Amistoso 1971 – Grêmio 2×0 River Plate

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Fonte: Revista Grandes Clubes Brasileiros nº 7

 

O primeiro confronto entre Grêmio e River Plate aconteceu em 1971, num torneio amistoso promovido chamado Taça do Atlântico, promovido pelo Grêmio, que ainda havia convidado o Nacional de Montevideo (que se sagraria campeão do mundo pela primeira vez naquela temporada).

Loivo e Scotta (que, juntamente com seu compatriota Chamaco Rodriguez, havia sido contratado junto ao River poucas semanas antes) marcaram os gols do jogo.

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GASPAR, Scota e Chamaco arrancam para mais um ataque, deixando no chão o craque do River. Um retrato fiel de um jôgo bem unilateral” (Correio do Povo, 18 de maio de 1971)

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Num país de tão excelsos e hábeis jogadores, o River Plate, do mestre Didi, reedita um exagero argentino, o fulbito, facilmente identificável pelo “tomalo vos, damela a mi”. O público delira com esta equipe jovem e com sua bola, finamente retocada, e a revista “El Gráfico” presta a sua homenagem risonha no desenho de Perez D’Elias, que eu reproduzo paro que todos nós possamos ir pensando no River que vem vindo aí” (Ruy Carlos Ostermann, Correio do Povo, Maio de 1971)

RIVER TAMBÉM NÃO RESISTIU AO GRÊMIO
O Grêmio não precisou fazer muita fôrça para somar outro expressivo resultado de caráter internacional. Agora, ganhou de 2 x O do River Plate com muita autoridade e conquistou a Taça do Atlântico, troféu que estava em disputa no triangular que participou igualmente o Nacional, bicampeão uruguaio. Um golo de Loivo, no primeiro tempo, e outro de Scota, selaram a sorte do líder do metropolitano argentino, domingo, no Olímpico, no curso de um confronto em que a superioridade de acionar da equipe treinada por Oto Glória não deixou dúvidas. O time orientado por Didi, apesar da capacidade individual dos jogadores, manobrou de forma muita lenta e num esquema surpreendentemente frouxo. E o Grêmio, também sem deixar de mostrar habilidade — nesse particular teve em Gaspar uma enciclopédia – quase não encontrou resistência para impor seu ritmo, um acionar de equipe com futebol moderno, de outro porte tático.

Ao final dos primeiros 45 minutos, o panorama do jôgo ficou bem claro. Para o torcedor, os golos eram questão de tempo, do aproveitamento de oportunidades frente à meta argentina. O golo de Loivo na fase primária foi pouco. O de Scota, que consolidou a vitória, não chegou a dar a medida exata da superior atuação do tricolor nos 90 minutos.

RITMO GREMISTA – O River tocou a bola, jogou bonito como gosta Didi mas isso foi muito pouco. Pelo menos para um duelo forte com um time gaúcho e do porte do Grêmio. Muito cedo ficou caracterizada a desigualdade no confronto tático. O Grêmio era soberano defensivamente, dava as cartas no meio de campo e quando atacava levava a confusão na área river-platense. E isso aconteceu a miúde, pois Gaspar, Chamaco e Caio não deram chances para Bulla e Della Savia, pois Onega nunca se completou no setor.

E mais: quando investia, o tricolor o fazia em massa, com o precioso auxílio de um Everaldo ou Chiquinho, que cansaram de fazer cruzamentos e até arrematar ao arco, como aconteceu com o tricampeão mundial. Aos 8 minutos, o primeiro golo. Loivo tabelou com Caio na intermediária, infiltrou-se e recebeu na entrada da grande área. Com o pé direito mesmo, o ponteiro esquerdo alvejou forte, sem chances para Carballo, O River, lento e muito longe de um futebol solidariedade — atacando ou defendendo não havia êsse estoque tão importante no futebol moderno – jamais chegou a ter grandes chances frente a Jair, um goleiro que passou quase todo o jôgo a fazer simples intervenções. Tirando uma jogada isolada de Osmar Más, que no 1º tempo infiltrou-se área à dentro como craque, e outra de Trebuch entrou quase no fim no lugar de Onega -, que estêve cara a cara com Jair, o River não fêz mais nada ofensivamente.

Se o Grêmio tivesse aproveitado tôdas as chances que criou frente à meta argentina, a vitória poderia ser mais retumbante na expressão dos números. O Grêmio não foi só um conjunto certinho, superior taticamente ao credenciado rival.Teve também peças brilhantes em matéria de individualidade. Começando por Gaspar, para não citar Everaldo e não falar do argentino “Chamaco ” Rodriguez, que desta feita apareceu muito mais do que seu compatriota Scota, embora alguns, lances de envergadura que patrocinou o jovem atacante. Coube a Scota, que não terminou o jôgo por fôrça de lesão, selar a sorte do River de Didi. Eram 25 minutos do segundo tempo. O lance foi todo de Flecha, que forçou a jogada junto a Carballo e acabou levando a melhor sôbre o arqueiro. A cruzada encontrou Scota no ar, e a cabeçada saiu fraca, mas a bola foi adormecer nas rêdes.” (Correio do Povo, 18 de maio de 1971)

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Grêmio 2 x 0 River Plate

GRÊMIO Jair; Chiquinho, Ari Ercílio, Beto e Everaldo: Chamaco Rodriguez e Gaspar; Flecha, Caio (Taquito), Scota (Torino) e Loivo
Técnico: Otto Glória

RIVER PLATE: Carballo; Dominichi, Pallerano, Rodrigues e Osvaldo Perez; Bulia e Della Savia; Pignani (Trebucq), Morette, Onega (Ramiro Perez) e Más
Técnico: Didi

Amistoso – Taça do Atlântico 1971
Data: 16 de maio de 1971
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Arbitragem: José Luis Barreto
Auxiliares: Ivaldo Mensch e João Carlos Ferrari
Renda: Cr$ 98.381,00
Gols: Loivo, aos 8 minutos do primeiro tempo; Scotta, aos 25 minutos do segundo tempo

2 Responses to “Amistoso 1971 – Grêmio 2×0 River Plate”

  1. Expresso Tricolor Says:

    tem áudio do gol – https://www.youtube.com/watch?v=f7VIY5cvtx4

  2. Confrontos entre Grêmio e River Plate disputados no Brasil | Grêmio1983 Says:

    […] Taça do Atlântico 1971 – Grêmio 2×0 River Plate Taça Cidade de Salvador 1972 – Grêmio 1×0 River Plate Amistoso em 1980 – Grêmio 0x1 River Plate Supercopa 1988 – Grêmio 1×0 River Plate Supercopa 1989 – Grêmio 2×1 River Plate Supercopa 1991 – Grêmio 1×1 River Plate Supercopa 1995 – Grêmio 2×1 River Plate Copa Mercosul 1998 – Grêmio 2×3 River Plate Copa Mercosul 2001 – Grêmio 1×0 River Plate Libertadores 2002 – Grêmio 4×0 River Plate […]

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