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Grêmio Campeão Gaúcho de 1995

August 13, 2020

 

O gráfico acima foi publicado no Tabelão da Placar de 1995. De fato o Grêmio teve 17 vitórias, 13 empates e 6 derrotas na campanha do título gaúcho de 1995.

Contudo, não é verdade que os cinco titulares no segundo da final foram o “recorde do time na competição“. No Gre-Nal da primeira fase no Beira-Rio, por exemplo, o tricolor utilizou 8 titulares (ou 9, se considerarmos Luciano titular).

Eu revi todas escalações do Grêmio na competição. Considerando Luciano e Rivarola como titulares, o Grêmio utilizou 7 vezes o time titular (com oito ou mais titulares iniciando a partida), 12 vezes com time misto (entre 4 e 7 titulares na escalação inicial) e 17 vezes o time reserva (3 ou menos titulares iniciando a partida).

Felipão só utilizou força máxima na primeiras partida do campeonato, ainda assim naquele momento André Vieira atuava como lateral-direito (Arce ainda não havia estreado). A clássica escalação de Danrlei; Arce, Rivarola (Luciano), Adilson e Roger; Dinho, Goiano, Arílson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Jardel nunca foi usada na competição.

Em cinco partidas o Grêmio iniciou a partida com o time totalmente reserva. Na média Felipão utilizou 6,6 reservas nas suas escalações iniciais.

A média de público do Grêmio nos 18 jogos que fez como mandante foi de 6.271 (4.474 pagantes)

 

 


 

PRIMEIRA FASE

17/02/1995 – Grêmio 5×2 Brasil de Farroupilha

23/02/1995 – Grêmio 3×1 Brasil de Pelotas

25/03/1995 – Glória 2×2 Grêmio

Foto: Fernando Gomes (Zero Hora)

02/04/1995 – Internacional 2×1 Grêmio

05/04/1995 – Grêmio 7×0 Grêmio Santanense

13/04/1995 – Grêmio 3×0 Guarani de Venâncio Aires

21/04/1995 – Veranópolis 1×1 Grêmio

28/04/1995 – Grêmio 4×3 Santa Cruz

Gauchão 1995 – Juventude 0x3 Grêmio – Gelson fez sua estreia pelo tricolor
Foto: Silvio Avila (Zero Hora)

30/04/1995 – Juventude 0x3 Grêmio

09/05/1995 – Grêmio 4×3 Ypiranga

Foto: Gilmar Gomes (Pioneiro)

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Foto: José Doval (Zero Hora)

14/05/1995 – Caxias 2×0 Grêmio

17/05/1995 – São Luiz de Ijuí 2×1 Grêmio

20/05/1995 – Grêmio 3×0 Glória

27/05/1995 – Brasil de Pelotas 1×1 Grêmio

03/06/1995 – Pelotas 2×1 Grêmio

05/06/1995 – Grêmio 0x0 Pelotas

Gauchão 1995 – Grêmio 1×1 Veranópolis 
Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

08/06/1995 – Grêmio 1×1 Veranópolis

10/06/1995 – Guarani de Venâncio Aires 1×0 Grêmio

16/06/1995 – Grêmio 0x0 São Luiz de Ijuí

18/06/1995 – Grêmio Santanense 0x0 Grêmio

Gauchão 1995 -Santa Cruz 1×2 Grêmio – Carlos Alberto
Foto: Roberto Santos (Correio do Povo)

23/06/1995 – Santa Cruz 1×2 Grêmio

Gauchão 1995 -Grêmio 3×1 Caxias – Eraldo Vs Marco Antônio
Foto: Roberto Santos (Correio do Povo)

24/06/1995 – Grêmio 3×1 Caxias

Gauchão 1995 – Ypiranga 0x0 Grêmio – Dega Vs. Ailton
Foto: José Ernesto (Correio do Povo)

25/06/1995 – Ypiranga 0x0 Grêmio

Foto: Zero Hora

26/06/1995 – Grêmio 2×2 Juventude

27/06/1995 – Grêmio 2×0 Inter

28/06/1995 – Brasil de Farroupilha 2×2 Grêmio

Fonte: Pioneiro


 

SEGUNDA FASE

Gauchão 1995 – Grêmio 6×1 Atlético de Carazinho – Jardel
Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

02/07/1995 – Grêmio 6×1 Atlético Carazinho

05/07/1995 – São Luiz 2×2 Grêmio

08/07/1995 – Brasil de Farroupilha 0x0 Grêmio

12/07/1995 – Grêmio 1×0 Brasil de Farroupilha

15/07/1995 – Atlético Carazinho 0x1 Grêmio

20/07/1995 – Grêmio 3×3 São Luiz

Fonte: Pioneiro


 

SEMIFINAIS

22/07/1995 – Juventude 2×1 Grêmio

29/07/1995 – Grêmio 2×0 Juventude


 

FINAIS

06/08/1995 – Internacional 1×1 Grêmio

13/08/1995 – Grêmio 2×1 Inter

Gauchão 1995 – Grêmio 2×1 Inter

August 13, 2020

Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

 

Há exatos 25 anos o Grêmio conquistava o Campeonato Gaúcho de 1995, ao ganhar o clássico Gre-Nal por 2×1 no estádio Olímpico, na partida de volta da final do certame.

O público total de 57.407 pessoas é o maior do Grêmio como mandante em Gre-Nais nos últimos 30 anos.

Foto: Guaracy Andrade (Zero Hora)

Foto: Paulo Franken (Zero Hora)

Foto: Guaracy Andrade (Zero Hora)

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

GRÊMIO SE IMPÕE O GANHA O TÍTULO

A aposta de Luiz Felipe foi mais uma vez correta e garantiu o 30º campeonato para a equipe

Nos últimos dias Porto Alegre se enfeitou em tons de azul e vermelho, preparando-se para a grande festa do futebol gaúcho, o Gre-Nal decisivo pela 75ª edição do campeonato, ontem à tarde, no Estádio Olímpico. Ao longo dos 90 minutos, o Grêmio, que vive uma fase fascinante, se impôs ao seu eterno rival, venceu por 2 a 1 com méritos (depois de empatar no Beira Rio em 1 a 1) e conquistou o seu 30º título gaúcho, aproximando-se dos 32 do Inter. Um excelente público – 57.407 espectadores — prestigiou o espetáculo em uma tarde quente e abafada, e o avermelhado anoitecer foi invadido por um azul conste e vibrante.

