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Brasileirão 1995 – Grêmio 2×1 São Paulo

February 12, 2021

Foto: José Doval (Zero Hora)

 

É fácil verificar algumas semelhanças entre esse próximo Grêmio Vs São Paulo e o confronto pelo Brasileirão de 1995. Nas duas ocasiões o jogo era o antepenúltimo compromisso do Grêmio no Campeonato Brasileiro. Em 1995, assim como hoje, o Grêmio estava com seu foco voltado para uma outra decisão.

Um elemento marcante daquele jogo foi um embate entre Felipão e Telê Santana. Na época o técnico são-paulino era também colunista da Folha de São Paulo e, antes das finais da Copa do Brasil, escreveu queO Grêmio, em certas ocasiões, mostra-se uma equipe desleal” e que “o time gaúcho é um reflexo do Luiz Felipe, seu treinador. Na época em que ele era jogador, sempre foi considerado um atleta violento. Tinha pouca técnica e fazia muitas jogadas agressivas.” Meses depois, Felipão respondeu em uma entrevista para Placar, apontando para a hipocrisia do seu acusador: “Telê não olha o próprio rabo. Quando era do Grêmio, em 1977, ele contratou o Oberdã só para dar porrada.

 

Foto: José Doval (Zero Hora)

 

LUIZ FELIPE LEVA A MELHOR NO DUELO COM TELÊ SANTANA

Desde a disputa pela Copa do Brasil, no primeiro semestre deste ano, Luiz Felipe tem sido criticado pelo técnico Telê Santana, do São Paulo. “Ele incita os seus jogadores à violência”, insiste Tele. Sábado, no Estádio Olímpico, vencer os paulistas era uma questão de honra para o treinador gremista. O Grêmio não fez um bom primeiro tempo, chegou a estar perdendo por 1 a 0, mas ao final da partida Luiz Felipe deixou o gramado de cabeça erguida, amparado na vitória de 2 a 1. Além da derrota, Telê não pode evitar a ironia do destino. O São Paulo fez 18 faltas, apenas duas a menos que o Grêmio, e ainda teve um jogador expulso por excesso de violência.

A tarde ensolarada de sábado levou mais de 10 mil pessoas ao estádio. Eufóricos com o clima de acerto de contas entre Luiz Felipe e Telê, os torcedores não resistiram e vaiaram o técnico do São Paulo toda a vez que o polêmico treinador deixou o banco de reservas para passar instruções aos jogadores.

Preocupado com a alta velocidade das jogadas, Luiz Felipe pedia mais atenção no meio-campo e na zaga, que perdiam o confronto com Cláudio, Almir e Sierra. Em 12 minutos de jogo, o Grêmio levou perigo ao gol de Rogério duas vezes, enquanto o São Paulo perdia uma boa chance. O time de Tele desperdiçou a primeira oportunidade, mas foi fulminante na segunda, aos 17 minutos: aparando um cruzamento baixo do lateral Cláudio, o atacante Luciano colocou no canto esquerdo de Danrlei. Cinco minutos mais tarde, Arilson empatou cobrando falta, mas o inseguro árbitro Jose Rabelo anulou o gol, alegando toque de mão. Pouco depois, Rabelo voltou a anular um gol, desta vez aquele que seria o segundo de São Paulo, por falta na defesa.

Com 10 homens em campo – Bordon foi expulso por fazer falta violenta em Carlos Miguel – o São Paulo voltou mais cauteloso, para a etapa final. Levado pela torcida, o time de Luiz Felipe mostrou determinação para buscar o empate, com ataques sucessivos. À insistência foi recompensada com uma falta sobre Paulo Nunes, dentro da área: pênalti. À torcida pediu que Dinho cobrasse: O volante chutou com força e empatou. Luiz Felipe começava a derrubar Telê Santana do alto do pedestal.

A 18 minutos do final da partida, Jardel, como de hábito, subiu mais que a defesa adversária e marcou: 2 a 1. Lume Felipe se vingou das provocações de Telê Santana com uma vitória de virada e o Grêmio subiu para 16 pontos no segundo turno e 28 na classificação geral. Agora, livre definitivamente da ameaça de rebaixamento, o time passa a pensar apenas em Tóquio.” (Zero Hora, segunda-feira, 13 de novembro de 1995)

OS DESEMPENHOS (Zero Hora, 13 de novembro de 1995)
GRÊMIO SÃO PAULO
Conclusões a gol 9 6
Escanteios cedidos 5 8
Faltas cometidas 20 18
Impedimentos sofridos 4 6

ADÍLSON É APROVADO E GARANTE A SUA VAGA

O zagueiro Adilson voltou ao time do Grêmio sábado, depois de um longo período longe dos gramados. Operado de um grave problema de coluna, o capitão gremista fez uma exibição cautelosa diante do São Paulo. O  suficiente entanto, para provar que estará em condições para a decisão do Mundial Interclubes contra o Ajax, dia 28.

 Adilson só jogou a segunda etapa. Entrou no lugar de Luciano para dar mais segurança ao setor defensivo do time. Além disso, Adilson tem uma missão importante no esquema de Luiz Felipe. Com ele na equipe, Dinho e Goiano não precisam recuar para dar início à jogada. O próprio zagueiro se encarrega de sair com a bola dominada e distribui-la para o meio-campo. “Isso deixa a equipe mais adiantada e, em consequência, melhora a marcação”, disse Adilson, logo depois da partida.

A torcida gremista que compareceu ao estádio sábado não viu o Adilson vigoroso e campo.  Mesmo assim, o zagueiro mostrou habilidade. O capitão do Grêmio aparou a bola no peito, deu um “chapéu” sobre um adversário, fez lançamentos e comandou a defesa e o meio-campo. Nof inal do jogo, foi muito aplaudido. “Quero agradece o carinho dos torcedores com uma grande vitória em Tóquio”, disse. “Em toda a minha carreira, nunca recebi tanto apoio de um clube e de uma torcida como neste período aqui no Grêmio.” (Zero Hora, segunda-feira, 13 de novembro de 1995)

 

“A boa fase do Grêmio, com a vitória de virada no Olímpico, foi suficiente para convencer até o técnico Telê Santana, do São Paulo, sobre as condições em que se encontra o bicampeão da Copa Libertadores, duas semanas antes da decisão em Tóquio. Telê não economizou elogios ao Grêmio. ” O sistema de marcação é muito bom, com dois zagueiros firmes, dois volantes de contensão e dois meias criativos, mas também um atacante rápido, o Paulo Nunes, que cria condições para um atacante perigoso, o Jardel, um ótimo cabeceador”, resumiu. Telê ressaltou que o Grêmio não têm destaques individuais e o que prevalece é o senso coletivo. “Isso que o Arce, que faz as jogadas para o Jardel, não atuou” (Zero Hora, segunda-feira, 13 de novembro de 1995)

 

Foto: José Doval (Zero Hora)

 

SÃO PAULO PERDE PARA GRÊMIO E FICA EM 7º

O São Paulo perdeu para o Grêmio por 2 a 1, ontem, em Porto Alegre (RS), e ficou em situação muito ruim na luta por uma vaga nas semifinais do Brasileiro.
O time está em sétimo no Grupo B, com sete pontos em sete jogos. O Grêmio lidera o Grupo A, com 16 pontos, ao lado do Corinthians, mas com três jogos a mais.
O São Paulo marcou o primeiro gol aos 16min. O lateral Cláudio cruzou da direita e Luciano mergulhou para cabecear.
Ainda no primeiro tempo, o juiz Jorge Rabelo anulou dois gols: um do Grêmio, aos 22min -Arílson bateu falta e Goiano teria tocado com a mão na bola-, e um do São Paulo, aos 29min -Pedro Luiz marcou após escanteio, mas foi marcada falta de Edmílson.
Aos 34min, o zagueiro Bordon, que já tinha um cartão amarelo, foi expulso.
No segundo tempo, o Grêmio conseguiu o empate aos 14min, por meio de um pênalti cobrado por Dinho. Aos 19min, o goleiro Rogério evitou de forma espetacular um gol de cabeça de Arílson, mas, aos 27min, Alexandre cruzou e Jardel cabeceou, na pequena área, para marcar o segundo gol.” (Folha de São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995)

GRÊMIO FESTEJA DERROTA DE TELÊ
O Grêmio já havia conseguido o que queria no Campeonato Brasileiro: afastar o risco de rebaixamento para a segunda divisão.
Anteontem, no entanto, o técnico Luiz Felipe e seus jogadores deram à vitória sobre o São Paulo a importância de um desabafo há muito desejado.
“Foi um ‘cala-boca’ para o Telê Santana, que passou todo o primeiro semestre dizendo que nosso time era violento e que só sabia vencer batendo no adversário”, disse o volante Dinho.
“O meu gol foi o ‘gol São Paulo’, para quem fala muito, mas não ganha nenhum título”, disse o atacante Jardel.
O técnico Luiz Felipe foi irônico: “Eles dizem que nós batemos, que somos indisciplinados. Acho que este São Paulo que perdeu para nós e que bateu o tempo todo não é o time do Telê, deve ser o time treinado pelo Muricy (auxiliar de Telê)”.
A exemplo dos jogadores do São Paulo, os do Grêmio também se queixaram da arbitragem de Jorge Rabelo. “Ele anulou um gol nosso e um gol deles. Foi muito mal”, disse Paulo Nunes.” (Léo Gerchmann, Folha de São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995)

“O volante Alemão disse que o São Paulo foi “roubado”.
“O Luiz Felipe (técnico do Grêmio), mesmo assim, conseguiu ser mais decepcionante que o juiz. Sabia que eu tinha cartão amarelo e mandou o Arílson me provocar”, afirmou Alemão. Para ele, esse tipo de recomendação é “coisa de mau caráter” (Folha de São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995)

