defeitos e momentos de hesitação que muito provavelmente seriam aproveitados por um adversário mais bem preparado. Me parece que o resultado também passa pelo fato do Inter ser, no momento, na melhor das hipóteses, uma equipe em formação.

 

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio FBPA)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio FBPA)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio FBPA)

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INTER: Daniel; Bustos, Kaique Rocha, Cuesta e Paulo Victor; Gabriel (Johnny, 23’/2ºT) e Liziero; Edenilson (Bruno Méndez, 23’/2ºT), Taison (Caio Vidal, 35’/2ºT), Mauricio (Wesley Moraes, intervalo); David
Técnico: Alexander Medina

GRÊMIO: Brenno; Rodrigues, Geromel, Bruno Alves e Nicolas; Villasanti, Lucas Silva (Gabriel Silva, 31’/2ºT), Bitello (Thiago Santos, 35’/2ºT); Campaz (Rildo, 42’/2ºT), Elias (Janderson, 31’/2ºT) e Diego Souza (Thiago Santos, 42’/2ºT)
Técnico: Roger Machado

Data: 19 de março de 2022, 16h30min
Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre,RS
Público: 35.753.(29.406 pagantes)
Renda: R$ 1.365.336,22
Árbitro: Jean Pierre Lima
Assistentes: Jose Eduardo Bernardi e André da Silva Bitencourt
VAR: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Cartões amarelos: Victor Cuesta, Taison e Bruno Méndez (Inter); Rodrigues, Lucas Silva, Diego Souza e Bruno Alves (Grêmio)
Cartões vermelhos: Paulo Victor (Inter)
Gols: Elias, aos 11 minutos , e Bitello aos 17 minutos do primeiro tempo tempo. Diego Souza (de pênalti) aos 26 minutos do segundo tempo.

Gauchão 1962 – Inter 0x2 Grêmio

March 18, 2022
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PRIMEIRO TENTO DO GRÊMIO – Êste foi o primeiro tento do Grêmio, de autoria de Marino. Vieira entrou pela esquerda e centrou. Cláudio e Juarez pularam, não conseguindo alcançar a pelota, que sobrou para Marino. O atacante tricolor invadiu a área, pasou fácil por Ezequiel, ficando frente a frente com Gainete. O arqueio veio ao encontro do “forward” gremista, mas nada conseguiu. Na foto acima temos Marino de braços abertos, vendo a pelota bater nas rêdes, Ezequiel e o guardião Gainete.” (Correio do Povo, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

No Gauchão de 1962, o Grêmio venceu o Inter nos Eucaliptos por 2×0, os dois gols marcados por Marino no segundo tempo.

É interessante explicar o contexto da partida. O campeonato estadual daquele ano foi disputado por 12 equipes, em pontos corridos, com turno e returno.

Ao final da 17ª rodada, o Inter estava na liderança com 28 pontos. O Grêmio precisava buscar uma diferença de 6 pontos nas últimas 5 rodadas (lembrando que na época a vitória valia 2 pontos). A derrota do Inter para o Aimoré na penúltima rodada deixou o campeonato em aberto para o clássico da última rodada. O Inter só precisava de um empate para garantir o título e o Grêmio necessitava da vitória para forçar um jogo desempate.

Tem dois detalhes interessantes nas imagens que ilustram o post. O primeiro é possível notar nas duas primeiras fotos, onde se vê que as cadeiras colocadas nas arquibancadas posicionadas atrás de um gol dos Eucaliptos. O outro pode ser percebido em todas as fotos, que é o fato das duas equipes terem jogado com meias escuras (diferente do que aconteceu nos clássicos anteriores daquela temporada). Eu suponho que o Grêmio tenha usado meias cinzas enquanto o Inter utilizou meias vermelhas.

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Foto: Folha da Tarde

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Foto: Revista do Grêmio, ano VII, n.º 39, 1963

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Foto: Revista do Grêmio, ano VII, n.º 39, 1963

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Foto: Revista do Grêmio, ano VII, n.º 39, 1963

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Foto: Correio do Povo

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Fonte: http://ftt-futeboldetodosostempos.blogspot.com/2010/05/esquadrao-inesquecivel-gremio-1962.html

“GRÊMIO REAGIU BEM NA FASE DERRADEIRA E VENCEU O GRENAL 163 – FLAMENGO E FARROUPILHA TRIUNFARAM
2×0 foi o resultado do grande prélio, tentos de Marino – Gilberto expulso do gramado – Fraca a arrecadação para a importância do jogo – Renda total da rodada: CR$ 1.952.410,00

