Archive for November, 2020

Brasileirão 1995 – Grêmio 1×2 Goiás

November 30, 2020

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

No Brasileirão de 1995, o Grêmio chegou até esse confronto numa situação interessante, na primeira posição do Grupo A no returno. Aqui é necessário fazer a ressalva que o Grêmio teve três jogos adiantados, então sua liderança se dava por pontos, e não por aproveitamento.

O Grêmio vinha de uma eliminação na Supercopa, mas numa sequência de três vitórias no Brasileirão. Isso fez com que alguns atletas pedissem que fosse utilizada força máxima nessa partida, o que foi prontamente rechaçado por Felipão, sob o argumento de que “o momento agora não é de correr riscos, mas de pensar no time do Ajax”.

Com apenas dois titulares iniciando a partida o Grêmio foi derrotado pelo Goiás, e terminou a rodada atrás do Botafogo, que viria a garantir a vaga nas semifinais (e posteriormente o título da competição).

O JOGO: O Grêmio entrou em campo com um time reserva, que falhou na zaga e foi incompetente no ataque. Depois de acertar duas vezes a trave, o Goiás fez o segundo gol no último minuto.” (Placar, Tabelão 95 n.º 10)

GRÊMIO PERDE PARA O GOIÁS NO FIM DO JOGO
A partida teve um baixo nível técnico, mas apesar da derrota o time continua na liderança do grupo

 
Numa tarde-noite calorenta, Grêmio e Goiás fizeram uma partida de baixo nível técnico no Estádio Olímpico. 0 time de Hélio dos Anjos superior e venceu a partida por 2 a 1. Apesar do resultado, O Grêmio permanece na liderança do Grupo A, com 13 pontos. A vitória do Goiás foi ruim para o Inter. Agora, a equipe de Goiânia sobe para 13 pontos —cinco a mais que o colorado — e assume o primeiro lugar no Grupo B.

 
Parte dos 2.280 torcedores que assistiram à partida deixou o Estádio Olímpico no intervalo. Durante os primeiros 45 minutos as duas equipes fizeram um jogo insosso, sofrível. A um minuto do segundo tempo, a defesa do Grêmio falhou e Marcão abriu o placar para o Goiás. Luiz Felipe sacou Ranielli do time e colocou o titular Carlos Miguel com a incumbência de armar os lances de frente. Aos 13 minutos, Carlos Miguel lançou Emerson para empatar a partida: 1 a 1. Logo depois do gol, o volante entrou no lugar de André Vieira. Aos 45 minutos, Magrão aproveitou nova falha zaga gremista e deu a vitória ao Goiás.

 
A diretoria do Grêmio entregou a polícia uma fita de vídeo RBS TV com imagens de 17 torcedores gremistas apedrejando um ônibus da empresa Trevo que levava torcedores do Inter ao Beira-Rio, domingo, para assistir ao jogo com o Flamengo. Os agressores foram identificados e punidos pelo Grêmio. Agora, todos deverão responder ao processo criminal que será instalado pela 3ª Delegacia de Polícia da Capital.” (Zero Hora, quinta-feira, 9 de novembro de 1995)

GRÊMIO: Murilo; Andre Vieira (Dinho 14 do 2ºT), Vagner Fernandes, Scheidt e Roger; Luís Carlos Goiano , Carlos Alberto (Vagner Mancini 26 do 2ºT), Emerson e Ranielli (Carlos Miguel, intervalo); Magno e Nildo
Técnico: Luiz Felipe Scolari

GOIÁS: Clemer; Edinan, Marcio, Richard e Augusto; Romeu (Zé Teodoro 23 do 2º), Adriano (Guara, intervalo), Wallace e Edson Pezinho; Magrao e Batistinha
Técnico: Hélio dos Anjos

Brasileirão 1995 – Segundo Turno – 6ª Rodada
Data: 8 de novembro de 1995, quarta-feira, 19h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 2.280 (1.029 pagantes)
Renda: R$ 9.453,00
Juiz: Claudio Vinicius Cerdeira (RJ)
Cartão amarelo: Augusto e Ranielli
Gols: Magrao aos 2 minutos, Emerson aos 13 e Magrão aos 45 minutos do 2º tempo

Libertadores 2020 – Guaraní 0x2 Grêmio

November 27, 2020

Foto: Nathalia Aguilar (AFP)

Depois de uma primeira etapa sonolenta, o Grêmio construiu o placar de 2×0 no segundo tempo, em duas jogadas de bola longa, visando utilizar a velocidade de Pepê. Na primeira o camisa 25 deixou seu marcador no chão antes de servir a Jean Pyerre, que chutou sem chances para o goleiro. Na segunda o ponteiro gremista aproveitou o passe de Churin para tocar por cima do goleiro.

Sigo sem entender porque o Grêmio não está utilizando a camisa azul.

Vanderlei foi um dos personagens do jogo. Duas grandes defesa e participação direta no segundo gol.

Bonita a homenagem de Renato a Maradona. Legal também que ele tenha falado de estratégia e táticas na coletiva.