 

Foto: José Doval (Zero Hora)

 

“O JOGO: O Grêmio teve a domínio da partida, mas a zaga demonstrava insegurança no primeiro tempo. No segundo tempo, os gaúchos atacaram mais e as paulistas procuraram se defender.” (Placar, Tabelão 95 n.º 10)


https://i.imgur.com/nKHXmks.png

Grêmio 2×1 São Paulo

GRÊMIO: Danrlei; Wágner Fernandes (Alexandre), Rivarola, Luciano (Adílson) e Roger; Dinho, Goiano, Arílson e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Magno) e Jardel
Técnico: Luiz Felipe Scolari

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Cláudio, Pedro Luiz, Bordon e André; Alemão, Edmílson, Sierra (Gilmar) e Aílton; Almir (Alexandre) e Luciano
Técnico: Telê Santana

Campeonato Brasileiro 1995 – Segunda Fase – 7ª Rodada
Data: 11 de novembro de 1995, sábado, 16h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 10.298 (7.008 pagantes)
Renda: R$ 69.255,00
Juiz: Jorge Fernando Rabelo (RJ)
Cartões amarelos: Aílton, Pedro Luiz, Alemão, Gilmar e André (SP); Carlos Miguel, Paulo Nunes e Roger (G)
Cartão vermelho: Bordon, aos 38 minutos do 1º tempo
Gols: Luciano, aos 16min do primeiro tempo; Dinho (de pênalti), aos 14 minutos, e Jardel, aos 27 minutos do segundo tempo

Brasileirão 1995 – Grêmio 2×1 Vasco

December 4, 2020

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

No Brasileirão de 1995, o Grêmio venceu em casa o Vasco por 2 a 1, num dos seus último compromissos antes de enfrentar o Ajax no Mundial.

É interessante notar que as crônicas da Zero Hora e do Jornal do Brasil transcritas abaixo, bem como o infográfico da Placar, afirmam que Jardel marcou seu 45º gol na naquela temporada, superando a marca de Baltazar em 1980.

Ocorre que nenhuma dessas afirmativas é verdadeira. Jardel teve um gol erroneamente atribuído a ele, que na realidade foi marcado por Jacques (Jardel sequer entrou em campo na vitória do Grêmio contra o El Nacional, no Olímpico, pela Libertadores).

Jardel viria a fazer o seu gol de número 45 seis dias depois contra o São Paulo, mas com isso ele apenas empatou com Baltazar, que segundo diversas fontes, fez o mesmo número de gols na temporada de 1980.

Foto: Zero Hora

 

“GRÊMIO VENCE E DEIXA O GRUPO DE RISCO
O campeão da Libertadores pode vender Arílson depois da decisão de Tóquio por US$ 3,2 milhões

O domingo de verão em Porto Alegre foi aproveitado pela torcida do Grêmio para comemorar a vitória de 2 a 1 sobre o Vasco, no Estádio Olímpico, e a pontuação necessária para garantir a permanência na primeira divisão do campeonato Brasileiro. O Grêmio soma 25 pontos na classificação geral e elimina a possibilidade de rebaixamento. A partir de hoje o bicampeão da América passa a se preparar com mais tranquilidade para a decisão do Mundial interclubes, dia 28, contra o Ajax, em Tóquio. Talvez o último jogo do habilidoso meia-esquerda Arilson no Grêmio, praticamente vendido por US$ 3,2 milhões ao clube alemão Kaiserslautern.

O time carioca sentiu por que os atacantes Paulo Nunes e Jardel e o meia Arilson estão nos planos de equipes europeias e japonesas. Aos cinco minutos, Carlos Miguel lançou Arilson. O cruzamento foi desviado pelo goleiro Carlos Germano, mas o oportunista ponta Paulo Nunes concluiu no canto esquerdo e fez 1 a 0.

A disposição’) e a habilidade de Arilson, 22 anos, é que levaram os dirigentes do Kaiserslautern assistir a vídeos do Grêmio e mandar o seu gerente Rainer Geye conversar com o presidente -Fábio Koff. O dirigente gremista estipulou o preço em US$ 3,2 milhões. Geye voltou para a Alemanha, mas telefonou avisando que pode fechar o negócio até a próxima quinta-feira. “Mas Arilson joga na decisão com o Ajax”, garantiu Koff.

No segundo tempo, o técnico Luiz Felipe retirou Paulo Nunes, Arilson e Roger. O treinador colocou Magno, Nildo e Mancini. Manteve Jardel. Aos 40 minutos, o centroavante esperou Magno driblar três adversários e colocou no canto direito. Foi o 45º gol de Jardel na temporada, um a mais que o recorde de Baltazar e o primeiro contra o seu ex-clube. Enquanto comemorava Leonardo fez o único gol do Vasco.” (Álvaro Laranjeira, Zero Hora, segunda-feira, 6 de novembro de 1995)

O DESEMPEHO DAS EQUIPES (Zero Hora, 6 de novembro de 1995)
GRÊMIO VASCO
Conclusões a gol 16 16
Escanteios cedidos 3 5
Faltas cometidas 24 16
Impedimentos 2 1

OS PRINCIPAIS MOMENTOS
PRIMEIRO TEMPO

4min – Zinho cruza, Marcelo cabeceia fraco, sem perigo para o gol de Murilo

5min – O meia Arilson cruza, o goleiro Carlos Germano rebate para o lado e o ponta Paulo Nunes faz, de pé direito, 1 a 0 para o Grêmio.

7min – Marcelo dribla o zagueiro-central Luciano e chuta forte, mas desviado

14min – O centroavante do Vasco, Valdir, recebe na área e chuta. Murilo segura.

22min – O atacante Marcelo tenta acertar o ângulo esquerdo, mias Murilo espalma a bola e impede o gol do time carioca

26min – O arbitro Marcio Resende anula um gol do meia Carlos Miguel ao marcar uma falta anterior no centroavante Jardel

30min – O meia Padrinho cobra falta no ângulo e Murilo faz outra defesa

19min – Goiano domina um rebote e bate com força, mas muito alto

SEGUNDO TEMPO
3min – Arílson faz o passe e Jardel erra o gol na frente de Carlos Germano.

6min – Tabela de Pimentel, Valdir e Marcelo finaliza próximo do canto direito.

30min – O meia Carlos Miguel não consegue concluir ao lado da trave direita.

32min – Marcelo chuta na entrada da área, a bola bate trave esquerda e Murilo segura.

33min – O zagueiro Alex cabeceia dentro da área e coloca fora, pelo lado esquerdo.

34min – Magno lança Jardel, que dribla Alex e cruza. Pimentel salva

40min – Magno dribla três adversários e deixa Jardel concluir no canto direito: 2 a 0.

42min – O atacante Leonardo surpreende a defesa gremista e toca no canto esquerdo de Murilo, marcando para o Vasco: 2 a 1

45min – Magno passa por um zagueiro e acera o chute na trave direita.” (Zero Hora, segunda-feira, 6 de novembro de 1995)

 

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

 

“GRÊMIO DERROTA VASCO E FOGE DO REBAIXAMENTO
O Grêmio venceu o Vasco por 2 a 1 ontem à tarde no estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Com isso, o time chegou aos 13 pontos ganhos e afastou o risco de rebaixamento à segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
Paulo Nunes abriu o placar, aos 5min, em rebote do goleiro Carlos Germano.
O Vasco teve dificuldade para entrar na área do Grêmio e somente arriscava em chutes de fora da área.
O segundo tempo começou num ritmo forte, com Jardel perdendo boa chance logo no primeiro minuto.
O Grêmio retomou o seu ritmo de jogo e, aos 42min, Jardel fez 2 a 0 após uma boa jogada de Magno. Um minuto depois, após tabelar com Valdir, Leonardo fez o único gol do Vasco.
Arílson confirmou após o jogo que poderá ser vendido ao Kaiserlautern, da Alemanha, por US$ 3,2 milhões.” (Carlos Alberto Fruet, Folha de São Paulo, segunda-feira, 6 de novembro de 1995)

 

O JOGO: O Grêmio atuou melhor que o Vasco e poderia ter vencido com uma diferença maior de gols. O time carioca tentou alguns ataques, mas perdeu o duelo pelo domínio do meio-campo.” (Tabelão Placar 1995 – n.º 10, página 206)

 

Foto: Jornal do Brasil

“VASCO, DERROTADO, AGORA DIVIDE A LIDERANÇA
Apesar da luta, time perde de 2 a 1 para o Grêmio, num jogo em que Jardel registra recorde de gols por temporada no Grêmio

PORTO ALEGRE — O Vasco bem que lutou, sob um calor carioca de 40 graus no Estádio Olímpico, mas não conseguiu evitar que o Grêmio, em sua 91ª partida da temporada, vencesse o jogo de ontem, por 2 a 1, gols de Paulo Nunes e Jardel, descontando Leonardo. O resultado impediu que o Vasco continuasse isolado na liderança do Grupo B, que agora divide com Fluminense, Goiás e Atlético, e permitiu que o Grêmio mantivesse a primeira posição no Grupo A, embora com três jogos a mais em relação aos outros concorrentes.

A atração maior da partida era a presença dos dois artilheiros, Valdir e Jardel. Mas ambos foram muito bem marcados e tiveram poucas chances. Brilhou mais a estrela do matador Jardel, que aos 40 do segundo tempo conseguiu fazer seu “gol-arrependimento” contra o clube que não acreditou no seu potencial no início da carreira. E com o pé, para provar que não é só goleador de cabeça. Após concluir para as redes, Jardel saiu correndo para a torcida, gritando “45, 45”, referindo-se ao novo recorde de 45 gols numa temporada no Grêmio. Levou cartão amarelo pela longa comemoração, mas tudo bem.

