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Mundial de Clubes 2017 – Real Madrid 1×0 Grêmio

December 22, 2017

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david ramos

mike hewittcp ricardo giusti correio do povo

A vitória do campeão europeu sobre o campeão sul-americano pelo placar mínimo é absolutamente normal e aceitável, assim como seria o inverso. Diante do Real Madrid o Grêmio fez o jogo que as circunstâncias lhe permitiram fazer: Na impossibilidade de fazer uma marcação adiantada (o que até foi tentado nos minutos iniciais) o tricolor recuou suas linhas,  protegeu a entrada da sua área e adotando uma postura mais “reativa” na espera de eventuais espaços que poderiam ser aproveitados em contra-ataques.

A parte defensiva dessa estratégia funcionou relativamente bem no primeiro tempo. Kannemann e Geromel estavam inspirados e Cristiano Ronaldo e Benzema foram os jogadores de linha do Real que menos tocaram na bola nos 45 minutos iniciais. Ocorre que a solidez da defesa tricolor acabou maculada por um erro primário no início do segundo tempo, quando a barreira abriu numa cobrança de falta, permitindo que a bola chutada por Cristiano Ronaldo passasse entre Luan e Barrios e fosse parar no fundo da rede. Depois disso o Grêmio parece ter ficado sem forças e sem alternativas para buscar um empate.

E foi justamente essa falta de alternativas o maior problema do Grêmio em Abu Dabhi. Obviamente que a ausência de Arthur foi bastante sentida. Sobrecarregado na tarefa de criação das jogadas Luan não fez boa partida e Renato não tinha muitas opções para alterar isso (Apenas 2 dos 23 inscritos pelo clube na competição eram meias ofensivos).

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É compreensível que esse tipo de confronto enseje um debate sobre o desnível técnico entre os gigantes europeus e os campeões da Libertadores. Mas beira a desonestidade intelectual analisar essa partida sem levar em conta que o Grêmio chegou desfalcado para enfrentar um Real Madrid com força máxima.  Igualmente me parece arriscado dar um veredicto sobre a superioridade de todo o futebol europeu sobre todo o futebol sul-americano com base em um único jogo. Ainda mais quando o vencedor não é um time qualquer, e sim a única equipe que conquistou dois títulos em sequência de Champions League nos últimos 25 anos.

Geromel jogou demais. Demais. Até ponta-pé, que não é sua especialidade, ele deu. E deu com maestria. É um absurdo que não tenha constado na seleção dos 3 melhores jogadores do torneio.

Acho muito válido que números e estatísticas sejam usados na análise do jogo. Contudo, me parece sem sentido considerar número de finalizações como uma medida inequívoca do que aconteceu na partida (ainda mais quando já existem ferramentas mais completas à disposição).

Assim como a lesão de Arthur, é também de se lamentar o fato de que Maicon ainda não tivesse condições para jogar por mais tempo. Nos poucos minutos que entrou em campo, ele claramente aumentou o nível de jogo do time, ainda que estivesse notadamente longe do seu melhor ritmo.

Para 2018 o Grêmio pode e deve pensar em algo que lhe faltou nesse jogo: Alternativas no plantel e/ou no seu modelo de jogo para quando os seus volantes e laterais fiquem excessivamente ocupados nas tarefas defensivas.

Perder nunca é bom. Mas algumas coisas estão acima disso. Foi sensacional perceber a torcida do Grêmio se fazendo ser ouvida nos primeiros minutos da FINAL DO MUNDIAL. Da mesma forma foi muito bonito ver os torcedores gremistas gritando o nome do time no finzinho da partida, quando o resultado já parecia irreversível (lembrou um pouco aquela final contra o Corinthians em 1995).

amhed Ahmed Jadallahguardina Karim SahibFotos: AFP (Olé), Ricardo Giusti (Correio do Povo), Mike Hewitt, David Ramos e Francois Nel (FIFA.com), Amr Abdallah Dalsh (Reuters), Karim Sahib e Ahmed Jadallah (The Guardian)

Real Madrid 1×0 Grêmio

REAL MADRID: Navas; Carvajal, Sergio Ramos, Varane e Marcelo; Casemiro, Kross, Isco (Lucas Vazquez, aos 27/2ºT) e Modric; Benzema (Bale, aos 34/2ºT) e Cristiano Ronaldo
Técnico: Zinedine Zidane