Terminado o embate de domingo, nos Eucaliptos — vencido justamente pelo Grêmio por 2×0 — a pergunta no “Estádio Ildo Meneghetti” era uma só: “onde está o ataque do Internacional”. Na verdade, o Internacional realizou um bom primeiro tempo e uma partida normal. Mas acontece, que durante o jogo todo (90 minutos), poucas foram as vezes que a linha atacante dos colorados fez perigar o último reduto do Grêmio. Nunca atacou positivamente e com chance de marcar. Foram cargas atabalhoadas, sem contrôle nenhum, nem perigo para o adversário. Na dianteira dos “escarlates”, apenas Flavio luziu, fazendo talvez a sua melhor exibição em Pôrto Alegre. Foi raça e foi inteligência. Os demais nada fizeram. Foram elementos inexistentes, que nada produziram e nada coordenaram. Henrique não teve grande trabalho.

Talvez tivesse sido o jogo mais fácil de sua carreira em grenais. Por outro lado, a defensiva andou perdida, aparecendo Soligo como o mais positivo. Ari esteve irregular e Claudio nem se fala. Quis ‘fazer “classe” e acabou sendo o grande culpado do 2º tento do Grêmio. A meia cancha colorada andou com altos e baixos. Zangão iniciou bem para no segundo tempo cair verticalmente. Osvaldinho fez uma exibição falha, permitindo que Milton e Elton assumissem as rédeas do embate, dominando inclusive a cancha. Na verdade, o quadro do Internacional, de belas apresentações ainda há pouco, foi quase um amontoado de atletas, sem noção do jôgo e ainda mais, sem coordenação alguma nos seus setores. Gainete foi figura saliente. Não foi culpado dos dois tentos. Soligo bom e Zangão trabalhador no primeiro tempo, quando o Internacional esteve mais perigoso, porém menos positivo. No ataque Flavio foi a figura do Internacional. Seus deslocamentos foram perfeitos. Acontece, que Flavio não teve companheiros para tabelar. Sapiranga, Alfeu, Mauro (muito gordo) e Gilberto nada fizeram. Este, inclusive, quando mais o clube precisava de seu esforço, de sua dedicação e de seu trabalho, resolveu “bronquear” com o árbitro, que nada tinha que ver com os 2×0. Gilberto foi procurar “sarna para se cossar” e imediatamente foi para os chuveiros. Para nós é irresponsabilidade. A nenhum atleta compete reclamar do apitador qualquer falta. Nem o capitão. Alguns atletas o fazem quando na verdade desejam ser expulsos ou por absoluta falta de responsabilidade. O árbitro é soberano.

—o0o—

O quadro do Grêmio foi mais positivo no gramado. Apesar de envolvido pelo Internacional na fase inicial, que apareceu bem, não parou nunca. Demonstrou garra e sangue, antes de tudo. Isso não aconteceu com os colorados, que precisavam apenas um empate para a conquista do bi. Mas o quadro do Grêmio Pôrto Alegrense lutou sem esmorecimentos. Sua defensiva esteve firme, sendo Airton, Ortunho e Altemir, suas grandes figuras. A meia-cancha formada por Elton e Milton, de mau trabalho nos primeiros quarenta e cinco minutos, tornou-se extraordinária na fase final, procurando levar seus dianteiros para a frente, sem parar um instante. Milton andou por tôda a parte, sendo um elemento de real valor. O ataque — Marino, Joãozinho, Ivo Diogo (Juarez) e Vieira — andou bem na fase final. No primeiro tempo pouco produziu. No 2.º tempo todos trabalharam certos e com garra. Durante os noventa minutos, de um modo geral, os rapazes do Grêmio, com o verdadeiro senso da responsabilidade, produziram o esperado. Lutaram bastante e conquistaram uma vitória Justa. Depois dos 2×0, mais tranquilos e vendo que os seus adversários nada mais

poderiam realizar — pois estavam batidos mesmo — os tricolores coordenaram mais as jogadas, apresentando bons momentos de futebol. Na verdade, a vitória do Grêmio foi das melhores e acima de tudo justa.