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Fotos: Nathalia Aguilar (AFP)

Foto: Luis Vera (AFP)

Guaraní 0x2 Grêmio

GUARANÍ: Gaspar Servio; Tripichio, Romaña, Javier Báez e Miguel Benítez; Rodrigo Fernández; Cecilio Domínguez, Jorge Morel, José Florentín (Rodney Redes, 22’/2ºT); Merlini (Maná, 27’/2ºT); Fernando Fernández (Bobadilla, 22’/2ºT)
Técnico: Gustavo Costas

GRÊMIO: Vanderlei; Victor Ferraz, Geromel, David Braz e Diogo Barbosa; Darlan (Rodrigues, 43’/2Tº), Matheus Henrique (Lucas Silva, 32’/2ºT); Luiz Fernando (Everton, 32’/2ºT), Jean Pyerre (Pinares, 32’/2ºT), Pepê; Diego Souza (Churín, 20’/2ºT)
Técnico: Renato Portaluppi

Libertadores 2020 – Oitavas de final – Jogo de ida
Data: 26 de novembro de 2020, quinta-feira, 21h30min
Local: Defensores del Chaco, em Assunção, Paraguai
Árbitro: Guillermo Guerrero (Equador)
Assistentes: Christian Lescano e Byron Romero (Equador)
VAR: Daniel Fedorczuk (Uruguai)
Cartões amarelos: Miguel Benítez e Morel; Geromel, Diogo Barbosa e Matheus Henrique (Grêmio)
Gols: Jean Pyerre, aos 11 do 2ºT e Pepê, aos 40 do 2ºT

Confrontos contra o Guaraní em Assunção

November 26, 2020

Foto: José Doval (Zero Hora)

O Grêmio já enfrentou o Guaraní em Assunção em duas ocasiões, as duas pelas Libertadores. Abaixo o link com a ficha dos dois jogos.

 

Libertadores 1997 – Quartas de Final – Jogo de ida – Guaraní 2×1 Grêmio
Libertadores 2017 – Grupo 8 – 3ª Rodada – Guaraní 1×1 Grêmio

 

A curiosidade é que essa partida de 1997 (foto acima) foi a primeira vez que o Grêmio jogou na Libertadores com a mesma combinação de fardamento usado em Tóquio em 1983 (camisa tricolor, calção branco e meia azul).

Brasileirão 2020 – Corinthians 0x0 Grêmio

November 23, 2020

Foto: Lucas Uebel | Grêmio FBPA

A rodada do fim de semana e o jogo foram se desenrolando de maneira favorável ao Grêmio. Contudo o tricolor não soube jogar contra um adversário com menos atletas, tendo inclusive ficado mais perto de levar o gol do que de fazer quando tinha 11 jogadores contra 9.

Renato fez bem em tirar Darlan ao fim do primeiro tempo. O juiz estava muito inseguro na partida e o risco do volante do Grêmio ser expulso era muito alto. Contudo, acho que técnico gremista alterou demasiadamente seu meio de campo. Matheus Henrique e Jean Pyerre, que são os jogadores mais habilidosos da equipe, acabaram ficando longe do gol do adversário.

Sigo sem entender porque o Grêmio não usa meias azuis quando enfrenta o Corinthians fora de casa.

Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

 

CORINTHIANS: Cássio; Fágner, Gil, Marllon e Fábio Santos; Gabriel (Camacho, 40’/2ºT), Cantillo (Xavier, 25’/2ºT), Otero, Luan (Léo Natel, 40’/2ºT) e Jonathan Cafu (Lucas Piton, 25’/2ºT); Davó (Bruno Méndez, 33’/1ºT)
Técnico: Vágner Mancini

GRÊMIO: Vanderlei; Orejuela (Churín, 29’/2ºT), Geromel, Rodrigues e Cortez (Diogo Barbosa, intervalo); Darlan (Pinares, intervalo), Matheus Henrique (Victor Ferraz, 37’2ºT), Luiz Fernando, Jean Pyerre (Isaque, 37’/2ºT) e Pepê; Diego Souza
Técnico: Renato Portaluppi

22ª Rodada – Campeonato Brasileiro 2020
Data: 22 de novembro de 2020, domingo, 20h30min
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Árbitro: Caio Max Augusto Vieira (RN)
Assistentes: Jean Marcio dos Santos e Vinicius Melo de Lima (ambos RN)
VAR: Pablo Ramon Goncalves Pinheiro (RN)
Cartões amarelos: Cantillo, Otero; Darlan
Cartões vermelhos: Marllon, Otero

Brasileirão 1975 – Corinthians 3×2 Grêmio

November 21, 2020

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

No Brasileirão de 1975, o Grêmio enfrentou o Corinthians pela antepenúltima rodada da segunda fase. As duas equipes conseguiram classificação para a fase seguinte, na qual foram eliminadas.

A reclamação de Ênio Andrade sobre o pênalti marcado para o Corinthians, na matéria da Zero Hora transcrita abaixo, não se sustenta. No vídeo fica claro que Picasso não tinha segurado a bola. Porém fica a dúvida, o carrinho que o atacante corintiano deu no goleiro gremista foi legal?

Foto: Domicio Pinheiro

 

NOS TRÊS GOLS, TODA A FORÇA DE VAGUINHO.

Grêmio jogou ontem à tarde no estádio do Morumbi contra o Corintians e manteve a tradição de nunca ter vencido ao “Timão” de São Paulo. Apesar de os dois gols de Tarciso e da pressão final em busca do empate, o time de Ênio Andrade não jogou bem e o Coríntians mereceu a vitória. Agora, ainda com 11 pontas ganhos, em terceiro lugar no seu grupo, o Grêmio precisa vencer o América do Rio, quarta-feira, no Olímpico para garantir a classificação à fase final.

A partida iniciou com o Grêmio se defendendo e o Coríntians explorando a velocidade de Vaguinho em busca da jogada de fundo. Com o tempo, Neca demonstrou ser um dos melhores jogadores do Grêmio na partida, mesmo deixando Russo jogar desmarcado. lúra não jogava bem e falhava na marcação a Adãozinho A única opção de ataque do Grêmio eram os lançamentos longos para Tarciso, isolado na frente.

Apesar de todos os erros do Grêmio, o Corintians só conseguiu fazer seu primeiro gol no final do primeiro tempo. Bolívar chutou Vaguinho sem bola, depois de estar batido na jogada, e levou cartão amarelo aos 44 minutos. Na jogada seguinte, o lateral cedeu escanteio displicentemente e assistiu Zé Maria fazer o passe para Vaguinho. O ponteiro centrou, Adilson dominou a bola no risco da pequena área e chutou forte, de meia-virada, junto ao travessão, sem chance de defesa para Picasso. 1 a 0. Eram 45 minutos.

