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Taça Brasil 1966 – Cruzeiro 2×1 Grêmio

May 31, 2023
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MARCO ANTÔNIO FEZ O PRIMEIRO: Áureo, com classe, dominou a pelota dentro da área. mas não viu o “ladrão” que vinha na corrida: Marco Antônio. Arlindo, mais espectador do que ator, esperou o desfecho do lance: gol do Cruzeiro, empatando com o Grêmio” (Zero Hora, segunda-feira, 24 de outubro de 1966)

 

Na partida de volta das quartas de final da Taça Brasil de 1966 o Grêmio foi derrotado pelo Cruzeiro por 2×1 no Mineirão, tendo assim sido eliminado da competição.

Achei curioso o texto da Zero Hora (transcrito abaixo) que classificou o juiz do jogo como “carioca e fraco”. A mesma matéria comete um erro logo no seu primeiro parágrafo, uma vez que em 1959 o Grêmio eliminou o Atlético, e não o Cruzeiro. Além disso deixa de mencionar o triunfo tricolor sob o Galo em 1963.

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TOSTÃO MARCA DE PÊNALTI: Tostão, cobrando magistralmente o pênalti que o árbitro, de maneira discutível, assinalou contra o Grêmio, eliminou o campeão gaúcho da Taça Brasil. Arlindo saltou para direita e a bola entrou na esquerda.” (Zero Hora, segunda-feira, 24 de outubro de 1966)

 

“TETRA RODOU NO MINEIRÃO
Pelo menos em Matéria de Taça Brasil, terminou ontem, no Mineirão, a hegemonia que há oito anos os gaúchos vinham mantendo sobre as mineiros. Tudo começou em 59, quando o Grêmio eliminou o mesmo time que ontem liquidou o tetracampeão Gaúcho. Em 62, foi a vez do Inter afastar os mineiros, ao derrotar o Atlético. Em 65 o Grêmio, mais uma vez passou a chave, quando suplantou o Siderúrgica.

A partida de ontem no famoso Mineirão foi ganha pelos donos da casa graças a um fator fundamental: tremendas falhas na defensiva e no esquema tático de jôgo do Grêmio. Áureo participou dos dois lances que deram ao Cruzeiro os dois tentos. O primeiro, quando a Marco Antônio, mais ágil, conseguiu roubar a bola do zagueiro para lança-la às redes. O segundo, quando o mesmo Marco Antônio foi escanteado pelo Áureo, dentro da área, redundando em uma penalidade, convertida pelo Tostão. O pênalti foi muito discutido, porque o juiz, dizem, não é dos mais respeitáveis. O gol do Grêmio também foi fruto de uma pixotada da extrema defensiva cruzeirense. O Alcindo perdeu dois gols feitos e ninguém acredita que o Bugre fêz naqueles lances decisivos. Os mineiros, com o triunfo, continuam na Taça Brasil. O próximo adversário vai ser o Fluminense, do Rio, que atualmente não anda muito bem de pernas. Pelo triunfo, os atletas do Cruzeiro foram gratificados em 1 milhão de cruzeiros “per capita”. A renda do jogo foi de setenta e nove milhões de cruzeiros. Juiz: Claudio Magalhães, carioca e fraco.” (Zero Hora, segunda-feira, 24 de outubro de 1966)

 

“BOLA BRANCA – Mendes Ribeiro
Da Taça Brasil o Grêmio sorveu o último trago. Amargo, sem dúvida, para êle e para o futebol do Rio Grande do Sul. Deve haver por aí muita gente que, teimando em não ver o óbvio, tenta encobrir a verdade com a falta de sorte que teria perseguido o Grêmio. Suas razões? Alcindo perdeu dois gols, Sérgio Lopes perdeu outro e Cláudio Magalhães teria apitado uma penalidade inexistente.

Antes do jôgo, no microfone da Gaúcha, afirmei que Cláudio Magalhães era um gato. Disse mais: que êle pendia, sempre, para o quadro que era o dono da casa. Mas, perdoem os que pensam em contrário, Cláudio Magalhães não errou ao apitar a penalidade máxima e, se Alcindo perdeu gols, durante o primeiro tempo, o Cruzeiro também perdeu.” (Mendes Ribeiro, Zero Hora, segunda-feira, 24 de outubro de 1966)

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“CRUZEIRO VENCEU GRÊMIO E DISPUTARÁ MELHOR DE TRÊS COM FLU PELA TAÇA BRASIL

Belo Horizonte (Sucursal) — Com recorde de renda em jogos da Taça Brasil — 38 455 pessoas pagaram Cr$ 79 508 800 de ingressos — o Cruzeiro derrotou o Grêmio porto-alegrense por 2 a 1, domingo, no Estádio Minas Gerais, conseguindo a primeira vitória de um time mineiro sobre um gaúcho nos últimos 10 anos e classificando-se para disputar a semifinal contra o Fluminense, em uma melhor de três que começa no próximo dia 9.