O Grêmio começou a vencer antes do jogo, na capacidade tática e na esperteza psicológica do técnico Luiz Felipe. Depois de anunciar um time com apenas três titulares (Rivarola, Luciano e Dinho), mais três eram acrescentados na hora de entrar em empo (Carlos Miguel, Paulo Nunes e Roger). O Grêmio havia decidido arriscar. E deu certo. A partir desta configuração se impôs a um Inter atônito, sem vibração e mal estruturado. Abel escalou Marcelo e Nando, dois meias lentos, e expurgou o eficiente ponta-de-lança Zé Alcino para a ponta-esquerda. O Grêmio dominou o meio-campo, confundiu a marcação de Marcio e Marcelo com os deslocamentos de Paulo Nunes para a esquerda e Carlos Miguel para a direita, enquanto Roger conteve o veloz. Loiola.

O chute de Carlos Miguel, aos cinco minutos, no poste esquerdo, foi o primeiro sinal desta superioridade. A defesa do Inter, mal posicionada, teve outro momento de indecisão aos 7min30seg e o centroavante Nildo soube aproveitar um rebote e chutar com perfeição, de pé esquerdo, sem chances para Goycochea: 1 a 0. Aos 25 minutos, Gélson acertou o poste esquerdo e o Inter acordou. A reação, no entanto foi lenta, desconexa.

Se o objetivo do Grêmio era manter o domínio no meio, apesar da lentidão de Mancini, o lnter precisava reagir. O lance em que o goleiro gremista Silvio disputa a bola com Leandro e este cai na área, foi duvidoso e o juiz nada marcou nada. Mas era um indicio. O empate aos 71min30seg em chute de Zé Alcino, foi justo pela dedicação — talvez o único mérito colorado. A ilusão do equilíbrio durou exatos 4 segundos, quando Marcão falhou e Carlos Miguel fez 2 a 1.

 Enquanto apenas uma peça do sistema gremista estava desajustada, no Inter ocorria o contrário, porque só Leandro, César Prates e Goycochea conseguiam bons resultados. Abel arriscou e colocou Caíco na vaga de Zé Alcino aos 16 minutos e aos 20, Vagner no lugar de Marcelo. O time melhorou, mas não o suficiente para empatar. Wagner teve essa chance aos 42 minutos, mas o goleiro Silvio fez uma excepcional defesa – e garantiu a festa.” (Júlio Sortica, Zero Hora, segunda-feira, 14 de agosto de 1995)

O DESEMPENHO DAS EQUIPES (Zero Hora, 14 de agosto de 1995)
GRÊMIO INTER
Chutes a gol 16 8
Cabeceadas a gol 0 3
Escanteios a favor 0 3
Impedimentos 1 4
Faltas 22 18
Cartões Amarelos 5 4
Cartões Vermelhos 1 1
Roubadas de bolas 30 22

 

OS PRINCIPAIS MOMENTOS

Primeiro tempo:

5min — No rebote de um, jogada de Marco Antônio, pela direita, Carlos Miguel chutou na trave.

7min30s — Paulo Nunes, pelo meio, passou para Marco Antonio, que cruzou pela direita. Argel falhou, e Nildo, calmamente, chutou no canto direito de Goycochea. Gol do Grêmio.

24min — Mancini cruzou pela direita, a zaga colorada rebateu e Gélson pegou o rebote, chutando na trave.

42min — Marco Antonio chutou no meio do gol e Goycochea defendeu em dois tempos.

Segundo tempo:

2min40s — Nando, pela esquerda, chutou forte, Silvio fez boa defesa parcial, mas Leandro conseguiu pegar o rebote. A torcida colorada reclamou de passível falta sobre o centroavante colorado.

7min — Loiola cruzou duas vezes, para Zé Alcino no chutar forte, no ângulo direito de Sílvio. Gol do Inter.

8min — Resposta imediata do Grêmio. Nildo recebeu na frente área e fez o passe para Carlos Miguel, pela esquerda, que, cara a cara com Goycochea, chutou forte para marcar o gol do título.

16min — Caíco substituiu Zé Alcino.

20min — Vágner substituiu Marcelo

26min — Expulsão de Nildo, que deu carrinho por trás em Loiola.

27min — Arce substituiu Paulo Nunes.

29min — Expulsão de Márcio, que desobedeceu a distância regulamentar para a cobrança de uma falta.

38min — Alexandre substituiu Marco Antônio.

39min — Em sua primeira jogada, Alexandre perdeu o gol no contra-ataque gremista, na boa intervenção de Marco Antônio

41min — Ótima jogada de Wagner, que entrou a drible, da esquerda para meio, e chutou forte no canto direito de Silvio, que fez exuberante defesa.

45min — Carlos Miguel cobrou falta, no ângulo esquerdo de Goycochea. Outra grande defesa, desta vez do goleiro colorado.”(Marcelo Ferla, Zero Hora, segunda-feira, 14 de agosto de 1995.”

O MELHOR DO GRENAL

— O Campeonato Gaúcho voltou aos velhos tempos, pelo menos na sua final. Mais de 45 mil torcedores motivados para um Gre-Nal decisivo, combativo e com poucas jogadas de violência, normais neste tipo de jogo.

— O comportamento das torcidas foi exemplar, incentivar, do as suas equipes durante toda a tarde, sem provocar brigas. Enquanto a violência nas arquibancadas é um sério problema do futebol brasileiro, as torcidas gaúchas dão uma boa mostra de esportividade.

— A presença de menores e mulheres no estádio é uma bela realidade. Foram 7.330 crianças até 12 anos presentes ao jogo. Cada vez mais mulheres e jovens vão aos estádios. Um interessante e salutar fenômeno comportamental, que indica longa vida ao futebol tetracampeão do mundo.

— Aos gritos de “ela fica”, a torcida gremista divertiu-se antes da partida. Tudo por conta de um casal de jovens colorados que tentou ver o jogo das cadeiras especiais do estádio Olímpico. “Expulso” civilizadamente das cadeiras tricolores, o casal foi conduzido para o lado colorado, apesar de a massa gremista pedir a permanência da bela torcedora rival.

-O santanense Fábio Perez, que ficou conhecido como o “Torcedor 24 Horas” na Copa América, por estar sempre à frente do hotel do Brasil, esteve no Olímpico para fazer uma campanha pela paz nos estádios. É gremista.

– Os centroavantes merecem destaque: Nildo, por ter feito dois gols nas finais, e vencido um terrível período de lesão, depois de consagrado como o herói da Copa do Brasil do ano passado. Leandro, por demonstrar mais uma vez, e apesar de ter poucas chances, muita qualidade e amor ao clube.” (Marcelo Ferla, Zero Hora, segunda-feira, 14 de agosto de 1995)

O PIOR DO GRENAL

— O presidente colorado, Luiz Fernando Zachia, falou de um complô para a vitória gremista. É discutível um lance de Sílvio com Leandro (seria pênalti para o Inter), mas a declaração do dirigente é um exagero.