—o0o—

Com a conquista do Grêmio, domingo, está empatado o certame da Categoria Especial de 62. Com o resultado de anteontem, terá a dupla Gre-Nal que disputar a decisiva. Deve-se ressaltar o feito dos pupilos de Sérgio Moacir Torres Nunes. Depois de estarem inferiorizados na tabela de pontos, com relação aos seus leais adversários, os gremistas numa verdadeira reação, conseguiram igualar-se àqueles de quem já estavam afastados a seis pontos. A ação dos tricolores vem merecendo os mais fartos elogios. Na verdade, êles fizeram tudo para chegar ao lugar que atualmente ocupam.” (Correio do Povo, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

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“O primeiro gol do Grêmio foi uma pintura. Vieira centrou para Juarez, à entrada da área o “tanque”, tendo Cláudio em seus costados, vislumbrando Marino, que penetrava pelo centro, iludiu seu marcador com o corpo, fazendo com que a bola passasse por ambos e se oferecesse aos ponteiro. Marino, então, completamente só, pois havia deixado Ezequiel para trás, teve tempo para dominar a bola e escolher o canto, fulminando Gainete, rasteiro.” (Diário de Notícias, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

GRENAL 163 CONSAGROU O MELHOR: GRÊMIO 2 X 0
Tricolor venceu técnica, tática e territorialmente
Internacional só foi adversário na 1ª etapa” (Diário de Notícias, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

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“LEÃO DO OLÍMPICO VOLTOU A RUGIR NOS EUCALIPTS MAS FOI MARINO QUE SELOU A SORTE DO INTERNACIONAL: 2 X 0
Tentos do Grêmio nasceram no 1º e no 17,5 minutos da segunda etapa – Gilberto foi expulso do gramada na segunda fase – atuação aceitável de Andrés Washington Mateos – Renda: Cr$ 1.690.300,00” (Jornal do Dia, terça-feira, 18 de dezembro de 1962)

Inter 0x2 Grêmio

GRÊMIO: Henrique; Renato, Airton, Altemir e Ortunho, Elton e Milton; Marino, Joaozinho, Ivo Diogo (Juarez) e Vieira
Técnico: Sérgio Moacir Torres

INTER: Gainete; Soligo, Ari, Claudio e Ezequiel; Zangão e Osvaldinho; Sapiranga (Mauro), Alfeu, Flavio e Gilberto.
Técnico: Pedro Figueiró

Gauchão 1962 – 22ª Rodada
Data: 16 de dezembro de 1962, domingo, 17h00min
Local: Estádio dos Eucaliptos, em Porto Alegre, RS
Renda: Cr$ 1.690.300,00
Juiz: Andres Washington Mateo
Auxiliares: Guilherme Sroka e Alfredo Bernardo Torres
Expulsão: Gilberto aos 23 minutos do segundo tempo
Gol: Marino, no primeiro minuto e aos 18 minutos do segundo tempo

Gauchão 2022 – Inter 1×0 Grêmio

March 11, 2022

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

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Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Eu não vi muitos jogos do Inter nessa temporada, mas tive a sorte de ver a eliminação deles na Copa do Brasil. Me pareceu que o time do “Cacique” Medina não demonstrou nenhum grande acréscimo técnico/tático em relação ao jogo contra o Globo, e mesmo assim foi claramente superior ao Grêmio (ao menos no primeiro tempo, no segundo não teve muito mais futebol, seja por comodismo do Inter, seja por incapacidade tricolor ou seja pela condução da arbitragem de Vuaden).

 

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Foto: Ricardo Duarte (SC Internacional)

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Foto: @MaxPeixoto91 (FGF)

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INTER: Daniel; Bustos, Kaique Rocha, Victor Cuesta e Moisés (Bruno Méndez, 40’/2ºT); Gabriel, Liziero; Edenilson (D’Alessandro, 40’/2ºT), Taison (Boschilia, intervalo) e Mauricio (Johnny, 33’/2ºT); David (Wesley Moraes, 33’/2ºT).
Técnico: Alexander Medina

GRÊMIO: Brenno; Orejuela (Rodrigues, INT), Geromel, Bruno Alves e Nicolas; Thiago Santos (Vini Paulista, 22’/2ºT) e Villasanti; Janderson (Gabriel Silva, intervalo), Campaz e Rildo (Bitello, 37’/1ºT); Elias (Wesley, 34’/2ºT)
Técnico: Roger Machado

Gauchão 2022 – 9ª Rodada (jogo atrasado)
Data: 9 de março de 2022, quarta-feira, 21h00min
Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, RS
Público: 28.185 (22.675 pagantes)
Renda: R$ 1.071.306,00
Árbitro: Leandro Vuaden
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Michael Stanislau
VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Cartões Amarelos: Bustos, Moisés, Boschilla, Weslley Moraes e Taison; Villasanti e Thiago Santos
Gol: David, aos 46 minutos do 1º tempo

Gauchão 1982 – Inter 0x2 Grêmio

February 25, 2022
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Foto: Correio do Povo

No primeiro Gre-Nal do Gauchão de 1982, o Grêmio venceu o Internacional no Beira-Rio, gols de Edmar e Tarciso.