O calor era tão forte que até os vascaínos reclamavam. O mormaço prejudicou a movimentação dos dois times, mas para alegria dos torcedores, os dois ataques produziram muitos lances de perigo. Logo aos 5 minutos, Arilson cruzou da esquerda, o goleiro Carlos Germano defendeu parcialmente e Paulo Nunes completou para fazer 1 a 0. O susto inicial passou e o Vasco começou a reagir numa sucessão de jogadas em que o destaque era Marcelo

Mas a bola não entrava. O goleiro Murilo brilhava, como aos 23m, quando Marcelo tentou encobri-lo e o goleiro desviou para córner. Aos 27m, Jardel driblou três, foi derrubado e a bola sobrou para Carlos Miguel, impedido, concluir para as redes. O juiz acertou marcando a primeira falta e anulando o gol. A torcida reclamou, mas o árbitro estava certo neste lance, embora tenha errado muito em outros. Pedrinho, cobrando falta aos 30m, quase empatou: chutou no ângulo, mas lá estava Murilo.

No segundo tempo, os lances de gol se alternavam, com boas defesas dos goleiros. Marcelo mandou uma bola na trave de Murilo aos 37m. mas numa bela jogada de Magno, driblando todo mundo, aos 40m. Jardel praticamente definiu o jogo, fazendo 2 a 0. Nem assim o Vasco se entregou. Aos 42m. Leonardo descontou para o Vasco, que continuou forçando, em busca do empate. O juiz prolongou a partida até os 48m, para desespero dos gremistas, mas o placar ficou mesmo em 2 a 1. Mas que o Vasco assustou no fim, assustou.” (José Mitchell, Jornal do Brasil, segunda-feira, 6 de novembro de 1995)

TIME PÕE CULPA NO AZAR

Azar. Foi a palavra mais citada no vestiário do Vasco da Gama, após a derrota de 2 x 1 para o Grêmio, em que os jogadores não acertaram a conclusão das jogadas e até a trave salvou o time gaúcho. “‘Eles tiveram a sorte de fazer o gol logo aos cinco minutos, mas depois nós reagimos. Mas tudo bem, continuamos vivos e com chances de vencer o segundo turno”, analisou o técnico Zanata.

Um dos que mais se lamentava era o centroavante Marcelo, que teve boa atuação, mas não acertou o pé, “Tentei de tudo, mas a bola não entrou”. O zagueiro Ricardo Rocha lamentou a jogada de Magno no fim, que terminou com o gol de Jardel. “Marcamos ele todo o tempo, não deu uma única cabeçada com perigo e num lance isolado, ele marcou”.

O apoiador Charles estava chateado com a bobeira da defesa no gol de Jardel, mas não desanimou. Valdir, artilheiro do Vasco, foi muito bem marcado pela defesa do Grêmio na partida de ontem e pouco conseguiu de útil em termos ofensivos “Isso acontece. Vamos para a próxima”. disse o cabeça-de-área, o mais alegre no vestiário, não pelo jogo, mas pela convocação para a Seleção Brasileira: “Não sai magoado do Flamengo, mas essa convocação representa a volta por cima”.

Grêmio — No vestiário do Grêmio, o mais feliz era Arilson. Ele comemorava o fato de ter sido escolhido um dos melhores em campo e vibrava com a apresentação a seleção brasileira hoje. Sorrindo, desconversava sobre sua venda praticamente acertada ao Kaiserlautern, da Alemanha, por USS 3.2 milhões, conforme negociação confirmada ontem pelo presidente Fábio Koff, e que será concretizada após a final do Mundial Interclubes contra o Ajax, no Japão, no próximo dia 28. “Cumpri minha promessa”, brincou, alegre, Jardel, sobre o gol contra seu ex-clube.” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 6 de novembro de 1995)

Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

Grêmio 2×1 Vasco

GRÊMIO: Murilo; André Vieira, Luciano, Scheidt e Roger (Nildo); Dinho, Goiano, Arilson (Vágner Mancini) e Carlos Miguel, Paulo Nunes (Magno) e Jardel
Técnico: Luiz Felipe Scolari

VASCO: Carlos Germano; Pimentel, Alex, Ricardo Rocha e Zinho; Charles. Nelson (Richardson), Pedrinho e Juninho (Leonardo); Valdir e Marcelo
Técnico: Zanata

Brasileirão 1995 – Segundo Turno
Data: 5 de novembro de 1995, domingo
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Público: 5.075 pagantes
Renda: RS 49.201,00
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas
Auxiliares: Márcio Antônio Lima e Herbert Andrade
Cartões amarelos: Luciano, Jardel, Zinho, Alex e Marcelo
Gols: Paulo Nunes, aos 5 minutos do primeiro tempo; Jardel, aos 41 minutos e Leonardo, aos 42 minutos do segundo tempo

Brasileirão 1995 – Grêmio 1×2 Goiás

November 30, 2020

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

No Brasileirão de 1995, o Grêmio chegou até esse confronto numa situação interessante, na primeira posição do Grupo A no returno. Aqui é necessário fazer a ressalva que o Grêmio teve três jogos adiantados, então sua liderança se dava por pontos, e não por aproveitamento.

O Grêmio vinha de uma eliminação na Supercopa, mas numa sequência de três vitórias no Brasileirão. Isso fez com que alguns atletas pedissem que fosse utilizada força máxima nessa partida, o que foi prontamente rechaçado por Felipão, sob o argumento de que “o momento agora não é de correr riscos, mas de pensar no time do Ajax”.

Com apenas dois titulares iniciando a partida o Grêmio foi derrotado pelo Goiás, e terminou a rodada atrás do Botafogo, que viria a garantir a vaga nas semifinais (e posteriormente o título da competição).

O JOGO: O Grêmio entrou em campo com um time reserva, que falhou na zaga e foi incompetente no ataque. Depois de acertar duas vezes a trave, o Goiás fez o segundo gol no último minuto.” (Placar, Tabelão 95 n.º 10)

GRÊMIO PERDE PARA O GOIÁS NO FIM DO JOGO
A partida teve um baixo nível técnico, mas apesar da derrota o time continua na liderança do grupo

 
Numa tarde-noite calorenta, Grêmio e Goiás fizeram uma partida de baixo nível técnico no Estádio Olímpico. 0 time de Hélio dos Anjos superior e venceu a partida por 2 a 1. Apesar do resultado, O Grêmio permanece na liderança do Grupo A, com 13 pontos. A vitória do Goiás foi ruim para o Inter. Agora, a equipe de Goiânia sobe para 13 pontos —cinco a mais que o colorado — e assume o primeiro lugar no Grupo B.

 
Parte dos 2.280 torcedores que assistiram à partida deixou o Estádio Olímpico no intervalo. Durante os primeiros 45 minutos as duas equipes fizeram um jogo insosso, sofrível. A um minuto do segundo tempo, a defesa do Grêmio falhou e Marcão abriu o placar para o Goiás. Luiz Felipe sacou Ranielli do time e colocou o titular Carlos Miguel com a incumbência de armar os lances de frente. Aos 13 minutos, Carlos Miguel lançou Emerson para empatar a partida: 1 a 1. Logo depois do gol, o volante entrou no lugar de André Vieira. Aos 45 minutos, Magrão aproveitou nova falha zaga gremista e deu a vitória ao Goiás.

 
A diretoria do Grêmio entregou a polícia uma fita de vídeo RBS TV com imagens de 17 torcedores gremistas apedrejando um ônibus da empresa Trevo que levava torcedores do Inter ao Beira-Rio, domingo, para assistir ao jogo com o Flamengo. Os agressores foram identificados e punidos pelo Grêmio. Agora, todos deverão responder ao processo criminal que será instalado pela 3ª Delegacia de Polícia da Capital.” (Zero Hora, quinta-feira, 9 de novembro de 1995)

GRÊMIO: Murilo; Andre Vieira (Dinho 14 do 2ºT), Vagner Fernandes, Scheidt e Roger; Luís Carlos Goiano , Carlos Alberto (Vagner Mancini 26 do 2ºT), Emerson e Ranielli (Carlos Miguel, intervalo); Magno e Nildo
Técnico: Luiz Felipe Scolari

GOIÁS: Clemer; Edinan, Marcio, Richard e Augusto; Romeu (Zé Teodoro 23 do 2º), Adriano (Guara, intervalo), Wallace e Edson Pezinho; Magrao e Batistinha
Técnico: Hélio dos Anjos

Brasileirão 1995 – Segundo Turno – 6ª Rodada
Data: 8 de novembro de 1995, quarta-feira, 19h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 2.280 (1.029 pagantes)
Renda: R$ 9.453,00
Juiz: Claudio Vinicius Cerdeira (RJ)
Cartão amarelo: Augusto e Ranielli
Gols: Magrao aos 2 minutos, Emerson aos 13 e Magrão aos 45 minutos do 2º tempo

Brasileirão 1995 – Bahia 1×0 Grêmio

September 9, 2020
Foto: A Tarde

Foto: A Tarde

 

No Brasileirão de 1995, o Grêmio foi derrotado pelo Bahia em Salvador, na primeira rodada do segundo turno da competição.

O interessante é que o gramado da Fonte Nova havia sido usado menos de 24 horas antes, no amisto entre Brasil x Uruguai.

GRÊMIO PERDE DE NOVO E CONTINUA AMEAÇADO

O campeão da Libertadores terminou a partida com nove jogadores e não conseguiu evitar mais uma derrota

O Grêmio começou o segundo turno do Brasileirão com derrota. Descaracterizado, o time gaúcho perdeu por 1 a 0 para o Bahia de Otacílio Gonçalves, em Salvador, e ainda terminou a partida sem Gélson e Arce, expulsos. Jogadores e dirigentes gremistas contestaram muito a arbitragem de Wilson Mendonça, argumentando que o árbitro prejudicou o time. O próximo jogo do Grêmio será domingo, em Porto Alegre, contra o União São João. Com o resultado, o Grêmio continua com 12 pontos, muito próximo da perigosa zona do rebaixamento.