— Foi incrível o número de passes errados dados pela equipe colorada no primeiro tempo. Qualquer tentativa de fazer a bola chegar ao ótimo Leandro ficou inviabilizada.

— Em formação, mas dedicada exclusivamente ao campeonato gaúcho, contrariamente ao Grêmio, que está envolvido de forma prioritária em outras competições, a equipe colorada decepcionou mais uma vez. A grandeza do Sport Club Internacional e de sua torcida não suporta mais um time apenas razoável.

— As torcidas organizadas do Inter reclamaram dos critérios do Grêmio, que proibiu a colocação das faixas nas muretas das arquibancadas e cadeiras.

— Mais uma vez não havia reserva de cabines para os repórteres dos jornais que trabalharam na partida, dificultando o trabalho da imprensa.

— Depois de expulso, o meia campista colorado Márcio teve atritos com alguns companheiros da própria equipe, ainda no campo. Uma atitude negativa que atrapalhou o Inter, diminuindo o tempo de recuperação (o placar era adverso), e do ponto de vista ético. O treinador e a direção coloradas parecem não ter gostado do comportamento de Márcio.

— O zagueiro Argel, já convocado para Seleção Brasileira, não justificou a fama nas finais. Falhou muitas vezes, inclusive no lance que originou o primeiro gol do Grêmio, marcado por Nildo.” (Marcelo Ferla, Zero Hora, segunda-feira, 14 de agosto de 1995)

Fonte: Zero Hora

Foto: Valdir Friolin (Zero Hora)

Foto: Placar

Grêmio 2×1 Inter

GRÊMIO: Sílvio; Marco Antônio (Alexandre Xoxó), Rivarola, Luciano e Roger; Dinho, Gélson, Vágner Mancini e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Arce) e Nildo
Técnico: Luiz Felipe Scolari

INTERNACIONAL: Goycochea; Marcão, Argel, Jonílson e César Prates; Márcio Bittencourt, Marcelo Rosa (Wagner Aquino) e Nando; Mazinho Loyola, Leandro Machado e Zé Alcino (Caíco)
Técnico: Abel Braga

Campeonato Gaúcho 1995 – Final – Jogo de volta
Data: 13 de agosto de 1995, domingo, 16h00min
Local: Olímpico, em Porto Alegre (RS)
Público: 57.407 (45.232 pagantes)
Renda: R$ 377.426,00
Árbitro: Sílvio Oliveira
Auxiliares: Altemir Hausmann e Silvio Rogeri Silva
Cartões Amarelos: Carlos Miguel, Roger, Dinho, Sílvio; Argel, Marcão e Jonílson
Cartões Vermelhos: Nildo; Márcio Bittencourt
Gols: Nildo, aos 7 minutos do 1º tempo; Zé Alcino, aos 7 minutos e Carlos Miguel, aos 8 minutos do 2º tempo

Gauchão 1995 – Inter 1×1 Grêmio

August 5, 2020
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Foto: José Doval (Zero Hora) – Fonte: Acervo Histórico do Grêmio

Tenho lembrado aqui no blog, de jogos memoráveis da temporada de 1995 do Grêmio, no exato dia que completam 25 anos de seu acontecimento. Da mesma maneira, tenho tentado lembrar algum confronto prévio do próximo adversário do tricolor, pela mesma competição, com o mesmo mando de campo.

Aproveitando o gancho da final do segundo turno do Gauchão de 2020, a ser disputada na Arena, tomei a liberdade de contornar um pouco essa regra, postando sobre o primeiro jogo da Final do Gauchão de 1995 alguns dias antes.

Foram essas finais que consagraram o “Banguzinho” gremista. Nessa partida do Beira-Rio Felipão escalou apenas 3 titulares, sendo que Arílson atuou improvisado de lateral-esquerdo (opção que o técnico tricolor tinha descartado para as finais da Copa do Brasil daquele ano).

Vale lembrar que, aquela altura da temporada, o Grêmio já havia feito 16 partidas a mais que o Internacional. Esse confronto de ida foi o 62º compromisso do Grêmio no ano, enquanto os colorados estavam entrando em campo “apenas” pela 46ª vez.

Foto: Porthus Junior (Pioneiro)

O EMPATE NO GRE-NAL DEIXA TUDO IGUAL

O título de campeão gaúcho da temporada será definido no clássico do próximo domingo no estádio Olímpico

O clássico de ontem, disputado numa ensolarada tarde de inverno diante de mais de 45 mil pessoas, se caracterizou muito mais pela combatividade do que pelo talento. Uma tradição, aliás, que acompanha e tantos Gre-Nais. Nem Inter nem Grêmio – que jogou com a equipe reserva – conseguiu se impor tecnicamente para garantir uma vitória. Os gols de Loiola, aos 28min do primeiro tempo, e de Nildo, também aos 28min, mas do segundo tempo, ficaram como a expressão maior de uma partida de raros lances de gols e momentos de emoção,

Se nas arquibancada o confronto entre colorados e gremistas dava ampla vantagem aos donos da casa, com mais de 70% da torcida, em campo os dois times mostraram desde o começo do jogo que o Gre-Nal seria essencialmente equilibrado. Os primeiros minutos já evidenciava as principais características do clássico de ontem: muitas disposição dos jogadores, alto número de faltas (57 no total) e raros instantes de inspiração.

O Inter conseguiu se colocar em vantagem com gol de Loiola ainda no primeiro tempo. Numa falha de marcação, o atacante colorado não perdeu tempo e venceu o goleiro Silvio num chute cruzado pela direita. O 1 a 0, no entanto, não era consequência de uma vantagem técnica coletiva e sim o bom aproveitamento de uma jogada circunstancial.

Atrás no placar, o Grêmio passou a batalhar em busca da igualdade. A partir do gol colorado, tornou-se uma equipe mais ousada e insistente nas jogadas de ataque. Bem posicionada em campo, tentava alternas seus lances ofensivos pela direita e pela esquerda, ao contrário do primeiro tempo, quando quase sempre avançava pela direita. O Inter sentiu a pressão e tentava segurar a vitória. A recompensa gremista surgiu aos 28min do 2º tempo, quando Nildo venceu o até então imbatível Goycochea.