Já no início do segundo tempo o Corintiansf ez outro gol, numa falha de Beto Fuscão. Adilson fez um lançamento nas costas de Bolívar aos três minutos, Beto Fuscão foi na cobertura mas atrasou fraco para Picasso. Vaguinho disputou a bola com o goleiro do Grêmio, ambos cairam e o atacante sofreu pênalti de Picasso ao tentar levantar-se. Cláudio fez a cobrança com perfeição aos quatro minutos, 2 a 0.

O Grêmio, entretanto, não se entregava. Aos 12 minutos Neca deu um balãozinho em Sérgio mas não conseguiu fazer o gol Tarciso, aos 14 minutos, é que aproveitou uma confusão na área do Coríntians, depois que Bolívar fez o centro e Sérgio soqueou a bola, e no sétimo toque do ataque do Grêmio conseguiu mandar a bola, de leve, para o canto esquerdo do gol adversário, fazendo 2 a 1.

O Coríntians continuava jogando melhor que a equipe de Ênio Andrade e aos 19 minutos Pita ganhou de Celso e Tadeu, fez o centro e conseguiu lançar Vaguinho, pelo outro lado. O ponteiro-direito cruzou forte, Vladimir, que estava na marca do pênalti, se abaixou e cabeceou tranqüilamente, 3 a 1 para o Coríntians.

O Grêmio ainda conseguiu seu segundo gol aos 30 minutos, através de Tarciso. Loivo cobrou uma falta de Vladimir em Cacau, pelo lado direito, Sérgio soltou a bola, Neca e Tarciso entraram e o centroavante tocou para as redes do Coríntians, 3 a 2.” (Danilo Miralles, Zero Hora, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Domicio Pinheiro (Tardes de Pacaembu)

O CORÍNTIANS, QUASE NAS FINAIS

O Corintians voltou a perder gols incríveis, teve momentos brilhantes e medíocres, foi corajoso e medroso, mas mesmo com um futebol irregular e sem ritmo, mereceu ganhar do Grêmio por 3 a 2 ontem no Morumbi, praticamente garantindo, com 10 pontos, a sua classificação para o primeiro turno da fase final do Campeonato Brasileiro.

Durante 45 minutos do primeiro tempo, o Corinthians jogou como quis, dominou o meio de campo. Sérgio não fez uma única defesa e os atacantes perderam três excelentes oportunidades de gol, Mesmo assim, no último minuto conseguiu abrir a contagem com um gol de Adilson, ganhou ânimo para o segundo tempo, quando os dois times tiveram maior número de falhas individuais e táticas, mas fizeram quatro gols, numa repetição constante de, jogadas ofensivas e erros das retaguardas, construindo um resultado justo e inesperado.

Pelo ritmo imposto pelo Grêmio nos primeiros 10 minutos de jogo (acompanhado das vaias da torcida, normal seria se esperar por mais um jogo sem gols ou então a vitória do Corintians, que mais procurava o gol de Picasso, por um a zero. Logo aos 8 minutos, o Corintians perdeu a grande chance de sair na frente: Vaguinho cruzou, Picasso rebateu e Russo, livre na pequena área, chutou prensado, formando uma confusão sem que a bola chegasse a entrar. Aos 21 minutos, num toque sutil de Adãozinho, a bola cobriu Picasso e o gol, saiu rente à trave. Aos 41′, outro gol perdido: Zé Maria ganhou de Bolívar, chegou livre à frente do goleiro e chutou, vendo a bola mansamente tomar o caminho da linha de fundo, com. César chegando atrasado.

Nesses três lances, o Corintians resumiu o domínio total a um adversário indeciso e sem a mínima coragem para partir em busca da vitória, Apenas Neca, inteligente e habilidoso, tentava as jogadas individuais, porem deixando Tarciso isolado entre Cláudio e Darei, enquanto os ponteiros Zequinha e Nenê eram dominados por Zé Maria e Vladimir.

Para perder essas três chances, o Corintians contou com a falta de imaginação de seus atacantes, com boa vontade mas sem nenhum sentido prático, principalmente pela péssima atuação de Vaguinho nessa fase e pelos seguidos passes errados de Adilson, sem que Russo ou Adãosinho tivessem o domínio de meio campo prejudicado, pois como o Grêmio apenas se defendia, Pita também podia atacar, porém sem noção.

Pelo quadro indefinido do primeiro tempo, mesmo com o gol de Adilson (aproveitou com um chute forte, da pequena área, o bom cruzamento de Vaguinho, após receber de Zé Maria), seria difícil sequer imaginar a correria e quatro gols no segundo tempo, quando muitos outros gols ainda poderiam ter sido marcados.

Logo aos 3 minutos, o Corintians chegou aos dois a zero e, pela movimentação dos atacantes, até a goleada passou a fazer parte das previsões. O gol foi de pênalti (bem cobrado por Cláudio), mas precedido de uma jogada inteligente: Adilson fez o lançamento longo para a corrida de Vaguinho. Ele venceu Bolivar, perdeu o pique e a bola para Beto que atrasou curto, permitindo a entrada de Vaguinho que chutou e não pode aproveitar o rebote ao ser seguro por Picasso pelas pernas.

Sérgio fez uma defesa excelente em cabeçada de Neca, mas foi indeciso no lance que originou o primeiro gol do Grêmio, aos 14 minutos. Rebateu uma bola alta que poderia segurar e Cláudio confundiu-se com Darci, deixando a sobra para o atacante Tarciso diminuir. Entretanto, como continuava ganhando o meio de campo e seus Jogadores se movimentavam em alta velocidade’ foi fácil chegar a três a um’ depois de boa jogada de Pita, cruzamento de Vaguinho e gol de cabeça de Vladimir, aos 19 minutos. Três a um suficientes para o Corintians parar.