Empolgado com o apoio de mais de 16 mil torcedores, o Bahia entrou em campo com muita disposição. As jogadas rápidas do ponteiro Naldinho perturbaram o setor defensivo gaúcho. No primeiro tempo, o Grêmio só levou perigo ao gol do-Bahia aos 13 minutos, através de um chute violento de Roger, que obrigou o goleiro Jean a tocar a bola para escanteio. Cinco minutos mais tarde, o atacante Cilinho cruzou para a área gremista e encontrou Raudinei livre que, de cabeça, fez 1 a 0. O resultado adverso deixou o time nervoso. Gélson, depois de fazer duas faltas duras, foi expulso.

Inteligente, o técnico do Bahia aproveitou a vantagem numérica e adiantou ainda mais o seu time, que foi para cima do Grêmio no segundo tempo. Com marcadores implacáveis, Otacílio Gonçalves anulou Jardel e Paulo Nunes, as principais armas de ataque de Luiz Felipe.

O lateral-direito Arce também foi expulso e o Grêmio ficou com nove jogadores. Apesar disso, a equipe mostrou garra e passou a pressionar o Bahia. Aos 31 minutos, Paulo Nunes invadiu a área e chutou para a defesa de Jean. A chance mais clara de gol ocorreu aos 46 minutos, quando Jardel chutou uma bola na trave. Em seguida, Jardel foi empurrado na área e o juiz não marcou pênalti, provocando a revolta do time gaúcho.” (Zero Hora, Sexta-feira, 13 de outubro de 1995)

EQUIPE SOFRE MAIS DUAS EXPULSÕES E CRITICA ÁRBITRO

Jogadores, comissão técnica dirigentes do Grêmio reclamaram muito da arbitragem de Wilson Mendonça, que teria apresentado injustamente o cartão vermelho para Gélson e Arce, ontem à tarde, contra o Bahia. As reclamações foram intensas ao final do jogo, quando os atletas gremistas cercaram o juiz. Em 12 jogos pelo Brasileirão, o Grêmio já teve 1 1 jogadores expulsos. Conforme o treinador, a sua equipe tem sido vítima de uma “armação” para prejudicar o time.

“Tu vais apitar em Porto Alegre, vai”, disse Luiz Felipe a Wilson Mendonça depois da partida, irritado com a atuação do árbitro. “Eu não consigo entender essas arbitragens”, lamentou. Segundo Luiz Felipe, o fato de o Grêmio ser apontado como uma equipe violenta tem condicionado as arbitragens. “O Arce fez uma falta normal, não tinha nem cartão amarelo e foi expulso”, queixou-se o treinador Luiz Felipe está preocupado com um possível complô para prejudicar o Grêmio. “Se há algo ensaiado, isso tem de parar.”

Inconformado com o que considera atuações lamentáveis de alguns árbitros neste campeonato brasileiro, Luiz Felipe disse que às vezes chega a desanimar. “Olha, dá vontade de tirar o time de campo e ir embora, mas não podemos fazer isso.”

Quando o jogo com o Bahia terminou, os jogadores cercaram o árbitro para reclamar de um pênalti não assinalado em Jardel, no final da partida. Preocupado com as consequências, Luiz Felipe afastou o atletas, mas fez um alerta: “Qualquer dia pode haver muita confusão em campo por causa de arbitragens como essa.” (Zero Hora, Sexta-feira, 13 de outubro de 1995)

“O JOGO: Apesar de o Grêmio perder dois jogadores, expulsos por violência, o Bahia não soube aproveitar a vantagem. Duas equipes apáticas.” (Placar, Tabelão 1995, nº 9)

GRÊMIO CULPA JUIZ POR NOVA DERROTA

Salvador — O Grêmio iniciou o 2º turno do Campeonato Brasileiro perdendo para o Bahia, ontem à tarde, no Estádio da Fonte Nova, por 1 a 0. Sem cinco titulares, a equipe gaúcha não exibiu a tradicional pegada e capacidade de reação demonstradas na conquista da Libertadores da América. Por outro lado, bateu muito e terminou a partida com dois jogadores expulsos (Gelson e Arce). Aos 25 min, Cilinho conseguiu articular o primeiro ataque do Bahia. Ele invadiu pela esquerda e cruzou para Raudnei marcar 1 a 0, de cabeça. Aos 38min, Gelson foi expulso. O Grêmio voltou melhor no 2° tempo. Paulo Nunes e Jardel, que foram figuram decorativas na etapa inicial, passaram a incomodar a defesa do Bahia. Aos 10 minutos, Jardel perdeu um gol. O Grêmio deu um sufoco nos cinco minutos finais, mas Jardel acertou o travessão aos 45min.” (Pioneiro, Sexta-feira, 13 de outubro de 1995)

 

 

BAHIA: Jean; Odemilson, Ronald, Parreira e Esquerdinha (Gelson 39 do 2ºT); Lima, Bonamigo, Bobo (Celso 39 do 2ºT) e Cilinho; Raudnei e Naldinho

Técnico: Otacílio Gonçalves

 

 

GREMIO: Danrlei: Arce, Vagner Fernandes, Luciano e Roger (Nildo, 45 do 2ºT; Gelson, Carlos Alberto, Arilson (Vagner Mancini 35 do 2ºT) e Emerson; Paulo Nunes e Jardel

Técnico: Luiz Felipe Scolari

 

 

Brasileirão 1995 – Returno – 1ª Rodada

Data: 12 de outubro de 1995, quinta-feira, 17h00min

Local: Estádio Fonte Nova, Salvador-BA

Público: 16.880 pagantes

Renda: RS 145.045,00

Juiz: Wilson de Souza Mendonça (FIFA-PE);

Auxiliares: Rondon Meira e Ivanildo Arouxa Filho

Cartões amarelos: Naldinho, Esquerdinha, Luciano, Arilson, Emerson e Jardel

Cartões Vermelhos: Gelson (39 do 1ºT); Arce (21 do 2ºT)

Gol: Raudinei 25 minutos do 1º tempo

Brasileirão 1995 – Grêmio 1×0 Sport Recife

September 3, 2020

Brasileirão 1995 - Grêmio 1x0 Sport - DinhoPúblico: 9.046 (5.802 pagantes) Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

No Brasileirão de 1995, o Grêmio venceu o Sport no Olímpico, com um gol marcado nos acréscimos por Vagner Mancini (mas atribuído na súmula a Jardel).

Interessante notar que, faltando um mês para o mundial,  o tricolor estava fazendo uma sequência de partidas com a equipe titular (a anterior havia sido o jogo de ida contra o River pela Supercopa e a posterior o Gre-Nal pelo Brasileirão)

Brasileirão 1995 - Grêmio 1x0 Sport - Vagner Mancini comemora o gol marcado por JardelPúblico: 9.046 (5.802 pagantes) Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

“GRÊMIO VENCE NO FINAL E SAI DO GRUPO DE RISCO

O gol marcado aos 47 minutos deixou o tricolor gaúcho em 13º lugar na tabela geral e animado para o Gre-Nal

O Grêmio conquistou três pontos importantíssimos para as suas pretensões no Brasileirão ao vencer o Sport por 1 a 0, ontem à tarde. Logo no começo da partida, no entanto, os quase 10 mil torcedores que foram ao Estádio Olímpico pressentiram que a missão de bater o time pernambucano não seria nada fácil. De fato, não foi. Primeiro, porque o Sport marcou com eficiência e mostrou desde o início a determinação de levar um empate para Recife. Segundo, porque a obrigação de vencer prejudicou o trabalho dos jogadores do Grêmio que, nervosos, erraram em demasia. O gol gremista só chegou aos 47 minutos finais. Agora, a equipe de Luiz Felipe soma 19 pontos na classificação geral, passou de 17º para 13° colocado e deixa mais distante da possibilidade de ser rebaixado para a Série B.

Com apenas dois titulares ausentes — Adilson, lesionado, e Goiano, suspenso —, o Grêmio foi para cima do Sport com a intenção de resolver o jogo ainda no primeiro tempo. O bloco defensivo montado pelo treinador Givanildo Oliveira parou quase todas as jogadas de ataque armadas por Dinho, Arilson, Paulo Nunes e Carlos Miguel. Apesar da insistência gremista, foi a torcida tricolor quem levou o primeiro susto do jogo, quando o zagueiro Luciano chutou para trás, obrigando o goleiro Danrlei a dar um tapinha na bola que ainda tocou a trave superior.

No final da primeira etapa ocorreu um lance muito discutido pelos jogadores do Grêmio. Jardel aparou um cruzamento de cabeça e o goleiro Jéferson defendeu. Os atacantes gremistas reclamaram que bola teria cruzado a linha do gol, mas o árbitro considerou o lance normal e mandou a jogada seguir.

Satisfeito com o empate sem gols, o Sport tratou de administrar o resultado no segundo tempo e manteve todo o time em seu próprio campo. Num lance violento, Sandro usou o cotovelo para conter uma arrancada de Paulo Nunes e foi expulso. O Grêmio procurou aproveitar a vantagem. O nervosismo, no entanto, atrapalhou e os jogadores erraram muitos passes e lançamentos. Nova falta dura sobre Paulo Nunes obrigou o árbitro João Paulo Araújo a mostrar o cartão vermelho para Alex.