A rigor, o empate em 1 a 1 encaminhou a partida para um final quase sem situações que reservassem outras emoções aos torcedores. Os últimos 19 minutos do clássico se arrastaram numa alternância de substituições, faltas e pouca bola rolando de pé em pé. A exceção de um único lance, aos 47min, momentos antes do árbitro Luiz Cunha Martins encerrar o jogo, quando Nando perdeu uma chance de gol ao dividir a bola com o goleiro Silvio” (Pedro Haase Filho, Zero Hora, 7 de agosto de 1995)

Foto: Arivaldo Chaves (Zero Hora)

O DESEMPENHO DAS EQUIPES (Zero Hora, 7 de agosto de 1995)
INTER GRÊMIO
Conclusões a gol 6 12
Escanteios a favor 5 5
Faltas cometidas 28 30
Impedimentos 6 6 1

Foto: Guaracy Andrade (Zero Hora)

OS PRINCIPAIS MOMENTOS

PRIMEIRO TEMPO

6min — Marco Antônio cruza fechado da direita. Goycochea sai bem do gol e coloca para escanteio

8min — Loiola é lançado, avança pela ponta, cruza som perigo e Silvio evita a conclusão de Leandro

10min – Grêmio tem uma falta na entrada da grande área. Goiano chuta mal, na barreira

15min – Marco Antônio cobra falta com força. Goycochea está bem colocado e defende com tranquilidade

26min — Argel, sem marcação, tem a chance de marcar o gol mas chuta cruzado e forte para fora

27min – Leandro tenta cabecear, a bola sai fraca, sem perigo para o goleiro Silvio

28min — Loiola recebe pelo meio, livre, avança pela grande área e chuta cruzado para fazer 1 a O

30min – Marco Antônio cobra falta com for’:-‘ esquerda, Goycochea faz boa defesa

34min- Tabela de Márcio e Marco Antônio na direita, este cruza com perigo, mas Goycochea evita a conclusão de Nildo

45min – Rivarola perde o gol, concluindo para fora quase em cima da linha do gol de Goycochea

SEGUNDO TEMPO

40S — Goiano tenta o chute pelo meio, mas a bola vai para fora, sem perigo para Goycochea

4min — Paulo Henrique é lançado pela esquerda, dribla Rivarola e chuta cruzado para uma boa defesa de Silvio

11min — No contra-ataque, Márcio avança pelo meio sozinho e ao tentar driblar Goycochea perde a bola para o goleiro

13min — Goiano chuta com força falta pela esquerda, Goycochea faz grande defesa

18min— Rebote na entrada da área, Goiano chuta desequilibrado, por cima e sem perigo

20min — A bola sobra para Élson, sem marcação, na frente do gol, que não consegue cabecear e Sílvio defende

28min — Arílson faz grande jogada pela esquerda, cruza para a grande área e Nildo cabeceia para encobrir Goycochea e fazer o gol do empate em 1 a 1

42min — Argel cobra falta de longe e chuta forte mas por cima, longe da goleira

47min — Nando recebe livre pelo meio, entra na área e divide a bola com o goleiro Silvio, que consegue cortar o lance.”(Pedro Haase Filho, Zero Hora, 7 de agosto de 1995)

O PIOR DO JOGO

– Às 15h20min de ontem, exatamente 40 minutos antes do início do Gre-Nal, um torcedor do Grêmio protagonizou uma perigosa e inútil proeza no Beira-Rio, tendo como únicas recompensas os aplausos de alguns companheiros e a entrada de graça no estádio. O torcedor conseguiu escalar uma das janelas ao lado da rampa 2, e foi puxado por outros gremistas, depois de balançar perigosamente no ar durante intermináveis segundos. Foi o registro negativo — notado apenas por poucas pessoas — numa tarde de muitos destaques positivos, mas que poderia ter acabado em tragédia.

– Um vendedor de churrasquinho colocou o seu equipamento bem na passagem ao lado do Gigantinho, atrapalhando a circulação dos torcedores. Ninguém o molestou. O vendedor de rádios também não fez grandes negócios, embora com a proximidade do início do jogo tenha rebaixado o preço de cada unidade para RS 10,00. “E ainda leva as pilhas de promoção, doutor”, gritava.

– Dentro do estádio, os torcedores aplaudiram, xingaram, gritaram, se emocionaram — e vigiaram. O pessoal da coréia que viu o zagueiro Argel sair com uma camiseta do Grêmio nas mãos, no intervalo, não perdoou e cobrou. “Joga ela fora, Argel”, pediram os coreanos. O pedido não foi atendido.

–  Também no intervalo houve novamente uma distribuição de bolas à torcida, chutadas pelos garotinhos das escolinhas de futebol do Inter. Na pista de atletismo, o torcedor Xuxu, gordíssimo, andava de um lado para outro, nervoso apesar da vitória parcial de 1 a 0. Xuxu está precisando confiar mais no seu time. E de um regime.

– A volta do Inter para o segundo tempo demorou 22 minutos, muito além dos 15 consentidos para o intervalo. Até os torcedores colorados já estavam começando a ensaiar algumas vaias, num raro momento de impaciência. Mas quando o Grêmio empatou o jogo, eles conseguiram continuar cantando o nome do seu time, -Inter, Inter”,com orgulho e generosidade.” (Cláudio Dienstmann, Zero Hora, 7 de agosto de 1995)

Foto: Ricardo Chaves (Zero Hora)

Inter 1×1 Grêmio

INTERNACIONAL: Goycochea, Marcao, Argel, Jonilson e Cesar Prates; Marcio Bittencourt, Elson, Marcelo (Nando); Mazinho Loyola, Leandro e Paulo Henrique (Ze Alcino).
Técnico: Abel Braga

GRÊMIO: Silvio, Marco Antonio, Rivarola, Scheidt e Arilson; Gelson, Luis Carlos Goiano e Vagner Mancini; Marcio (Arce), Nildo e Alexandre Xoxó (Jaques)
Técnico: Luiz Felipe

Gauchão 1995 – Final – Jogo de Ida
Data: 06 de agosto de 1995, domingo, 16h00min
Local: Beira-Rio, em Porto Alegre-RS
Publico: 45.480 (36.904 pagantes)
Renda: R$ 263.312,00
Juiz: Luiz Cunha Martins;
Auxiliares: José Carlos Oliveira e Cesar Arruda
Cartões amarelos: Argel, Cesar Prates, Marcio Bittencourt, Elson, Scheidt, Arilson, Goiano, Vagner Mancini, Marcio, Alexandre e Jaques
Gols: Mazinho Loyola, aos 28 minutos do 1° tempo; e Nildo aos 28 do 2°tempo;

Gauchão 1995 – Juventude 2×1 Grêmio

July 22, 2020

Foto: Porthus Junior (Pioneiro)

 

Em 22 de de julho de 1995, o Grêmio perdeu para o Juventude por 2×1, no Alfredo Jaconi, no jogo de ida da semifinal do Gauchão daquela temporada.