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson, Pedro Geromel, Kannemann e Cortez; Jaílson, Michel (Maicon, aos 38/2ºT), Ramiro (Everton, aos 25/2ºT), Luan e Fernandinho; Lucas Barrios (Jael, aos 17/2ºT)
Técnico: Renato Portalupppi

Local: Estádio Zayed Sports City , Abu Dhabi (EAU)
Data: 16/12/2017, sábado, 15h00min
Árbitro: César Ramos (MÉX)
Auxiliares: Marvin Torrentera (MÉX) e Miguel Hernandez (MÉX)
Público: 41.094

Cartões amarelos: Ramiro, Casemiro
Gols: Cristiano Ronaldo, aos 7 minutos do 2º tempo

Amistoso em 1961 – Real Madrid 4×1 Grêmio

December 15, 2017

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O primeiro (e até aqui único) confronto entre Grêmio e Real Madrid aconteceu em 1961, em um amistoso em Estrasburgo durante um excursão tricolor a Europa.

O Real Madrid (que conquistara o seu primeiro mundial poucos meses antes) venceu por 4×1, com destaque para Puskas, que foi o artilheiro da partida. É curioso que os jornais dão créditos diferentes para os autores dos gols. Segundo o Jornal dos Sports, Marino fez o gol do Grêmio, enquanto o Diário de Notícias, o Jornal do Dia dão o gol para Cardoso e o jornal ABC, de Madri, afirma que o gol foi de Gessi.

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IMPÕE-SE A GRANDE CLASSE DO REAL MADRID: 4X1

Puskas foi a grande figura do embate, tendo assinalado 3 gols, abrindo o escore no 1.º minuto de jogo – Mateo completou o marcador espanhol, tendo Cardoso descontado para o Grêmio.

Estrasburgo, 24 (UPL) – Jogando esta noite no Estádio de Meinau, perante um público de 35.000 assistentes, o Real Madrid, Campeão da Europa, abateu ao Grêmio de Porto Alegre, Brasil por um escore de quatro tentos a um.

O quadro espanhol, de um modo geral dominou as ações, tendo a equipe brasileira apenas por alguns minutos superado seu categorizado contendor. Isto deu-se no espaço de tempo compreendido entre o 10º e o 24º minuto de ações. Após o tendo de empate consignado por Cardoso, os Madrilenhos tomaram as rédeas da partida e já no final do primeiro tempo haviam conquistado mais dois tentos. Com a vantagem de três a um no marcador, o Real voltou a campo na segunda etapa disposto a garantir o placar que lhe era favorável.

O Real confirmou esta noite o cartaz que vinha precedido enquanto a equipe do Grêmio mostrou bons valores, mas não teve categoria técnica para colher melhor resultados embora tenha-se empregado do início ao final e nunca esmorecido diante do adversário. Os famosos Puskas e Di Stefano foram os mais destacados jogadores do clube vencedor. Pode-se atribuir a esses dois atacantes os maiores méritos de sua vitória de hoje.” (Diário de Notícias – 25 de maio de 1961)

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GRÊMIO CAIU ANTE O REAL MADRID: QUATRO A UM!

ESTRASBURGO, França, 24 (AFP) — No mesmo local em que no ano de 1938 a seleção do Brasil enfrentou e venceu o selecionado da Polônia, por seis tentos contra cinco, em prélio válido pelo campeonato mundial de futebol, exibiu—se esta noite, portanto 23 anos depois, uma equipe brasileira ante a plateia local.

Trata-se do conjunto do Grêmio, que se encontra realizando um “gira” pelos gramados da Europa e que enfrentou o poderoso conjunto do Real Madrid. O prélio despertou o interesse de todos, pois o Real Madrid é o pentacampeão da Europa e campeão mundial interclubes e o Grêmio, um clube brasileiro que possui boas credenciais e que ainda recentemente passou invicto pelos gramados de Hamburgo. Empresários de todo a Europa aqui se encontram para presenciar a exibição de brasileiros e espanhóis e a televisão francesa, por sua vez, transmitiu o jogo para toda a Europa, uma vez que a capacidade do Estádio Municipal de Estrasburgo é de apenas 35 mil pessoas e os ingressos foram vendidos com antecedência, o que motivou um afluxo de público impressionante, Lotando literalmente o estádio local.