O Grêmio criou coragem, diminuiu para 3 a 2 dez minutos depois (Volmir cobrou uma falta, Sérgio falhou e rebateu, Tarciso só tocou para o gol ) e, como o Corintians, perdeu outras chances de gol. A melhor de todas, com Zequinha, aos 34′ e, pelo Corintians, de Adilson’ aos 41′.

Até os 25 minutos, quando vencia por 3 a 1, o Corintians ainda foi superior e calmo, mas foi caindo, mesmo mantendo a vantagem. Russo parou em campo e deixou Adãosinho perdido entre Neca, lura e Cacau, que ainda contavam com o apoio de Volmir. Pita sentiu cansaço, César deixou de correr e, Milton Buzetto, manteve ao seu lado, no banco, o Volante Helinho, quando o Grêmio ganhava no centro do campo e partia para contra-ataques perigosos e envolventes, que só teve coragem de iniciar quando o jogo estava praticamente perdido” (Flavio Adauto, Folha de São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Terceiro Tempo – Tardes de Pacaembu

 

ÊNIO ANDRADE ARRANJOU UMA DESCULPA: O JUIZ.

Reclamações, em futebol, principalmente depois de resultados negativos, já é algo comum por parte dos perdedores. Sempre, entre os derrotados, há alguém para culpar o juiz como o responsável pela vitória do time adversário. Ao finalizar a partida de ontem á tarde, frente ao Coríntians em São Paulo, dirigentes, treinador e jogadores do Grémio não esqueciam de justificar suas falhas apontando Luis Carlos Félíx como mal intencionado contra o Grêmio.

No inicio de suas explicações sobre a vitoria do Corintians, Ênio Andrade fez questão de dizer que não tem o hábito de acusar as arbitragens, mas quanto a de ontem ele não podia ficar quieto. Segundo o treinador do Grêmio, sua equipe foi bastante prejudicada pelo juiz, que estava influenciado pela torcida paulista e por isso prejudicou o Grêmio, principalmente em lances decisivos.

Para ele, antes de fazer falta em Vaguinho o lance que ocasionou o pênalti – Picasso tinha a bola segurada.

Para ele, Vaguinho empurrou Picasso e assim ele soltou a bola. Somente nesse momento o juiz assinalou falta e contra o Grêmio. Ênio garante que aquele lance não poderia ser pênalti, porque a primeira falta era a favor do Grêmio.

Depois de encontrar um culpado para a derrota , Ênio Andrade disse que o Grêmio, no período inicial, procurou observar o esquema tático do Coríntians e jogar da maneira mais tranqüila, para ir à frente, como fez no segundo tempo, Mas ele não esperava que o Coríntians, também procurasse jogar ofensivamente.” (Danilo Miralles, Zero Hora, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

“CORÍNTIANS 3 X GRÊMIO 2

São Paulo — O Coríntians, jogando com aplicação tática e inteiramente na ofensiva, conseguiu com justiça uma boa vitória ontem, por 3 a 2, sobre o Grêmio, tendo no atacante Vaguinho sua principal figura em campo.
Os gols do Coríntians foram marcados por Adilson, Cláudio de pênalti e Vladimir, assinalando Tarciso 2 para o Grêmio. A renda foi de Cr$ 442 mil 884, com 28 mil 126 pagantes, e o juiz foi Luis Carlos Félix, com excelente atuação.

REAÇÃO DESESPERADA O Coríntians atuou com Sérgio, Zé Maria, Darci, Cláudio e Vladimir; Russo, Adãozinho e Pita; Vaguinho, Adilson e César (Geraldo). O Grêmio, com Picasso, Celso, Tadeu, Beto e Bolívar; Cacau (Oscar), Iura e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê (Loivo).

Desde os primeiros minutos de jogo, o Coríntians se lançou inteiramente ao ataque. As oportunidades de gol foram surgindo a todo instante, mas Vaguinho, Adãozinho, Adilson e Pita as desperdiçavam infantilmente. Somente aos 45 minutos da primeira etapa foi que o quadro paulista traduziu em gol sua superioridade em campo: Zé Maria cobrou um córner curto para Vaguinho e este centrou certeiramente para Adilson completar para as redes.

No segundo tempo, o panorama do jogo não se modificou. Aos 4 minutos, Picasso cometeu um pênalti em Vaguinho. Cláudio cobrou e ampliou o placar para 2 a 0. Embora de maneira desordenada, principalmente pelo desentrosamento do meio de campo, o Grêmio reagiu na base do espirito de luta e aos 16 minutos marcou seu primeiro gol, através de Tarciso.

Entusiasmado com esse gol, o time gaúcho abandonou quase que completamente a defensiva, do que se aproveitou o Coríntians. Aos 21 minutos, Vaguinho centrou para a área e o zagueiro Vladimir cabeceou para as redes.

