Blog Tabuleiro – Eduardo Cecconi
“É tarefa de gincana estabelecer o diagrama para ilustrar o post sobre la Universidad Católica, próxima adversária do Grêmio na Taça Libertadores. A equipe chilena, do técnico Juan Antonio Pizzi, já se utilizou de quatro sistemas táticos nesta temporada, e dentro de cada modificou a escalação em número ainda maior de oportunidades. Diversos jogadores foram escalados em mais de um setor/posição/função/posicionamento, dificultando a contextualização daquilo que pode acontecer nos confrontos de oitavas de final contra o tricolor gaúcho.
Em 2011, o 4-4-2 com dois volantes e dois meias foi o sistema predileto da Universidad Católica – confira no diagrama tático que ilustra o post. Pizzi forma uma convencional linha defensiva com quatro jogadores, posiciona na direita Ormeño como primeiro volante e Silva na segunda função, à esquerda – dois jogadores combativos e participativos na marcação; na segunda linha do meio-campo atuam geralmente Meneses na direita e Cañete no lado oposto. No ataque, o argentino Pratto – referência ofensiva da equipe – boa parte das vezes acompanhado por Roberto Gutiérrez. Este desenho iniciou em duas partidas pela Libertadores, e em grande parte da campanha no campeonato nacional – liderado pelos ‘Cruzados’.
O 4-4-2 desdobrado em 4-2-2-2 pode facilmente transformar-se no 4-4-2 em losango (ou 4-3-1-2), uma das variações prediletas de Pizzi. Ormeño torna-se o primeiro volante, com Silva e Meneses na segunda linha marcando e apoiando, e um enganche centralizado abastecendo os dois atacantes. O losango – que espelharia com o sistema do Grêmio, portanto também é uma possibilidade forte para a partida de terça-feira no Estádio Olímpico – apareceu duas vezes na Libertadores.
A terceira possibilidade da Universidad Católica do camaleônico Pizzi é o 3-5-2 com linha no meio-campo e um enganche à frente (ou 3-4-1-2) – formação da estreia na competição continental. E o quarto sistema, utilizado apenas uma vez – contra o Vélez Sarsfield, talvez para também espelhar o sistema adversário – foi o 4-5-1 com três meias ofensivos (ou 4-2-3-1).
Além das variações táticas, Pizzi gosta de modificar a escalação – acredito que abdicar de um padrão tático e de um time-base inspire-se na adequação ao adversário. Não são poucos os jogadores polivalentes da equipe. Tiago Costa já foi lateral-direito, volante, meia-ofensivo e lateral-esquerdo; Martínez foi zagueiro e lateral-base na direita; Valenzuela disputa posição na lateral-direita e no meio-campo, assim como Tiago Costa, mas foi terceiro zagueiro no 3-4-1-2; Villanueva pode atuar no meio ou no ataque; acompanhando Meneses já surgiram Cañete, Tiago Costa, Villanueva, F.Gutiérrez e Calandria; na zaga, quando Martínez passa para a lateral, atua Parot…alternativas, variações e modificações não faltam.“

Zero Hora
“Renato e o Grêmio que se cuidem, porque o Universidad Católica, adversário nas oitavas da Libertadores, é daqueles times que gostam de jogar para o ataque, pelo chão, sem retranca ou bola aérea. O estilo tem tudo a ver com o perfil do técnico, o argentino Juan Antonio Pizzi, ex-atacante do Barcelona. Não foi à toa que o Católica venceu o Grupo 4, com 11 pontos e 11 gols, e lidera o Apertura chileno, com 29 pontos, faltando cinco rodadas. Conquistou também, o Clausura 2010. Teve em Gutiérrez o goleador, mas ele agora é reserva. Os gols cabem a Lucas Pratto, um argentino de envergadura, como afirma o jornalista Claudio Herrera, do diário chileno El Mercúrio.
-Não é um time brilhante, mas muito sólido, ordenado. Tem em bom nível Franciso Silva, um volante que distribui o jogo. E na ofensiva está Pratto – explicou
Apesar de alguns altos (virtou contra o Vélez, em Buenos Aires) e baixos (perdeu para o Caracas, em casa), o Católica contribui ainda com a atual seleção chilena: o meia Meneses, o próprio Francisco Silva e o goleiro Garcés estão nas convocações. Outro destaque está no meia e capitão Mirosevic, que se recupera de lesao e entrará em campo amanhã à noite, contra o Cobresal, pelo Apertura. Será o último confronto antes da partida contra o Grêmio, terça, no Olímpico – no qual Pizzi deverá contar com força quase máxima, descontado o zagueiro vergara, um reserva lesionado
De fato, o Católica vive bom momento. Fundado em 1937 e dono de 10 títulos nacionais, gasta R$ 400 mil mensais com o futebol. Para se ter uma idéia, os principais ídolos do Católica não ultrapassam R$ 550 mil de anuais de salário “ (Carlos Guilherme Ferreira, Zero Hora, 22/abril/2011)