Pela primeira vez na história do futebol mineiro, os torcedores de todos os clubes do Estado estiveram unidos para incentivar o Cruzeiro e comemoraram a vitória como se os gols de Tostão e Marco Antônio contra o de Volmir, tivessem definido a superioridade de Minas Gerais sóbre o Rio Grande do Sul, na disputa pela terceira posição no esporte brasileiro, depois de Rio e São Paulo.

O JOGO O Cruzeiro entrou cm campo desfalcado do seu lateral-esquerdo Neco, que está com distenção muscular e foi substituído por Hilton Chaves, e no final do primeiro tempo ainda colocou Marco Antônio no lugar de Evaldo. tendo assim, apresentado a seguinte escalação: Raul; Pedro Paulo, William, Cláudio e Hilton Chaves; Wilson Piaza e Dirceu Lopes; Natal, Evaldo (Marco Antônio) Tostão e Hilton Oliveira. No Grêmio apenas foi confirmada a substituição de Ortunho por Everaldo, na lateral esquerda, e Cléo por Paíca, no meio de campo, tendo o técnico Luis Engelke mantido durante todo o tempo o seguinte time: Arlindo: Altemir, Airton, Aureo e Everaldo; Sérgio Lopes e Paíca; Volmir. João Severiano, Alcindo e Vieira.

Tanto o Grêmio como o Cruzeiro jogaram num sistema 4- 2-4 com variação para 4-3-3 com boas jogadas no meio de campo, mas falhando nos lances de finalização, o que fêz o primeiro tempo terminar em zero a zero, e o placar só ser movimentado em falhas das defesas. Volmir marcou o primeiro gol aproveitando uma falha de Hilton Chaves, aos 2 minutos depois de uma defesa parcial de Raul em um chute de Alcindo, e Marco Antônio empatou aos 4 minutos, quando Aureo demorou a rebater uma bola dentro de sua área. Tostão garantiu a vitória do Cruzeiro aos 16 minutos, cobrando um pênalti cometido por Áureo em Marco Antônio apontado pelo Juiz Cláudio Magalhães.

Os diretores do Cruzeiro confirmaram ontem o pagamento de Cr$ 1 milhão a cada jogador titular pela vitória.” (Jornal do Brasil, terça-feira, 25 de outubro de 1966)

GRÊMIO FORA DA “TAÇA”: CAIU DE PÉ NO MINEIRÃO

[…] Mesmo correndo detrás, os tetracampeões gaúchos se atiraram à luta com inusitada fibra e se não chegaram a empatar – o que seria mais justo – tiveram desde então muito mais volume de jogo e até o final pressionaram em busca de um melhor resultado. Diversas chances de gol foram inaproveitadas, mais pelo nervosismo do que por fatores outros e os cruzeiristas conseguiram manter a vantagem escassa de 2 x 1 à base de extraordinário esforço coletivo e sob o estímulo de uma massa torcedora impressionante em número e vibração. […]” (Diário de Notícias, terça-feira, 25 de outubro de 1966)

CRUZEIRO: Raul; Pedro Paulo, William, Cláudio e Neco; Piazza e Dirceu Lopes; Natal, Evaldo (Marco Antônio), Tostão e Hilton
Técnico: Airton Moreira

GRÊMIO: Arlindo; Altemir, Airton, Áureo e Everaldo, Paíca e Sérgio Lopes; Vieira, Joãozinho, Alcindo e Volmir
Técnico: Luiz Engelke

Taça Brasil 1966 – Grêmio 0x0 Cruzeiro

May 16, 2023
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Foto: Zero Hora

O primeiro confronto entre Grêmio e Cruzeiro em Porto Alegre aconteceu em 1966, na partida de ida das quartas de final da Taça Brasil daquele ano.

Esse 0x0 foi o único empate na campanha do título cruzeirense.

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Foto: Zero Hora

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Foto: Zero Hora

 

O SUSPENSE VAI ACABAR EM MINAS
Os torcedores incentivaram o quanto puderam as suas equipes, ontem, no Olímpico e isso aconteceu, invariavelmente, durante os noventa minutos de jogo. Em troca, não tiveram as emoções de um gol. O campeão mineiro começou o jogo com o 4-3-3. Funcionou o esquema-Tostão, que caía para a esquerda, procurando atrair fora da área o grandão Airton e possibilitar as penetrações do Dirceu Lopes, do Piazza e do Evaldo também pelo miolo. Produziu a equipe de Moreira um jogo de passes curtos, procurando, de tôda a forma, envolver os tricolores. O meio-de-campo bloqueou tôda e qualquer tentativa dos atacantes gremistas armarem lances de perigo para a meta de Raul. Uma boa oportunidade, aos trinta minutos foi desperdiçada por Volmir, porquanto chegou a estar cara a cara com o goleiro cruzeirense para atirar completamente descalibrado. Os visitantes insistiam pelas extremas, mas sem resultados objetivos, embora tenham levado situações difíceis para a retaguarda do tetra-campeão.