Depois dos 3 a 1, no entanto, Inexplicavelmente o time do Coríntians recuou. Aos 29 minutos, Tarciso, se aproveitando de uma rebatida do goleiro Sérgio, marcou o segundo gol do Grêmio. O quadro gaúcho voltou a se motivar e partiu decisivamente para o ataque que só não conseguindo o empate pelos erros dos seus próprios atacantes, principalmente Zequinha, na complementação das jogadas.” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 3 de novembro de 1975)

 

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

 

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

Foto: Hipolito Pereira (Zero Hora)

 

CORINTHIANS: Sérgio; Zé Maria, Darcy, Cláudio Marques, Wladimir, Russo, Adãozinho, Vaguinho, Adílson, César (Geraldão) e Pita
Técnico: Mílton Buzetto

GRÊMIO: Picasso; Celso, Tadeu, Beto Fuscão e Bolívar; Cacau (Osmar), Iúra e Neca; Zequinha, Tarciso e Nenê (Loivo)
Técnico: Ênio Andrade

Campeonato Brasileiro 1975 – 2ª Fase – 8ª Rodada
Data: 02 de novembro de 1975, domingo, 16h00min
Local: Morumbi, em São Paulo, SP
Público: 28.126
Renda: Cr$ 442.884,00
Árbitro: Luís Carlos Félix
Auxiliares: Manoel Espezin Neto e Juan de La Passion
Gols: Adílson aos 45 do 1º Tempo; Cláudio Marques (de pênalti) aos 4, Tarciso aos 15, Wladimir aos 20 e Tarciso aos 30 do 2º Tempo.

 

Copa do Brasil 2020 – Grêmio 2×0 Cuiabá

November 19, 2020

Foto: Twitter Diego Souza

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Duas assistências de Pepê e dois gols de Diego Souza. O Grêmio não quis dar muita chance ao azar.

Foto: Dado Moura (Globo Esporte)

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

GRÊMIO: Vanderlei; Victor Ferraz, Pedro Geromel, David Braz e Diogo Barbosa; Matheus Henrique (Lucas Silva), Darlan (Ferreira),Éverton (Isaque), Jean Pyerre (Thaciano) e Pepê; Diego Souza (Churín)
Técnico: Renato Portaluppi

CUIABÁ: João Carlos; Rayner (Diego Jardel), Ednei, Anderson Conceição e Romário; Nenê Bonilha (Auremir), Matheus Barbosa e Elvis; Iago (Lenon), Willians Santana (Perdigão) e Maxwell (Pierini)
Técnico: Allan Aal

Copa do Brasil 2020 – Quartas de final – jogo de volta
Data: 18 de novembro de 2020, quarta-feira, 16h30min
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre, RS
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)
Assistentes: Ricardo Junio de Souza e Marcus Vinícius Gomes (ambos de MG)
VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Cartões amarelos: Willians Santana (Cuiabá)
Gols: Diego Souza, aos 9′ e aos 41′ do 1ºT (Grêmio)

Brasileirão 2020 – Grêmio 4×2 Ceará

November 16, 2020

Fotos: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Renato tem toda razão em dizer que a camisa 10 fez bem a Jean Pyerre.

A chuteira do Matheus Henrique foi pintada de preto? Parece que o modelo original era esse laranja da Puma

Foto: Raul Pereira / Estadão Conteúdo

GRÊMIO: Vanderlei; Victor Ferraz, Paulo Miranda (David Braz, 11’/1º), Rodrigues e Diogo Barbosa; Darlan (Lucas Silva, 31’/2ºT), Matheus Henrique (Thaciano, 31’/2ºT); Luiz Fernando, Jean Pyerre, Pepê (Everton, 24’/2ºT); Diego Souza (Churín, 24’/2ºT).
Técnico: Renato Portaluppi

CEARÁ: Fernando Prass; Samuel Xavier, Tiago Pagnussat, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Kelvyn (Wescley, 20’/2ºT), Fabinho (Pedro, 33’/2ºT); Sobral, Ricardinho (Charles, intervalo) e Mateus Gonçalves (Vitor Jacaré, 15’/2ºT); Cléber (Felipe Vizeu, 33’/2ºT)
Técnico: Guto Ferreira

21ª Rodada – Campeonato Brasileiro 2020
Data: 14 de novembro de 2020, sábado, 19h00min
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre, RS
Árbitro: José Mendonça da Silva Junior (PR)
Assistentes: Bruno Boschilia (Fifa-PR) e Sidmar dos Santos Meurer (PR)
VAR: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (RJ)
Cartões amarelos: David Braz, Pedro Naresi e Victor Jacaré
Gols: Jean Pyerre, aos 19min, Pepê, aos 32min, Kelvyn, aos 35min, Diego Souza, aos 39min do 1º tempo; Churín, aos 24 min, e Tiago, aos 46min do 2ºT.

Copa do Brasil 2020 – Cuiabá 1×2 Grêmio

November 12, 2020

Foto: Lucas Uebel (Grêmio.net)

Deu pra matar a saudade de um pênalti bem batido pelo Grêmio.

Acho que os mandantes tem certa dose de razão em reclamar do a arbitragem. A bola parece ter saído antes do cruzamento de Cortez na jogada que deu origem ao segundo gol tricolor. Contudo, não foi apresentada na transmissão nenhuma imagem que esclarecesse definitivamente o lance (é impressionante como nos jogos transmitidos no Brasil não costumam ser posicionadas câmeras no lado oposto das cabines de televisão).

Contra o Juventude, que tem uma camisa listrada, o Grêmio utilizou a camisa tricolor. Já contra o Cuiabá, que joga todo de verde, o Grêmio usou a camisa branca. Difícil de entender.

Fotos: AssCom Dourado (Cuiaba E.C.)

CUIABÁ: João Carlos; Hayner (Lucas Ramon), Kunde, Anderson Conceição e Romário; Nenê Bonilha (Auremir), Matheus Barbosa e Elvis (Diego Jardel); Maxwell, Willians Santana (Perdigão) e Yago
Técnico: Franco Muller

GRÊMIO: Vanderlei; Victor Ferraz, Pedro Geromel, David Braz e Cortez; Lucas Silva, Matheus Henrique (Diogo Barbosa), Ferreira (Everton), Jean Pyerre (Thaciano) e Pepê (Paulo Miranda); Diego Souza (Churin)
Técnico: Renato Portaluppi

Copa do Brasil 2020 – Quartas de Final – Jogo de ida
Data: 11 de novembro de 2020, quarta-feira, 19h00min
Local: Arena Pantanal, em Cuiabá, MT
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araujo (SP)
Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho e Daniel Luis Marques (ambos de SP)
VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
Cartões amarelos: Willians Santana (Cuiabá); Lucas Silva (Grêmio)
Gols: Diego Souza, aos 7 minutos do 1ºT; Willians Santana, aos 18 do 1ºT (Cuiabá); Jean Pyerre (de pênalti) aos 42 minutos do 1ºT

Brasileirão 2020 – Fluminense 0x1 Grêmio

November 9, 2020

 

Dessa vez o Grêmio venceu e convenceu. O Grêmio pode não ter sido brilhante, mas a atuação foi muito segura. O time fez o gol e soube administrar a vantagem, correndo pouquíssimos riscos.