A vantagem numérica do Grêmio em relação ao Sport acabou prevalecendo em dois lances. A 15 minutos do final, Jardel marcou, mas o juiz anulou, alegando impedimento do ataque. O tempo normal havia se esgotado e a torcida começava a deixar o estádio cabisbaixa quando o Grêmio rompeu a barreira montada pelos pernambucanos. Numa confusão na área do Sport, aos 47 minutos, Mancini concluiu de cabeça: 1 a 0. Jardel foi ao encontro do árbitro reivindicar a autoria do gol. E levou. Com o gol marcado por Mancini, Jardel acumula 43 na atual temporada, um a menos que Baltazar, o maior artilheiro desde 1981.” (Juan Domingues, Zero Hora, segunda-feira, 30 de outubro de 1995)

Brasileirão 1995 - Grêmio 1x0 Sport - Carlos MiguelPúblico: 9.046 (5.802 pagantes) Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

 

O JOGO: Pela primeira vez neste Brasileiro a Grêmio entrou em campo com quase todo a time titular. Dominou a Sport e só demorou para fazer a gol porque a equipe pernambucana se utilizou de uma forte marcação.” (Tabelão Placar nº 10 – 1995)

 

Brasileirão 1995 - Grêmio 1x0 Sport - JardelPúblico: 9.046 (5.802 pagantes) Foto: Fernando Gomes (Zero Hora)

Foto: Fernando Gomes (Zero Hora)

Grêmio 1×0 Sport Recife

GRÊMIO: Danrlei; Arce (Emerson 29 do 2ºT), Rivarola, Luciano e Roger (Vagner Mancini 37 do 2º tempo); Dinho, Gelson (Magno 18 do 2ºtempo), Arilson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Jardel
Técnico: Luis Felipe Scolari

SPORT:  Jefferson; Givaldo, Adriano, Sandro e Gilvan; Dario, Ataide (Geraldo 22 do 1°t) , França (Alex, intervalo) e Chiquinho (Erlon 15 do 2°T); Marcelo e Joãozinho
Técnico: Givanildo Oliveira

Brasileirão 1995 – Primeira Fase
Data: 29 de outubro de 1995, domingo, 16h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Juiz: João Paulo Araujo (FIFA-SP);
Auxiliares: Paulo Garbi e Marionaldo Silvério
Público: 9.046 (5.802 pagantes)
Renda: R$ 56.282,00
Cartões Amarelos: Dario, Arilson, Geraldo e Luciano;
Cartões Vermelhos: Sandro aos 9 minutos do 2º tempo, Alex aos 26 e Dinho 43 do 2º tempo
Gol: Jardel, aos 47 minutos do 2º tempo

Brasileirão 1995 – Grêmio 2×1 Corinthians

August 15, 2020

Foto: Carlos Rodrigues  (Zero Hora)

No Brasileirão de 1995 o Grêmio conseguiu fazer o que ainda não havia feito naquela temporada: vencer o Corinthians.

Depois da partida foi noticiado o suposto interesse do Valencia em um troca de Viola por Jardel. Fábio Koff rechaçou tal negócio, por entender que o salário do ex-corintiano (de cerca US$ 45 mil) estava “muito acima” do que o Grêmio poderia pagar.

Vale lembrar que naquele ano o horário de sábado as 16h era o que a Globo transmitia futebol na TV aberta nos finais de semana.

Também cabe destacar que esse foi o último Brasileirão em que os times podiam atuar com calções e meias da mesma cor.

Foto: Guaracy Andrade (Zero Hora)

“VITÓRIA SOBRE CORINTHIANS MELHORA POSIÇÃO NA TABELA

            Apesar do desgaste provocado pelo jogo contra o Racing e a viagem de volta da Argentina – além de ter jogado sem os titulares Arce, Adilson e Dinho -, o Grêmio se superou e venceu o Corinthians sábado, no Estádio Olímpico, por 2 a 1. Jardel marcou os dois gols do Grêmio e Souza diminuiu. O Grêmio terminou o turno em sexto lugar com 12 pontos (ao lado do Juventude e Guarani). Corinthians continua em último, com oito. O próximo jogo do Grêmio será quinta-feira, em Salvador, contra o Bahia.

            A precaução foi a estratégia das duas equipes no primeiro tempo. Consciente que não poderia manter um ritmo forte, O Grêmio procurou marcar e explorar a sua principal jogada de ataque: lançamentos para Jardel. A meta era vencer e melhorar na tabela.

            Carlos Miguel teve uma boa chance aos dois minutos e o Corinthians respondeu com Célio Silva aos 36 minutos, quando a bola rebateu na trave. Mas a ousadia custou caro: no contra-ataque, Paulo Nunes, pela esquerda, cruzou e Jardel fez 1 a 0 de pé direito aos 37 minutos.

            O Grêmio manteve o seu sistema no segundo tempo e logo aos dois minutos Elivélton perdeu a bola para Carlos Miguel, que lançou Arilson na direita. O meia cruzou para Jardel marcar o seu segundo gol. O avante corintiano Serginho foi expulso depois de atingir André Vieira. Logo depois Zé Elias agrediu Jardel – o juiz não viu e foi substituído.

            O gol corintiano aos nove minutos, em belo lance de Souza, que acertou o ângulo superior esquerdo de Danrlei, mudou o plano do jogo. O Grêmio tratou de melhorar a marcação e garantir a vitória. A expulsão de Carlos Miguel, aos 43 minutos, não chegou a causar problema o time resistiu. ” (Zero Hora – Porto Alegre, segunda-feira, 9 de outubro de 1995)

Foto: Guaracy Andrade (Zero Hora)

CORINTHIANS TERMINA 1º TURNO COM DERROTA

O Grêmio derrotou o Corinthians, por 2 a 1, ontem à tarde, no estádio Olímpico, em Porto Alegre, capital gaúcha, com dois gols do atacante Jardel.
O meia-atacante Souza fez o único gol corintiano.
As duas equipes já estavam fora da disputa, neste primeiro turno, da vaga das semifinais do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, o time paulista continua na última colocação do Grupo A com o Flamengo. O Corínthians, campeão paulista, termina o primeiro turno com 8 pontos em 33 possíveis. O Flamengo tem ainda uma partida a disputar, hoje, contra o Cruzeiro.
O Grêmio, campeão gaúcho, que, na quinta-feira passou à segunda fase da Supercopa dos Campeões da Libertadores, termina a primeira fase com 12 pontos.
Na final da Copa do Brasil deste ano, o Corinthians venceu o Grêmio em Porto Alegre com gol de Marcelinho, que ontem não jogou por estar suspenso.
Apesar de os times não terem chances, o jogo foi bastante disputado, com alguns lances violentos.
Serginho, atacante do Corinthians, e Carlos Miguel, meia gremista, foram expulsos por cometerem faltas violentas.
Aos 7min de jogo, o Corinthians fez sua primeira finalização. Após jogada de Serginho, Elivélton, pela esquerda, chutou por cima do gol defendido por Danrlei.
O Grêmio chegou perto do gol adversário aos 12min. Paulo Nunes cruzou a direita e Jardel disputou a bola de cabeça com o zagueiro Célio Silva.
O bola passou por cima do gol. Jardel pediu toque de mão de Célio Silva, mas o árbitro Léo Feldman não marcou.
A melhor chance do Corinthians no primeiro tempo aconteceu aos 35min. Célio Silva, após cobrança de escanteio, passou por zagueiro adversário e chutou na trave.
O primeiro gol do Grêmio aconteceu dois minutos depois: Paulo Nunes avançou pela esquerda e cruzou. Jardel deixou os zagueiros para trás na corrida, e finalizou à direita de Ronaldo, no contrapé.
Os outros dois gols aconteceram logo no início do segundo tempo.
O Grêmio marcou primeiro. Aos 4min., Arílson dominou no lado direito da área corintiana e cruzou para Jardel, que completou na frente do gol, sem marcação.
O Corinthians descontou aos 10min. Jorginho recebeu passe na esquerda e virou para o meia Souza, no lado direito, que dominou a bola no peito e arrematou forte, com o pé direito.” (Folha de São Paulo, domingo, 8 de outubro de 1995)

Foto: Paulo Fraken (Zero Hora)

O JOGO: A partida foi equilibrada, com alguns momentos de domínio de um ou outro time. Só que a Grêmio tinha Jardel, que aproveitou as suas duas únicas oportunidades.” (Placar, Tabelão 1995, nº 9)

“[…] No jogo contra o Grêmio, segundo o Datafolha, o Corinthians finalizou 15 vezes. Dessas, 11 foram erradas.
A expulsão do atacante Serginho no jogo de anteontem também contribuirá para a estréia de Clóvis no Corinthians.
Segundo Serginho, a expulsão foi injusta. “Eu dividi uma bola sem nenhuma maldade. Se acertei alguém, não foi de propósito.”
Com a derrota para o Grêmio, o Corinthians confirmou a sua fraca campanha no primeiro turno do Brasileiro, quando somou apenas oito pontos e acabou nas últimas colocações.
“A tabela ainda não terminou. Temos o desafio de fazer uma campanha totalmente diferente nas próximas partidas. E isso vai ocorrer”, afirmou Amorim.
O treinador corintiano disse que a marcação do time melhorou no jogo contra o Grêmio.
“O jogo foi equilibrado. Mesmo com um jogador a menos no segundo tempo, quase conseguimos reagir”, afirmou.” (Leo Gerchmann, Folha de São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995)