Na fase final, com nova orientação dos vestiários, o Grêmio veio disposto a arrancar para a vitória. Mas o negócio não funcionou porque em matéria de conjunto, estava completamente desconjuntado. A Cléo é que se deve muito essa falta de entrosamento, porque não apoiou e lhe faltou a serenidade nas jogadas mais delicadas. Volmir esteve em uma tarde infelicíssima e, em vez de aclarar complicou mais, quando era para construir fêz o contrário. Vieira e Joãozinho foram os melhores, mas nada puderam fazer. Alcindo chutou duas ou três bolas em gol, em vão. O Grêmio pecou porque reincidiu no erro crasso de fazer o chamado jôgo do “chuveirinho”, lançando bolas pelo alto para a área adversária. Ninguém aproveitou nada.

O Cruzeiro, também retornou mudado. O 4-3-3 foi mais rigorosamente obedecido e o Tostão atuou como o pião. Houve, por parte dos mineiros, a preocupação de fechar a meia-cancha e é o que fizeram. Passaram a executar um trabalho mais defensivo, mas quando desciam, eram extremamente perigosos. Zero a zero refletiu o resultado de um jôgo que de tanta cautela que os contendores tomaram, acabaram deixando um suspense que em Minas vai ser muito mais dramático para o Grêmio do que para o Cruzeiro” (Zero Hora, segunda-feira, 10 de outubro de 1966)

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GRÊMIO JOGANDO SÓ 50% EMPATOU COM CRUZEIRO
Campeão Mineiro confirmou que tem uma boa equipe

Espetáculo atraente e que chegou o agradar o excelente público presente ao estádio Olímpico proporcionaram na tarde dominical as representações do Grêmio Porto Alegrense e do Cruzeiro EC de Belo Horizonte, no primeiro encontro da série “melhor de 4 pontos” pelas quartas de final da Taça Brasil, com a receita de bilheterias beirando a casa dos 50 milhões de cruzeiros.

Apesar de não ter sido movimentado o marcador, houve momentos de sensação e que fizeram vibrar os assistentes. Os tricolores criaram, nesse particular boas oportunidades de gol e apenas não as concretizaram pela imperícia de seus avantes e certa dose de sorte dos visitantes. Não conseguiram os pupilos de Luiz Engelke manobrar com desenvoltura durante os 90 minutos, deixando a desejar no que diz respeito ao entendimento coletivo, mas assim mesmo estiveram muito mais perto de um resultado positivo que o seu brioso adversário.

Os estrelados das Alterosas, se não decepcionaram de todo, face o cartaz de que vieram precedidos, não conseguiram porém impressionar a altura do que muitos esperavam. Bons valores constituem a estrutura do “onze* campeão mineiro, que pratica um futebol à base de ação conjuntiva e ótimo preparo físico. O treinador Airton Moreira armou sua equipe de um rígido 4-3-3 e o setor de meia-cancha formado por Wilson Piazza e Dirceu Lopes, bem assessorado pelo craque Tostão, foi o ponto alto da esquadra. A defensiva, sem chegar a luzir, soube neutralizar as investidas contrárias e a linha de frente em escassos lances ofereceu perigo à sólida retaguarda gremista. Em síntese, cabe dizer que o tetracampeão gaúcho ticou aquém de suas possibilidades, mas mesmo sem produzir a metade do que é capaz, poderia ter vencido o embate interestadual da última domingueira, pois contou com chances em muito maior número que os montanheses. O empate em branco foi vantajoso para os companheiros do ex-colorado Cláudio, visto que o próximo confronto terá lugar no “Mineirão” onde a balança pende mais para seu lado.

Armando Marques, o consagrado arbitro brasileiro de fama internacional, esteve na direção do prélio, por indicação do Conselho técnico de Futebol da CBD, agindo com sua costumeira precisão. Nas laterais funcionaram Germinal Alba e Vilson Medeiros, da entidade paulista.

Na preliminar, os juvenis conservaram longa invencibilidade que já atinge a 87 jogos ao golear a representação amadorista do Berimbau, da nossa várzea, pelo escore de 4×0.

A renda não apresentou as cifras esperadas, tendo somado 48.915.000 cruzeiros” (Diário de Notícias, terça-feira, 11 de outubro de 1966)

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GRÊMIO: Arlindo; Altemir, Airton, Aureo e Ortunho (Everaldo); Cléo e Sérgio Lopes; Vieira, Joãozinho, Alcindo e Volmir.
Técnico: Luiz Engelke

CRUZEIRO: Raul; Pedro Paulo, William. Claudio e Néco; Wilson Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton
Técnico: Ayrton Moreira