O prélio agradou plenamente e o Real Madrid, vence.dor brilhante do “match”, confirmou totalmente sua imensa fama, brindando ao público com uma exibição primorosa. Principalmente na fase inicial, que findou com a vantagem de três a um para os campeões da Europa, os companheiros do inesgotável Di Stefano realizaram uma apresentação magistral, em que o fabuloso Puskas a todos impressionou com suas jogadas admiráveis e seus tentos magníficos, pois foi o craque húngaro que anotou os três tentos do Real Madrid. Na segunda etapa, embora com menor ritmo, prosseguiu o Real jogando com muito virtuose marcou mais um tento, fixando o marcador em quatro tentos contra um.

O Grêmio, embora vencido e praticamente goleado, não decepcionou. É verdade que não chegou a igualar o brilhantismo do campeão dos campeões interclubes, mas mesmo assim mostrou-se brioso e com alguns jogadores de primeira grandeza, como os “defesas” Enio Rodrigues, Ortunho e Airton e o avante Cardoso que deu insano trabalho aos homens da estrema defesa espanhola e, mercê de sua atuação primorosa, foi o autor do tento de honra dos brasileiros. O marcador foi movimentado no primeiro minuto de jogo, por intermédio de Puskas. Cardoso empatou aos 24 minutos Puskas colocou novamente o Real em vantagem nos 35 minutos e aos 44 voltou a marcar. O período complementar apenas uma vez movimentou, o placar, quando aos 40 minutos, Mateos deu cifras definitivas a partida.

Os dois elencos atuaram assim organizados: REAL MADRID — Vicente; Casado e Vidal (Ruiz); Marquitos, Santamaria e Pachin; Herrera Del Sol, Di Stefano (Mateus), Puskas e Gento. GREMIO –Henrique; Airton e Ortunho; Altemir, Elton e Enio Rodrigues. Cardoso, Gessi, Marino, Milton e Vieira.” (JORNAL DO DIA – 25 DE MAIO DE 1961)

jornal dos sports

GRÊMIO NÃO TINHA CONDIÇÕES E FOI GOLEADO PELO REAL MADRID

STRASBURG (Especial para o JORNAL DOS SPORTS) — Depois de dominar a primeira metade do tempo inicial, a brasileiros do Grémio Pôrto Alegrense caíram frente o Real Madrid, pela contagem de 4 tentos a 1, em amistoso internacional disputado aqui e em que o clube do Brasil substituiu o Sedan, da França, que seria o adversário do famoso conjunto espanhol.

Gente de Tôda a Alsácia
Espectadores de tôda a Alsácia e de algumas cidades alemãs próximas de Strasburg compareceram para ver encontro, totalizando aproximadamente 25 mil pessoas no grande Estádio Lameinau.

Grêmio Não Esteve Em Condições
O Grêmio, que vinha de uma série de jogos contra outras grandes equipes do football europeu e que tinha seis dos seus titulares quase sem condição de jogo não estava preparado da melhor maneira para enfrentar um adversário categorizado e perigoso como o Real Madrid. E acabou mesmo caindo inapelavelmente, sem maiores possibilidades de reação na etapa complementar, depois de perder da inicial por 3 a 1. O Real Madrid, por seu turno, jogou um football objetivo contra o extremamente …….que os brasileiros exibiram.
No segundo tempo, aproveitou-se para desenvolver um football mais moderado, em razão da estafa que percebei no opononente

Os Goals
O primeiro goal do encontro foi feito por Del Sol, ao primeiro minuto de jogo: Marino empatou para o Grêmio, aos 24: Puskas desempatou e aumentou, aos 36 e 43 minutos da fase inicial. No tempo final, Mateos, que substituíra Di Stefano, completou o marcador, aos 40 minutos.

Os Dois Quadros
As duas Equipes alinharam com a seguinte constituição:
REAL MADRID — Vicente, Marquitos, Santa Maria e Casado; Vidal e Patin; Herrera, Del Sol, Di Stefano (Mateos), Puskas e Gento.
GRÊMIO – Henrique, Atenin, Airton e Ortunho; Helto e Enio Rodriuges, Cardoso, Gessi, Marino, Milton e Vi. (Jornal dos Sports – 25 de maio de 1961)

Fotos: Acervo Histórico do Grêmio
REAL MADRID: Vicente (Dominguez); Marquitos, Santamaria, Casado  e Vidal (Ruiz);  Pachin e Herrera; Del Sol, Di Stefano (Mateos), Puskas e Gento.
Técnico: Miguel Muñoz

GRÊMIO: Henrique; Altemir, Airton, Ênio Rodrigues e Ortunho; Elton e Milton Kuelle; João Cardoso, Gessi, Marino e Vieira.
Técnico: Foguinho