Sigo sem entender porque o Grêmio não está usando a camisa azul.

 

Fotos: Lucas Merçon (Fluminense F.C.)

Fluminense 0x1 Grêmio

FLUMINENSE: Muriel; Igor Julião, Nino, Luccas Claro e Danilo Barcelos; Hudson, Dodi e Michel Araujo (P.H. Ganso, intervalo); Wellington Silva (Luiz Henrique, 16/2ºT), Fred (Felipe Cardoso, 16/2ºT) e Caio Paulista (Marcos Paulo, intervalo)
Técnico: Odair Hellmann

GRÊMIO: Paulo Victor; Orejuela, Rodrigues, David Braz e Diogo Barbosa; Darlan (Paulo Miranda, 40/2ºT), Matheus Henrique, Luiz Fernando (Thaciano, 33/2ºT), Jean Pyerre (Isaque, 33/2ºT) e Pepê (Everton, intervalo); Churín (Ferreira, 19/2ºT)
Técnico: Renato Portaluppi

Brasileirão 2020 – 20ª Rodada
Data: 8 de novembro de 2020, domingo, 20h30min
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro – RJ
Árbitra: Edina Alves Batista (SP)
Assistentes: Alex Ang Ribeiro (SP) e Evandro de Melo Lima (SP)
VAR: Marcio Henrique de Gois (SP)
Cartão amarelos: Diogo Barbosa (Grêmio)
Gol: Pepê, aos 27min do primeiro tempo

Brasileirão 1993 – Fluminense 0x1 Grêmio

November 7, 2020

Foto: Silvio Avila (Zero Hora)

No Brasileirão de 1993 o Grêmio venceu o Fluminense no Maracanã, por 1×0, com gol do centroavante Charles. Três  coisas sobre este jogo.

Colunistas dos jornais de Porto Alegre vaticinavam a queda do Felipão em caso de derrota. Ainda bem que a história foi outra.

– Na minha memória o time do Grêmio não era esse desgraça toda que as crônicas transcritas abaixo descrevem. Essa equipe lutou de igual pra igual com o São Paulo na Supercopa (time que viria a ganhar o torneio e o mundial no fim do ano) e diversas jogadores teriam grande futuro no clube.

– Eu ignorava essa história de que o presidente do Flu sugeriu que os seus jogadores assistissem Tom & Jerry para relaxar. O folclore do futebol nacional é inigualável.

Foto: Silvio Avila (Zero Hora)

GRÊMIO VENCE E SOBE PARA TERCEIRO
O time gaúcho não atuou bem, mas garantiu mais dois pontos e recuperou a calma para o jogo contra o Peñarol

Rio — Mesmo errando passes e jogando um futebol pouco convincente, o Grêmio contornou ontem uma crise cujo perfil vinha se desenhando desde a derrota para o Santos, passando pelo empate contra o Atlético-MG e tornando-se iminente em Montevidéu, quando o time perdeu para o Peñarol. Os jogadores saíram do Maracanã sorrindo, mas transparecendo preocupação com a atuação discreta. A vitória por 1 a O sobre o Fluminense ocorreu muito mais devido às deficiências do adversário — cujos torcedores passaram a maior parte do tempo gritando palavras de ordem contra os dirigentes —, do que por méritos da equipe gaúcha.

O presidente Fábio Koff foi enfático, no intervalo do jogo. “O Luís Felipe continuará treinando o Grêmio até o final do campeonato, mesmo que perca hoje”, disse. Em campo, o time apresentava deficiências reconhecidas pelo próprio técnico que, preocupado com o desperdício de oportunidades, conversará durante esta semana com os seus atacantes. “O trabalho dele é muito bom”, opinou Koff.

Em 14 partidas, foi a segunda vez que o time de Luís Felipe terminou o jogo sem levar gols. Contra o Atlético-MG, no Mineirão, a partida ficou no 0 a 0. Dos 15 gols sofridos, grande parte ocorreu no final do segundo tempo. Desta vez, marcando aos 12 do primeiro, o resultado foi mantido. Coincidência ou não, o goleiro Danrlei — cada vez mais seguro — e o centroavante Charles — que tem habilidade para segurar a bola — se destacaram.

Luís Felipe, reconhecendo um sentimento de alívio, disse que o time agora está sabendo administrar resultados. “Houve uma colocação melhor dos dois volantes com os zagueiros”, explicou.”

MELHORES LANCES
Primeiro Tempo
12 minutos: Jamir arremata forte de fora da área, a bola sobra para Charles que livra-se de dois zagueiros, chuta e faz Grêmio 1 a 0.
14 minutos: Charles passa de calcanhar para Dias que chuta fraco nas mãos do goleiro Nei.
26 minutos: Julinho é lançado na área, toca por cima de Danrlei, mas adianta-se demais e acaba devolvendo a bola para o goleiro do Grêmio.
27 minutos: Branco cruza da esquerda, Charles ajeita para Dias que chuta no goleiro.
36 minutos: Dias é lançado na direita e chuta fraco, fácil para a defesa de Nei.
37 minutos: Carlos Miguel cobra escanteio da direita, Paulão cabeceia, a bola passa perto de Charles e sai para fora.