No tabelão da Placar consta que essa partida seria válida pela 4ª Rodada do 1º turno, mas aquele foi o sexto jogo do Inter no campeonato e quinto do tricolor. Imagino que a dupla tenha tido alguns confrontos do Gauchão daquele ano adiantados em razão dos compromissos que teriam na sequência do mês. O Inter fez uma excursão à Europa, onde disputou o trófeu Joan Gamper e o Grêmio iria fazer sua primeira participação na Copa Libertadores.

O fato de Edmar ter marcado um gol na sua partida de estreia com a camisa 9 tricolor deve ter tido alguma influência na saída de Baltazar. O artilheiro de deus foi inscrito pelo clube na Libertadores que se iniciaria em 10 dez dias, mas sequer foi relacionado para este clássico e acabou não atuando mais pelo tricolor (a Grêmiopédia afirma que seu último jogo pelo Grêmio foi a derrota para o São José), tendo sido negociado com o Palmeiras no fim do mês

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Foto: Correio do Povo

 

GRÊMIO VENCE COM AUTORIDADE

Grêmio 2 x Inter 0. E, sem dúvida, a vitória do melhor. Assim, além de cair o único invicto do regional, ainda o Grêmio marcou uma recuperação ampla, Começou e terminou o Gre-Nal com mais movimentação e futebol. O Inter pareceu querer garantir um empate. Jogou atrás. O Grêmio corria em contra-ataques, tendo o melhor lance ofensivo em Odair — reaparecendo com entusiasmo e vencendo a Edevaldo. Já no Inter, outro problema: Geraldão sempre esteve isolado, nunca aparecendo Cléo ou qualquer outro jogador para a aproximação. O Inter perdeu a invencibilidade de dez jogos.

Odair correu pela esquerda, Edevaldo foi envolvido e fez a falta. O ponteiro levantou para a área. Indecisão na defesa do Inter e André Luís chegou a perturbar Benitez. Edmar, o estreante, apareceu isolado e cabeceou. A bola bateu no chão e foi às redes. Grêmio 1, Inter 0 — 18 minutos.

Odair, de novo, em jogada rápida pela esquerda. Edevaldo fora de posição. De imediato, a cruzada. Os zagueiros ficaram indecisos e Tarciso despontou como centroavante, chutando com força e precisão. Benitez mergulhou, mas não conseguiu fazer a defesa. Grêmio 2, Inter 0.

Nos dois lances, nesta fase, a decisão do Gre-Nal. Posicionamento incorreto, marcação um pouco frouxa e sem explosão, o Inter não pode conter o entusiasmo e melhor futebol do Grêmio. Os colorados tinham mais torcida, mas as tricolores mais futebol.

Com Odair de boa movimentação na esquerda e a meia-cancha fechando com harmonia sempre com Batista e Bonamigo atrás, o Grêmio teve mais volume de jogo. Coletivamente mais competente e a vantagem foi muito justa. Desde a marcação do primeiro gol foi melhor.

 

SEGUNDO TEMPO
Grêmio retornou com a mesma disposição. Assim correndo em contra-ataques rápidos, o tricolor pôde manter o adversário assustado e, em decorrência, garantiu a diferença. O Internacional — que jogou defensivamente no primeiro tempo — repetia o mesmo posicionamento, apesar do Valdomiro no lugar de Ruben Paz.

O Internacional permaneceu sem ofensiva. Geraldão continuou esquecido entro os zagueiros. Ninguém chegava na frente para a jogada de aproximação. O Grêmio marcava com severidade e movimentava-se com insistência. As modificações de Ernesto Guedes não deram em nada.

Aos 7 minutos, num lance em que o estádio não viu nenhuma irregularidade, o árbitro Carlos Martins anulou gol de Edmar para o Grêmio. Marcou falta quando nada aconteceu e a jogada foi limpa.

