
Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)
Em 2005, o Grêmio recebeu o Vila Nova em partida válida pela 19ª rodada da primeira fase da Série B.
Tal como acontecerá agora, o jogo foi disputado numa sexta-feira à noite. O curioso é que em 2005 o clube esperava mais de 35 mil pessoas no estádio (numa época que tinha 16 mil sócios). Para amanhã, vi uma previsão de 10 mil espectadores (sendo que o clube tem hoje 63 mil sócios).
Pra mim, essa camisa de 2005 é uma das melhores, se não a melhor, camisa de titular da era moderna do Grêmio (as feitas de polyester, a partir de 1991). O interessante é que essa versão manga longa TAMBÉM era muito legal (o que não costuma ser o caso em modelos que não repetem as listras do tronco nas mangas).

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)
“FESTA PELA VAGA
Digamos que venceu o pragmatismo. Seria bem mais animador classificar-se de forma antecipada à próxima fase da Serie B, quem sabe, com uma reluzente vitória em casa. Mas faltava um ponto, afinal de contas. E os quase 2 mil torcedores viram esse ponto chegar as custas de um empate em 0 a 0 com o Via Nova, ontem, no Olímpico. Com direito à pênalti perdido por Anderson, na sua despedida antes do Mundial sub- 17, aos 44 minutos do segundo tempo.A festa perdeu um pouco do brilho, mas ficou para o Grêmio, virtualmente classificado, a certeza do dever cumprido. No primeiro tempo, o Grêmio mostrou-se rengo. Enquanto Patrício e Marcelo mostravam qualidade e desenvoltura nas jogadas de ataque pela direita Raone e Marcel colecionavam erros na esquerda. Raone, até ser substituído por Beuasejour no intervalo, sofre dramaticamente para conter Vando. Quando Anderson, parado apena e tão somente com faltas, enveredava do meio para a direito, o Grêmio envolvia com assombrosa naturalidade o organizado Vila Nova, cuja disciplina defensiva é de se ressaltar.
Foi assim que, logo aos três minutos, Patrício recebeu de Anderson e, ao tentar encobrir Michel, acertou o travessão. Antes de Patricio, outra vez, bater de fora da área, obrigando Michel a ótima defesa, Vando havia perdido gol incrível ao entrar a drible pelo meio. A rigor, foi o único jogador que teve vitória pessoal sobre os zagueiros do Grêmio. Foi nele a falta cobrada por Valdeir na qual Galatto teve sua única e perfeita participação no jogo. Marcel perderia, de cabeça, aparando cruzamento de Patrício, a chance clara de abrir o placar, aos 34 minutos.
O técnico Mano Menezes percebeu que seu time estava manco. Com Beausejour no lugar de Raone, apareceram algumas ações ofensivas pela esquerda. O Grêmio seguiu, embora com menos ímpeto, controlando a partida. O Vila, na hora de se defender, colocava 10 jogadores no seu campo. Nessas circunstâncias, Sandro e Jeovânio revelaram enormes dificuldades para se somar aos homens de frente quando não têm maiores tarefas de marcação. Apenas o pequenino Vando mantinha-se à frente no Vila Nova. Aos 17 minutos, Mano colocou Ricardinho no lugar de Samuel. Aos 27, acrescentou outro atacante, o uruguaio Lipatin. Retirou Marcel. Não adiantou. Os últimos 20 minutos foram cadenciados, lentos. O empate servia ao Vila Nova, sétimo colocado. E ao pragmático Grêmio de Mano Menezes, que segue na luta para voltar a Série A.
Pênalti
O técnico Mano Menezes disse qe foi dele a escolha de Anderson para cobrar o pênalti, ao invés de Patrício, batedor oficial, aos 44 minutos do segundo tempo.