Segundo tempo
Sete minutos: Branco cobra falta da direita e o goleiro Nei, bem colocado, pega fácil.
19 minutos: Serginho tabela com Julinho que toca para Nilson chutar forte e obrigar o goleiro Danrlei a fazer urna defesa difícil.
23 minutos: Moreno cruza para Nilson cabecear fraco nas mãos de Danrlei.
26 minutos: Branco cruza da esquerda, Caio cabeceia e Nei pega firme.
28 minutos: Grotto cobra falta da direita, Caio toca para Dias que chuta para fora.
38 minutos: Carlos Miguel lança Caio que toca para Charles chutar forte na zaga do Fluminense.
44 minutos: Julinho recebe um boto lançamento pela esquerda, invade a área, mas demora para concluir e Grotto consegue aliviar.
45 minutos: No contra-ataque, Caio escapou pela direita mas o cruzamento moa imperfeito.” (Léo Gerchmann, Zero Hora, segunda-feira, 11 de outubro de 1993)

 

Foto: Silvio Avila (Zero Hora)

FLU LEVA TORCIDA AO DESESPERO
Derrota para o Grêmio no Maracanã mostra que time precisa de mudanças

A derrota de 1 a 0 (Charles) para o Grêmio, no Maracanã, mostrou mais uma vez que alguma coisa precisa ser feita no Fluminense. O time é fraco tecnicamente, não tem qualquer prestígio junto a seus torcedores e está ameaçado de não passar para a segunda fase do Brasileiro. O jogo com a equipe gaúcha irritou os 22% pagantes. O retrato da partida aconteceu exatamente no primeiro tempo, com boa parte da torcida hostilizando o presidente Arnaldo Santiago, que assistia ao jogo da Tribuna Especial.

O time gaúcho começou mais aplicado taticamente. Organizado no meio campo, o Grêmio chegava fácil à área do Fluminense. Logo aos 12 minutos, Jamir chutou de fora da área, a bola bateu em Alaércio e, no rebote, Charles dominou e tocou na saída do goleiro Nei. 1 a 0, merecidamente. Confuso, o time tricolor não passava de sua intermediaria, nem tentava a reação. A pouca criatividade saía dos pés de Julinho. Mas era muito pouco para quem precisava muito da vitória para se reabilitar no Brasileiro e diante de sua torcida.

A partir dos 20 minutos, o jogo ficou lento, chegou a ser sonolento e começou a irritar os torcedores. O meio campo do Fluminense não conseguia chegar à área do Grêmio nem encostar nus atacantes Ézio e Nilson, que voltavam para buscar jogo. Do outro lado, normalmente o apático Dias surpreendia com boas jogadas pela direita em velocidade. Fabinho e Charles, se fossem mais aplicados e apostassem mais nas jogadas disputadas, principalmente dentro da área, teriam feito mais gols. A defesa do Fluminense esteve muito mal na partida.

O intervalo parece que fez bem ao time carioca. O Fluminense voltou mais organizado e disposto a empatar o jogo. O Grêmio, por sua vez, voltou desinteressado e determinado a garantir o resultado de 1 a 0, o que fez com que o nível técnico, que já era ruim, piorasse. Aproveitando-se disso, o Fluminense tentava alguma coisa, com Julinho, Nilson e Ézio, que rondavam a área adversária, com jogadas cm velocidade e chutes fortes que esbarravam no bem colocado goleiro Danrley.

Mas não era dia do Fluminense. Aliás, a época é uma das piores para o tricolor das Laranjeiras. Além das dificuldades técnicas de sua equipe, o Fluminense ainda teve problemas com o juiz Oscar Roberto Godoy, que inventou e inverteu faltas, e ainda não deu um pênalti a seu favor aos 34 minutos, quando Celinho foi puxado pela camisa por Aguinaldo. Todo mundo viu menos o árbitro. Haja paciência para agüentar tanta mediocridade não só dos jogadores, como do trio de arbitragem.

PRINCIPAIS LANCES
Primeiro tempo
2 minutos — Jamir lança Carlos Alberto Dias dentro da área e o jogador chutou mal, por cima do travessão do goleiro Nei.
12 minutos — Gol — Grêmio 1 a 0: Jamir chuta e a bola bate em Alaércio, sobrando para Charles. O centroavante ganha na velocidade da zaga ao invadir a área e desloca o goleiro tricolor.
14 minutos — Charles faz boa jogada e toca para Dias na esquerda. O meia chuta forte, e Nei defende parcialmente. Márcio despacha para córner.
26 minutos — Chiquinho lança Julinho, que dá um lençol em Danrley. Na jogada, porém, o tricolor adiantou a bola e perdeu o ângulo para concluir para o gol vazio. Julinho ainda toca para o meio, mas o goleiro consegue segurar a bola.
36 minutos — Carlos Alberto Dias recebe passe preciso de Carlos Miguel, penetra livre na área, chuta forte, mas Nei faz grande defesa.
41 minutos — Chiquinho, de fora da área, dá o primeiro chute do Fluminense ao gol, mas a bola sai por cima do travessão

Segundo tempo
7 minutos — Branco cobra falta pelo lado direito do ataque. O chute sai forte, mas Nei faz mais uma bela defesa.
19 minutos — O Fluminense faz uma boa jogada. Serginho passa para Julinho, que lança Nilson, livre. O centroavante acerta um belo chute, rasteiro. Danrley se estica todo e coloca a bola para fora.
26 minutos — Carlos Miguel cobra escanteio, da esquerda, e Caio sobe e cabeceia livre de marcação. Nei defende mais uma bola perigosa.
34 minutos — Celinho é lançado dentro da área, dribla o zagueiro Agnaldo e vai em direção ao gol. Porém, o defensor segura o atacante pelo calção e o juiz manda o lance seguir: a zaga despacha.
38 minutos — Caio recebe no meio campo, vira o jogo e lança Charles pelo lado direito. O atacante penetra sem qualquer marcação e dá um forte chute. Brasília, que se recuperou no lance, desvia para escanteio.” (Edir Lima, Jornal dos Sports, segunda-feira, 11 de outubro de 1993)

 

Foto: Uramar de Assis (Jornal dos Sports)

 

A TORCIDA NÃO AGUENTA MAIS
Tricolores ofendem presidente do Fluminense, que assiste cercado por seguranças a mais um vexame dos cariocas no Brasileiro.