O confronto contra o Palmeiras pela Libertadores estava marcado para o dia 26, então o Grêmio utilizou apenas 4 titulares em Caxias do Sul.  O detalhe é que Arílson atuou como lateral esquerdo, enquanto Carlos Miguel permaneceu na meia, opção que havia sido descartada por Felipão na final da Copa do Brasil, disputada um mês antes.

Antes da bola rolar na Serra, o Presidente Koff declarou que preferia “ficar em segundo lugar na Copa Libertadores do que ser campeão gaúcho“.

Gauchão 1995 - Juventude 2x1 Grêmio - Cuca Vs. Rivarolafonte: Zero Hora

Foto: Zero Hora

 

“JUVENTUDE ESTÁ A UM EMPATE DA FINAL
Vitória de 2 a 1 sobre o Grêmio deixou alviverde em vantagem para o jogo do Estádio Olímpico

Caxias do Sul – O Juventude deu um importante passo rumo às finais do Campeonato Gaúcho ao vencer o Grêmio, sábado, no Estádio Alfredo Jaconi, por 2 a 1. Com o resultado, a equipe caxiense precisa de um empate, no próximo final de semana, no Estádio Olímpico, para disputar o título de campeão estadual desta temporada. Cuca e Jean Carlo marcaram para o alviverde, enquanto que Carlos Miguel descontou. O árbitro Fabiano Gonçalves expulsou Cuca e Nildo por troca de agressões.

Até os 20 minutos, a iniciativa foi da equipe do técnico Heron Ferreira. Depois o Grêmio dominou, até o Ju retomar o controle nos dez minutos finais. Aos 6min, o atacante Mário chutou de fora da área com perigo para o gol defendido por Sílvio. O tricolor respondeu com Carlos Miguel, numa cobrança de falta defendida com tranqüilidade por Isoton. Aos 23min, depois da jogada pela esquerda de Paulo Sérgio, Jean Cario pegou a sobra e chutou para fora. Aos 40min o Juventude abriu o marcador. Mário recebeu a bola e encontrou Itaqui desmarcado. O lateral improvisado entregou para Cuca. Com consciência, ele tocou na saída do goleiro Sílvio para determinar a vantagem alviverde.

Na primeira oportunidade que teve no 2° tempo o Juventude ampliou para 2 a 0. A jogada nasceu com Galeano, que foi derrubado próximo a risca da grande área por Marco Antônio. Jean Carlo cobrou com perfeição no canto esquerdo de Sílvio, que não teve chances de defesa. O Grêmio respondeu em seguida. Aos 6min, o lateral Marco Antônio avançou pela direita e entregou para o ponta Márcio. Ele cruzou certo para Carlos Miguel, de cabeça, fazer 2 a 1.

O Juventude não chegou a se retrair em seu campo, uma vez que a equipe gremista atacava mas não levava perigo ao goleiro Isoton. Aos 28min, o centroavante Nildo fez falta violenta em Cuca, o jogador do Juventude reagiu e os dois acabaram expulsos. O Grêmio seguiu pressionando, mas sem nenhuma objetividade.”

LATERAIS SÃO DÚVIDAS NO TIME

Principal destaque na vitória de 2 a 1 do Juventude sobre o Grêmio, o meio-campista Cuca era uma mistura de alegria e desolação ao final do jogo. Com a expulsão ele não poderá disputar uma das mais importantes partidas do clube nesta temporada.”Eu não merecia ser expulso, dei o carrinho na bola. A gente trabalha sério O ano todo e agora fica de fora da semifinal em Porto Alegre”, lamentou.

Os laterais Odair e Paulo Sérgio têm a semana para se recuperarem de lesões musculares. O médico do Juventude, Iran Cercatto, preferiu não fazer previsões em relação ao aproveitamento dos jogadores para a segunda partida. “A recuperação depende muito da constituição física de cada atleta. O Paulo Sérgio fez um leste antes do jogo e nada sentiu. Foi sentir somente durante o jogo”, explicou.

O técnico Heron Ricardo espera o decorrer da semana para definir os substitutos dos laterais, caso os dois não tenham condições. Outra posição a ser alterada será o meio-campo. Recuperado de lesão muscular, Julinho é o mais cotado para voltar ao time. Outro jogador que pode ser escalado no setor é Itaqui.

“Não é porque temos a vantagem do empate que vamos a nossa maneira de atuar. No Estádio Olímpico vamos jogar para a frente buscando a vitória”, garantiu o treinador, que tenta levar o Ju a segunda final – a primeira foi na Série B, em 1994.

 

MEIA ITAQUI É O NOVO ´CORINGA´
O jogador Itaqui pode ser considerado como o ‘coringa’ do time do Juventude. Oriundo das categorias de base do clube, a sua posição original é o meio-campo, mas ele tem sido utilizado pelo técnico Heron Ricardo Ferreira em outras posições.

Para a partida contra o Grêmio, ele recebeu a missão de substituir Odair. Ao final do jogo, recebeu o reconhecimento do treinador por sua atuação e pela passe que deu para Cuca marcar o primeiro gol.

“O mais importante não foi a minha atuação e sim a vitória que nós conseguimos, pois ela nos dá a vantagem do empate para a segunda partida em Porto Alegre”, analisou o jogador.

Para o atleta, o técnico Heron é uma pessoa muito importante dentro do grupo alviverde, principalmente pela confiança depositada no seu futebol. “Sempre que eu entro dentro de campo procuro dar o melhor para ajudar os companheiros. Graças a Deus o treinador confia em mim para jogar em tantas posições, com isso tento corresponder ao máximo. Mesmo que eu não vá bem ele me apoia”, disse.”