Grêmio critica excesso de jogos

O volante Luís Carlos Goiano disse que vários jogadores do Grêmio estão “sentindo desgaste físico” devido ao excesso de jogos.
Os jogadores chegaram a pedir que a direção do clube tome providências para mudar o calendário.
O Grêmio fez contra o Corinthians a sua 81ª partida em 1995.
“Está muito difícil. Nós jogamos contra o Racing, na Argentina, pela Supercopa e, dois dias depois, pegamos o Corinthians com a obrigação de vencer para não ficarmos na lanterna do Brasileiro”, disse o atacante Jardel.
O técnico Luiz Felipe afirmou que está até mudando seu comportamento para se adaptar ao momento que a equipe atravessa.
“Eu tenho que ser mais compreensivo com os jogadores, chego a ser paternalista”, disse.
Francisco Roig, presidente do Valencia, da Espanha, desmentiu ontem que o clube tenha acertado a troca do atacante Viola pelo gremista Jardel.
Segundo Roig, Viola, que vem enfrentando problemas de adaptação na Espanha, “só voltará ao Brasil em troca de dinheiro”.(Leo Gerchmann, Folha de São Paulo, segunda-feira, 9 de outubro de 1995)

GRÊMIO: Danrlei; André Vieira (Carlos Alberto), Rivarola, Scheidt e Roger; Gélson , Luiz Carlos Goiano, Arílson (Emerson) e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Jardel (Magno).
Técnico: Luiz Felipe Scolari

CORINTHIANS: Ronaldo; Vítor , Célio Silva (Fabinho Fontes), André Santos e Silvinho; Zé Elias (Marcelinho Paulista), Júlio César, Souza e Elivélton ; Jorginho (Leônidas) e Serginho
Técnico: Eduardo Amorim

Brasileirão 1995 – 1ª Fase – Grupo A – 1º Turno – 11ª Rodada
Data: 7 de outubro de 1995, sábado, 16h00min
Local: estádio Olímpico, em Porto Alegre, RS
Público: 8.155 (5.444 pagantes)
Renda: R$ 52.851,00
Juiz: Leo Feldman (RJ)
Auxiliares: Jorge Carius Silva e Paulo Jorge
Cartões Amarelos: Zé Elias, André Santos; Scheidt, Roger, Goiano, Jardel
Cartões vermelhos:Serginho (7 do 2º tempo) e Carlos Miguel (44 do 2ºtempo)
Gols : Jardel, aos 37 minutos do primeiro tempo e aos 4 minutos do segundo tempo; Souza, aos 10 minutos do segundo tempo

Brasileirão 1995 – Palmeiras 3×0 Grêmio

November 23, 2019

1995 palmeiras 3x0 gremio b

Foto: Zero Hora

Esse foi o último dos setes confrontos entre Palmeiras e Grêmio no ano de 1995.  Um detalhe interessante é que em todos esses sete jogos há uma pequena variação dos uniformes dos times. Nesse, o Palmeiras estava usando sua nova camisa da Rhummel, com o scudetto de campeão brasileiro de 1994, enquanto o Grêmio entrou em campo com um calção todo preto (sem a listra nas laterais usada nos jogos anteriores).

Mesmo com a vitória (iniciada com um gol de mão de Edilson) o Palmeiras não conseguiu a classificação para as semifinais, tendo empatado com o Juventude no Alfredo Jaconi na última rodada da primeira fase.

A última matéria da Folha de São Paulo transcrita abaixo menciona que os jogadores do Palmeiras recebiam R$ 700,00 por resultado positivo. Esse valor, ajustado pelo IGPM, corresponderia a cerca R$ 4.300,00 atualmente.

1995 palmeiras 3x0 gremio emerson b

Foto: Zero Hora

GRÊMIO NÃO RESISTE AO BOM FUTEBOL DO PALMEIRAS
Os paulistas mantêm a liderança isolada no grupo com 22 pontos ganhos e são favoritos para garantir a classificação

O sétimo encontro do clássico do ano teve vantagem paulista. O Palmeiras fez 3 a 0 em um Grêmio desfalcado, mas aguerrido, e é favorito para ganhar a vaga do Grupo A, agora com 22 pontos, contra 19 do Cruzeiro (um jogo a menos). Sem cinco titulares, o Grêmio surpreendeu com a volta de Émerson, depois de sete meses recuperando-se de cirurgia no joelho. O time gaúcho fica em nono lugar.

O Palmeiras jogou-se ao ataque logo no início. Aos 10 minutos, Muller recebeu um lançamento às costas de André Vieira. Cruzou na medida para a cabeça de Edilson. A bola ainda tocou `no braço do atacante e entrou. Com desvantagem, o Grêmio reagiu. Arilson e Emérson, em freqüentes deslocamentos, confundiram o bom meio-de-campo paulista e levaram vantagem. A volta de Émerson ficou marcante em um chute de pé esquerdo, aos 20 minutos. A bola raspou o travessão. Depois de ter sido tirado do futebol por uma falta de Pedrinho, do Brasil, de Farroupilha, Émerson teve fôlego para jogar 55 minutos.

O Grêmio perdeu a partida pelo lado direito. O segundo gol do Palmeiras nasceu de um cruzamento em que André Vieira tentou rebater e Wágner Fernandes não alcançou. Cafu fez o corta-luz, a bola sobrou para Rivaldo, que chutou de bico, rasteiro. O goleiro Danrlei tentou tirar com os pés, mas não teve sorte. A bola passou por entre suas pernas aos 15 minutos do segundo tempo.

O nervosismo ameaçou reprisar a tensão dos jogos da Libertadores. Goiano acertou Antônio Carlos logo no início. E Cléber revidou sobre Arilson. Ao ‘final (36 minutos), Rivaldo arrancou do meio e marcou o terceiro.” (Zero Hora, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

Revista Placar

O JOGO: A necessidade da vitoria empurrou a Palmeiras ao ataque e a primeiro gol saiu logo no início. Com a vantagem, o time explorou – e bem – os contra-ataques.

HISTÓRIA: CONFRONTO - PALMEIRAS X GRÊMIO

PALMEIRAS BATE GRÊMIO E É O FAVORITO À VAGA
O Palmeiras derrotou ontem o Grêmio por 3 a 0 no Parque Antarctica. Com o resultado, a equipe paulista mantém a liderança no Grupo A e o favoritismo à vaga nas finais do Brasileiro.
O técnico palmeirense, Carlos Alberto Silva, surpreendeu ao escalar Cafu na lateral-direita e Alex Alves no ataque, tirando o lateral Índio da equipe.
Com isso, o Palmeiras modificou sua maneira habitual de jogar, abandonando as tabelas rápidas e adotando os lançamentos para aproveitar a velocidade de Alex.
O bicampeão brasileiro marcou logo aos 9min de jogo. Muller recebeu um passe em profundidade de Wágner pela esquerda e cruzou. Edílson, desmarcado, tocou de cabeça. A bola ainda resvalou na sua mão e entrou.
A desvantagem não intimidou o Grêmio. A equipe gaúcha manteve a partida equilibrada.
O Palmeiras concentrava demais suas investidas pelo lado esquerdo. Na direita, Cafu não recebia ajuda de ninguém do meio-campo ou do ataque.
Além disso, ao insistir excessivamente nos lançamentos, o Palmeiras acabava devolvendo a posse da bola ao time gaúcho com muita facilidade.
O Grêmio teve, aos 36min, a sua melhor oportunidade na primeira etapa. O lateral-esquerdo Roger penetrou na área e chutou colocado. Velloso espalmou para escanteio.
Para a segunda etapa, o Palmeiras voltou com Índio no lugar de Alex Alves. Cafu foi para o meio-campo e Edílson, para o ataque.
A modificação devolveu ao time o seu estilo de toques habitual, além de reequilibrar os dois lados da equipe e melhorar a marcação no meio-campo.
O segundo gol palmeirense saiu aos 13min. Cafu cruzou rasteiro da linha de fundo, Muller deixou a bola passar e Rivaldo chutou fraco. A bola acabou passando por entre as pernas de Danrlei.
Rivaldo fez também o terceiro gol, quando o Grêmio já não tinha chance de reação. Ele partiu com a bola dominada do meio-campo, driblou dois adversários e tocou na saída de Danrlei.” (Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

PALMEIRAS DERROTA GRÊMIO E CONTINUA LÍDER NO GRUPO A
O Palmeiras derrotou ontem o Grêmio por 3 a 0. Com o resultado, a equipe paulista mantém a liderança no grupo A e o favoritismo à vaga nas finais do Brasileiro.
O Palmeiras marcou logo aos 9min de jogo. Muller puxou um contra-ataque rápido pela esquerda e cruzou. Edílson, desmarcado, tocou de cabeça. A bola ainda resvalou involuntariamente na mão.
A desvantagem não intimidou o Grêmio. A equipe gaúcha manteve a partida equilibrada.
Teve aos 36min a sua melhor oportunidade na primeira etapa. O lateral-esquerdo Roger penetrou na área e chutou colocado. Velloso espalmou para escanteio.
Para a segunda etapa, o Palmeiras voltou com Índio no lugar de Alex Alves. Cafu foi para o meio e Edílson, para o ataque.
O segundo gol palmeirense saiu aos 13min. Cafu cruzou rasteiro da linha de fundo, Muller deixou a bola passar e Rivaldo chutou fraco. A bola acabou passando por entre as pernas de Danrlei.
Rivaldo fez também o terceiro. Ele partiu com a bola dominada do meio-campo, driblou dois adversários e tocou na saída de Danrlei.” (Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

TIME EXIBE ESTILOS DIFERENTES
O Palmeiras exibiu estilos diferentes em cada tempo da partida. No primeiro, a entrada de Alex Alves no ataque mudou radicalmente o perfil ofensivo da equipe.
Por ser um atacante veloz, Alex levou o time a adotar um estilo à base de lançamentos longos às costas dos zagueiros adversários.
Essa estratégia tornou-se ainda mais evidente, ontem, pelo fato de o Palmeiras ter marcado seu primeiro gol logo no início -aliás, numa jogada de lançamento para Muller na ponta esquerda.
Em contrapartida, os meias-ofensivos palmeirenses tiveram pouca participação na criação.
Como o time preferiu a velocidade ao toque, Edílson e Rivaldo evitaram reter a bola em busca de tabelas ou jogadas individuais.
Ao mesmo tempo, o lado direito, que costuma funcionar bem com Índio na lateral e Cafu na meia, praticamente desapareceu.
A substituição de Alex Alves por Índio, no intervalo, devolveu ao Palmeiras o estilo “natural” de toque de bola rápido e o equilíbrio entre os dois lados do time, além de aumentar o poder de marcação, graças ao deslocamento de Cafu para o meio-campo.” (Mário Moreira e Arnaldo Ribeiro, Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