Paciência tem limite. E a do torcedor carioca se esgotou. Cansados de seguidos vexames e derrotas em casa, os poucos apaixonados que ainda vão aos estádios se revoltam contra os cartolas. Ontem, enquanto o péssimo time do Fluminense perdia para o Grêmio por 1 a 0,os torcedores desviavam suas atenções para a tribuna do Maracanã. Afinal, lá estava quem, para eles, é o responsável pelos fiascos: o presidente Arnaldo Santiago.

Foi o desfecho de mais um fim de semana de fracassos para os times do Rio. O menos ruim foi o Flamengo, que empatou em 1 a 1 com o Bahia, sábado, no Maracanã. Enquanto isso, o Botafogo perdia por 3 a 0 para o Cruzeiro em Belo Horizonte, completando um turno ou 10 horas e meia sem gol, e o Vasco sofria com os 2 a 0 impostos pelo Palmeiras, em São Paulo. Dos quatro cariocas no Campeonato Brasileiro, apenas rubro-negros e vascainos ainda brigam pela classificação. Botafogo e Fluminense já pensam em 94.

É verdade que a torcida tricolor exagerou, com palavrões e ofensas pessoais ao presidente, mas a reação deixou clara a impaciência geral. O médico Arnaldo Santiago, que durante a semana sugeriu a exibição de desenhos de Tom e Jerry para relaxar os “tensos” jogadores do time, passou quase todo o jogo cercado por seguranças, e sendo ofendido tanto por quem pagou CR$ 500 pelo ingresso de arquibancada como por quem desembolsou CR$ 5 mil pela cadeira especial. Ao final, foi o primeiro a sair, assustado. Não há desenho animado capaz de acalmar a sofrida torcida do fluminense.”

 

 

E A VITÓRIA DO MENOS RUIM

O Fluminense perdeu. De novo. Foi a quinta derrota em oito jogos pelo Campeonato Brasileiro, quarta consecutiva, terceira seguida no Rio. E o adversário de ontem não era grande coisa. O time que o Grémio trouxe ao Maracanã só não saiu com zero porque esta nota foi exclusiva do tricolor carioca. Do gol de Charles, aos 12 minutos de partida, ao apito final, o Fluminense praticamente não ameaçou empatar, mostrando aos menos de 2,3 mil torcedores que pagaram ingresso que, hoje, sair de casa para ver a turma da camisa tricolor em ação é aborrecimento garantido.

Impacientes, os torcedores pediam time e cantavam os já desgastados corinhos antes mesmo de a bola rolar. De todos, o mais ouvido era: “Não é mole não! São oito anos sem gritar é campeão”. O jogo em si, era de irritar. Passes errados, chutões e encontrões estilo pastelão rechearam os 90 minutos. Até o gol da vitória gaúcha foi conseqüência de lance casual. Jamir chutou — mal —, a bola tocou na zaga e sobrou para Charles. O centroavante entrou como quis para fazer 1 a O. quebrando um jejum. Há três jogos os gremistas não balançavam as redes adversárias.

Na melhor chance do Fluminense. Julinho tocou sobre Danrlei, mas a bola tinha endereço errado e ia saindo. O meia correu e se esticou para alcançar a bola, puxando-a de volta, só que nas mãos do goleiro. Alguns riam e outros quase choravam. De raiva. Um lance tragicómico. Depois, só um chute de Nilson, aos 19 minutos do segundo tempo, assustou a defesa gaúcha. Danrlei tocou para córner. Como o Grêmio estava mais do que satisfeito com a magra vitoria, apesar da mediocridade do Fluminense, a partida foi-se arrastando até o fim. Por sinal, se não tivesse começado ninguém sentiria falta.” (Mauro Cezar Pereira, Jornal do Brasi, segunda-feira, 11 de outubro de 1993)

 

Foto: Alaor Filho (Jornal do Brasil)

 

O JOGO: Se o Grêmio não fosse tão limitado tecnicamente teria goleado o “bando” de jogadores que veste a camisa do Flu neste Campeonato” (Tabelão Placar, 1993)

 

FLUMINENSE: Nei; Márcio, André, Brasília e Alessandro; Alaércio, Chiquinho (Serginho, intervalo) e Julinho; Nilson e Ézio (Celinho, 30 do 2ºT) e Moreno.
Técnico: Nelsinho Rosa

GRÊMIO: Danrlei; Grotto, Paulão, Agnaldo Liz e Branco; Pingo, Jamir, Carlos Miguel e Carlos Alberto Dias (Marco Aurelio, 32 do 2ºT); Fabinho (Volnei Caio 25 do 2ºT) e Charles.
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Brasileirão 1993 – 1ª Fase – Grupo B – 8ª Rodada
Data: 10 de outubro de 1993, domingo
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro-RJ
Público: 2.296 pagantes
Renda: CR$ 1.139.900,000
Juiz: Oscar Roberto de Godoy
Auxiliares: Odair Godeghesi Junior e Altamirano Paulo Neto
Cartões amarelos: Grotto, Paulão, Alessandro, Alaércio
Gol: Charles, aos 12 minutos do primeiro tempo