 

COTAÇÕES
JUVENTUDE
5 Isoton — Uma boa defesa no 1° tempo. Se complicou nas bolas aéreas
7 Itaqui — Bem na marcação, com apoios eficientes. Deu a ‘assistência’ para o gol de Cuca
6 Sandro — Dificuldades com a bola área. De resto esteve bem
6 João Batista — Boa atuação, ajudando a neutralizar Nildo
5 Paulo Sérgio — Não comprometeu até sair. Paulo Marcelo – Entrou bem. Nota 6
8 Galeano — Ótimo na marcação. Criou a jogada do 2° gol
6 Lauro — Bem na marcação, ao lado de Galeano
8 Cuca — Deu mais movimentação ao time e fez o primeiro gol
7 Jean Cario — Um pouco apático no 1° tempo. Melhorou após o gol
6 Mario — Muito isolado, com participação decisiva no 1° gol.
4 Edson — Perdeu a bola no lance que terminou com o gol gremista. Junior — Melhorou o toque de bola e quebrou a pressão gremista. Nota 6.

GRÊMIO
5 Sílvio — Sem culpa nos dois gois
6 Março Antônio — Anulou o ponteiro Edson.
6 Rivarola — Forte na marcação, buscou o apoio. Concluiu três bolas, todas erradas
5 Scheidt — Mais discreto que Rivarola, mas sem comprometer
5 Arilson — Marcou com violência (5 faltas). Apoiou, mas sem criar chances. Jacques • Entrou no final, mas pouco fez. Sem nota
5 Adilson— Fez uma marcação forte no meio-de-campo.
5 Gélson — Também priorizou a marcação, como Adilson
5 Mancini — Buscou abrir espaços. Fez duas conclusões, uma certa
5 Márcio — Também priorizou a marcação. Uma conclusão, certa
4 Nildo – Não fez nada, até ser expulso, levando junto Cuca
6 Carlos Miguel — Ajudou na marcação e fez o gol. Alexandre — Não conseguiu fazer nada nos minutos que jogou. Sem nota.”

 

GRÊMIO CULPA A ARBITRAGEM
O Grêmio culpou, sem citar o nome do juiz Fabiano Gonçalves, a arbitragem pela derrota de 2 a 1 para o Juventude, sábado, no estádio Alfredo Jaconi. Tanto para o técnico Luiz Felipe como para a direção, não houve falta de Marco Antônio em Galeano, no lance que originou o segundo gol do alviverde, marcado pelo meio-campista Jean Cario.

“Não houve falta do segundo gol do Ju, no máximo uma obstrução. Nesse caso ele teria que ter marcado dois toques”, afirmou Luiz Felipe. Para o presidente Fábio Koff, não houve falia e o resultado mais justo “teria sido o empate”.

Felipe, em sua análise, dividiu o jogo em dois momentos distintos. “No primeiro tempo, o Juventude foi melhor e mereceu a vantagem. Na etapa final, o Grêmio esteve melhor, mas não conseguiu chances claras, fora em um ou dois lances”, disse o treinador.

Koff viu o tricolor superior. “O Grêmio, quando se dispôs a sair para o jogo, dominou”, declarou o presidente. Ele acha “lógico” conseguir duas vitórias — no tempo normal e na prorrogação ou pênaltis – sobre o Ju, no próximo final de semana.

O atacante Nildo, que ‘pisou’ no meio-campista Cuca em um lance que determinou a expulsão dos dois jogadores, foi pedir desculpas ao jogador após a partida. “Eu levantei o pé um pouco demais, mas foi sem querer”, afirmou. (Luiz Carlos Erbes)”

 

FELIPE DEFENDE EQUIPE MISTA
O técnico do Grêmio, Luiz Felipe, rebateu críticas por ter escalado uma equipe mista contra o Juventude, sábado à tarde, no primeiro jogo das semifinais do Gauchão. “Não temos como jogar sem termos que correr riscos”, disse, referindo-se ao falo de ter deixado oito titulares em Porto Alegre. Ele temia que algum titular se lesionasse.

Perguntado porque não escalou os titulares, a exemplo do Palmeiras – jogou a semifinal do Campeonato Paulista com todos os titulares também no sábado contra o Mogi Mirim -, ele respondeu: “É um problema deles. Eles tem um grupo grande de jogadores, nós só temos 18.”

Luiz Felipe não definiu qual equipe enfrentará o Ju no jogo de volta, no Estádio Olímpico. “Vamos estudar”, disse apenas. A definição pode depender da partida de quarta-feira, contra o Palmeiras, pela Taça Libertadores da América.

Felipe definiu sábado o time que receberá o Verdão, em Porto Alegre. A equipe terá Danrlei; Arce, Luciano, Adílson e Roger; Dinho, Goiano, Carlos Miguel e Arílson; Paulo Nunes e Jardel.” (Milton Simas Junior, PIONEIRO, Segunda-feira, 24 de julho de 1995)

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JUVENTUDE GANHA E FICA PERTO DA VAGA NA FINAL

O time caxiense venceu o Grêmio por 2 a 1 no sábado e basta empatar no Olímpico para tentar um título inédito

O Grêmio não resistiu à força do Juventude em Caxias do Sul e perdeu por 2 a 1 a primeira das duas partidas pelas semifinais do Gauchão. O resultado dá vantagem ao Juventude no segundo jogo – a partida pode ser antecipada de domingo para o próximo sábado -, no Estádio Olímpico. Com um empate, o time de Heron Ferreira passa as finais, tirando o Grêmio da competição. O risco de perder o título gaúcho foi calculado pela diretoria gremista, que prefere abrir mão da disputa do regional para se dedicar à Libertadores. Tanto que o técnico Luiz Felipe não escalou o time titular contra o Juventude, poupando jogadores para a partida de quarta-feira contra o Palmeiras, em Porto Alegre. O Presidente Fábio Koff foi enfático antes do jogo em Caxias do Sul. “Eu prefiro ficar em segundo lugar na Copa Libertadores do que ser campeão gaúcho” […] “(Juan Domingues, Zero Hora, Segunda-feira, 24 de julho de 1995)

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Foto: Porthus Junior (Pioneiro)

GRÊMIO ESTÁ PRONTO E ESPERA PELA TORCIDA

A declaração do presidente do Grêmio Fábio Koff de que prefere ser vice-campeão da Copa Libertadores a conquistar o título do Gauchão de 1995 demonstra a mobilização da diretoria e da comissão técnica gremistas. A batalha para avançar na Libertadores recomeça na quarta-feira à noite contra o Palmeiras, em Porto Alegre, mas todos estão empenhados em vencer o primeiro jogo. Os jogadores, que treinaram ontem pela manhã, já estão concentrados e esperam pela torcida. “Vamos lotar o Estádio Olímpico”, apela o presidente Koff. Conforme o experiente e vitorioso dirigente. “Se o Grêmio passar pelo Palmeiras será bicampeão da Libertadores”, prevê Koff, projetando um faturamento de US$ 1 milhão na próxima fase da competição, entre arrecadação e direitos de transmissão.