JUCA KFOURI
[…]E que o Palmeiras voltou a a se organizar mais cedo do que seria razoável esperar. Aliás, com frequência, querem saber: o que a coluna tem contra o jogador Muller?
A resposta é sempre a mesma: nada. A não ser a indiferença que ele confunde com frieza, por mais que se argumente que ganhou quase tudo que disputou no São Paulo, etc e tal -até fazendo gol sem querer na decisão do mundial de clubes contra o Milan, em 93.
Pois bem. Agora a coluna faz a mesma pergunta com mão invertida: o que o craque Muller tem contra a coluna?
Porque é estranho saber ao voltar que ele tem feito a diferença e é o maior responsável pela ascensão alviverde. Será mesmo?
A partida contra o Grêmio mostrou que sim. Muller participou até pouco, mas deu o primeiro gol, foi espertíssimo no segundo e sempre tocou de primeira. Mostrou que nada tem contra a coluna. E vice-versa, estamos entendidos?” (Juca Kfouri, Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

HISTÓRIA: CONFRONTO - PALMEIRAS X GRÊMIO

ALBERTO HELENA JR. – PALMEIRAS VENCE COM AS ARMAS DO RIVAL
O mais curioso é que o Palmeiras venceu o Grêmio ontem, no Parque Antarctica, com folga no marcador, com as armas desse seu recente e feroz rival: o contragolpe. Talvez, por estar fora do páreo, na qualidade de livre-atirador, o Grêmio veio a São Paulo seduzido pela idéia de que poderia pregar uma peça no Palestra.
E se transfigurou em campo: de humilde, modesto e disciplinado guerreiro, atirou-se de peito aberto sobre a área inimiga. Pimba, um contra-ataque rápido pela esquerda, o cruzamento exato de Muller para a cabeçada de Edílson, e eis o Palmeiras com a vantagem que pediu a Deus. E assim foi até o final.
No segundo tempo, mais duas pontadas e mais dois gols de Rivaldo. Isso sem que o Palmeiras brilhasse, nem mesmo impusesse sua técnica mais refinada.
Na verdade, nem precisou.” (Alberto Helena Jr. – Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

DANRLEI SE DIZ ARREPENDIDO
Ontem, definitivamente, não foi um bom dia para o goleiro gremista Danrlei, 22.
Seu time perdeu por 3 a 0, ele levou um gol entre as pernas e foi xingado durante todo o jogo pelos torcedores palmeirenses.
Aos gritos de “covarde”, Danrlei deixou o campo tranquilamente. “Isso não me abala”, disse.

Folha – Os palmeirenses ainda não perdoaram o soco que você deu no Válber, no jogo pela Taça Libertadores, e te xingaram muito. Isso não te incomodou?
Danrlei – Não. Quem não souber trabalhar nessas condições, não pode ser jogador. Eu gosto de jogar assim. Dá mais vontade.
Folha – Você não se sente arrependido?
Danrlei – Isso já passou. Vi o erro que fiz e me arrependo dele. Esse tipo de coisa não vai mais acontecer.
Folha – O Grêmio vai continuar desprezando o Campeonato Brasileiro?
Danrlei – Vamos continuar nos preparando para a decisão do Mundial interclubes, em novembro.” (Arnaldo Ribeiro, Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

RIVALDO VOLTA A MARCAR GOLS
O meia-atacante Rivaldo, 23, fez ontem seus dois primeiros gols no Brasileiro. Não marcava desde 22 de julho, contra o Mogi Mirim, pelo Paulista.
Para ele, a formação tática do Palmeiras no segundo tempo funcionou melhor que a do primeiro.

Folha – Havia muito tempo que você não marcava. Estava com saudade de fazer gols?
Rivaldo – É, fazia dois jogos e meio que eu não marcava, desde que renovei contrato. Fazer gol é sempre importante para um jogador. Graças a Deus, consegui marcar dois. No último, senti que os zagueiros deram uma puxada para o lado e que o campo estava livre para eu avançar.
Folha – O Palmeiras usou táticas diferentes no primeiro e no segundo tempo. Qual foi a melhor?
Rivaldo – A do segundo tempo. No primeiro, insistimos nos lançamentos para o Alex Alves e erramos quase todos. Depois, com o Cafu no meio-campo, ficamos mais fortes na marcação.” (Mário Moreira, Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

ALEX ALVES SE IRRITA E VAI EMBORA NO INTERVALO
O atacante Alex Alves não gostou de ser substituído no intervalo e, irritado, deixou o Parque Antarctica antes do segundo tempo.
Ao saber da atitude do jogador, o técnico Carlos Alberto Silva disse que Alex “tem de se ajustar e dizer por que foi embora”.
Apesar disso, ele afirmou que pretende conversar com o atacante para, só então, decidir se toma alguma medida disciplinar.
O vice-presidente de futebol, Seraphim Del Grande, disse que os jogadores substituídos não têm obrigação de esperar o fim das partidas para ir embora, mesmo com a possibilidade de serem sorteados para o exame antidoping.
“Em princípio, não há motivo para punir o Alex”, afirmou.
Silva explicou que substituiu o jogador porque o Palmeiras estava errando os lançamentos para ele e perdendo sempre a posse da bola.
“Não é que o Alex estivesse mal. O time é que não estava trabalhando a bola. Depois, com o Cafu no meio-campo, o setor se fortaleceu.”
O ministro do Planejamento, José Serra, torcedor do Palmeiras, assistiu ao jogo e foi ao vestiário cumprimentar o time pela vitória.
“É a quarta vez que venho e o Palmeiras ganha. Quando precisarem, contem comigo”, brincou.
O técnico Luiz Felipe, do Grêmio, reclamou muito da arbitragem de Antônio Pereira da Silva.
Segundo ele, o juiz errou ao validar o primeiro gol do Palmeiras, marcado por Edílson.
“Todo mundo viu que a bola bateu na mão dele antes de entrar. Faz oito jogos que não vencemos com as arbitragens desse juiz. Não pode ser só coincidência.”
Luiz Felipe, porém, achou justo o resultado da partida. “O Palmeiras hoje é melhor que o Grêmio e mereceu vencer.” (Mário Moreira e Arnaldo Ribeiro, Folha de São Paulo, segunda-feira, 2 de outubro de 1995)

ALEX ALVES DIZ QUE SAIU DO ESTÁDIO POR `PRESSA`
O atacante Alex Alves, do Palmeiras, disse ontem à Folha que deixou o Parque Antarctica no intervalo do jogo contra o Grêmio, na véspera, porque estava “com pressa”.
Ele tivera sua substituição decidida pelo técnico Carlos Alberto Silva para o segundo tempo.
“Tinha que viajar e aproveitei para tentar trocar a passagem para um horário mais cedo”, afirmou Alex. Ele não quis revelar para onde teria viajado.
A Folha telefonou várias vezes para a casa de Alex Alves ontem, mas, antes de o atacante finalmente atender, o meia Paulo Isidoro, que mora com ele, dera informação diferente.
“Quando cheguei do jogo, no domingo à noite, ele já estava dormindo. Hoje (ontem), ele saiu cedo e nós não conversamos”, disse o meia.
Alex Alves admitiu ter ficado chateado pela substituição. “Mas a opção é do técnico. Se ele quiser me tirar, ele é quem manda.”
O jogador acha que estava “muito bem” na partida.
A diretoria do Palmeiras só vai punir Alex Alves se Carlos Alberto Silva pedir.
A informação foi dada pelo vice-presidente de futebol, Seraphim Del Grande. Segundo ele, Silva deve conversar hoje com Alex, na reapresentação dos jogadores, para obter uma explicação.
O atacante, porém, disse não acreditar que o treinador tome essa iniciativa. “A opção de ficar no estádio é minha. Se eu quiser, vou embora.”
Del Grande afirmou que os jogadores substituídos não têm obrigação de esperar o fim das partidas para deixar o estádio, mesmo com a possibilidade de serem sorteados para o exame antidoping.
“Nem me lembrei que podia ficar para o antidoping”, disse Alex. “Se me lembrasse, não teria ido embora.”
Seraphim Del Grande afirmou que o Palmeiras não tem condições de aumentar o valor mínimo dos prêmios por vitória no Campeonato Brasileiro.
Os jogadores alegam que os R$ 700 pagos pelos resultados positivos estão abaixo dos valores pagos por outros clubes grandes.
“Não temos como aumentar o valor dos prêmios porque as rendas estão muito baixas”, disse o dirigente.
“Além disso, os jogadores estão recebendo direito de arena pelas transmissões das partidas pela TV cinco vezes maior do que no ano passado”, acrescentou.” (Mário Moreira, Folha de São Paulo, terça-feira, 3 de outubro de 1995)

Palmeiras 3×0 Grêmio

PALMEIRAS: Velloso; Cafu, Antônio Carlos (Célio Lúcio), Cléber e Wágner; Amaral, Mancuso, Edílson e Rivaldo; Alex Alves (Índio) e Muller
Técnico: Carlos Alberto Silva

GRÊMIO: Danrlei; André Vieira (Carlos Alberto), Rivarola, Wágner Fernandes e Roger; Gélson, Goiano, Émerson (Ranieli) e Arílson; Márcio (Magno) e Jardel
Técnico: Luis Felipe Scolari

Brasileirão 1995 – 1ª Fase – 10ª Rodada
Data: 1º de outubro de 1995, domingo, 19h00min
Local: Estádio do Parque Antarctica, em São Paulo – SP
Público: 7.199 pagantes
Renda: R$ 78.760,00
Juiz: Antônio Pereira da Silva (GO)
Auxiliares: Filomeno Dourado e Elmo Rezende
Cartões amarelos: Wágner Fernandez, Cléber, Edílson, Antônio Carlos e Jardel
Gols: Edílson, aos 9 minutos do primeiro tempo, Rivaldo, aos 13 minutos e aos 41 minutos do segundo tempo

Brasileirão 1995 – Grêmio 2×3 Botafogo

October 26, 2019

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Em 16 de setembro de 1995, Grêmio e Botafogo se enfrentaram no Olímpico pela primeira fase do Brasileirão. O tricolor fazia seu quinto jogo após alcançar o Bicampeonato da Libertadores e parecia mais interessado no jogo seguinte, que seria a estreia na Supercopa. Desse modo o Botafogo conseguiu um importante resultado, conquistando sua primeira vitória fora de casa na campanha do seu último título nacional.