– Mandei ordem pelo Lipatin para o Anderson cobrar. Esse é o fato. O resto é versão — afirmou Mano, procurando encerrar a discussão e chegando a indagar a um repórter se a pergunta embutia algum questionamento à competência do camisa 10.Na saída de campo, entretanto, Patrício afirmou que veio de Anderson a iniciativa de tirar-lhe a bola das mãos: — Talvez ele quisesse sair um pouco mais feliz. Mas temos que entender.” (Diogo Olivier, Zero Hora, sábado, 27 de agosto de 2005)
“TRICOLOR EMPATA SEM GOLS CONTRA O VILA NOVA NO OLÍMPICO
Resultado garante classificação antecipada à próxima fase da Série BO Grêmio está classificado para o quadrangular semifinal da Série B. A classificação não veio como a torcida queria, com vitória diante do Vila Nova, mas o empate sem gols na noite desta sexta, no Olímpico, garantiu ao time do técnico Mano Menezes o pontinho necessário para a obtenção da vaga. Com o resultado, o tricolor chega aos 33 pontos na tabela, onde poderia estar em melhor situação caso Anderson, que fez a sua última partida antes de se apresentar à seleção sub-17, não tivesse desperdiçado um pênalti aos 45 minutos do segundo tempo.
Mesmo jogando pelo empate, o Grêmio se atirou para cima no início da partida. Afinal, os jogadores não queriam decepcionar os cerca de 30 mil torcedores que compareceram ao Olímpico. Logo aos três minutos, Patrício recebeu de Anderson e tentou encobrir o goleiro Michel, que se esticou todo e conseguiu tocar na bola antes dela explodir no travessão. O lance, o mais perigoso do primeiro tempo, acordou o Vila Nova, que logo em seguida equilibrou a partida.
O objetivo do técnico Roberto Fernandes, que acabou sendo alcançado, era levar um ponto de Porto Alegre. Nem por isso, o time goiano deixou de se aventurar no campo de defesa do Grêmio. O atacante Vando, que quase sempre levou vantagem sobre os defensores gremistas, fez ótima jogada individual aos 11 minutos e deixou o Paulinho Kobayashi cara-a-cara com Galatto. O veterano atacante, porém, arrematou por cima do gol, para alegria da torcida.
Na segunda etapa, Mano Menezes tratou de corrigir os defeitos apresentados no primeiro tempo. Tirou Raone, que poucas vezes foi visto além da linha central, e colocou o chileno Beausejour na lateral-esquerda. Com a alteração, o time passou a atacar também por aquele lado, o que não havia feito até então. Foi da ponta esquerda que saiu o passe para Marcel, aos 25 minutos, desperdiçar uma boa oportunidade, chutando por cima.
Como a primeira troca não surtiu efeito, Mano tirou Samuel, que era dúvida para a partida, e colocou Ricardinho no ataque. Logo em seguida, foi a vez de Marcel dar lugar ao uruguaio Lipatin, que fez sua estréia. O Grêmio continuou insistindo, mas o Vila Nova armou uma fortaleza na entrada da área. Se defendendo com 10 jogadores, o time goiano não permitiu que os donos da casa penetrassem em seus domínios. A solução encontrada pelo tricolor foi levantar bolas na área, que também não deram resultado.
Quando a torcida já se contentava com o empate, veio a grande oportunidade do Grêmio marcar. Aos 44 minutos, Marcelo cobrou escanteio da direita e a zaga do Vila Nova rebateu para a intermediária. Sandro, de cabeça, mirou o ângulo, mas Marquinhos Paraná, que não é goleiro, defendeu com a mão e acabou expulso. Na cobrança da penalidade, Anderson substituiu Patrício, o batedor oficial, e chutou fraco no canto esquerdo de Michel. O goleiro do Vila Nova defendeu com facilidade e garantiu o ponto fora de casa.” (Márcio Ramos Luiz, Diário Gaúcho, 26/08/2005, 22h29min)
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Foto: Paulo Franken (Zero Hora)
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GRÊMIO: Galatto; Patrício, Pereira, Marcelo Oliveira e Raone (Beausejour); Jeovânio, Sandro Goiano, Marcelo Costa e Anderson; Marcel (Lipatin) e Samuel (Ricardinho)
Técnico: Mano Menezes
VILA NOVA: Michel Alves; Marquinhos, Vitor, Accioly e Marcos Paulo (André); Fábio Bahia, Heleno, Valdeir (Tim) e Itaqui; Wando e Paulinho Kobayashi (Alexandre)
Técnico: Roberto Fernandes
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Público: 23.258 (21.385 pagantes)
Renda: R$ 236.458,00
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves
Auxiliares: Marco Antônio Martins e Márcio Eustáquio Santiago