Luiz Felipe está tranquilo quanto ao time que vai colocar em campo. Da equipe titular apenas Arce está com uma leve lesão no joelho direito. O lateral paraguaio, porém, faz tratamento diferenciado de recuperação e garante que estará em campo. O goleiro titular Danrlei retorna da Seleção Brasileira e é um grande reforço para a partida decisiva. O otimismo de Fábio Koff com relação ao futuro do Grêmio na Libertadores se justifica pelos cruzamentos. Se o forte Palmeiras não resistir ao time de Luiz Felipe, o Grêmio enfrentará o Emelec, do Equador, ou o Sporting Cristal, do Peru — dois times sem tradição campeonato, nas semifinais. “Temos todas as condições de chegar às finais”, acredita Koff.” (Zero Hora, Segunda-feira, 24 de julho de 1995)

 

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Foto: Porthus Junior (Pioneiro)

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Foto: Porthus Junior (Pioneiro)

 
Juventude 2×1 Grêmio

JUVENTUDE: Isoton; Itaqui, Sandro, João Batista e Paulo Sérgio (Paulo Marcelo); Galeano, Lauro, Jean Carlo e Cuca; Mário e Edson (Dorival Júnior).
Técnico: Heron Ferreira

GRÊMIO: Sílvio; Marco Antônio, Rivarola, Scheidt e Arílson (Jacques); Adílson, Gélson, Vagner Mancini; Márcio e Nildo
Técnico: Luiz Felipe Scolari

Gauchão 1995 – Semifinal – Jogo de ida
Data: 22 de julho de 1995, sábado, 16h05min
Local: Estádio Alfredo Jaconi
Público: 6.318 pagantes
Renda: R$ 38.358,00
Árbitro: Fabiano Gonçalves
Auxiliares: Cesar Arruda e Luiz Carlos Mendonça
Cartões Amarelos: Gelson, Scheidt, Rivarola, Lauro, Galeano e Sandro
Cartões Vermelhos: Cuca e Nildo
Gols: Cuca, aos 40 mintos do 1 ° tempo: Jean Carlo, aos 3 min, e Carlos Miguel, aos 6 minutos do 2° tempo

Último jogo com patrocínio da Coca-Cola – Gauchão 1995 – Guarani-VA 1×0 Grêmio

June 10, 2020
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Foto: Rogério Soares (Correio do Povo)

 

Há exatos 25 anos o Grêmio fez seu último jogo com patrocínio da Coca-Cola, na derrota para o Guarani em Venâncio Aires em confronto válido pela primeira fase do Gauchão de 1995. No dia anterior havia sido confirmada a parceria com as Tintas Renner.

Vale lembrar que o logo da Coca-Cola apareceu na camisa tricolor pela primeira vez no Gre-Nal do Brasileirão de 1987.

Ainda no quesito uniforme, eu sempre achei interessante que nessa época a Umbro fazia para o Guarani uma camisa praticamente idêntica à que era feita para o Flamengo.

“RESERVAS DO GRÊMIO PERDEM MAIS UMA

O Grêmio perdeu ror 1 a 0 para o Guarani, no último sábado, em Venâncio Aires, e completou a quinta rodada sem vitória no Gauchão. Mesmo com seis jogos atrasados na competição, o time da Capital começa a se preocupar com os resultados negativos e consequentemente com sua presença num dos quadrangulares finais da próxima fase do campeonato. O Guarani. Entretanto, somou mais três pontos e deixou mais longe o rebaixamento.

Com uma equipe formada basicamente par reservas, o Grêmio não conseguiu superar seu adversário. O gramado embarrado e o desentrosamento prejudicaram o desempenho gremista que criou apenas uma chance de marcar na primeira etapa.

No segundo tempo o técnico interino, e Zeca Rodrigues, tentou dar mais força e velocidade ao ataque e colocou Escurinho e Rodrigo. Mas nada adiantou. O Guarani continuou melhor e, aos 22 minutos, o atacante Sidnei, de cabeça, fez o primeiro o gol da vitória do time de Venâncio Aires.” (Zero Hora, segunda-feira, 12 de junho de 1995)

“Sábado, o Grêmio, com o time reserva, voltou a perder no Gauchão. Foi derrotado pelo Guarany, em Venâncio Aires, por 1 a 0, gol de Sidney aos 22 do segundo tempo.” (Correio do Povo, segunda-feira, 12 de junho de 1995)

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Foto: José Doval (Zero Hora)

 

GUARANI: Eduardo Heuser; Luis, Picoli, Chicão e Gilmar Nass; Dênis, Eldor e Carlinhos; Fernando (Sidnei), William e Palito
Técnico: Casemiro Mior

GRÊMIO: Murilo; André Vieira (Rodrigo Gasolina), Scheidt, Cristiano e Roger; Dega, Carlos Alberto, Vagner Mancini e Arilson; Márcio e Nildo.
Técnico: Zeca Rodrigues

Data: 10 de junho de 1995, sábado, 16h00min
Local: Estádio Edmundo Feix, em Venâncio Aires-RS
Público: 1.967 (1.412 pagantes)
Renda: R$ 5.272,00
Árbitro: José Roberto Rach
Auxiliares: Carlos Bitencourt e Adair Montezama
Cartões Amarelos: Cristiano, Nildo, Mancini, Dega, Luís, Chicão, Denis e Picoli
Cartão Vermelho: Chicão.
Gol: Sidnei, aos 22 minutos do segundo tempo

Gauchão 1995 – Grêmio 0x0 São Luiz de Ijuí

March 15, 2020

Gauchão 1995 - Grêmio 0x0 São Luiz de Ijuí - Alexandre Xoxó Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

No Gauchão de 1995, o Grêmio enfrentou o São Luiz numa sexta a tarde, em jogo atrasado do segundo turno da primeira fase.

Os 431 pagantes registrados se configuram no menor público do tricolor em seu estádio contra o São Luiz de Ijuí. No mesmo ano o Grêmio fez um jogo, como mandante, contra o São Luiz, com baixíssimo público, mas essa outra partida foi realizada no estádio Santa Rosa, em Novo Hamburgo.

Gauchão 1995 - Grêmio 0x0 São Luiz de Ijuí - Dega (nº 5) Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

Foto: Mauro Vieira (Zero Hora)

SÓ 431 CONFEREM O EMPATE

O Grêmio deixou escapar mais um ponto em sua luta pela classificação ao Octogonal final do Gauchão. O time empatou em 0 a 0 com o São Luiz, ontem no Olímpico. Com o resultado, o Grêmio manteve-se na 8ª posição, enquanto que a equipe de Ijuí passou para a ª’ colocação, junto do Brasil, de Farroupilha. Os reservas jogam amanhã contra o Grêmio Santanense.