Eu imagino que a declaração dada por Felipão no intervalo dessa partida (ver a crônica da Zero Hora transcrita abaixo) seria bem mais questionada caso fosse feita atualmente.

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BOTAFOGO JOGA BEM, DERROTA O GRÊMIO E LIDERA O GRUPO A

[…]

O Grêmio, ainda de ressaca pela conquista da Libertadores, não foi aquele time  aguerrido, que sufoca os adversários quando joga no Olímpico. Mesmo assim, teve duas chances para marcar, a melhor delas com Carlos Miguel.

No segundo tempo, logo aos 10 minutos, Túlio fez as pazes com o gol. Recebeu bola açucarada de Gottardo, que estava no ataque, e bateu de primeira, sem chances para Danrlei. A torcida pediu e o técnico Luís Felipe colocou o artilheiro Jardel. Mas foi o Botafogo quem marcou. Aos 25, Luciano falhou bisonhamente dentro da área e Túlio, com muita categoria, marcou depois de deixar Danrlei no chão.

Não deu nem para comemorar. Um minuto depois, Paulo Nunes descontou após confusão na área pós confusão na área alvinegra. O. Grêmio se animou e começou a pressionar, explorando as bolas altas para Jardel. Mesmo no sufoco, a defesa do Botafogo segurou a pressão e, aos 46m, Narcisio, que entrara no lugar do displicente Beto, marcou o terceiro em bela jogada individual. Com a vitória garantida, o Botafogo relaxou e aos 48m Jardel, de cabeça, diminui. Não dava mais tempo para nada” (Jornal do Brasil, domingo, 17 de setembro de 1995)

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SÉRGIO NORONHA: “Para um time que tinha sérios problemas de relacionamento, o Botafogo até que demonstrou um belo espírito de solidariedade na vitória sobre o Grêmio. Aliás, o gol que abriu o caminho da vitória foi obra de uma jogada de dois desafetos. Gottardo cruzou e Túlio escorou para marcar. Depois os dois
se abraçaram, levemente constrangidos.

Logo no início o Botafogo deu mesma impressão de que havia um problema de comunicação entre os jogadores. O Grêmio jogava bem, dominava c fazia com facilidade as jogadas de linha de fundo. Paulo Nunes, pela direita, e Roger, pela esquerda, infernizavam a vida do Botafogo.

A reação demorou uns vinte minutos. Mas logo o Botafogo equilibrou o jogo e teve até a melhor oportunidade quando Túlio perdeu, depois de driblar até o goleiro.

E impossível que não tenha havido qualquer tipo de conversa no intervalo. O Botafogo voltou melhor, fez dois gols através de Túlio e Narcísio e acabou vencendo um jogo que lhe parecia inteiramente adverso.

A vitória mostrou que um time não se faz apenas do conjunto. As estrelas são importantes, mesmo que causem alguns ciúmes no elenco.” (Jornal do Brasil, segunda-feira, 18 de setembro de 1995)

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O JOGO: O Grêmio não resistiu ao bom toque de bola do Botafogo e, mesmo em um jogo equilibrado, mostrou desentrosamento e mereceu perder para uma equipe bem colocada no meio-campo.” (Placar, Outubro de 1995)

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O GRÊMIO, FORA DE RITMO, DECEPCIONA A TORCIDA
A derrota por 3 a 2 para o Botafogo, sábado, no Olímpico, deixou os jogadores abatidos para a estréia na Supercopa.

O time bicampeão da Copa Libertadores decepcionou a torcida gremista sábado à tarde, no Estádio Olímpico. Mesmo com nove dos 11 titulares em campo, a equipe de Luiz Felipe não jogou bem e perdeu por 3 a 2 para o Botafogo, pelo Brasileirão. O resultado negativo deixa o time na 10ª colocação no Grupo A. A derrota abalou os jogadores do Grêmio, que evitaram falar à imprensa ao final da partida. Hoje, o treinador começa os preparativos para enfrentar o Racing, da Argentina, pela Supercopa dos Campeões da América, quarta-feira, em Porto Alegre.

O começo do jogo foi favorável ao Grêmio, que atacou o time carioca com insistência. Antes dos cinco minutos, o goleiro Wagner foi obrigado a colocar para escanteio um chute forte do lateral-direito Marco António. A. 20 minutos, porém, o meio-campo do Botafogo acertou a marcação e passou e dominar o setor. Com jogadas rápidas, os meias Sérgio Manoel e Beto faziam a ligação da defesa com o ataque. Aos 42 minutos, Túlío driblou Rivarola e Danrlei, mas chutou para fora.

“Eles estão jogando como moças”, reagiu, irritado, o técnico Luiz Felipe no intervalo da partida, referindo-se à falta de empenho do time nas bolas divididas. Depois da conversa com o treinador, os jogadores do Grêmio voltaram com mais vontade e logo no primeiro minuto da segunda etapa, Carlos Miguel chutou nas pernas do goleiro Wagner. Com cinco homens no meio-campo, o Botafogo voltou a equilibrar a partida e, aos 10 minutos, Túlio recebeu a bola dentro da área, girou o corpo e marcou o primeiro gol do jogo. A derrota parcial abalou os jogadores gremistas que começaram a errar passes e lançamentos. A. 25 minutos, o zagueiro Luciano falhou ao afastar uma bola nos pés do goleador Túlio. O artilheiro do Brasileirão driblou Luciano, deixou Danrlei para trás e marcou o segundo gol do jogo.

Com Jardel, que entrou no lugar de Roger, e Paulo Nunes, o Grêmio reagiu e, aos 26 minutos, o ponteiro direito descontou, chutando dentro da pequena área. Aos 46 minutos, Narcisio ampliou para o Botafogo: 3 a 1. Os cariocas relaxaram na marcação e Jardel, de cabeça, colocou a bola nas redes de Wagner.

A derrota por 3 a 2 não estava nos planos de Luiz Felipe. “Uma vitória deixaria o time embalado para enfrentar o Racing”, disse Luiz Felipe. “Vamos tentar corrigir os erros.” De acordo com o técnico, os titulares que receberam folga depois da conquista do bicampeonato de Libertadores sentiram e falta de ritmo de jogo.” (Juan Domingues, Zero Hora, segunda-feira, 18 de setembro de 1995)

 

TÚLIO MOSTROU O TALENDO DE GOLEADOR

O centroavante Túlio, do Botafogo, apareceu pouco durante a vitória de 3 a 2 sobre o Grêmio, sábado. O atacante tocou raras vezes na bola. No primeiro tempo, o jogador recebeu dentro da área gremista, avançou e chutou forte, para fora. Acostumado a acertar lances como aquele, o goleador colocou as mãos na cabeça, inconformado com o erro.

Na etapa final, duas oportunidades foram suficientes para Túlio mostrar o seu talento. Na primeira, o centroavante recebeu de Wilson e deu um toque na bola para fazer 1 a 0. Pouco depois, aproveitou a falha de Luciano, driblou o zagueiro, passou por Danrlei e fez o seu segundo gol no jogo e disparou na artilharia do Brasileirão com oito gols.” (Zero Hora, segunda-feira, 18 de setembro de 1995)

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Fotos: José Doval (Zero Hora)

Grêmio 2×3 Botafogo

GRÊMIO: Danrlei, Marco Antonio (Vagner Mancini 41/2ºT), Luciano, Rivarola e Roger (Jardel 17/2ºT); Dinho, Luis Carlos Goiano, Arilson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Nildo
Técnico: Luiz Felipe Scolari

BOTAFOGO: Wagner, Wilson Goiano, Wilson Gottardo, Gonçalves e Andre Silva; Leandro, Jamir, Beto (Marcelo Alves 36/2ºT) e Sergio Manoel; Donizete (Narcisio 43/2ºT) e Tulio
Técnico: Paulo Autuori

Primeira Fase – Campeonato Brasileiro 1995
Data: 16 de setembro de 1995, sábado, 16h00min
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre-RS
Público: 14.808 (10.629 pagantes)
Renda: R$ 106.318,00;
Juiz: Oscar Roberto de Godoi (SP)
Auxiliares: Epitácio Rodrigues e Carlos Silva
Cartões Amarelos: Luciano, Donizete, Wilson Goiano, Roger, Wilson Gottardo e Vagner
Cartão Vermelho: Rivarola (28/2ºT)
Gols: Túlio, aos 9 e aos 25 minutos, Paulo Nunes aos 26, Narcisio aos 46 e Jardel aos 47 minutos do 2º tempo