O primeiro confronto entre Grêmio e River Plate aconteceu em 1971, num torneio amistoso promovido chamado Taça do Atlântico, promovido pelo Grêmio, que ainda havia convidado o Nacional de Montevideo (que se sagraria campeão do mundo pela primeira vez naquela temporada).
Loivo e Scotta (que, juntamente com seu compatriota Chamaco Rodriguez, havia sido contratado junto ao River poucas semanas antes) marcaram os gols do jogo.
“RIVER TAMBÉM NÃO RESISTIU AO GRÊMIO
O Grêmio não precisou fazer muita fôrça para somar outro expressivo resultado de caráter internacional. Agora, ganhou de 2 x O do River Plate com muita autoridade e conquistou a Taça do Atlântico, troféu que estava em disputa no triangular que participou igualmente o Nacional, bicampeão uruguaio. Um golo de Loivo, no primeiro tempo, e outro de Scota, selaram a sorte do líder do metropolitano argentino, domingo, no Olímpico, no curso de um confronto em que a superioridade de acionar da equipe treinada por Oto Glória não deixou dúvidas. O time orientado por Didi, apesar da capacidade individual dos jogadores, manobrou de forma muita lenta e num esquema surpreendentemente frouxo. E o Grêmio, também sem deixar de mostrar habilidade — nesse particular teve em Gaspar uma enciclopédia – quase não encontrou resistência para impor seu ritmo, um acionar de equipe com futebol moderno, de outro porte tático.Ao final dos primeiros 45 minutos, o panorama do jôgo ficou bem claro. Para o torcedor, os golos eram questão de tempo, do aproveitamento de oportunidades frente à meta argentina. O golo de Loivo na fase primária foi pouco. O de Scota, que consolidou a vitória, não chegou a dar a medida exata da superior atuação do tricolor nos 90 minutos.
RITMO GREMISTA – O River tocou a bola, jogou bonito como gosta Didi mas isso foi muito pouco. Pelo menos para um duelo forte com um time gaúcho e do porte do Grêmio. Muito cedo ficou caracterizada a desigualdade no confronto tático. O Grêmio era soberano defensivamente, dava as cartas no meio de campo e quando atacava levava a confusão na área river-platense. E isso aconteceu a miúde, pois Gaspar, Chamaco e Caio não deram chances para Bulla e Della Savia, pois Onega nunca se completou no setor.
E mais: quando investia, o tricolor o fazia em massa, com o precioso auxílio de um Everaldo ou Chiquinho, que cansaram de fazer cruzamentos e até arrematar ao arco, como aconteceu com o tricampeão mundial. Aos 8 minutos, o primeiro golo. Loivo tabelou com Caio na intermediária, infiltrou-se e recebeu na entrada da grande área. Com o pé direito mesmo, o ponteiro esquerdo alvejou forte, sem chances para Carballo, O River, lento e muito longe de um futebol solidariedade — atacando ou defendendo não havia êsse estoque tão importante no futebol moderno – jamais chegou a ter grandes chances frente a Jair, um goleiro que passou quase todo o jôgo a fazer simples intervenções. Tirando uma jogada isolada de Osmar Más, que no 1º tempo infiltrou-se área à dentro como craque, e outra de Trebuch entrou quase no fim no lugar de Onega -, que estêve cara a cara com Jair, o River não fêz mais nada ofensivamente.
Se o Grêmio tivesse aproveitado tôdas as chances que criou frente à meta argentina, a vitória poderia ser mais retumbante na expressão dos números. O Grêmio não foi só um conjunto certinho, superior taticamente ao credenciado rival.Teve também peças brilhantes em matéria de individualidade. Começando por Gaspar, para não citar Everaldo e não falar do argentino “Chamaco ” Rodriguez, que desta feita apareceu muito mais do que seu compatriota Scota, embora alguns, lances de envergadura que patrocinou o jovem atacante. Coube a Scota, que não terminou o jôgo por fôrça de lesão, selar a sorte do River de Didi. Eram 25 minutos do segundo tempo. O lance foi todo de Flecha, que forçou a jogada junto a Carballo e acabou levando a melhor sôbre o arqueiro. A cruzada encontrou Scota no ar, e a cabeçada saiu fraca, mas a bola foi adormecer nas rêdes.” (Correio do Povo, 18 de maio de 1971)
Grêmio 2 x 0 River Plate
GRÊMIO Jair; Chiquinho, Ari Ercílio, Beto e Everaldo: Chamaco Rodriguez e Gaspar; Flecha, Caio (Taquito), Scota (Torino) e Loivo
Técnico: Otto Glória
RIVER PLATE: Carballo; Dominichi, Pallerano, Rodrigues e Osvaldo Perez; Bulia e Della Savia; Pignani (Trebucq), Morette, Onega (Ramiro Perez) e Más
Técnico: Didi
Amistoso – Taça do Atlântico 1971
Data: 16 de maio de 1971
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Arbitragem: José Luis Barreto
Auxiliares: Ivaldo Mensch e João Carlos Ferrari
Renda: Cr$ 98.381,00
Gols: Loivo, aos 8 minutos do primeiro tempo; Scotta, aos 25 minutos do segundo tempo
October 28, 2018 at 6:50 pm |
tem áudio do gol – https://www.youtube.com/watch?v=f7VIY5cvtx4
October 30, 2018 at 1:22 pm |
[…] Taça do Atlântico 1971 – Grêmio 2×0 River Plate Taça Cidade de Salvador 1972 – Grêmio 1×0 River Plate Amistoso em 1980 – Grêmio 0x1 River Plate Supercopa 1988 – Grêmio 1×0 River Plate Supercopa 1989 – Grêmio 2×1 River Plate Supercopa 1991 – Grêmio 1×1 River Plate Supercopa 1995 – Grêmio 2×1 River Plate Copa Mercosul 1998 – Grêmio 2×3 River Plate Copa Mercosul 2001 – Grêmio 1×0 River Plate Libertadores 2002 – Grêmio 4×0 River Plate […]