As duas equipes realizaram uma péssima partida. O único lance emocionante foi uma bola na trave, chutada por Fábio. No Grêmio, comandado pelo auxiliar Zeca Rodrigues, o único titular a atuar foi Danrlei. Foi a quinta partida consecutiva sem vitória da equipe na competição.” (Correio do Povo, sábado, 17 de junho de 1995)

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Foto: Paulo Nunes (Correio do Povo)

 

ingressos sao luiz

GRÊMIO: Danrlei; André Vieira, Luciano, Scheidt e Cristiano; Dega, Carlos Alberto, Jé (Rodrigo Gasolina) e Alexandre Xoxó; Márcio e Nildo
Técnico: Zeca Rodrigues

SÃO LUIZ: Osvaldo; Olde, Fábio, Jaime e Kiko; Nélson, Cristiano Baggio e Negrini; Evandro Britto, Sílvio (Caçula) e Tiziu
Técnico: Pontes

Gauchão 1995 – Primeira Fase – Segundo Turno – 10ª Rodada
Data: 16 de junho 1995, sexta-feira, 15h30min
Local: Estádio Olímpico em Porto Alegre-RS
Público: 786 (431 pagantes)
Renda: R$ 1.791,00
Arbitro: Luiz Cunha Martins
Auxiliares: Luís Muhle e Edisdeneu Carvalho
Cartão Amarelo: André Vieira

Gauchão 1995 – Pelotas 2×1 Grêmio

March 6, 2020
roger 1995 - Copia

Foto: Zero Hora

Eu sigo achando um estupidez a realização da Recopa Gaúcha em Janeiro, especialmente considerando que o Grêmio irá novamente à Pelotas neste fim de semana, menos de dois meses depois, em compromisso pelo Gauchão. É um desperdício de datas inacreditável.

Parece não haver nenhuma vontade de melhorar a questão do calendário, que é um problema histórico do futebol rio-grandense. No Gauchão de 1995, o Grêmio foi até a Boca do Lobo com time reserva, num sábado, dia 3 de junho (os titulares haviam garantido a classificação à final da Copa do Brasil na quarta-feira). Roger, expulso na partida contra o Flamengo, foi o único titular em campo naquela ocasião. Na segunda-feira seguinte o tricolor jogou novamente contra o Pelotas, dessa vez no Olímpico em jogo atrasado do primeiro turno.

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Foto: Sílvio Ávila (Zero Hora)

PELOTAS PASSA PELO GRÊMIO E SAI DO SUFOCO

Numa partida fraca tecnicamente, o Pelotas venceu o Grêmio, sábado, por 2 a 1, na Boca do Lobo. O resultado aliviou um pouco a situação do time, que tenta fugir ao rebaixamento. O Grêmio, com os reservas, foi dirigido por Zeca Rodrigues. Os primeiros minutos do jogo foram marcados pela truculência e faltas violentas de lado a lado. E depois de duas chances desperdiçadas pelo Grêmio, o Pelotas abriu o placar, com Pablo, aos sete minutos. O segundo gol do Pelotas só saiu aos 16 minutos da etapa final com Badico, de cabeça. Logo depois o lateral Betão foi expulso. Aos 35, Murilo fez pênalti em João Carlos. Badico cobrou e o goleiro do Grêmio defendeu. Aos 39, Renatinho empurrou Márcio na área pelotense. Pênalti. Scheidt diminuiu. Escurinho e Vinícius ainda foram expulsos, depois de se agredirem.” (Correio do Povo, segunda-feira, 5 de junho de 1995)

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Foto: Rogério Soares (Correio do Povo)

 

A VITÓRIA NO SÁBADO TIROU O PELOTAS DO SUFOCO

O Grêmio utilizou reserva e pouco entrosado no sábado à tarde contra o Pelotas, na Boca do Lobo, e saiu de campo derrotado por 2 a 1. Com um grupo inexperiente, cuja média de idade não passava dos 19 anos, a equipe orientada pelo auxiliar Zeca Rodrigues enfrentou um adversário experiente e, acima de tudo, disposto a tudo para somar três pontos e aliviar o drama da última colocação — agora é o 11 °. O Pelotas soube aproveitar a oportunidade. E começou cedo. Aos oito minutos, o zagueiro Eugénio serviu o seu companheiro de zaga Pablo, que deixou o goleiro Mutilo sem chance de defesa.

O primeiro tempo terminou 1 a 0. Zeca colocou Márcio no lugar do meio-de-campo Jé numa tentativa de reação. Mas a iminência do rebaixamento fez do Pelotas uma equipe forte. Aos 16 minutos finais, Badico fez 2a 0. de cabeça, em cobrança de escanteio — aos 35 minutos o mesmo Badico errou um pênalti e perdeu a chance de ampliar. O Grêmio diminuiu por meio de um pênalti sobre Escurinho, convertido pelo zagueiro Scheidt, aos 41 minutos do segundo tempo. Betão e Vinícius, do Pelotas, e Escurinho, do Grémio, foram expulsos. “ (Zero Hora, segunda-feira, 5 de junho de 1995)

PELOTAS: Alex; Betão, Pablo, Eugênio e Renatinho; Paulo Ricardo, Luís Carlos Gaúcho (Vinícius) e Élton Corrêa; João Carlos, Badico (Da Silva) e Élton
Técnico: Laone Luz

GRÊMIO: Murilo; André Vieira, Scheidt, Cristiano e Roger; Dega, Carlos Alberto, Jé (Márcio) e Rodrigo Gasolina; Escurinho e Jaques.
Técnico: Zeca Rodrigues

Gauchão 1995 – Segundo Turno – 11ª Rodada
Data: 03 de junho de 1995, sábado
Local: Estádio da Boca do Lobo, em Pelotas, RS
Público: 4.018 (2.804 pagantes)
Renda: RS 12.492,00
Árbitro:  Fabiano Gonçalves
Auxiliares: José Antônio Nunes e Lauro Costa
Cartões amarelos: Pablo, Eugenio, Paulo Ricardo, Elton, Badico, Renatinho e Luís Carlos Gaúcho, Dega, Roger e André Vieira
Cartões vermelhos: Betão, Vinícius e Escurinho
Gols: Pablo, aos oito minutos do primeiro tempo; Badico, aos 16 minutos do segundo tempo; e Scheidt (de pênalti) aos 41 minutos do segundo tempo