Para chegar ao final mais tranqüilo, Ênio Andrade não deixou o time reduzir o ritmo. Odair e Edmar saíram para: entrar China e Renato. O Gre-Nal, porém, estava garantido e o tabu de dez jogos caiu no Beira. Rio. O regional não tens mais nenhum invicto.“ (Correio do Povo, quarta-feira, 4 de agosto de 1982)

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Foto: Correio do Povo

OPINIÃO: O Grêmio teve mais garra, melhor tática e jogou melhor. Vitória merecida.” (Divino Fonseca, Placar, edição n.º 638, 13 de agosto de 1982)

 

 

GRÊMIO VENCE PRIMEIRO GRE-NAL DO ANO

Com um gol de Edemar que estreou e outro de Tarciso, o homem de decisão de clássicos, o Grêmio com muita tranqüilidade e um excelente futebol praticado por seu meio-de-campo conseguiu extraordinária vitória sobre o Inter ontem à noite no Estádio da Beira-Rio, igualando a diferença de pontos depois da derrota para o São José no sábado[…].” (Pioneiro, quarta-feira, 4 de agosto de 1982)

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ANTÔNIO GOULART – VITÓRIA DO CONJUNTO

Ganhou, antes de mais nada e com todos os méritos a equipe que entrou em campo com disposição cara ganhar. O Grêmio, que precisava da reabilitação, preparou-se para isso. O Internacional, embalado por uma seqüência de vitórias, algumas um tanto enganosas, parece não ter se conscientizado de que o jogo de ontem, por ser um clássico, fugia inteiramente aos padrões normais do restante do campeonato gaúcho.

Em segundo lugar, ganhou a equipe que melhor encurtou essa condição, isto é: que mostrou conjunto e equilíbrio. Esse foi o ponto alto do Grêmio. Sem ser brilhante, foi um time aplicado, objetivo e prático. Teve sempre onze jogadores úteis. O Inter, pelo contrário, nunca contou com mais do que nove nessas condições. Ruben Paz, Cléo e depois Valdomiro, a rigor, muito pouco contribuíram.

Num jogo de muito movimento, em que predominou o conjunto gremista diante de trio adversário desorganizado, só se consegue ver destaques individuais em Odair, Paulo Bonamigo e Paulo Roberto. A vitória de 2 a 0 para o Grêmio não me surpreendeu, surpreendeu-me, isto sim, a inoperância do perdedor. No fundo, foi um resultado bom para os dois lados. O Grêmio escapou de uma crise iminente e o Inter poderá agora corrigir suas deficiências, porque elas ficaram mais do que evidentes.

—*—

Não sei de onde Baltazar assistiu ao Gre-Nal de ontem. Só sei que não entrou em campo, nem ficou no banco de reservas. De algum lugar ele deve ter acompanhado o esforço de seus companheiros. Com certeza lembrou-se das vezes em que vestia a camisa 9 tricolor e brigava com os zagueiros rubros dentro do gramado. Particularmente, deve ter recordado um jogo do início de sua carreira no Olímpico. Foi um Gre-Nal de 1979, também pelo campeonato gaúcho. quando fez um dos dois gols da vitória de sua equipe. Foi a última vitória de sua equipe. Foi a última vitória do Grêmio diante do tradicional adversário.

Baltazar, agora, mesmo inscrito para a Libertadores, já não tem qualquer certeza quanto ao seu futuro no Olímpico. Sabe que ninguém mais o chama de <<iluminado>>, que seus gols sumiram, e não encontra explicação para isso. A  <<Chuteira de Ouro>> de 1980 é um troféu que recorda um passado recente, mas não consegue ter qualquer Influência no presente.

A única certeza de Baltazar é de que existem dois outros centroavantes com prioridade sobre ele no Olímpico, e de que, a cada dia se firma mais sua condição de jogador negociável, disponível dispensável, à venda. Talvez seja melhor que essa condição se concretize em realidade. Assim, não pesará tanto ficar longe do um Gre-Nal.” (Antônio Goulart, Correio do Povo, quarta-feira, 4 de agosto de 1982)

 

 

 

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INTER: Benitez; Edevaldo, Mauro Pastor, André Luís e Mauro Galvão; Ademir, Cléo e André; Paulo César (Müller), Geraldão e Ruben Paz (Valdomiro)
Técnico: Ernesto Guedes

GRÊMIO: Leão; Paulo Roberto, Leandro, De Léon e Paulo Césa Magalhães; Batista, Bonamigo e Paulo Isidoro; Tarciso, Edmar (China,) e Odair (Renato Portaluppi)
Técnico: Ênio Andrade

Gauchão 1982 – 1º Turno
Data: 3 de agosto de 1982, terça-feira, 21h00min
Público: 41 mil pagantes
Renda: Cr$ 11.866.450,00
Árbitro: Carlos Martins
Auxiliares: Rui Canedo e Irandi Paiva
Cartões Amarelos: Leão, Leandro, Paulo César Magalhães, Bonamigo, Paulo Isidoro e André
Gols: Edmar, aos 19 minutos do 1º tempo e Tarciso, aos 44 minutos do 1º tempo